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segunda-feira, 20 de março de 2023

Medicina Nuclear pode ser ferramenta para casos de epilepsia que necessitam de cirurgia

Condição atinge 2% da população brasileira e mais de 50 milhões em todo o mundo e pode ser diagnosticada por meio de exames que localizam com mais precisão o foco da crise

 

O próximo 26 de março é o Dia Mundial de Conscientização sobre a Epilepsia. A epilepsia pode ser definida como uma condição neurológica em que, durante alguns segundos ou minutos, uma parte do cérebro emite sinais incorretos, causando crises que podem se manifestar em convulsões ou outros sintomas. Durante esses episódios, há um agrupamento de células cerebrais que passam a se comportar de forma super estimulada, levando às manifestações da epilepsia. As consequências dessas crises podem ser neurobiológicas, cognitivas, psicológicas e até sociais. 

Dados da Organização Mundial da Saúde indicam que esta condição acomete cerca de 50 milhões de pessoas no mundo. Já no Brasil, estima-se que a proporção seja de 2% da população. A Secretaria de Atenção Especializada do Ministério da Saúde, por sua vez, alerta que pelo menos 25% dos pacientes brasileiros têm epilepsia em estágio grave. A condição determina a necessidade do uso de medicamentos por toda a vida, uma vez que os acessos são frequentes e incontroláveis. Por esta razão, muitos pacientes são candidatos à intervenção cirúrgica. 

A medicina nuclear, por meio de estudos e exames, durante as crises e em seus intervalos, pode garantir maior precisão e eficácia na localização do foco epileptogênico (onde surge a alteração). Segundo a vice-presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN), Dra. Cristina Matushita, “a avaliação de focos epileptogênicos é de grande valia, especialmente em casos complexos, de difícil manejo clínico e para os quais a opção de tratamento cirúrgico é indicada. As imagens permitem identificar (ou, ao menos, sugerir com grande acurácia) focos epileptogênicos para que o tratamento seja guiado de forma personalizada”. 

Ainda de acordo com a especialista, a medicina nuclear não exerce papel direto no tratamento propriamente dito da epilepsia, mas se mostra uma ferramenta importante para o adequado planejamento terapêutico do paciente. “Não há radiotraçadores que sejam utilizados com o intuito de curar as crises epilépticas. Após o procedimento cirúrgico, caso haja a suspeita de persistência de focos epileptogênicos, novamente a medicina nuclear pode auxiliar na identificação destes focos secundários”. 

Os principais exames da medicina nuclear utilizados para a detecção desses pontos originários das crises são a cintilografia de perfusão cerebral, em estados interictal (entre as crises) e ictal (após as crises); e PET-CT neurológico, em estado interictal. Este último apresenta maior definição de imagem, o que permite melhores chances de identificação do foco epileptogênico. “Com o avanço da tecnologia, houve importante aumento na sensibilidade do método. Os atuais exames permitem a obtenção de imagens metabólicas do cérebro, com muito boa definição anatômica e funcional”, explica a vice-presidente da SBMN.
 

Risco ou contraindicações

Pelo fato de a medicina nuclear realizar exames que se utilizam de radiação, ainda há certo receio por parte de algumas pessoas quanto ao risco ou contraindicações. Dra. Cristina Matushita desmistifica essa crença: “Muito se fala da exposição ao material radioativo. Apenas para efeito de comparação, estudos de tomografia computadorizada, usualmente, expõem o paciente a maiores doses de radiação do que os estudos de medicina nuclear. Todo método diagnóstico preza pela segurança do paciente. Se há a necessidade de que ele se submeta a qualquer um destes exames que utilizam radiação ionizante, o médico nuclear (ou radiologista, em casos de tomografias) será responsável pela redução dos níveis de exposição de radiação e será capaz de orientar riscos e benefícios em todo o momento”. 

Destacando que ainda existem mitos em torno da especialidade, a médica nuclear reforça que a medicina nuclear, de forma geral, não apresenta contraindicações absolutas aos seus exames. “Hipersensibilidade a algum fármaco utilizado pode ser um limitador, embora não haja registros de alergia significativa aos radiotraçadores. Outro limitador são casos em que o paciente não é capaz de ficar parado durante os exames (pacientes claustrofóbicos ou que apresentem algum déficit neurológico), que demoram cerca de 20 a 30 minutos. Uma contraindicação relativa é gestação ou suspeita de gestação. Por utilizar material radioativo, a orientação é sempre a de evitar a exposição de fetos ao material. Em certas situações, entretanto, em que haja maior benefício que o potencial risco associado à exposição do feto ao material radioativo, a medicina nuclear pode ser empregada em mulheres gestantes”, finaliza Dra. Cristina Matushita, vice-presidente da SBMN.
  

Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear - SBMN

 

Você não precisa mais ter catarata!

A evolução contínua do processo cirúrgico e cuidados simples com a saúde ocular já permitem que, hoje, as pessoas não sejam mais vitimadas pela doença que ainda é a maior causa de cegueira tratável no mundo

 

Se no passado era comum ouvirmos que alguém ficou cego em decorrência de cataratas nos olhos, hoje em dia, podemos considerar que essa opacificação do cristalino tende a ser facilmente erradicada. É claro que a prevenção, o cuidado com os olhos e com os gatilhos para a catarata são fundamentais, mas as cirurgias oftalmológicas evoluíram demais com os avanços tecnológicos, tornando mais acessível essa reversão. Para se ter uma ideia, anualmente o SUS (Sistema Único de Saúde) realiza mais de 60 mil cirurgias de catarata por ano! 

Mas, antes de falar da cura, o ideal é falar de como evitar ou retardar essa condição que se acentua com a idade. O oftalmologista Dr. Hallim Feres Neto, que é membro do Conselho Brasileiro de Oftalmologia e diretor da clínica Prisma Visão, lista cuidados simples e, muitas vezes, desconhecidos. "Podemos adiar o aparecimento da catarata protegendo os olhos dos raios ultravioleta, usando óculos de sol, chapéus e bonés. Além disso, parar de fumar e manter o diabetes controlado (cuidar da alimentação para não desenvolver diabetes)", receita o especialista, que completa a lista recomendando o uso de EPIs em atividades de risco, na intenção de proteger contra cataratas traumáticas. 

Sim, as cataratas podem surgir a partir de traumas nos olhos. Apesar disso, a forma mais comum é a catarata senil, que geralmente aparece após os 60 anos. Dr. Hallim conta ainda que o uso de algumas medicações pode acelerar o aparecimento e que situações congênitas de catarata também acontecem, demandando atenção imediata logo após o nascimento.

 

Cirurgias com bônus!

O único tratamento contra as cataratas é o processo cirúrgico. Hoje, constantemente escalando com a tecnologia, a cirurgia que corrige a doença também permite tratar outras doenças, como presbiopia, miopia, astigmatismo e hipermetropia. "Hoje em dia, podemos escolher com bastante confiabilidade o grau da lente que implantamos dentro do olho, de modo que além de curar a catarata, podemos tirar ou pelo menos diminuir a dependência dos óculos, tanto de longe quanto de perto", detalha o cirurgião, lembrando de outro detalhe inovador: "Os métodos modernos usam laser e ultrassom, que diminuem o tempo de cirurgia e de recuperação, além de deixar o procedimento ainda mais seguro". 

Vale ressaltar que a cirurgia de catarata consiste em retirar a lente natural dos olhos que está opacificada e colocar uma nova, transparente. "A catarata não volta depois dessa cirurgia", anuncia o oftalmo, explicando ainda que a cirurgia leva cerca de 15 a 30 minutos, podendo variar com a gravidade da catarata e a saúde ocular geral do paciente. 

A quem se pergunta sobre os valores para uma cirurgia dessa fora do sistema público de saúde, Dr. Hallim conta que muitos fatores interferem, principalmente pelo fato de que hoje a cirurgia de cataratas acaba incluindo outras pequenas correções oculares. "Obviamente isso acarreta uso de mais tecnologia e técnica, aumentando o custo". Ainda considerando as variações regionais e outras variáveis, estima-se que o custo fique entre R 2.000,00 e R 10.000,00. 

Apesar de comumente realizada em pessoas acima dos 60 anos, mais afetadas pela doença, a cirurgia também pode ser realizada em bebês e crianças pequenas que nasceram com catarata congênita. Dr. Hallim Feres afirma que, nesses casos, a cirurgia pode ajudar a restaurar a visão e evitar problemas de desenvolvimento visual. 

