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sexta-feira, 6 de julho de 2018

Eleição e dois projetos de reforma


O Brasil, pela enésima vez desde 1992, volta a discutir a reforma tributária. Desta vez o elemento deflagrador é a eleição presidencial. Candidatos de todos os partidos são obrigados a se posicionarem a respeito do tema, que certamente terá que ser enfrentado a partir de 2019.

Há muito tempo a sociedade brasileira assimilou a ideia de que o sistema tributário nacional é burocrático, desigual, de elevado custo e que estimula a sonegação. É a pior estrutura do planeta, de acordo com o Banco Mundial.

Basicamente há duas linhas de pensamento envolvida com o processo de reformulação da estrutura doméstica de tributos. Uma é a que o deputado Luiz Carlos Hauly apresentou na Câmara dos Deputados unificando meia dúzia de impostos sobre o valor agregado, criando um IVA, e a outra é a que se baseia em um projeto (PEC 474/01), que junta todos os tributos federais em um imposto único que seria cobrado sobre a movimentação bancária.

A ideia do IVA tem sido citada como uma forma de combater a guerra fiscal e simplificar a estrutura de impostos e contribuições do país. Tais diretrizes atendem parte das exigências de reforma do obsoleto, carcomido e caótico sistema tributário brasileiro. Contudo, ainda que importantes, estas ações não são suficientes para classificar o projeto do deputado Hauly como eficaz para atender várias demandas fundamentais. Há questões relevantes que devem ser analisadas cuidadosamente, sob pena de aprofundamento das anomalias que comprometem o desempenho da economia.

O principal problema do sistema tributário brasileiro é a evasão de receita pública. A estimativa da sonegação anual está na casa de meio trilhão de reais de acordo com o Sindicato dos Procuradores da Fazenda Nacional (Sinprofaz). O fenômeno é seguramente uma das causas do caótico e desigual padrão de incidência do ônus tributário entre os contribuintes no país. Quem paga impostos no Brasil paga demais, pois precisa compensar a gigantesca fuga de arrecadação que equivale a 8% do PIB. Por outro lado, garantir a arrecadação plena mediante medidas coercitivas eficazes implicaria asfixiar a economia brasileira com acréscimos insuportáveis na carga tributária bruta.

Levar o projeto do IVA adiante seria o mero “aperfeiçoamento do obsoleto”, como afirmou Roberto Campos em certa ocasião ao avaliar proposta semelhante à apresentada pelo deputado Hauly. O sistema declaratório se manteria burocrático, sua alíquota seria na casa de 25%, a estrutura permaneceria vulnerável à sonegação e nada mudaria em termos de redistribuição da carga tributária entre os contribuintes.

A alternativa seria caminhar na direção de um imposto único federal. Mas não com base no valor adicionado, como propõe Hauly, e sim sobre a movimentação bancária, como prevê a PEC 474/01. É a reforma capaz de promover uma simplificação radical no sistema, a alíquota seria em torno de 1,5%, a sonegação seria praticamente eliminada e a redistribuição do ônus sobre os contribuintes tornaria a estrutura mais equânime.

É preciso comparar as duas propostas. A do IVA é de reduzido alcance e pouco muda a situação atual. A do imposto único sobre a movimentação financeira representa um novo paradigma capaz de promover o tão almejado desenvolvimento econômico sustentado.







Marcos Cintra - doutor em Economia pela Universidade Harvard (EUA) e professor titular de Economia na FGV (Fundação Getulio Vargas). Foi deputado federal (1999-2003) e autor do projeto do Imposto Único.

Consumo de energia elétrica cresce 1,9% no Estado de São Paulo em 2017



Setor industrial, responsável por 42% do consumo, registrou aumento de 2%


A Secretaria de Energia e Mineração de São Paulo divulgou nesta quinta-feira 5 de julho, levantamento que mostra que a energia elétrica consumida no Estado em 2017 registrou aumento de 1,9%, em relação ao ano anterior. O setor industrial, responsável por 42% do mercado de eletricidade paulista, puxou o crescimento com alta de 2%. As residências, responsáveis por 26% do consumo, apresentaram uma elevação de 2,3% e o comércio variou positivamente 0,8% no período. 

“Esse é o segundo ano consecutivo que o consumo de energia registra aumento no estado de São Paulo, o que mostra a retomada da atividade industrial e a volta da confiança da população”, explica o secretário de Energia e Mineração, João Carlos Meirelles. 

A energia elétrica total utilizada em São Paulo no ano passado totalizou 148.321 gigawatt-hora (GWh), contra 145.515 GWh em 2016. O setor industrial consumiu no ano passado 61.991 GWh, seguido pela classe residencial com 38.988 GWh utilizados e o comércio com 28.185 GWh. 

Os demais setores (agropecuário, setor público e transportes) correspondentes a 11% do total, consumiram 15.731 GWh em 2017, volume que representou um aumento de 9% em relação ao ano anterior. 

O consumo paulista ainda está 3,2% abaixo do recorde de utilização de energia, que ocorreu em 2013 quando foram consumidos 153.147 GWh. 

Já a geração de eletricidade apresentou expressivo crescimento devido a significativa recuperação nos volumes de água nos reservatórios paulistas, o que provocou o desligamento das usinas térmicas a gás natural entre fevereiro e dezembro do ano passado. 

São Paulo produziu no ano passado 74.899 GWh de energia elétrica, aumento de 11,1% em relação ao ano anterior. O estado exportou 15.642 GWh e importou outros 100.479 GWh. 



