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terça-feira, 5 de abril de 2022

Tristeza ou Depressão? Fique Atento ao Sinais

A depressão, também chamada de Transtorno Depressivo Maior (TDM) é um problema grave que pode ser fatal e afeta mais de 11,5 milhões de brasileiros, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). 

A tristeza é algo que todo mundo experimentará um dia. É uma condição humana e perfeitamente normal. É a forma que nosso cérebro reage aos momentos mais difíceis das nossas vidas. Não há problema em sentir-se triste. O problema é permanecer no profundo desânimo. A tristeza, nesse caso, ganha um nome: Depressão! 

O TDM é um distúrbio sério e você precisa dar atenção para ele. Quando uma pessoa é diagnosticada com depressão, tem toda a sua vida interrompida. Não há mais vontade de relacionar-se, até mesmo com a própria família. Em alguns casos, o desejo de morte se concretiza em tentativas de suicídio. 

Madalena Feliciano, hipnoterapeuta e especialista em comportamento humano, conta que o problema traz sintomas como: insônia ou excesso de sono, isolamento, mudanças de humor, falta de interesse, tristeza persistente e, em casos extremos, pensamentos suicidas. 

“O depressivo que procura tratamento já dá o maior passo em direção à sua melhora. Nunca se pode dispensar o diagnóstico e acompanhamento psicológico e psiquiátrico, porém, a hipnoterapia é uma boa opção, pois não trata apenas a doença no momento que se encontra e sim a causa.” Explica Madalena. 

Não há uma única causa conhecida para a depressão, existem pessoas que indicam pré-disposição hereditária ou biológica, assim como aqueles que acabam desenvolvendo a doença por algum acontecimento específico. 

A grande maioria dos casos de depressão parece ser geneticamente transmitida e quimicamente produzida. A discussão se a depressão é psicológica ou biológica é igual à questão se qualquer doença é biológica ou psicológica. Por exemplo, uma úlcera duodenal é psicológica ou biológica? Estamos certos de que existem fatores biológicos e psicológicos em todas as doenças humanas. Em algumas, o fator biológico é determinante e os psicológicos, consequência.

“Partindo do pensamento que a pessoa adquiriu a depressão em determinado momento, pois não nasceu com ela, pode haver um motivo para que tenha acontecido”, relata Madalena Feliciano. 

Por mais que a pessoa não saiba qual é a razão, o subconsciente grava cada memória de nossas vidas. Através da hipnoterapia, é possível descobrir, identificar e interferir no que está causando essa mudança mental. 

“Uma nova interpretação daquela memória que pode ter sido traumática traz também sentimentos diferentes para como o depressivo vê a vida agora”, explica Madalena. 

A depressão, se não tratada corretamente, pode perdurar por muito tempo, com sério prejuízo à vida da pessoa: trabalho, família e lazer ficam muito comprometidos. “Por isso é imprescindível um tratamento para intervir e reduzir a duração e a intensidade dos sintomas do episódio atual e, principalmente, para prevenir uma “recaída”.” alerta a hipnoterapeuta. 

“Viver com depressão, buscando suportá-la todos os dias não é algo fácil, e não é algo que se encontra dentro de nosso controle interno, porém é possível superar a depressão, contanto que você procure auxílio adequado e eficiente. Ter sua própria mente de volta, é algo que toda pessoa precisa e merece, assim como viver com qualidade.” finaliza Madalena Feliciano.

 

Madalena Feliciano - Empresária, CEO de três empresas, Outliers Careers, IPCoaching e MF Terapias, consultora executiva de carreira e terapeuta, atua como coach de líderes e de equipes e com orientação profissional há mais de 20 anos, sendo especialista em gestão de carreira e desenvolvimento humano. Estudou Terapias Alternativas e MBA em Hipnoterapia. Já concedeu entrevistas para diversos programas de televisão abordando os temas de carreira, empregabilidade, coaching, perfil comportamental, postura profissional, hipnoterapia e outros temas relacionados com o mundo corporativo. Mater Coach, Master em PNL e Hipnoterapeuta, Madalena realiza atendimentos personalizados para: Fobias, depressão, ansiedade, medos, gagueira, pânico, anorexia, entre muitos outros.


Desenvolva o pensamento crítico nas crianças e terá pessoas preparadas para os desafios da vida adulta

Especialista em educação ressalta que pensar de forma criteriosa troca os preconceitos por flexibilidade e compreensão das diferenças 


O pensamento crítico, uma das habilidades mais valorizadas pelas empresas/mercado de trabalho, pode e deve ser desenvolvida desde cedo nas crianças. A competência, que pode impactar positivamente no futuro dos pequenos, envolve uma série de capacidades e atitudes, que atuam em conjunto para abordar situações e informações de maneira racional. 

Como forma de ajudar no desenvolvimento dos estudantes, o pensamento crítico passou a fazer parte da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). O documento define a importância de exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções com base nos conhecimentos das diferentes áreas.

Ela define o conjunto de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica, e é referência nacional para formulação dos currículos das escolas.

“A criança que compreende o que é pensamento crítico e como utilizá-lo, tem vontade de se aprofundar nos conteúdos e querer saber mais. Aprende a questionar e a partir daí formar as próprias opiniões”, diz Cristhiane Amorim, pedagoga com pós-graduação em neurociência educação e desenvolvimento infantil e especialista em educação do Kumon.

O pensamento crítico envolve uma série de capacidades e atitudes, que atuam em conjunto para abordar situações e informações de maneira racional. Entre elas, a argumentação, que significa usar fatos, dados, estudos, opiniões, problemas e possíveis soluções para convencer uma pessoa sobre determinado ponto de vista. Um bom argumento indica que seu ponto de vista é construído sobre uma base sólida e racional, levando outra pessoa a seguir determinada linha de raciocínio e finalmente concordar com ela.

“Outra importante capacidade desenvolvida é a curiosidade, que pode ser definida como a vontade de saber mais ou experimentar ou vivenciar algo novo, conhecer o desconhecido, buscar respostas. A curiosidade leva a muitas perguntas e questionamentos sobre as coisas serem como são, o que propicia o surgimento de novos pontos de vista e soluções inovadoras”, completa Cristhiane.

Confira alguns pontos listados pela pedagoga para ajudar o seu filho a desenvolver o pensamento crítico:

·      Passeios educativos - entrar em contato com novidades é outra maneira de enriquecer o repertório. Informações são os ingredientes do raciocínio para chegar a soluções originais.

·      Incentivo à argumentação – faça debates com a criança, questionando algo que ela disse e ajudando-a a encontrar argumentos para explicar suas ideias.

·      Conversar com pessoas diferentes - deste debate podem surgir novas ideias e soluções que seguramente vão enriquecer o raciocínio crítico dele.

