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quinta-feira, 3 de maio de 2018

10 perguntas e respostas sobre o porquê escolher a cirurgia robótica


O robô opera sozinho? É seguro? Quais os benefícios?; São algumas das dúvidas tiradas pelos especialistas


Pode parecer estranho, mas ser operado por um robô é o que há de mais moderno atualmente na medicina. Os primeiros modelos chegaram há 10 anos no Brasil. Hoje, para serem habilitados à realização de cirurgias robóticas, os especialistas precisam participar de cursos de formação e se manterem atualizados. Esse rol de exigências traz segurança e confiabilidade à modalidade. Mas, ainda há quem duvide da segurança da cirurgia realizada por meio de um robô, mesmo com essa gama de processos e estudos existentes em torno do tema.

Os médicos Dr. Murilo de Almeida Luz, coordenador do Programa de Cirurgia Robótica do Hospital e Maternidade São Luiz Itaim, e Dr. Fabio Thuler, coordenador do Programa de Cirurgia Robótica do Hospital São Luiz Morumbi, tiram as 10 dúvidas mais frequentes sobre os procedimentos:


1.                  Como funciona a cirurgia robótica?

A cirurgia robótica é realizada por meio de pequenas incisões feitas no corpo do paciente, exatamente como acontece em procedimentos realizados por meio de laparoscopia. A diferença é que agora são introduzidos os braços do robô com os instrumentos cirúrgicos e a câmera.


2.                  O robô realiza a cirurgia sozinho?

Não. Todos os movimentos são feitos pelo cirurgião, que controla o robô por meio de um console de comando com binoculares, com visão de alta definição em 3D, e “joysticks” para controle dos braços mecânicos que reproduzem com precisão os movimentos do médico, de uma maneira mais delicada, harmônica e muito estável, eliminando qualquer possibilidade de tremor.


3.                  O procedimento é seguro?

Sim, caso o cirurgião faça alguma ação imprevista, o robô aciona um dispositivo de segurança que trava instantaneamente o equipamento, o que evita qualquer dano ao paciente. Outro ponto importante, se o médico retirar o rosto da tela de controle, o robô também “deixa de funcionar” imediatamente. 


4.                  Qual a diferença entre a cirurgia robótica, a laparoscopia e a cirurgia aberta?

Comparado à cirurgia aberta e à cirurgia laparoscópica, o robô traz grandes avanços, já que até a chegada da plataforma robótica as cirurgias eram realizadas em visão 2D e instrumentos menos articulados, que dificultavam os movimentos mais detalhados do profissional.


5.                  Toda cirurgia pode ser feita pela plataforma robótica?

Sim. Toda cirurgia que pode ser feita via laparoscopia também pode ser realizada por meio da plataforma robótica. 


6.                  A cirurgia contempla quais especialidades?

As cirurgias robóticas podem ser feitas em quase todas as especialidades, mas principalmente em oncologia, ginecologia, urologia, cirurgia torácica, cirurgia geral, cirurgia do aparelho digestivo e cirurgia bariátrica.


7.                  Há um perfil de paciente que não pode passar pela cirurgia?

Pode-se dizer que todos os pacientes que podem se submeter a uma cirurgia estão aptos a realizar cirurgia por meio da plataforma robótica. 


8.                  Como funciona a recuperação da cirurgia robótica?

O sistema robótico tem possibilitado aos pacientes alternativas positivas para o tratamento, de maior eficiência quando comparada com os métodos tradicionais, cortes menores, menos dor e desconforto no pós-operatório, diminuição da perda de sangue e hemorragias durante a cirurgia, possibilitando ao paciente um retorno mais rápido às atividades do dia a dia.


9.                  Quais são os benefícios da cirurgia para o médico?

A plataforma robótica ganha ainda mais espaço quando relacionado a procedimentos complexos que exigem muitas horas de dedicação da equipe médica. O robô trouxe ergonomia para o médico, que consegue realizar movimentos com os braços robóticos impossíveis de serem reproduzidos por mãos humanas. Além disso, possui visão de alta definição em 3D e braços mecânicos que eliminam possibilidades de tremor, que poderiam surgir em cirurgias com muitas horas de realização. 


10.               A cirurgia é coberta pelo plano de saúde?

Não. Os procedimentos realizados pela plataforma robótica não são contemplados pelos planos de saúde.





Hospital São Luiz
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Água fervendo é a principal causa de queimaduras em crianças


A maior parte das queimaduras acontece em casa, com crianças até dois anos de idade. Acidentes com meninos são mais frequentes do que com meninas


Se você tem filhos, é bom prestar atenção nessa informação: acidentes domésticos envolvendo crianças são mais comuns do que se possa imaginar e, infelizmente, podem deixar marcas para o resto da vida, especialmente se o acidente causar uma queimadura. Segundo o Ministério da Saúde, cerca de um milhão de pessoas sofrem queimaduras no Brasil por ano, sendo as crianças as principais vítimas.

Um estudo feito pela Unidade de Tratamento de Queimados, da Divisão de Cirurgia Plástica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP), mostrou que a maior ocorrência de queimaduras aconteceu em crianças com até dois anos de idade, sendo a escaldadura a causa mais frequente de queimadura. Nas crianças entre 5 e 13 anos, a causa mais comum é a combustão por álcool. Outro dado que chamou a atenção, foi que 68,4% dos acidentes ocorreram com meninos.