São Paulo é o quarto maior estado produtor de bens minerais do país em 2017




Brita, areia, água mineral, calcário, argila e fosfato representam 95% da arrecadação da Cfem
 

A Secretaria de Energia e Mineração divulgou nesta quinta-feira, 5 de julho, o Informe Mineral do Estado de São Paulo 2018, ano base 2017. Segundo o estudo, o Estado se manteve como o quarto maior produtor de bens minerais do Brasil. O ranking é elaborado de acordo com a arrecadação da Cfem - Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais. 

São Paulo arrecadou no ano passado R$ 56,3 milhões, valor 2,5% inferior ao ano anterior. O setor de construção, responsável por 70% do total arrecadado, puxou a queda com a diminuição da produção de brita, areia, calcário e argila. 

A arrecadação deste ano não estará diretamente relacionada com os fatores de retomada econômica como explica o secretário de Energia e Mineração, João Carlos Meirelles. “Com a nova legislação da Cfem que alterou as alíquotas de incidência do recolhimento, a base de cálculo e a participação na distribuição entre estados e municípios, teremos um novo ciclo na arrecadação onde novos patamares serão definidos”. 

O valor bruto das operações durante 2017 chegou a R$ 3,2 bilhões em bens minerais faturados para diversas cadeias produtivas da indústria estadual.
A produção de água mineral apresentou um crescimento de 22% na arrecadação da Cfem em relação a 2016, aumentando a sua participação na arrecadação global de 17% para 21%. 

A parte da arrecadação destinada ao Governo do Estado foi de R$ 12,9 milhões, já os municípios paulistas produtores de bens minerais ficaram com R$ 36,6 milhões. O governo federal ficou com R$ 6,8. 

O grupo formado por brita, areia, água mineral, calcário, argila e fosfato representam 95% da arrecadação ficando todos os demais bens minerais com 5%. 

Cajati continua sendo o município que mais produz minerais no Estado de São Paulo. A cidade da região de Registro conta com a empresa Vale que tem capacidade produtiva de fosfato bicálcico de 635 mil toneladas. Em segundo lugar aparece o município de São Paulo que produz brita e água mineral, seguido de Mogi das Cruzes que é um importante produtor de brita e areia. 

Dos 645 municípios paulistas, 15 deles respondem por aproximadamente 46% do total arrecadado pela Cfem no Estado conforme a tabela abaixo.


Maiores Arrecadadores
 
 
Arrecadador (Município)
Operação (R$)
Arrecadação (R$)
Participação no Estado (%)
1
CAJATI
213.631.859
4.194.121
7%
2
SÃO PAULO
218.413.838
2.977.278
5%
3
MOGI DAS CRUZES
173.529.309
2.934.515
5%
4
CAMPOS DO JORDÃO
125.712.947
2.516.418
4%
5
SALTO DE PIRAPORA
100.886.960
1.967.605
3%
6
BAURU
87.066.068
1.741.428
3%
7
ANALÂNDIA
98.280.542
1.560.763
3%
8
RIO CLARO
67.145.517
1.488.278
3%
9
DESCALVADO
75.479.661
1.265.457
2%
10
LINDÓIA
41.415.367
1.155.186
2%
11
JUNDIAÍ
59.617.386
942.966
2%
12
TAUBATÉ
44.484.436
925.425
2%
13
GUAPIARA
33.156.882
812.574
1%
14
JAMBEIRO
22.101.475
756.747
1%
15
BARUERI
37.133.590
753.893
1%
No ano passado, Minas Gerais foi responsável por 42% da arrecadação total, seguido por Pará com 37%, Goiás com 5% e São Paulo com 3%. A Cfem é recolhida pelas empresas à ANM - Agência Nacional de Mineração, que sucede o DNPM - Departamento Nacional de Produção Mineral.
Abaixo a tabela com as dez substâncias que mais arrecadaram Cfem para o Estado e o país durante o período de 2017.



Substância
Quantidade Títulos
Arrecadação CFEM R$
Participação no Estado
Participação no Brasil




1
Água Mineral
161
11.629.081
21%
29%
2
Areia
779
10.738.558
19%
46%
3
Granito
81
7.208.314
13%
20%
4
Calcário
30
5.273.708
9%
11%
5
Basalto
63
4.474.936
8%
27%
6
Apatita
1
3.759.993
7%
27%
7
Argila
276
2.539.590
5%
33%
8
Gnaisse
12
1.335.606
2%
11%
9
Diabásio p/ Brita
10
1.318.182
2%
80%
10
Areia de Fundição
9
1.050.120
2%
61%

Mineração em São Paulo
 
O Estado de São Paulo também é o maior consumidor de bens minerais e o principal produtor de equipamentos e insumos para a indústria mineral, empregando mais de 200 mil trabalhadores. 

Segundo a ANM, o Estado possui mais de 3 mil áreas habilitadas para atividade de mineração. Só a Região Metropolitana de São Paulo recebe, diariamente, mais de 9 mil carretas de areia e brita. Diferentemente de outros estados, 
predominantemente exportadores, São Paulo é o destino final destes insumos, gerando riqueza e renda local. 

A Subsecretaria de Mineração da Secretaria de Energia e Mineração tem o objetivo de garantir, de forma sustentável, o suprimento de insumos minerais para a indústria, construção e agricultura, além de incentivar a modernização tecnológica na pesquisa, produção e beneficiamento mineral. 



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