·      Pergunte os motivos dos problemas - mais que incentivar os estudos, procure mostrar para a criança que esta é uma oportunidade de ganhar conhecimento e ampliar sempre seu repertório.

O Kumon é um método de estudo japonês criado em 1958 pelo professor Toru Kumon. O ensino privilegia o desenvolvimento da autonomia do aluno nos estudos, de forma que ele aprenda de acordo com o seu ritmo. O material didático é autoinstrutivo e dividido em estágios, fazendo com que a complexidade aumente gradualmente. Porém, o aluno só avança para o próximo conteúdo quando consegue assimilar o que é proposto.

O método desenvolve a habilidade acadêmica e outras mais, como: autodidatismo, concentração, capacidade de leitura, raciocínio lógico, independência, hábito de estudo, responsabilidade e autoconfiança. O Kumon oferece aulas de matemática, português (para nativos), inglês e japonês, para crianças de todas as idades.


Influência do Bullying e da violência no desenvolvimento escolar

 

No dia 07 de abril comemoramos o Dia Nacional de Combate ao Bullying e à violência na escola. A vida escolar é um período de desenvolvimento psicológico, intelectual e físico de crianças e adolescente, carregado de nuances e emoções. É nesta fase que as alterações de comportamento, corpo e também de personalidade se acentuam e marcam a vida destes indivíduos. Eles estão se descobrindo e se percebendo enquanto ser humano que, possui medos, dúvidas, sentimentos, emoções afloradas e desejos reprimidos. 

Se considerarmos que a escola traz o aprendizado, o ensino e pode potencializar as relações interpessoais, podendo moldar o caráter, o respeito, a empatia e até alimentar as construções benéficas ou não, destas relações; podemos assim entender que o ambiente escolar é de suma importância no conjunto de aplicações psicológicas do ser humano. 

Trazendo todas essas questões para a avaliação da influência do bullying e da violência no desenvolvimento de nossos jovens e crianças, podemos entender que, por ser um conjunto de atos de violência física e psicológica, de forma intencional e contínua, trazem sim grandes impactos na trajetória destes. Deixando claro que, o Bullying pode ser configurado tanto como agressão física e verbal, quanto psicológica, atentando para a integridade de quem o sofre.

Esse comportamento agressivo pode surgir de diversas maneiras. Muitas vezes o que pode parecer apenas um tipo de brincadeira, tem uma conotação camuflada da agressiva velada, através de atitudes graves que divergem da inocência, trazendo para essas crianças e adolescentes sérias consequências. 

Sim, se perguntarem se o bullying afeta a saúde mental do indivíduo? A resposta é sim, afeta e traz deficiências para a vida de uma forma geral. Os seus efeitos podem ser curtos ou de longo prazo, diretos ou indiretos. O psicológico do afetado fica abalado e podemos observar que a criança ou o jovem que sofre o bullying pode apresentar sintomas de insônia, reações psicossomáticas, medo, angústia, insegurança, dificuldade de interação com o outro, déficit de atenção e, nos casos mais graves, pode apresentar sintomas depressivos de alta grandeza, desencadeando transtorno de ansiedade generalizada, transtorno do pânico e, até levar ao suicídio. 

Não existe uma forma melhor de acabar com esta prática grave do bullying que não seja pela conscientização, correção e também pela prevenção. Fazer com que nossos jovens e crianças percebam que podem estar sofrendo essas agressões e que devem sim, denunciar e falar com seus professores, diretores e pais. Através deste cuidado e de muita orientação aos nossos jovens poderemos ver inibida essa violência.

Somada a união, educação, formação adequada do caráter e da personalidade deste ser humano, certamente, veremos um cenário melhor e mais propício a boas práticas de convivência e de relações interpessoais saudáveis e menos carregadas de perversidade e falta de empatia.

Pois, o que podemos perceber é que nossos estudantes sofrem sim, consequências gravíssimas em seu desenvolvimento se negligenciarmos a proteção e até a punição para os casos em que o bullying está presente, afetando assim a saúde mental e física de nossas crianças.

 

 

Dra. Andréa Ladislau - Doutora em Psicanálise e Psicopedagoga, membro da Academia Fluminense de Letras --cadeira de número 15 de Ciências Sociais; administradora hospitalar e gestão em saúde (AIEC/Estácio); pós-graduada em Psicopedagogia e Inclusão Social (Facei); professora na graduação em Psicanálise; embaixadora e diplomata In The World Academy of Human Sciences US Ambassador In Niterói; membro do Conselho de Comissão de Ética e Acompanhamento Profissional do Instituto Miesperanza; professora associada no Instituto Universitário de Pesquisa em Psicanálise da Universidade Católica de Sanctae Mariae do Congo; professora associada do Departamento de Psicanálise du Saint Peter and Saint Paul Lutheran Institute au Canada, situado em souhaites; graduada em Letras - Português e Inglês pela PUC de Belo Horizonte.

Games online se tornaram os melhores companheiros do home office

Segundo pesquisa "Consumo Online no Brasil", realizada pelo PayPal, 9 em cada 10 brasileiros e brasileiras compraram videogames para passar o tempo em casa durante a pandemia.

 

Os games online e videogames se tornaram os melhores companheiros de quem trocou o escritório pelo trabalho em casa - 90,1% dos brasileiros que compraram jogos online de forma eletrônica no último ano afirmaram que isso ajudou a passar o tempo em casa, sozinho ou com a família.

Para se ter ideia do que o novo normal significou para o setor, basta dizer que 56% dos brasileiros compraram jogos de forma online em 2021 – crescimento de mais de 7 pontos percentuais quando comparado com o cenário pré-pandemia. 

A principal razão para isso foi a necessidade de criar um ambiente mais lúdico em casa – para adultos e crianças, que passaram a conviver quase que 24 horas por dia. Aliás, 84% dos brasileiros afirmam que só não compraram mais games online no período por falta de dinheiro. São dados da pesquisa Consumo Online no Brasil*, realizada pela Edelman sob encomenda do PayPal, líder global em pagamentos eletrônicos, em sua vertical de jogos.

O estudo conversou com 1.000 compradores online no final de 2021 que fizeram pelo menos duas compras nas categorias de gastos diários nos 30 dias que antecederam as entrevistas. Destes, 314 responderam sobre a vertical de games – todos na faixa entre os 18 e os 44 anos de idade.

O PayPal descobriu que os consumidores gostam da experiência de fazer compras cotidianas de forma online, e consideram a tarefa fácil e prática. Para 84,7% dos entrevistados, pagar de forma eletrônica por games é uma experiência muito mais satisfatória do que em lojas físicas. E 78% deles afirmam que o ato já faz parte do dia a dia da família.