Outra situação peculiar são casos de pacientes que não podem ser operados de catarata, como alerta Dr Hallim: "Pessoas com problemas de saúde ocular graves, como infecções e inflamações, além de pacientes com diabetes descontrolado podem ter um risco maior de complicações. É importante discutir todas as condições médicas com o cirurgião antes da cirurgia".

 

Recuperação rápida

O cirurgião comenta ainda que a recuperação geralmente é rápida e sem complicações. "A maioria dos pacientes experimenta uma melhora na visão poucos dias após a cirurgia. Orientamos afastamento de esportes de contato e impacto por cerca de 15 dias, além de não entrar em piscinas ou no mar por 30 dias", diz Dr. Hallim, acrescentando como é importante também seguir as instruções do médico, como usar corretamente os colírios prescritos. 

A volta à vida normal vai no mesmo ritmo, com pacientes voltando ao trabalho em escritório, poucos dias depois. "Vale novamente lembrar que é importante evitar atividades físicas extenuantes por algumas semanas", frisa o especialista.

 

Como detectar a catarata?

Dr. Hallim Feres elenca os principais sintomas para ficar de olho quando o assunto é catarata:

  1. Visão embaçada ou turva
  2. Sensibilidade à luz
  3. Percepção de cores desbotadas ou amareladas
  4. Dificuldade em ver à noite ou em ambientes com pouca luz
  5. Visão dupla em um olho
  6. Halos em torno das luzes

As cataratas, normalmente, acontecem nos dois olhos, segundo Dr. Feres. A única exceção é nos casos de acidentes/traumas em um dos olhos. "Nesses casos, o aparecimento da catarata no olho afetado não aumenta a chance de ocorrer no outro olho".

 

Números da Catarata no Brasil

De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 30% da população acima dos 60 anos desenvolve a condição. 

Contextualizando os dados neste momento pós-pandêmico, o ministério também revela que o Sistema Único de Saúde costumava realizar 56 mil cirurgias de catarata por ano. Já em dados mais recentes, de 2021, o número anual de intervenções caiu para cerca de 30 mil. 

Por fim, o CBO (Conselho Brasileiro de Oftalmologia) estima que cerca de 350 mil brasileiros aguardam por uma cirurgia de catarata, e que são diagnosticados cerca de 120 mil casos novos por ano.

 

Dr. Hallim Feres Neto - @drhallim. Oftalmologia Geral. Cirurgia Refrativa. Ceratocone. Catarata. Pterígio. Membro do CBO - Conselho Brasileiro de Oftalmologia. Membro da ABCCR - Associação Brasileira de Catarata e Cirurgia Refrativa. Membro da ISRS - International Society of Refractive Surgery. Membro da AAO - American Academy of Ophthalmology.


Ginecomastia puberal: como lidar com o aumento das mamas nos meninos

De acordo com o Ministério da Saúde, entre 30% a 60% dos adolescentes passam por essa mudança


 

A ginecomastia puberal é o aumento do broto mamário que começa a afetar os garotos entre 10 e 12 anos de idade, atingindo força máxima entre 13 e 15 anos. A doença é percebida pelo aumento do diâmetro da mama e pela mudança de pigmentação da aréola mamária, podendo afetar uma ou as duas mamas. De acordo com o Ministério da Saúde, entre 30% a 60% dos adolescentes passam por essa mudança.


 

O que causa a ginecomastia puberal


“Geralmente, é resultado do aumento do estrógeno, hormônio sexual feminino, responsável pelas características físicas das mulheres, inclusive o tamanho dos seios”, diz Luís Maatz, cirurgião plástico, especialista em Cirurgia Geral e Cirurgia Plástica pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e especialista em Reconstrução Mamária pelo Hospital Sírio-Libanês.

 

A maioria dos casos de ginecomastia puberal tem involução espontânea em até três anos, ou seja, a mama volta ao tamanho normal sem que haja necessidade de intervenção médica. No entanto, se o aumento for considerável e houver repercussões psicossociais importantes, haverá indicação de tratamentos específicos.

 

“É preciso, primeiramente, buscar a fundo as causas da ginecomastia. Daí a importância de uma rigorosa avaliação do paciente, envolvendo histórico, exames laboratoriais e exames da massa da mama, situada atrás e ao redor da região da aréola. Após os exames e o diagnóstico, é possível concluir qual conduta a ser tomada”, afirma Luís Maatz.


