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segunda-feira, 23 de outubro de 2017

O que o caso da Escola Goyases nos ensina sobre Bullying?



Especialista fala sobre o ato e como o problema deve ser encarado por país, professore e sociedade

O atentado na Escola Goyases, em Goiânia, em que um aluno de 14 anos abriu fogo contra os colegas dentro da sala matando dois e ferindo outros quatro, chama novamente nossa atenção para um assunto delicado e que deve ser discuto e tratado: o bullying. O tema precisa de muita atenção principalmente no que se refere ao âmbito escolar, já que tal atitude não fica apenas na escola, e acaba afetando outras instâncias da vida das pessoas que sofrem com essa “violência”.

Para Ana Regina Caminha Braga, psicopedagoga e especialista em educação especial e em gestão escolar, é importante consolidar seus conceitos e lutar para o combate de sua progressão no meio escolar. “O papel que a escola precisa desempenhar em relação ao bullying com as crianças, é o de amenizar qualquer distância que menospreza ou impossibilita o outro de mostrar o seu potencial”, explica a especialista. Segundo a Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e à Adolescência (APRAPIA), o bullying está relacionado a todas as formas de atitudes agressivas, realizadas de forma voluntária e repetitiva sem motivação evidente, cometidas por um ou mais estudantes contra outro, causando dor e angústia e realizada dentro de uma relação desigual de poder.

No Brasil, 20% dos estudantes alegam já ter praticado algum tipo de bullying, tais dados foram levantados pelo IBGE, que entrevistou mais de 100 mil alunos de escolas públicas e particulares de todo o Brasil. Na mesma pesquisa, 51,2% dos estudantes não souberam especificar um motivo para ter cometido tal agressão. A maioria dos casos está relacionada à aparência do corpo, seguida da aparência do rosto, raça/cor, orientação sexual, religião e região de origem. Geralmente, tais atos acontecem sem o conhecimento dos pais e professores, com consequências graves como o medo e insegurança, que atrapalham não só os estudos, como a vida pessoal daquela criança ou adolescente.

De acordo com Ana Regina, a escola precisa trabalhar e se desenvolver para que a tomada de consciência aconteça de modo geral, desde a equipe pedagógica, o administrativo até os discentes. “Devemos estar atentos para detectar o processo e trabalhar em prol dos alunos vitimizados pelo Bullying. Essa mobilização talvez seja uma alternativa para diminuir tal sofrimento. Cabe também ao núcleo escolar proporcionar aos alunos a participação em feiras culturais, exposições, diálogo com outros colegas e assim por diante, deixando-os mais à vontade no meio”, detalha.

Segundo a especialista, essas crianças e adolescentes chegam aos consultórios com bastante dificuldade e sofrimento, e, infelizmente, a maior parte delas não terá atendimento adequado, e, em alguns casos, nem o reconhecimento da situação. Por isso, para a melhor forma de combater o bullying é investir em prevenção e estimular a discussão aberta com todos os atores da cena escolar, incluindo pais e alunos. Orientar os pais para que possam ajudar, pois os mesmos devem estar sempre alertas para o problema, seja o filho vítima ou agressor, ambos precisam de ajuda e apoio psicológico.

“Quem é vítima de tal ato, acaba desestimulada a frequentar as aulas por medo de ser humilhada. O Bullying é um problema sério que precisa ser extinto, com o apoio do colégio, pais e próprios alunos. É o tipo mais frequente e visível da violência juvenil. Administrar o problema nas escolas é fundamental por ser um local de socialização das crianças e o segundo ambiente de convívio depois do familiar”, completa a especialista. 



Mitos e verdades sobre a “barriga de aluguel”



Os dados mais recentes da Rede Latinoamericana de Reprodução Assistida (RedLara) compravam um aumento na busca por concretizar o sonho parental mesmo em casos de infertilidade, esterilidade ou em união homoafetiva. No último ano da pesquisa, mais de 180 mil bebês nasceram por meio de algum método reprodutivo na América Latina. Para os casais que preferem ter um filho com material genético próprio, ou no caso de uma união entre dois homens, a gestação de substituição, conhecida como “barriga de aluguel”, vem ganhando espaço.

De acordo com Adelino Amaral Silva, médico especialista da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida, no caso dos casais heterossexuais, o primeiro passo para o procedimento é a estimulação medicamentosa dos ovários da mãe biológica e o preparo do útero a ser doado temporariamente, para que esteja receptivo aos embriões para a gestação. “No dia em que se faz a retirada dos óvulos, o companheiro fornece os espermatozoides que serão utilizados para fazer a fecundação. Os embriões formados serão transferidos para o útero da mulher que está cedendo o útero, por meio do procedimento de fertilização in vitro”, explica.

Nos casais homossexuais o método é diferente para cada caso, mas ambos precisam de doadores anônimos de material genético, além do útero temporário. “No caso de um casal de homens, é necessário usar os óvulos de uma doadora anônima e os espermatozoides de um dos dois. Os embriões resultantes serão transferidos para o útero. No homossexualismo feminino normalmente é realizado a gestação compartilhada, onde uma fornece os óvulos e a outra o útero. Os espermatozoides partem de um doador anônimo”, conclui o médico especializado em reprodução assistida.


Mitos e verdades:

Apesar do termo “barriga de aluguel” ser utilizado com frequência, ele está incorreto. De acordo com Adelino Amaral Silva, o nome correto é gestação de substituição ou doação temporária do útero. Isso porque o termo aluguel gera uma conotação monetária e de acordo com a resolução do Conselho Federal de Medicina que regula esse método, não é permitido que a doação temporária tenha caráter lucrativo ou comercial.


Os casais homoafetivos podem contar com uma gestação de substituição

Verdade: Desde a resolução de 2013 do Conselho Federal de Medicina referente às normas éticas para a utilização das técnicas de reprodução assistida, a doação temporária do útero pode ser utilizada em casos de união homoafetiva.


Qualquer um pode optar por esse método de reprodução assistida

Mito: A gestação de substituição é indicada apenas para mulheres que nasceram sem útero ou tiveram que tirar o órgão cirurgicamente devido a doenças. Pode ser uma opção também para mulheres com problema médico que impeça ou contraindique a gestação, por risco de vida. Sabe-se também que o método pode ser utilizado em união homoafetiva.


Qualquer mulher pode doar seu útero de forma temporária

Mito: De acordo com a resolução do Conselho Federal de Medicina, as doadoras temporárias do útero devem pertencer à família de um dos parceiros, com parentesco de até quarto grau. Demais casos estão sujeitos à autorização do Conselho Regional de Medicina.


Não há leis que regem o método de gestação de substituição

Verdade: Por não haver legislação, os tribunais baseiam-se atualmente na Resolução ética do Conselho Federal de Medicina, que indica punição caso os médicos não sigam as instruções previstas.





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