“A vertical de games é uma das que mais se beneficiam das carteiras digitais, até pela questão da faixa etária ser mais jovem e estar mais familiarizada com essa opção de pagamento”, explica Leonardo Sertã, Head de Desenvolvimento de Mercados do PayPal para a América Latina. “Cerca de 42,5% dos entrevistados pelo PayPal usam e-wallets para comprar videogames ou games online, principalmente por causa da comodidade e da segurança desse tipo de plataforma eletrônica.”

Segundo o estudo, os consumidores se preocupam com a segurança de suas compras online, independentemente do serviço, produto ou canal em que compram. Nesse contexto, a segurança e as garantias contra fraudes aparecem como principais vantagens do uso das carteiras digitais, como o PayPal.

A seguir, os destaques da pesquisa Consumo Online no Brasil, na vertical de games online e videogames.

  • De acordo com a pesquisa, 82,8% dos entrevistados afirmam que o uso de métodos eletrônicos para comprar (ou pagar por) jogos online aumentou durante a pandemia. E 9 entre 10 deles adquiriram games no período pagando de forma eletrônica.
  • Antes de a crise sanitária começar, em março de 2020, cerca de 50% dos brasileiros compradores online recorrentes pagavam por jogos online ou videogames diariamente, semanalmente ou quinzenalmente; já durante os 20 meses de pandemia que se seguiram, esse índice bateu os 57%. Deste universo de pesquisados, 89,5% dizem que vão se manter fiéis a essa forma de consumo.
  • 84,7% gostariam de ter mais dinheiro para comprar jogos online ou videogames.


Meios de pagamento.

  • Os cartões de crédito são o principal meio de pagamento online de jogos (79,3%) – índice que não sofre alteração de gênero. Em seguida vêm os cartões de débito (43,6%), preferidos pelos homens (45,1%). Em terceiro lugar, bem próximas, aparecem as carteiras digitais (com 42,4%).
  • Segundo o estudo, quem usa carteiras digitais para pagar por games online tende a fazer isso com mais frequência (85% dos casos). Nesta vertical, a porcentagem de homens e mulheres que compram online usando carteira digital sempre ou quase sempre é praticamente a mesma (em torno de 84,5%).
  • 78% dizem que a compra de games online já faz parte de seu dia a dia.
  • 91,4% dos entrevistados preferem pagar online por games porque esse método permite acompanhar melhor os gastos diários e semanais.
  • 69,1% estão preocupados com a segurança dos pagamentos online nesta vertical – índice que cai para menos de 35% quando o pagamento é realizado via carteira digital.


Boa experiência e futuro. 

  • 92% dos brasileiros e brasileiras gostam da experiência de pagar online por jogos.
  • 90,1% afirmam que comprar jogos online de forma eletrônica ajuda a passar o tempo em casa (sozinhos ou com a família).
  • A pesquisa destaca também que brasileiros e brasileiras têm a intenção de incluir, nos próximos cinco anos, ainda mais produtos e serviços em seu cotidiano de compras online ou via app – como água e luz, entretenimento e educação. Entre as tecnologias mais citadas neste futuro próximo estão as carteiras digitais e os QR Codes.  


Alguns dados globais da pesquisa “Consumo Online no Brasil”
(que compreendem os dados de todas as verticais pesquisadas)

Antes de a crise sanitária começar, em março de 2020, cerca de 35% dos brasileiros entrevistados faziam compras online diariamente ou semanalmente; já durante os 20 meses de pandemia, esse índice bateu em 57%; e os entrevistados pelo estudo acreditam que esse cenário não deve sofrer alterações no pós-pandemia. Cerca de 55% dos brasileiros dizem que continuarão comprando online quando a vida voltar ao normal – isso significa que passaremos a viver um “normal” diferente do “normal” que conhecíamos.

Os achados revelam ainda que a maioria dos brasileiros e das brasileiras compra e paga online sempre que pode (84,5%), considera essa forma de pagamento fácil (98,3%), gosta da experiência (98,8%), acha que ela permite um maior controle de despesas (89,9%), se considera especialista na arte de comprar via internet (68,2%) e costuma planejar suas compras online (87,6%).

A pesquisa foi dividida em verticais, para melhor entender o cotidiano de compras online dos brasileiros. Em primeiro lugar na lista ficou “Alimentos e restaurantes”, com 87,9% dos entrevistados afirmando fazer compras online desse tipo; “Supermercados e farmácias” aparecem em segundo, com 72% de aderência; seguidos por “Entretenimento” (64,6%); “Transporte e mobilidade urbana”, com 56,2%; “Combustível” (34,3%); e “Games online”, com 31,4%.

O dados iniciais da pesquisa “Consumo Online no Brasil” foram divulgados em novembro e estão disponíveis aqui. Os dados da vertical de delivery de comida (publicada em dezembro) podem ser conferidos aqui. E os dados da vertical de mobilidade urbana (publicada em janeiro) podem ser vistos aqui.

 

 

(*) a pesquisa “Consumo Online no Brasil ouviu 1.000 pessoas (todas compradoras online) entre 18 e 55 anos em todas as regiões do País e de todas as classes sociais


Separação com filhos: como trabalhar uma nova configuração familiar sem traumas



Quando um casal com filhos decide tomar rumos diferentes na vida conjugal, existem questões que vão além da decisão de ambos. Normalmente, esses contrapontos estão ligados aos filhos, que agora precisam entender, assimilar e aceitar essa mudança. 

Mas o que de fato representa essa mudança na cabeça deles? Se será algo positivo ou negativo dependerá muito da maturidade do casal em saber administrar e comunicar com sinceridade e empatia essa mudança. Se questões como mal-estar e ressentimentos ainda tiverem muito latentes na esfera do casal, será necessário um tempo de entendimento dessas emoções e a criação de um espaço de humildade para o perdão, pois a felicidade dos pais reflete diretamente na saúde emocional dos filhos. 

Quando ouço no meu consultório a frase “terminou porque não deu certo”, abro um espaço para a reflexão deste meu paciente para que ele entenda que possivelmente deu certo sim, até o momento em que não foi mais possível continuar naquela relação. É preciso aceitar que coisas boas foram vividas e podem se tornar boas lembranças no futuro, com gratidão. 