 

Como é o tratamento


Uma vez detectada a ginecomastia puberal por problemas hormonais, as formas de tratamento envolvem o uso de medicamentos inibidores do receptor de estradiol, que é o hormônio que estimula as glândulas mamárias. Dependendo do tamanho alcançado pela mama, uma cirurgia plástica pode ser indicada. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, qualquer paciente saudável e com mais de 16 anos pode realizar o procedimento.

 

Segundo Luís Maatz, normalmente, a técnica mais utilizada é a mamoplastia periareolar, que consiste na retirada do excesso de tecido da região, podendo submeter a lipoaspiração, e no reposicionamento dos mamilos e das aréolas na parte mais superior das mamas. É indicada quando há excesso de gordura localizada, excesso de desenvolvimento do tecido glandular ou quando há combinação de ambos.

 

As cicatrizes são quase imperceptíveis e discretas no contorno das aréolas. No pós-operatório, o paciente deve usar malhas de compressão para reduzir o edema e evitar a formação de líquidos. Também deve evitar, por cerca de 15 dias, atividades que exigem esforço físico.

 

“A recuperação total depende de cada paciente, mas, geralmente, já é possível retomar vida normal a partir de 6 a 8 semanas, quando os resultados já são visíveis. Vale lembrar que seguir as recomendações do médico à risca acelera o processo de recuperação”, finaliza Luís Maatz.

 


Outono e doenças respiratórias, médica orienta os cuidados para o monitoramento dos sintomas

Especialista explica quais são os sintomas de gripes, resfriados e alergias, comuns nessa época do ano, e de Covid-19. Atividade física, higiene e alimentação ajudam a fortalecer a imunidade.


Mudanças bruscas de temperatura e baixa umidade do ar são características do nosso outono/inverno. Nesta época é mais comum ambientes fechados, pouco arejados, o que contribui para proliferação de vírus e doenças respiratórias. Dra. Maura Neves Otorrinolaringologista da ABORL-CCF explica que devido o surgimento da COVID-19 devemos redobrar os cuidados para evitar contágio deste e outros vírus - além das doenças respiratórias comuns nesta época do ano como rinite, sinusite, dentre outras.

“É importante aderir à campanha de vacinação contra gripe e Covid-19, dessa forma existe menos riscos de contrair gripe, resfriados e pneumonias. Sendo assim o organismo fica mais resistente e o sistema imunológico mais forte, menos suscetível inclusive a COVID-19 e consequentemente menos chances de superlotar o sistema de saúde.” Explica a especialista.

Abaixo a médica explica os sintomas e causas das principais doenças de outono/inverno:

  • Covid-19: o contágio se dá através de inalação de gotículas com o vírus. Estas gotículas podem ser originadas de espirros ou tosse de alguma pessoa já contaminada ou através das nossas mãos contaminadas (ao serem levadas a face, boca, olhos, nariz). Por este motivo as medidas de higiene adotadas com lavagem de mãos, álcool gel (que mata vírus de gripe e coronavírus) e evitar o contato direto com outras pessoas reduz o contágio.
  • Asma: caracterizada por espasmo da musculatura dos brônquios, que causa dificuldade de respirar, chiado e aperto no peito, respiração curta e rápida. Os sintomas pioram de noite e nas primeiras horas da manhã ou em resposta à prática de exercícios físicos, à exposição a alérgenos, à poluição ambiental e às mudanças climáticas. Desta maneira, a asma é causada por fatores alérgicos ou irritativos na via respiratória.
  • Bronquiolite: infecção viral dos bronquíolos, que tem início do quadro com leve resfriado, que progride após 2 a 3 dias com chiado no peito, tosse, fadiga respiratória, cianose e febre. A infecção apresenta graus variáveis de gravidade: de leve a severa, necessitando de internação em UTI. O principal causador é o vírus sincicial respiratório.
  • Resfriado: coriza, espirros, obstrução nasal, dor de garganta, tosse e rouquidão são os sintomas da doença, que é causada por vírus. Duração de 3 a 7 dias.
  • Gripe: os sintomas dos resfriados são acompanhados de febre e são causados por vírus. Duração de 3 a 7 dias.
  • Pneumonia: infecção bacteriana ou viral no pulmão. Causa tosse, falta de ar, dor torácica e febre. Pode ocorrer tosse com expectoração.
  • Sinusite: infecção viral ou bacteriana dos seios da face. Causa sempre obstrução nasal e secreção amarelada (critérios diagnósticos maiores). Alguns pacientes podem apresentar dor de cabeça, dor nos dentes superiores, tosse e febre.
  • Rinite: causa alérgica ou irritativa. Os sintomas são obstrução nasal, coriza clara, espirros e coceira (nariz, céu da boca, olhos, ouvidos).
  • Otite: infecção bacteriana da orelha média. Causa dor de ouvido, altercação auditiva e febre. Em alguns pacientes pode ocorrer ruptura timpânica com saída de secreção.

