A doença que era
motivo de preocupação apenas em adultos, agora já se tornou uma epidemia entre
crianças e adolescente
O número de
crianças e adolescentes obesos aumenta no mundo todo e o Brasil infelizmente
não fica de fora dessa lista. Estima-se que 13% dos meninos e 10% das meninas
com idade entre 5 a 19 anos sofrem com obesidade ou sobrepeso. Segundo o IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), uma em cada três crianças de
5 a 9 anos estão acima do peso.
A obesidade
infantil é considerada uma das principais doenças em crianças até 12 anos no
mundo, sendo caracterizada pelo excesso de gordura corporal. A OMS e o Imperial
College alertam em estudo que possivelmente podemos ter mais crianças obesas no
mundo do que abaixo do peso em 2022. Para 2025, a estimativa é que chegaremos a
75 milhões de crianças obesas no planeta. Além disso, estudos apontam que
pessoas que tiveram obesidade enquanto crianças tem o dobro de chances de
desenvolver fatores limitante para realizar tarefas simples aos 50 anos.
Um dos principais
fatores que podem estar relacionados a esse aumento é a má alimentação. Boa
parte dos alimentos das crianças consiste em itens processados e
industrializados, o que aumenta consideravelmente o consumo energético, além de
não possuir uma quantidade adequada de nutrientes importantes para o bom
funcionamento do organismo.
Em paralelo a
hábitos alimentares inadequados, houve uma mudança drástica no âmbito da
tecnologia que afetou diretamente a rotina de exercícios das crianças.
Brincadeiras que antigamente envolviam um gasto energético considerável, hoje
são substituídas por celulares, vídeo games, e outras ferramentas que não
demandam grande utilização do aparelho locomotor, resultando assim, em uma
quantidade de calorias ingeridas muito superiores a quantidade que é gasta pela
criança por meio do exercício, possibilitando um acumulo gradativo de gordura
corporal.
Em decorrência da
obesidade infantil, podemos associar doenças como hipertensão, diabetes,
aumento do colesterol, gordura no fígado, doenças respiratórias e
osteoarticulares, além da depressão e isolamento social. Estudos indicam que
uma criança obesa tem 75% mais chance de ser um adolescente obeso, assim como
um adolescente obeso tem 89% mais chance de se tornar um adulto obeso.
Sendo assim, além de todas as doenças associadas à obesidade infantil,
problemas como infarto e AVC têm maiores chances de acontecer em adolescentes e
adultos com esse histórico.
Como forma de prevenção
e até mesmo tratamento é muito importante além da reeducação alimentar, a
inclusão de exercícios físicos para auxiliar na perda gradativa de peso. O
tratamento visa proporcionar um equilíbrio entre o consumo de calorias e o
gasto proveniente das atividades realizadas diariamente. É muito importante que
o planejamento de exercícios seja realizado com atividades que condizem com a
idade da criança, possibilitando uma prática prazerosa e ao mesmo tempo
eficiente para a perda de peso.
A inclusão de
esportes como futebol, corrida, natação, lutas, vôlei, são muito interessantes,
porque além de proporcionar uma rotina mais saudável e ativa, são considerados
mais completos porque possibilitam também uma interação com outras crianças,
além de desenvolver aspectos relacionados a cooperação, trabalho em equipe e
até competitividade, importantes para a formação da criança.
No entanto, outras
atividades simples como bicicleta, amarelinha, dança, esconde-esconde, pular
corda, pega-pega, também já promovem bons resultados. O mais importante é
trabalhar a ludicidade enquanto a atividade é realizada, proporcionando uma
adesão mais consistente e bem-estar para a criança.
Portanto, dentre
as principais recomendações podemos citar:
- Diminuição do consumo de alimentos calóricos,
processados e industrializados;
- Aumento do consumo de vegetais;
- Diminuição da utilização de aparelhos
eletrônicos e videogames;
- Aumento da prática diária de exercícios;
- Exercícios como caminhada, corrida, bicicleta,
ou qualquer outro tipo de esporte inclusive musculação, não estão
associados a qualquer tipo de lesão e pode ser introduzido durante 20 a 30
minutos, no mínimo três vezes por semana, com total segurança e de
preferência com orientação profissional capacitada, tendo ligação direta
com redução de riscos cardiovasculares, melhora no perfil lipídico,
redução da gordura corporal e diminuição de sintomas de doenças
respiratórias.
Lucas Cardoso - Educador
Físico, Especialista em Prevenção de Lesões e Doenças Musculoesqueléticas
e Felipe Mascarelo, Educador Físico, Especialista
em Musculação e Condicionamento Físico – Sócios
Fundadores da LF Performance, consultoria especializada em treinamentos online
e semipresenciais.
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