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quinta-feira, 3 de maio de 2018

Casos de demência triplicarão até 2050: Brasil ainda enfrenta barreiras para diagnóstico precoce


A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que o número de casos de demência triplique até 2050, atingindo mais de 152 milhões pessoas ao redor do globo. Tal aumento deve-se ao envelhecimento populacional e continuará a atingir principalmente países de baixa e média renda. Para abordar o tema com mais profundidade, especialistas em diagnóstico por imagem vão se reunir em São Paulo/SP, a fim de apresentar e debater o que há de mais recente e avançado sobre tratamento e detecção da doença, durante a 48ª Jornada Paulista de Radiologia, de 3 a 6 de maio.

A Jornada Paulista de Radiologia reunirá especialistas internacionais para discutir a imaginologia da demência. O Dr. Marcelo Gálvez, presidente da Sociedade Chilena de Radiologia, e a Dra. Noriko Salamon, professora do Departamento de Radiologia da UCLA David Geffen School of Medicine, participarão do módulo de Neurorradiologia.

Demência é um “termo guarda-chuva” para denominar diversas doenças que afetam progressivamente, em sua maioria, a memória, o comportamento e as habilidades cognitivas. A mais comum é o Alzheimer, aparente em quase 70% dos diagnósticos. A Dra. Claudia da Costa Leite, professora associada do Departamento de Radiologia e Oncologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, é uma das palestrantes e destaca os problemas para a detecção precoce dessas doenças neurodegenerativas:

“Na doença de Alzheimer, por exemplo, os achados de ressonância magnética (RM) só aparecem em fases tardias. Contudo, procedimentos diagnósticos da medicina nuclear são bastante promissores, a partir do uso de novo marcador: o Pittsburgh compound B (PIB)”, afirma.

O PIB foi desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Pittsburgh que visavam fornecer ferramentas para um diagnóstico precoce e definitivo. O Alzheimer é patologicamente caracterizado pela presença de placas amilóides contendo amilóide-beta (Aβ) e emaranhados neurofibrilares. Desta forma, o PIB, que é derivado da tioflavina-T (ThT), molécula capaz de ligar-se a proteínas amiloides, é utilizado junto à tomografia por emissão de pósitrons (PET), permitindo detectar a doença pré-clinicamente em pessoas com sintomas leves ou atípicos.
No Brasil, porém, os pacientes ainda não podem contar com acesso a essa tecnologia, como adianta Leite. “Apesar de termos condições iguais às dos países desenvolvidos quando falamos da ressonância magnética, na medicina nuclear, o PIB ainda não é comercializado no País”.

Acesso a mecanismos de diagnóstico é inclusive outra preocupação da OMS, já que apenas 14% dos países que fornecem dados sobre demência indicam o número de pessoas que sofrem com o problema. Além disso, estima-se que aproximadamente 90% das pessoas que tenham algum tipo de demência em países de baixa e média renda não saibam desta condição.

Maior evento de Radiologia da América Latina

A Jornada Paulista de Radiologia (JPR 2018) é o maior evento da especialidade na América Latina. Organizada pela Sociedade Paulista de Radiologia (SPR), acontece em São Paulo, de 3 a 6 de maio. Sua 48ª edição é promovida em parceria com a Sociedade Radiológica da América do Norte (RSNA), sob o mote “Transformando a Educação na Radiologia”.






48ª Jornada Paulista de Radiologia
Data: 3 a 6 de maio de 2018
Local: Transamerica Expo Center
Endereço: Av. Dr. Mário Vilas Boas Rodrigues, 387 - Santo Amaro, São Paulo/SP
Mais informações: www.jpr2018.org.br



quarta-feira, 2 de maio de 2018

Forças Armadas têm as provas mais difíceis do país




Os vestibulares de engenharia das instituições ligadas às Forças Armadas no Brasil, além de figurarem entre os mais concorridos, são considerados os mais difíceis, pelo nível de complexidade das provas. Conhecidos por garantir Ensino Superior completo e de qualidade, o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e o Instituto Militar de Engenharia (IME) têm suas provas focadas nas disciplinas de ciências exatas: Matemática, Física e Química, além de Língua Portuguesa e Inglesa. O nível de dificuldade costuma ir além do que normalmente é ensinado no Ensino Médio, demandando, inclusive, um auxílio pedagógico específico, com materiais já do Ensino Superior.