Dra. Maura reforça que é importante seguir algumas orientações para evitar essas doenças:

  • Controle ambiental e dos ácaros;
  • Manter o ambiente ventilado e realizar limpeza frequente com pano úmido;
  • Encapar colchões e usar revestimento impermeáveis (corino, courvim, napa etc.) em estofados e almofadas, evitar tapetes grandes e carpetes, pelúcias, pilhas de jornais e revistas, madeiras e outros itens que retém poeira e mofo;
  • Trocar e lavar a roupa de cama com água quente pelo menos a cada duas semanas;
  • O travesseiro deve ser colocado no sol várias vezes por semana e trocado por um novo com frequência. Deve ser realizada a aspiração do pó de colchão, cortinas, tapetes e estofados semanalmente;
  • Manter animais fora de casa ou, pelo menos, fora do quarto de dormir. Lavar as mãos após contatos com animais. Cães e gatos devem tomar banho semanal;
  • As janelas devem ficar abertas e o ambiente bem ventilado nos casos relacionados a ácaros e mofo e devem ficar fechadas (ou bloqueadas com tecido grosso) nos casos relacionados a pólen de gramíneas e árvores na época de polinização.

Entre as medidas de suporte para os sintomas, estão:

- Aplicar solução fisiológica no nariz em forma de aerossol ou spray, ou com o auxílio de uma seringa, ajuda a aliviar os sintomas e a congestão nasal através da hidratação e fluidificação das vias aéreas;

- Para amenizar os desconfortos respiratórios, uma opção são os umidificadores de ar, especialmente em dias com umidade relativa do ar mais baixa. Mas, é preciso ficar atento para não deixá-lo ligado por períodos longos, uma vez que o excesso de umidade pode colaborar com a proliferação de fungos e bactérias. “O ideal é manter o aparelho ligado em uma intensidade baixa e uma porta ou janela aberta para escape e por períodos curtos.” Completa Dra. Maura Neves.

-Outra medida mais econômica e efetiva é colocar uma toalha de rosto úmida no quarto de dormir, perto da cama. Já as bacias não são efetivas porque a superfície e evaporação são pequenas;

- Não se esquecer da recomendação universal que é a hidratação, ou seja, ingerir bastante água.

 

Dra. Maura Neves – Otorrinolaringologista. Formação: Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Graduado em medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – USP. Residência médica em Otorrinolaringologia no Hospital das Clinicas Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – USP. Fellowship em Cirurgia Endoscópica Nasal no Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – USP. Título de especialista pela Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial - ABORL-CCF. Doutorado pelo Departamento de Otorrinolaringologia do Hospital das Clinicas Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – USP.


Smile Train promove hábitos saudáveis para prevenir doenças bucais

  • Pessoas com fissura labiopalatina têm mais risco de doenças associadas a saúde bucal;
  • Em todo o mundo, há cinco milhões de pessoas com fissura labiopalatina que nunca receberam tratamento.


No Dia Mundial da Saúde Oral, a Smile Train, maior organização do mundo voltada à causa da fissura labiopalatina, promove hábitos e tratamentos para prevenir doenças ligadas a saúde bucal. "Os cuidados para pessoas com fissura labiopalatina começam ao nascer, educando pais e famílias sobre medidas preventivas que ajudam a evitar o desenvolvimento de doenças bucais comuns", afirma a ortodontista Monica Dominguez, diretora global de Programas de Saúde Oral da Smile Train.

Em todo o mundo, uma criança com fissura labiopalatina nasce a cada três minutos e estima-se que 90% das pessoas com a condição sofrem de doenças bucais. Esta é uma realidade preocupante, para além das cinco milhões de pessoas com fissura labiopalatina que nunca receberam qualquer tipo de tratamento.

Por esta razão, a Smile Train promove e sensibiliza para o tratamento e cuidados necessários às crianças nascidas com fissura labiopalatina para manter uma boa saúde bucal.