E o filho deste casal é fruto dessa certeza de que algo muito genuíno existiu ali. Por isso, existem alguns pontos importantes e algumas “armadilhas emocionais” nessa separação que precisam de uma certa atenção:

  • Evite falar com a criança sobre questões como, brigas, traição, etc, porque isso diz respeito às questões intimas do casal e não da família.
  • Nunca colocar o filho como substituto do pai ou da mãe que foram embora. Frases como “meu companheiro”, “agora ele é o homem da casa”, “meu parceirinho” não é positivo para o entendimento da criança nesse novo lugar que ela vai precisar se encontrar.
  • Também não atribuir ao filho a responsabilidade de confidente ou conselheiro. Isso tira a criança do papel dela de ser criança. Não torne seu filho um adulto para entender suas questões emocionais.
  • Não trate seu filho como um aliado, marcando territórios, boicotando, por exemplo, a nova namorada do pai, tampouco servindo de mensageiro entre as relações. O filho certamente ama pai e mãe, portanto, é necessário respeitar essa imparcialidade.
  • Nunca culpe a criança pela separação. Isso é algo muito comum e ao mesmo tempo perigoso quando acontece nas separações de casal.
  • Manter a rotina nas duas casas, evitando desequilíbrios financeiros. Se uma criança tem muitos brinquedos em uma casa, certamente na outra ela terá conflitos se o mesmo cenário não se repetir. Portanto, cuidado com as configurações dos novos lares. É necessário um equilíbrio para evitar o desconforto emocional em ambos os contextos.
  • Manter as crianças perto dos avós, independente da separação. O carinho deles é fundamental para a segurança emocional dos netos.

Em alguns casos de separação observo questões como agressividade e regressão. Quando isso acontece, certamente, é por uma confusão nos sentimentos dessa criança, que pode estar ressentida e não saber expressar isso de outra forma. Elas fantasiam e acreditam que o pai ou a mãe, por exemplo, vão sumir a qualquer momento e não voltar mais. Acontece casos em que a criança regride no desempenho escolar por conflitos emocionais internos. Portanto, é necessário ficar atento ao comportamento dessa criança no pós-relacionamento e trabalhar com acolhimento, carinho, segurança e empatia. Mostrar que ele pode se sentir seguro, ainda que em uma relação de separação do casal e tratar o tema com muito diálogo, sem repreender ou oprimir os sentimentos. 

Questionamentos por parte dos filhos também são muito comuns nessa fase da separação. Uma maneira interessante para ajudar a criança a entender é devolver esse mesmo questionamento com outra pergunta para ela de forma que consiga extrair a percepção que ali está. Ao ouvir “Mãe, o que está acontecendo? ”, você responder “Filha, o que você acha que está acontecendo? ”. Nesse momento, você consegue contar para a criança a situação no nível em que ela consegue compreender.

 

E a nova configuração familiar? Como aceitar o novo contexto? 

Primeiramente, é necessário que a maturidade do casal esteja em um nível satisfatório. Isso para evitar fazer o chamado “inferno” na vida um do outro. Isso pode interferir de forma drástica na condição emocional dos filhos, trazendo traumas irreversíveis. Lembre-se sempre de que esse filho é 50% de cada um, ou seja, uma mistura dos dois. Então, é preciso honrar a relação que existiu entre esse casal e preservar o fruto desse amor que também existiu um dia. 

A concepção dessa nova família precisa ser aceita como uma extensão boa e não como um fardo. Se o ex tiver uma namorada que seu filho adora, pense nisso de forma positiva. Afinal, é melhor uma pessoa que trate bem o seu filho do que uma que crie conflitos. Acredite sempre na felicidade e no lado positivo das coisas. Respire fundo e vida que segue!

  

Cilene Dantas - Psicóloga Clínica (CRP 06/76083), especialista em atendimento de pais, desenvolvimento do potencial humano e saúde mental, professora no Instituto Sede Sapientiae e palestrante.

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Segundo o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), até 2030, a participação feminina no mercado de trabalho brasileiro deve crescer. O estudo estima que daqui a 11 anos, 64,3% das mulheres consideradas em idade ativa, com 17 a 70 anos, estarão empregadas ou buscando trabalho. No início dos anos 1990, essa parcela era menor (56,1%). De acordo com a Pesquisa Pnad Contínua, do IBGE, mudanças culturais, a conquista de direitos e um maior investimento em educação pelas mulheres explicam o movimento. 

Com isso, muitas mulheres com bebês e crianças pequenas precisam tomar uma difícil decisão: com quem deixar os filhos? Algumas preferem deixar com os avós, outras com babás, e há quem opte pela escola infantil. E é nessa fase que se inicia o “desgrude” da criança, o que nem sempre é fácil. Para o filho, a mãe representa nutrição, proteção, conforto, amor e carinho. Portanto, neste período de “afastamento”, é normal a criança sentir falta da mãe, ter medo e mudar o comportamento.

 

Como deixar seu filho mais seguro 

A mãe pode ir preparando a criança desde cedo, mostrando que outras pessoas também são capazes de cuidar dela. Deixe-a mais tempo com os avós ou com os padrinhos, e aproveite para passear um pouco, se cuidar, sair com os amigos e até ter um momento a sós com o marido. 

Com o tempo, a criança vai perceber que a mãe se ausenta, mas volta, e será benéfico para todos. De acordo com Stella Azulay, CEO da Escola de Pais XD, Educadora Parental pela Positive Discipline Association e especialista em Análise de Perfil e Neurociência Comportamental; ao sair, sempre se despeça e explique que vai voltar. Se você for embora sem falar com seu filho, ele não entenderá, e isso pode gerar insegurança e perda de confiança. 

“Mesmo que seja um bebê, converse com ele. Diga que precisa ir trabalhar ou fazer alguma coisa na rua, mas que irá retornar. Quando deixar a criança na escola ou com outra pessoa, não demonstre tristeza ou angústia. Qualquer sentimento que você tiver irá transmitir ao seu filho. Portanto, seja firme. Diga que o ama, que ele ficará bem e que mais tarde irá buscá-lo”, orienta a especialista. 

Uma dica importante para estimular a independência da criança é fazer com que ela valorize o seu próprio espaço. “Deixe claro que ela tem a sua cama, o seu quarto e os seus objetos. Concessões podem ser feitas, como dormir uma noite ou outra com os pais. Mas é fundamental que ela já comece a ter noções de discernimento e entenda que certas coisas não podem ser feitas sempre que ela tiver vontade”.   

Outra boa dica, segundo Stella Azulay, é incentivar a realização de tarefas que ela já possa fazer sozinha, como escovar os dentes, se vestir e tomar banho. Peça ajuda em funções que sejam apropriadas à idade dela, seja arrumando a mesa, guardando os brinquedos, regando as plantas, dando comida ao cachorro, entre outras. Isso ajudará no seu desenvolvimento. Para Stella, a criança muita ociosa tende a demandar mais a atenção dos pais, além de se tornar preguiçosa. 