Segundo o cirurgião plástico, Dr. Luiz Molina, presidente da Sociedade Brasileira de Queimaduras e Professor Assistente da Disciplina de Cirurgia Plástica do HC-FMUSP, a queimadura é uma lesão provocada por contato direto com alguma fonte de calor ou de frio, produtos químicos, eletricidade, radiação, animais ou plantas (lagartas, água-viva, etc.).

“Entretanto, no dia a dia o mais comum são crianças que acidentalmente tiveram contato com água ou outro líquido fervente, principalmente na cozinha. Infelizmente, as queimaduras são a quarta causa de óbito e hospitalização por acidente de crianças e adolescentes menores que 14 anos. Além do risco de morte, as queimaduras costumam deixar cicatrizes que duram toda a vida e têm um enorme impacto social e emocional”, comenta Dr. Molina.
 

Quanto mais profunda a lesão, maior o risco de cicatriz
 
As queimaduras podem ser de primeiro, segundo e terceiro graus. Essa classificação vai depender de quão profunda foi a lesão. “A mais grave é a de terceiro grau, que atinge todas as camadas da pele, podendo chegar até ao osso.”, explica o especialista.  As cicatrizes estão diretamente relacionadas com a profundidade da lesão.

Nas queimaduras de terceiro grau é necessário realizar cirurgias reparadoras com enxerto de pele. “O tratamento é longo, complexo e multidisciplinar. Atendemos centenas de crianças e adolescentes vítimas de queimaduras em nosso serviço e percebemos que é fundamental oferecer suporte para resgatar a autoestima e autoconfiança deste público”, diz Dr. Molina.


Projeto Acampamento NR
 
Ao longo da sua carreira, atuando na área de queimaduras, Dr. Molina decidiu se envolver em um trabalho social voltado para crianças e adolescentes vítimas de queimaduras.

“Acabei me envolvendo com a causa e faço parte da organização não-governamental CampSamba, que junto com a Sociedade Brasileira de Queimaduras, na qual sou presidente, organiza um acampamento voltado para esse público todos os anos com o objetivo de promover experiências de convívio social com outras crianças. Isso ajuda a resgatar e fortalecer a autoestima e autoconfiança de crianças que sofreram queimaduras”.


Viabilização do acampamento depende de patrocínio
 
Este ano, o acampamento acontecerá entre os dias 21 e 24 de junho e devem participar cerca de 50 crianças. Entretanto, para viabilizar o projeto, os organizadores criaram um crowdfunding, cujas contribuições podem ser de R$10 a R$ 2 mil reais (cota de um patrocínio completo de uma criança).

Para mais informações acesse:  www.campsamba.com.br


Desperdício pode acabar com planos de saúde em 20 anos


O setor de saúde suplementar está há anos-luz da indústria quando o assunto é controle de desperdício. Enquanto no setor industrial o nível de excelência é tão alto que a busca do desperdício é feito na casa dos decimais, na área da saúde estudos calculam desperdícios de 30 a 50% de recursos financeiros mal utilizados. E não é uma situação vista apenas no Brasil – está relacionada à forma como foi moldado e como funciona o sistema de saúde. Portanto, podemos dizer que é uma culpa compartilhada por todos os envolvidos.

Nosso modelo de saúde tem vários problemas, como o fato de privilegiar o especialista em detrimento do médico generalista e ser baseado na medicina tecnológica. Os desperdícios em diversas escalas tendem a tornar o sistema insustentável em curto prazo. Essa questão é um problema cultural, de difícil solução, mas que precisa ser discutida. Caso contrário, em 20 anos, não teremos mais dinheiro para bancar a saúde. 


A culpa é dos médicos. Hoje vemos que a medicina tecnológica se sobrepõe à medicina humanística. Muitas vezes, os pacientes solicitam aos médicos exames desnecessários. Em outras, para ter segurança, o médico deixa de lado a história, o exame clínico e apoia suas decisões e condutas em exames de laboratório desnecessários. A própria tecnologia também contribui nesse cenário. Os pacientes fazem buscas na internet sobre exames e procedimentos, levando solicitações ou exigências aos médicos. O que observamos, entretanto, são índices de normalidade em exames em torno de 90% - que em sua maioria não tinham justificativa para serem solicitados. O desperdício é comprovadamente muito alto.


A culpa é do cliente. O pensamento de que médico bom é o que pede exames é cada vez mais comum, contribuindo para o para o aumento da requisição desnecessária de exames. 

Além disso, outro grande problema é em relação ao não comparecimento às consultas. Trabalhamos hoje com um índice de faltas de 25 a 30%. São consultas às quais o paciente não comparece e não desmarca. O desperdício também ocorre quando são feitas consultas aos especialistas sendo que em 90% dos casos um médico generalista resolveria o problema.


A culpa é dos hospitais. O modelo de remuneração vigente nos hospitais é o de serviço prestado, não considerando a qualidade do serviço. Existem estudos que mostram uma possível solução pela remuneração por excelência e resultado. Alguns países já estão buscando essa mudança realizando pagamentos por pacote. Os hospitais com melhor resultado ganham um valor maior e os que não se importam com o resultado consequentemente recebem menos. 


A culpa é das operadoras. Nas operadoras falta uma coisa básica, que é a comunicação das informações. Então, o indivíduo comparece em um consultório e o médico solicita diversos exames. Algum tempo depois, outro profissional irá solicitar novamente os mesmos exames. Poucas empresas possuem sistemas que interligam essas informações. É um exemplo de algo simples de ser implantado e que poderia contribuir para diminuir o desperdício.




Cadri Massuda - presidente da regional PR/SC da ABRAMGE-Associação Brasileira de Planos de Saúde.

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