Fissuras e cuidados bucais: a prevenção primeiro
A prevenção é fundamental para assegurar que as crianças com fissura labiopalatina desenvolvam hábitos saudáveis tais como: escovar os dentes após cada refeição principal, escovar ao deitar-se e ao acordar, e diminuir a ingestão de açúcar. As crianças nascidas com fissuras enfrentam um risco aumentado de cárie dentária, doença periodontal, dentes desalinhados e/ou dentes em falta, e o tratamento para estas condições é frequentemente doloroso, caro e por vezes inacessíveis para muitas famílias. É por isso que a prevenção é o primeiro passo para alcançar e manter uma boa saúde bucal.



Cuidados dentários
Todas as crianças, e especialmente as crianças com fissura labiopalatina, precisam de acesso a cuidados bucais para garantir uma vida inteira de sorrisos:



Cuidados específicos até dois anos de idade
Na fase até dois anos de idade, os bebês com fissura labiopalatina requerem cuidados bucais e acompanhamento minuciosos. Recomenda-se aos pais ou cuidadores que sigam as seguintes dicas de cuidado: limpar as gengivas do bebê com uma gaze macia, sempre que o bebê acabar de se alimentar; evitar bebidas açucaradas ou mel, uma vez que isto contribui para a formação de cáries; verificar as gengivas durante o aparecimento dos primeiros dentes do bebê e visitar o dentista com um ano de idade.



Cuidados específicos a partir dos dois e 18 anos de idade
Entre os dois e 18 anos de idade, os dentes e a boca das crianças sofrem grandes alterações. É nesta fase que elas começam a assumir mais responsabilidade pela sua própria saúde bucal. É uma boa fase para as encorajar a continuar os hábitos saudáveis tais como: visitar regularmente o dentista; escovar durante pelo menos dois minutos duas vezes por dia; usar uma escova de dentes macia e pasta de dentes com flúor; usar fio dental; escolher lanches saudáveis e evitar bebidas açucaradas; bem como usar um protetor bucal quando praticam esportes.

"A saúde bucal tem impacto na nossa vida diária de muitas maneiras: como falamos, sorrimos, comemos, como transmitimos as nossas emoções e como nos relacionamos com aqueles que nos rodeiam. Podemos dizer que a boca é o meio que liga cada pessoa com o mundo", conclui a especialista.


Smile Train Brasil
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Colesterol na infância: má alimentação e sedentarismo estão entre as causas

Hereditariedade também está relacionada aos altos níveis de colesterol


“Em crianças acima do peso, o colesterol pode estar alto, porém, em geral, não em níveis críticos. Mas é preciso que os pais fiquem atentos, principalmente em crianças com fatores de risco, como excesso de peso, sedentarismo e que tenha na família caso de colesterol alto. Nos casos hereditários, que chamamos de dislipidemia familiar, mesmo a criança sendo eutrófica, ela pode desenvolver um colesterol alto”, explica a endocrinologista Dra. Lorena Lima Amato.

 

O colesterol alto é silencioso, ou seja, ele não apresenta sintomas e, por isso, os desfechos surgem repentinamente. Os problemas cardiovasculares são os mais comuns e, em geral, acontecem a longo prazo. Crianças com diabetes precisam de atenção, já que a doença pode fazer os níveis de colesterol aumentarem. Além disso, níveis altos de colesterol podem ter como consequência eventos cérebro e cardiovasculares como infarto e acidente vascular cerebral (AVC) precoces.

 

“Infelizmente, vivemos um momento em que as crianças se alimentam cada vez mais de produtos industrializados e ficam na frente de telas por horas. Se esses hábitos estiverem aliados à genética, o resultado pode ser bem perigoso, com ganho de peso e sedentarismo, o que pode levar a níveis altos de colesterol”, comenta a endocrinologista. 

A prescrição de medicamento para crianças para combater o colesterol alto é bastante incomum, e a mudança no estilo de vida é a chave para a manutenção da boa qualidade da saúde. Tratando na infância, é possível que na vida adulta a criança tenha taxas normais do colesterol, com exceção nos casos em que o alto colesterol é por fator hereditário.