“Se ela estiver com receio de realizar alguma tarefa, primeiro entenda a razão deste medo e a encoraje a enfrentar a situação. É importante que a criança já saiba que virão outros medos ao longo da vida, mas que ela esteja preparada para encará-los e tentar superar”. 

 

Por que o excesso de zelo é prejudicial? 

Segundo Stella Azulay, crianças criadas com excesso de zelo podem ter ainda mais dificuldade de se adaptarem à ausência da mãe. 

“Vale dizer que excesso de zelo é quando a mãe dá tudo o que o filho quer, tem dificuldade de dizer ‘não’ e de impor limites à criança. O carinho e a atenção dos pais são fundamentais, mas a falta de limites torna a criança mimada, insegura e irresponsável. Os filhos precisam entender, desde a infância, até onde podem ir, e que as cobranças fazem parte da vida”. 

De acordo com a educadora, é na fase pré-escolar (2 a 6 anos) que a criança começa a explorar mais o mundo, e sente curiosidade em descobrir coisas novas, o que faz com que ela possa assumir riscos. Esses riscos devem ser supervisionados, mas permitidos, desde que não envolva situação de risco real. 

“Isso é importante para que a criança tenha iniciativa e independência. Se cada vez que ela ouvir ‘deixa que eu faço’, ‘você não vai conseguir fazer sozinho’, ‘você é pequeno demais’; sua capacidade de evoluir e de ter interesse por novas descobertas será totalmente inibida”, explica Stella Azulay. 

Com o tempo, isso pode levar a criança a ser mais tímida, mais medrosa e achar que as coisas só darão certo se a mãe estiver por perto. Stella afirma que, muitas vezes, a mãe não percebe essa dependência que ela mesma criou. 

“A criança também não tem a percepção de que está muito dependente. Pelo contrário. Ela não tem desafios e obstáculos, o que torna sua vida uma zona de conforto. Essa é a hora de fazer uma reflexão: será que o excesso de proteção não está prejudicando o amadurecimento e a independência do meu filho? Sim, está, e esta forma de educar trará consequências frustrantes em sua vida adulta, tanto na questão pessoal como profissional. Obviamente, os primeiros passos para cortar essa dependência exacerbada devem ser dados pelos adultos”. 

Em suma, qualquer excesso não é saudável, tanto a falta de zelo como o excesso dele. “Lembre-se: se você estimular a independência de seu filho, estará fazendo dele um adulto seguro, responsável e capaz de resolver seus próprios problemas com maturidade e clareza”, finaliza Stella Azulay.


Como promover o desenvolvimento e a autonomia da criança de maneira saudável?

Ao longo do desenvolvimento infantil, temos os marcos que são momentos específicos do crescimento e representam a conquista de algum movimento ou ação de forma independente. Esses marcos são um conjunto de habilidades que a criança alcança em determinada idade, por exemplo, reagir a sons mais altos, levar as mãos a boca, alcançar um brinquedo sozinho, reproduzir sons, sentar, andar, interagir com outras crianças, etc. 

A fase mais importante do desenvolvimento infantil é durante a primeira infância (0 a 6 anos), pois nessa época seu cérebro está em profundo desenvolvimento, ocorrendo um número intenso de sinapses e, consequentemente, representando o período de maior aprendizagem. 

É natural que algumas famílias relacionem esses marcos a episódios de ansiedade das crianças, quando na verdade, não há relação comprovada entre si. Essas ações fazem parte do movimento natural e orgânico do corpo já que nessa fase há uma enorme aquisição de novos conhecimentos. Porém, é importante ressaltar que a forma como os adultos de referência lida com esses marcos e conquistas, esse sim, pode influenciar nas emoções e comportamentos das crianças, que ainda não possuem maturidade suficiente para lidar com expectativas e frustrações desnecessárias. 

Neste caso o principal papel dos pais é oferecer um ambiente seguro e preparado para cada fase do desenvolvimento. Aceitar e esperar o ritmo de cada bebê ou criança, estimulando a confiança, proporcionando vastas experiências e sempre buscando ampliar o repertório de objetos, músicas, passeios, sensações e atividades. 

Não devemos, nunca, antecipar e acelerar processos que são internos e dependem de múltiplos fatores (cognitivos, emocionais, fisiológicos), como: começar a engatinhar, andar e desfralde, por exemplo. 

Não existe uma fase específica para promover a autonomia das crianças. O ponto de atenção dos pais deve ser sempre observar as atitudes, convidá-lo para ser ativo nos momentos de cuidado e esperar o seu tempo de reação. Nós adultos estamos sempre com muita pressa e isso atrapalha o desenvolvimento da autonomia das crianças. Se organize e se programe com antecedência para dar tempo e espaço para o seu filho, desde pequeno, realizar com calma as ações que já pode realizar sozinho. 

Autonomia significa dar espaço e tempo para a criança realizar sozinha aquilo que ela já consegue fazer por si só. Ao deixarmos uma criança fazer “tudo” sozinha, muitas vezes, deixamos de lado os processos de maturação e acabamos forçando e esperando comportamentos e ações equivocados e incoerentes por parte da criança. Por isso, a importância de investirmos em observação, pois precisamos conhecer o nosso filho para saber, corretamente, o que podemos esperar dele. 

E muito cuidado! Incentivar a autonomia não é delegar qualquer tarefa para a criança, e sim, desde sempre, observar, confiar, encorajar e muitas vezes esperar! Não existe excesso de autonomia. Existe excesso de expectativas que muitas vezes não podem ser alcançadas e isso sim pode ser perigoso e prejudicial para ambos. 

Quando uma criança cresce em um ambiente saudável, que promove corretamente a autonomia, ela normalmente se desenvolve como um cidadão mais consciente, mais responsável e tem a chance de desenvolver mais habilidades sociais ao longo de toda a vida.

Uma dica que eu sempre gosto de compartilhar é: leia e estude sobre o tema. Hoje há muitos artigos, livros e documentos importantes sobre a questão da autonomia infantil. Deixo aqui a dica de livro: “O Búfalo Que Só Queria Ficar Abraçado” (editora Carochinha). E, acima de tudo, saiba o que esperar do seu bebê ou criança, o convide para ser sempre ativo nos momentos de cuidado, tenha calma e paciência para esperar o seu tempo de resposta, converse, invista tempo em ensinamentos e observação.

Não existe promoção da autonomia com desconfiança e insegurança. Se você está insegura com algo, dê dois passinhos para trás. Escute sua intuição! Para incentivar o desenvolvimento da autonomia, a criança precisa estar em um ambiente seguro e adequado para a sua faixa etária! 

Somos exemplos para eles, portanto, cuidar de você e de um lugar acolhedor e seguro para viver já será meio caminho andado para uma autonomia positiva e saudável para seu filho! Acredite!

