Em meio
a tantas discussões sobre métodos de tratamento para a atual crise de saúde que
vivemos, em que não se conhece exatamente a “doença” e as formas que o agente
agressor ataca a fisiologia do organismo, devemos nos dar conta de que os
profissionais da “linha de frente” são os atores principais nesse combate e,
por isso, vêm sendo chamados heróis. A eles a sociedade vem se mostrando
agradecida, reconhecendo dia após dia seu valor.
Dentre
médicos e enfermeiros que enfrentam as situações de emergência em saúde dentro
dos hospitais, outros profissionais — que antes eram pouco reconhecidos nessas
instituições — vêm ganhando destaque. É o caso, por exemplo, dos fisioterapeutas
que têm habilitação em fisioterapia respiratória e cuidados intensivos, em
tratamentos de patologias que acometem os pulmões e em situações de
internamentos em UTIs. Eles são verdadeiros “pilotos” na direção de suportes
ventilatórios que mantêm a vida, como os ventiladores mecânicos, indispensáveis
máquinas a serem utilizadas neste momento de combate aos sintomas e afecções
que a Covid-19 instala no organismo de pacientes por todo o mundo —
especialmente em populações de risco e com condições crônicas de saúde.
A
pneumonia intersticial viral, marca registrada da Covid-19, resulta em
insuficiência respiratória hipoxêmica grave, o que significa dizer que os
pacientes encontram grandes dificuldades para oxigenar o corpo e seus vários
sistemas, necessitando de ajuda temporária desses equipamentos até que o
próprio organismo consiga debelar o invasor viral.
Embora
a Covid-19 tenha trazido vários desafios “novos” ao sistema geral de saúde, o
fisioterapeuta intensivista, especialidade estabelecida em todo o mundo, já
possuía habilidades e competências para atuar frente a casos de vida e morte em
unidades de terapia intensiva e também frente às afecções que cursam e evoluem
nos pacientes graves. Outras atuações profissionais do atendimento multiprofissional
nesses internamentos são no sentido de minimizar as consequências da
hospitalização e do tempo de internação, facilitando a recuperação desses
pacientes.
O
suporte ventilatório na Covid-19 inclui várias abordagens e inicia com a
assistência à intubação orotraqueal, onde um tubo é instalado pelas vias aéreas
para chegar aos pulmões e permitir que os ventiladores mecânicos controlem a
respiração a partir de então. O suporte e gerenciamento dessas máquinas é feito
exclusivamente pelos fisioterapeutas nas UTIs, assim como a remoção das
secreções, alterações de decúbito para melhorar trocas gasosas e desmame da
ventilação quando o paciente tem seu quadro resolvido.
Em
alguns hospitais do Brasil, fisioterapeutas respiratórios e intensivistas têm
recebido destaque nacional com criações de protocolos, métodos e instrumentos
para melhorar ainda mais as soluções em meio ao cenário de tratamento da
doença.
Dentre
protocolos de manejo e de ventilação mecânica compartilhados, surgem métodos
inovadores de utilização das VNIs (ventilação não invasiva), objetivando
diminuir a proporção de intubação dos pacientes e obter êxito durante o
internamento.
É
gratificante identificarmos que nossos profissionais, fisioterapeutas
brasileiros, também exercem papéis de destaque no combate ao coronavírus. Além
disso, todas as propostas de inovação vêm sendo valorizadas pelas categorias
profissionais e instituições de classe e, por meio de estudos científicos que
comprovem a efetividade e segurança, podem ou poderão fazer parte de novos
protocolos de combate.
Nesse
sentido, destaca-se aqui o valor profissional do fisioterapeuta no contexto de
saúde atual e reforça-se a necessidade de atualização profissional constante,
assim como necessidade da pesquisa científica dentro desse cenário a fim de
continuarmos em constante desenvolvimento e evolução, o investimento em
pesquisa e infraestrutura são prevalentemente cruciais para o salvamento de
muitas vidas!
Continuemos
com força, determinação, pesquisa, engajamento e conhecimento combatendo esse
inimigo invisível!
Fernanda
M. Cercal Eduardo - coordenadora do curso de Fisioterapia do Centro
Universitário Internacional Uninter.
Thayse
Zerger Gonçalves Dias - tutora do curso de Fisioterapia do Centro Universitário
Internacional Uninter.