Frente a uma demanda tão específica, são necessárias muitas horas de dedicação dos vestibulandos. “É preciso muito estudo, muito foco e praticar muito. Não basta ter conhecimentos fundamentais das disciplinas, é necessário conhecê-las a fundo e ter desenvoltura para conseguir um bom resultado na prova, dentro do tempo que o candidato dispõe”, alerta Eduardo Canto, professor de Química do Curso Positivo, de Curitiba (PR). Aluno do curso específico para essas instituições, Lucio Enzo Horie, de 17 anos, estuda, em média, 12 horas por dia, contando as cinco em sala de aula e mais sete em que o jovem faz uso dos materiais da biblioteca do curso e sana dúvidas com os professores assistentes.

Além da base de ensino forte, o professor Canto ressalta que o aluno precisa administrar muito bem o tempo, distribuindo as disciplinas que vai estudar ao longo do dia e sendo sistemático no registro das informações do que já estudou ou não. “É importante estar continuamente em interação com os professores para tirar dúvidas sobre conceitos e resoluções, assim que elas surjam. Porque essas dúvidas não podem, em hipótese alguma, se avolumar e impedir a progressão do aprendizado”, orienta. Para o aproveitamento completo, o professor ainda lembra que é necessário dormir bem, se alimentar direito e praticar exercícios com frequência, dicas comprovadas pelo aluno Lucio, que ainda conta um segredo: “na escolha dos materiais, procuro utilizar também livros estrangeiros, para sempre ter uma fonte teórica diferente, aliada a ótimas resoluções dos problemas, tantos dos já conhecidos, quanto dos mais desafiadores”.

Uma observação importante sobre a prova do ITA é o cuidado que o aluno deve ter com as questões de múltipla escolha, que determinam se o estudante poderá realizar as discursivas. “Até o ano passado, as duas partes eram feitas no mesmo dia. Agora, só pode realizar a prova dissertativa quem consegue uma pontuação mínima na prova teste”, explica o professor. Ele ainda lembra que, por mais que o aluno seja excelente em uma disciplina, precisa se sair bem em todas, pois um mal resultado em uma delas já é o suficiente para ter toda a sua pontuação afetada.

Para uma preparação completa, Lucio também participa dos simulados do curso, idênticos às provas do ITA, que são aplicados periodicamente, além dos simulados parciais, aplicados a cada duas semanas, com vinte questões de alguma disciplina do exame. Para ele, os simulados são de extrema importância, pois “refletem o desenvolvimento durante as etapas de estudos”. Marcel Geraldo Lamers, professor de física do Curso Positivo, conta que o acompanhamento da família é fundamental nesse período de preparação dos alunos. Segundo ele, às vezes são demandados dois ou três anos de tentativa e os pais devem compreender que isso é normal e que, se esse é o sonho do estudante, valerá a pena no futuro. “O aluno que se forma nessas instituições é um adulto que sai bem preparado para várias áreas de mercado. Alguns deles trabalham em bancos, em bolsas de valores, etc. É um estudante que terá tudo para alcançar o sucesso profissional”.

Tanto no ITA, quanto no IME, os alunos têm a opção de seguir a carreira nas Forças Armadas ou não, sendo, já a partir de 2018, separadas as vagas de oficiais e civis. As provas do ITA estão agendadas para os dias 23 de novembro e 10 e 11 de dezembro, primeira e segunda fases, respectivamente. O IME ainda não divulgou datas para o processo deste ano. Como ambos os institutos respondem diretamente ao Ministério da Defesa e não ao Ministério da Educação (MEC), não há vagas previstas para cotas.




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