 

Yolanda Basílio - psicóloga e diretora na @poppinsedu


NÚMERO DE PESSOAS COM OBESIDADE AUMENTA DE FORMA ALARMANTE NOS ÚLTIMOS ANOS

Segundo estudo realizado pela World Obesity Federation, ainda existe uma previsão de aumento, com 34% de pessoas obesas no Brasil em 2030 

 

A obesidade mundial quase triplicou desde 1975. Atualmente, no Brasil, existem cerca de 41 milhões de pessoas acima de 18 anos com obesidade, correspondendo a 26% da população. Esse número mais que dobrou entre 2003 e 2019 e a previsão é de continuar aumentando no mundo todo.

 

De acordo com estudo publicado pela World Obesity Federation em março de 2022, existe uma previsão de 34% de pessoas com obesidade no Brasil em 2030, o que corresponde a cerca de 53 milhões de brasileiros. Nos dias de hoje são 2,8 milhões de pessoas que morrem por ano em decorrência do excesso de peso e obesidade.  

 

Uma pesquisa realizada pelo Instituto Ipsos com 22 mil pessoas de 16 a 74 anos, entre 23 de outubro e 6 de novembro de 2020, e divulgada em janeiro de 2021, concluiu que o isolamento social trouxe consequências à saúde física das pessoas. O levantamento mostrou que 51% dos brasileiros engordaram desde o início da pandemia.

 

Segundo dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica, o número de procedimentos realizados pelo SUS (Sistema Único de Saúde) reduziu 69,9% entre 2019 e 2020, pela redução nas cirurgias durante a pandemia. “A cirurgia modifica vários aspectos da vida dos pacientes. O primeiro é a relação com a comida, pois os pacientes passam a comer porções menores e alimentos mais saudáveis e menos calóricos. A perda de peso facilita a prática de atividade física que antes da cirurgia era difícil e muitas vezes acompanhada de dores. A autoestima também melhora muito”, explica Dr. Carlos Schiavon, cirurgião bariátrico e Coordenador de Ensino e Pesquisa do Núcleo de Obesidade e Cirurgia Bariátrica do Hospital BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo.

 

“O excesso de peso sobrecarrega o sistema ósseo e articular, ocasionando uma série de problemas ortopédicos. Além disso, está associado a diversos outros problemas como pressão alta, diabetes, gota, asma, aumento de colesterol, dor de cabeça e câncer. Uma alimentação equilibrada com base em frutas, verduras, legumes, fibras e consumo moderado de carne vermelha, gorduras e carboidratos influencia muito na saúde”, explica Dra. Andrea Pereira, médica nutróloga do Departamento de Oncologia e Hematologia do Hospital Israelita Albert Einstein e cofundadora da ONG Obesidade Brasil, a primeira organização sem fins lucrativos do mundo direcionada a pessoas com obesidade.

 

Segundo a nutróloga, a preferência deve ser sempre pelo que é natural. “Costumo falar que devemos descascar muito mais que desembrulhar, já que a ingestão de alimentos industrializados e embutidos de forma descontrolada também é causa de doenças como o câncer. A prática da atividade física aliada a uma boa alimentação é muito importante para uma vida saudável”, completa a Dra. Andrea.

 

Uma das grandes barreiras na busca do tratamento da obesidade é o preconceito. “Muitas pessoas acreditam que a obesidade não seja uma doença e a relacionam à falta de força de vontade, falha de caráter ou algo facilmente controlável. Mas, isso não é verdade. O tratamento da obesidade engloba diferentes frentes, como reeducação alimentar, prática regular de atividade física, medicação, acompanhamento psicológico e cirurgia bariátrica”, finaliza a psicóloga Andrea Levy, presidente da ONG Obesidade Brasil.


 

Obesidade em pauta: Menos estigma, mais acolhimento

Evento realizado em março/2022 em apoio ao Dia Mundial da Obesidade (04/03): https://www.youtube.com/channel/UCMEOU6w_hfVPL7Ii5K0B_yg

 

Sobre a ONG Obesidade Brasil

O Instituto Obesidade Brasil é a primeira organização sem fins lucrativos do mundo direcionada a pessoas com obesidade e surge com o objetivo de conscientizar e trazer informações claras e objetivas, sempre com mentoria científica, com linguagem acessível sobre obesidade, prevenção, diagnóstico, tratamento, novas tecnologias e direcionamento aos centros públicos e gratuitos de atendimento, ajudando da melhor forma possível.

 

A ONG foi fundada em fevereiro de 2020 para conscientizar pessoas de que a obesidade é uma doença multifatorial e crônica e conta com um Conselho Científico composto por especialistas colaboradores de todo o território brasileiro, de perfil multidisciplinar, que adota o conceito de saúde universal e trabalha para que todos tenham acesso à ajuda médica especializada.

 


 Andrea Levy – Psicóloga. Presidente e cofundadora da ONG Obesidade Brasil; Psicóloga Clínica e bariátrica, especialista em Obesidade e Transtornos Alimentares pelo HC-FMUSP; Mais de 20 anos de atuação em clínica de Obesidade e Cirurgia Bariátrica; Autora do livro "Cirurgia Bariátrica: manual de instruções para pacientes e familiares".


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 Eu não procuro, acho (Pablo Picasso) 

 

Nunca quis a felicidade como um fim planejado, entretanto, ocorreu-me em muitos dias uma alegria de especial candura e sem razão concreta. Nunca busquei o amor como um prêmio cobiçado, mas, várias vezes, meus olhos empurraram minha cabeça para direções propícias nas quais se encontravam outros olhos que me impregnaram, encheram-me a ponto de não conseguir dar mais um passo que não fosse na direção desse olhar onírico que depois ganhou o nome - por algum tempo, por muito tempo - de “meu amor”. 

Jamais me dispus a sentir raiva a priori, e, quando quis, fracassei, embora ainda me assuste com as explosões vulcânicas de meu espírito - que contenho com muito custo, deixando escapar, envergonhado, lava e fumaça - sem que eu consiga precisar o tremor sísmico que a tenha antecedido.

O que me atravessa o corpo, às vezes, já de manhãzinha,  quando estranho aquele rosto, vincado no espelho que sei ser o meu, mas, com o qual não me acostumo, não tem propriamente um nome, ou melhor, não encontro uma palavra definitiva para ele e, por isso, chamo a sensação que me acomete de “calafrio" e o seu efeito - o vazio na boca do estômago - de “angústia”. Se no resto do dia esqueço é porque me distraio, mirando os objetos que se apresentam ao meu desejo e tentando me transformar neles: trabalho, consumo, lazer. Até que, em um ponto qualquer da cidade, em uma hora qualquer do dia, dou-me de cara outra vez com o personagem que costuma se chamar de “eu”.

Nunca quis ser uma pessoa realizada, e essa é, para mim, a palavra mais esquisita de todas. Jamais consegui capturar seu sentido, nem mesmo pelas bordas. O que me tornaria real e definitivo? Talvez isso aconteça somente quando eu for um corpo inerte, passado. Mas mesmo aí, outro movimento ocorrerá, o do meu desaparecimento, sem meu álibi ou consentimento. Enquanto escrevo essas palavras, sei que me esgueiro e sou e estou em vários lugares além daqui, e o que digo é um registro de um outro tempo, longínquo, ou algo que só fará algum sentido muito além desse texto, quando uma pessoa qualquer ler (terei eu esse leitor atento?) e sentir o meu calafrio em seu próprio corpo. O meu não, o dela própria. Ou o nosso, pois talvez o calafrio não tenha dono nem preferência de morada.

Sócrates, o filósofo grego, sofreu por saber demais que sabia de menos. Entendia que não querer saber era o mesmo que estar morto. No entanto, não há um espaço próprio em que o saber se localiza, apenas um corpo que se prepara em atenção e sensibilidade para reconhecê-lo a qualquer momento e em qualquer lugar, para desfrutá-lo nos segundos do encontro que é como um nó, começo e fim no mesmo instante. Viver, parece-me, é estar pronto para esse acaso, evitando o risco sempre presente de não reconhecê-lo quando ele dobra uma esquina ou esbarra em seu ombro em meio à multidão indiferente. É isso o que eu acho. Eu acho. 

 

Daniel Medeiros - doutor em Educação Histórica e professor de Humanidades no Curso Positivo.
daniemedeiros.articulista@gmail.com
@profdanielmedeiros


5 benefícios do karatê para crianças que vão além do esporte

Fundação Edmílson atende crianças carentes com atividades que as ajudam a desenvolver-se social e intelectualmente

 

O equilíbrio entre corpo, mente e espírito são as bases fundamentais do Karatê que, como arte marcial, foca no desenvolvimento de uma vida saudável e ajuda no desenvolvimento pessoal e social. Valores que casam com os da Fundação Edmílson que busca fazer a diferença e virar o jogo das crianças que vivem em comunidades carentes.

 Com classes ministradas todos os dias, as aulas de Karatê da Fundação Edmílson para crianças carentes de 5 a 17 anos têm o objetivo de ser mais do que uma arte de autodefesa. “Muito mais que um método de defesa pessoal, o karatê não tem nada de violento. É uma arte marcial que ajuda no desenvolvimento de habilidades corporais e coordenação motora que são importantíssimas para crianças e adolescentes, mas também funciona como instrumento de respeito e socialização. Vencer um campeonato é lindo e os incentivamos e comemoramos, mas o nosso objetivo maior é transformá-los em cidadãos do bem”, conta Erika Brahin, Coordenadora Geral da Fundação. 

Além de socializar com os colegas em classe, os professores de Karatê da Fundação o usam de forma pedagógica para ajudá-los, inclusive, na vida fora do tatame. “Usamos o Karatê como uma técnica pedagógica de socialização que os educa e ensina a evitar a violência e a controlar seu ímpeto agressivo. Isso acontece porque direcionamos a sua energia para o bem-estar geral e mostramos como o esporte pode canalizar sentimentos hostis e transformando-os em algo bom”, destaca Erika. 

Pensando em esclarecer sobre estes ensinamentos pedagógicos extras do esporte, o professor de karatê Luciano Fernandes destaca os principais benefícios da prática para crianças e adolescentes:

 

Formação de caráter - Por meio do desenvolvimento da autoconfiança, a criança já aprende, desde o primeiro dia de aula, e com treinamentos rigorosos, que o seu desempenho depende única e exclusivamente da sua entrega e dedicação.

 

Disciplina - Leva-se em conta o processo de desenvolvimento motor, intelectual e psíquico de cada um. Sem comparações. Com a relação próxima com os professores, o aluno aprende a importância das hierarquias, aprende a ouvir críticas, controlar seus impulsos e a ter disciplina. Aprende que com o tempo se obtém o maior nível de concentração e evolução dentro do esporte e de outras áreas como a escola e/ou o trabalho.

 

Respeito - Ao seu oponente, a si mesmo, ao próximo. Seja durante uma competição, na escola, na rua ou em outro qualquer ambiente. Entendem que o ego e a vaidade devem ser controlados e que a solidariedade e a cooperação podem ser o diferencial para transformar suas vidas e suas escolhas dentro e fora do esporte.

 

Agilidade cerebral - Como seus movimentos pedem agilidade, força, concentração, memória e reflexos, ajuda na melhoria da condição motora e mental. Pois o seu poder está na mente e não no corpo.

 

Comemorar suas conquistas e valorizar seu próprio esforço - “Muitas crianças carentes pensam que não possuem futuro e nem profissão que possam seguir. Nós mudamos isso, os ajudamos a ver um futuro lindo e os incentivamos. Já tivemos alunos que viajaram para fora do país para disputar um campeonato de karatê e voltaram com medalhas. Eles só precisam de estímulo”, comemora Siméia Moraes, CEO da Fundação, que acredita no esporte como ferramenta de transformação social.


Saber e não aplicar é o mesmo que não saber

Aquelas grandes ou pequenas ideias, que iniciam um negócio ou empreendimento nascem de identificação de uma necessidade, ou mitigar uma dor ou trazer alguma satisfação, todo produto e serviço comercializado e oferecido tem, no fundo, estes dois vieses.

Quando um conceito surge de forma revolucionária ou “disruptiva”, haverá um grupo que vai incentivar. Outro vai dizer que não vai dar certo. Poderíamos aqui fazer o paralelo de mentalidade fixa e mentalidade de crescimento, ou excesso de duvida, falta de fé ou otimismo, ou pessimismo em excesso.

Seja qual for a ancoragem usada para duvidar ou impulsionar a realização de uma ideia, abordando apenas o ponto de vista de empresas e negócios, pode-se dizer que “sonho é sonhado sozinho e realizado em grupo”, ou seja, para tirar a ideia da cabeça para o papel, é necessário o envolvimento de mais pessoas e recursos.

É transformando ideias em algo verdadeiramente palpável e factível que nascem as empresas. E não se engane de achar que são somente negócios da área de tecnologia, é qualquer empreendimento que traga inovação.

Aliás, com o advento da tecnologia, as ideias podem ser testadas mais rapidamente e validadas em planos de negócios cada vez assertivos, ou mesmo, como a maioria dos empreendedores faz, por tentativa e erro. Considerando este modelo, mesmo com suporte, 50% das startups não passam de cinco anos de operação.

Se apenas metade das startups sobreviver mais de cinco anos e apenas um terço chegar a 10 anos, o que poderia diferenciar uma empresa fadada a morte de uma com crescimento sustentável?

Além de um bom plano de negócio e suporte de especialistas, criar e seguir uma estratégia de crescimento é o inicio de uma melhor perspectiva de futuro, com visão clara e direcionamentos, alinhados a uma plano de gestão para garantir o alcance das metas.

Boa parte dos executivos, empresários e empreendedores já sabem disso tudo, e por que será que não praticam e colocam em prática? Uma lista com centenas de fatores poderia ser citada, porém, vale destacar apenas um: “a mentalidade do empresário”.

Se ele não acredita que pode ser ajudado, não irá ser; se não acredita em planejamento, não ira fazer; e se fizer, não vai seguir adiante, seja por medos e traumas de experiências anteriores, ou muitas vezes por ter mais pressa em testar e ter resultados, por depender financeiramente e mentalmente de resultado imediato.

Desenvolver uma estratégia de crescimento não é um processo único e simples. De fato, devido às mudanças nas condições do mercado vários fatores precisam ser ponderados e respeitados. Uma estratégia de crescimento envolve mais do que simplesmente imaginar o sucesso no longo prazo. Envolve pesquisa, simulações, testes, feedbacks, aplicações, correções de rotas, em todas as áreas da empresa.

Agir para ter, aplicar e adaptar o plano de gestão e alinha a estratégia empresarial vai suavizar as ineficiências da empresa, refinar e potencializar os pontos fortes, mitigar os pontos fracos e impeditivos de prosperar o negócio, além de permitir uma melhor adequação ao mercado e a clientes, propiciando maior possibilidade de sucesso empresarial.

Ao utilizar as estratégias de crescimento empresarial adequadas para mercado, é possível estimular vendas, gerar demanda e aumentar o seu faturamento. Por isso, saber fazer uma empresa crescer de forma sustentável e segura é um processo que leva tempo e exige dedicação, calma, paciência, empenho, muita ação e perseverança, só fortalecidos quando há um verdadeiro e claro objetivo.

 

Fábio Lima - consultor e mentor especialista em gestão empresarial, CEO da LCC - Light Consulting e Coaching. www.lightconsulting.com.br


Quem vai proteger a sua privacidade na internet quando você morrer?

O conteúdo do acervo digital, que incluí fotografias, mensagens e conversas íntimas, pode ser exposto caso não haja precaução 

A herança digital está entre os temas mais debatidos atualmente, em especial após a pandemia de covid-19, que afetou a sociedade nas mais diversas esferas e desencadeou um aumento da utilização das plataformas e ferramentas on-line. O Direito, que sofre direta influência das transformações sociais e históricas, apreendeu muitas das questões que guardam relação com a sucessão digital e que trazem em si dois temas frequentes nos últimos dois anos: a morte e a internet.

Apesar da importância da matéria, o Direito Brasileiro não conta com previsão legal que verse sobre ou regulamente a transmissibilidade do acervo digital após a morte do usuário. Também carece de previsão legal a destinação e o tratamento das informações que permanecem nas plataformas digitais após a morte do seu titular (como mensagens e fotos, por exemplo).

O advogado e sócio-fundador do Medina Guimarães Advogados, José Miguel Garcia Medina, explica que o denominado acervo digital é composto por tudo aquilo que compõem a atividade e utilização do usuário na internet, como, por exemplo, as redes sociais, arquivos em nuvem, plataformas de streaming, canais no YouTube, sites, e-mails. Nesse contexto, a problemática sobre a morte do usuário passa não só pela mensuração e exploração econômica do conteúdo digital deixado pelo falecido, mas também pelas situações jurídicas existenciais decorrentes da sucessão.

“Com efeito, como discorrido na Constituição Federal Comentada de minha autoria, a privacidade e a intimidade da pessoa devem ser protegidas mesmo após sua morte. Pense-se, por exemplo, em mensagens íntimas trocadas entre usuários titulares de contas em rede social. Nesse caso, não se está diante de bem que integra a herança que, como tal, é transferida com a morte”, explica.

Recentemente, no âmbito do Juizado Especial Cível da Comarca de Santos (SP), foi concedido ao pai de um jovem falecido o direito de acessar os arquivos salvos na “nuvem” do celular pertencente ao falecido. Nos termos da sentença, proferida nos autos nº 1020052-31.2021.8.26.0562 de Tutela Antecipada Antecedente, publicada em 21 de janeiro de 2022, as circunstâncias que envolveram o caso estiveram devidamente comprovadas, restando claro o interesse de seus familiares no acesso aos dados armazenados por ele, notadamente fotos e outros arquivos de valor sentimental, como últimas lembranças. Também na decisão, foi utilizado como fundamento o fato de o requerente não ter deixado filhos, na ordem sucessória do artigo 1.829 do Código Civil, de forma que seus genitores passaram a ser seus legítimos herdeiros.

A advogada do Medina Guimarães Advogados Mariana Barsaglia Pimentel explica que a decisão, apesar de levar em conta os anseios dos familiares em luto, não se debruçou sobre a vontade não manifestada do de cujus e sobre os direitos da personalidade do falecido, em especial sobre a sua privacidade e intimidade, que, geralmente, pertencem ao seu titular e não são transmissíveis aos herdeiros. Além disso, como comentado por outros especialistas. como Joyceane Menezes, deixou-se de considerar que, entre as fotos e vídeos constantes na nuvem, é possível que se encontrem arquivos enviados por terceiros ao falecido com a expectativa de que o acesso seria apenas de quem os recebeu.

A vontade dos usuários acerca do “destino” do acervo digital pode ser manifestada por meio de testamento ou codicilo, ou, ainda, perante as próprias plataformas digitais. A Apple, por exemplo, disponibiliza o recurso denominado “legado digital”, por meio do qual permite designar uma ou mais pessoas para serem “herdeiros digitais” com acesso à conta do iCloud (nuvem) em caso de falecimento do titular. Do mesmo modo, o Facebook permite que seus usuários escolham determinada pessoa para o gerenciamento da conta em caso de morte.

Em que pese as ferramentas disponíveis, são raros os casos daqueles que antecipadamente deliberam sobre a transmissibilidade do seu acervo digital após a sua morte.

A matéria aqui debatida não tem resolução ou resposta simples e comporta discussões que perpassam temas como proteção de memória da pessoa falecida, exploração econômica do acervo digital, sucessão de criptomoedas, entre outros. As questões que se colocam perante os operadores do Direito são muitas e demandarão um repensar sobre o Direito Sucessório e o Direito Digital como um todo.


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