Dra. Lorena Lima Amato - A especialista é endocrinologista pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), com título da Sociedade Brasileira de Endocrinologia (SBEM), endocrinopediatra pela Sociedade Brasileira de Pediatria e doutora pela USP.
https://endocrino.com/ e www.amato.com.br
https://www.instagram.com/dra.lorenaendocrino/

Menopausa: saiba como reduzir os efeitos

A Dra. Bruna Merlo, ginecologista do Hospital Albert Sabin, explica tudo sobre essa condição feminina.


A menopausa é um processo biológico natural que ocorre na vida das mulheres quando elas param de menstruar, ou seja, param de ovular, impossibilitando a gravidez e podendo causar outros sintomas. A idade média para ocorrer a menopausa é por volta dos 50 anos, mas muitas mulheres podem entrar nesta fase mais cedo.

“Uma das principais mudanças hormonais que ocorre durante a menopausa é a diminuição dos níveis de estrogênio, hormônio que afeta o sistema nervoso central, podendo levar a mulher a desenvolver ansiedade, depressão e irritabilidade”, explica a Dra. Bruna Merlo, ginecologista do Hospital Albert Sabin (HAS).

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 81% das mulheres na menopausa apresentam distúrbios emocionais. 

Alguns indícios da menopausa podem se manifestar como:

  • Ondas de calor;
  • Suores noturnos;
  • Insônia;
  • Ressecamento vaginal;
  • Redução da libido;
  • Irritabilidade;
  • Fadiga;
  • Mudanças de humor;
  • Entre outros.

Existem várias opções disponíveis para cuidar de mulheres que passam pelas consequências da menopausa. “O tratamento dependerá dos sintomas específicos enfrentados pela paciente, bem como de sua saúde geral e histórico médico. Dentre as opções, estão a terapia hormonal, administrada em comprimidos e cremes, por exemplo, além da terapia não hormonal, que inclui medicações antidepressivas para alívio dos sinais da menopausa”, diz a Dra. Bruna.

Alguns sintomas também podem ser aliviados através de mudanças no estilo de vida, como a prática de exercícios físicos regulares, a adoção de uma dieta saudável e evitar o tabagismo.

Não há exames específicos para confirmação da menopausa. O diagnóstico é realizado em avaliação clínica, onde o ginecologista avaliará os sintomas e antecedentes médicos da paciente. Em algumas situações, o médico pode solicitar exames para descartar outras condições.

“No mais, apresentando os sintomas descritos acima, é de extrema relevância que a mulher procure ajuda médica para obter um diagnóstico e tratamento adequado”, finaliza a médica do HAS.

 


Hospital Albert Sabin - HAS
Para saber mais: https://www.youtube.com/watch?v=M7W28Af8tKI
Link vídeo 50 anos: https://youtu.be/uNoHjdPVMVI
http://www.hasabin.com.br
https://www.instagram.com/hospital_albertsabin/
https://www.linkedin.com/company/hospital-albert-sabin/
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Rua Brigadeiro Gavião Peixoto, 123 – Lapa – São Paulo – SP
Central de atendimento - (11) 3838 4655


Treinamento e conscientização: a chave do sucesso dos programas de privacidade e proteção de dados pessoais

Construir um programa de privacidade e proteção de dados pessoais implica, na grande maioria das vezes, na mudança de mentalidade de toda a organização. Proteger efetivamente as informações pessoais depende da colaboração de todos. A chave para despertar essa mudança e colaboração são os treinamentos e estratégias de conscientização. 

Os colaboradores possuem uma série de obrigações diárias relacionadas com a sua função primordial. Para inserir a privacidade nas responsabilidades diárias é indispensável a tomada de ações contínuas e inovadoras. 

Além desse ponto, diversos relatórios de investigação de violação de dados apontam que o fator humano é um dos principais pontos explorados pelos criminosos. Colaboradores treinados e conscientes são menos vulneráveis aos ataques cibernéticos. Sistemas e softwares de última geração não são capazes de impedir que o funcionário clique em campanhas de phishing ou sejam vítimas dos engenheiros sociais. 

Portanto, os treinamentos e campanhas de conscientização são pilares fundamentais para concretizar a privacidade e proteção dos pessoais nas rotinas profissionais e aumentar a segurança digital da organização. 

Os colaboradores precisam estar cientes do que estão processando, das responsabilidades e das consequências das condutas irregulares. 

A LGPD - Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (Lei Federal nº 13.709/2018) ao regrar as boas práticas e governança de dados pessoais, expressamente menciona as ações educativas dentre tais medidas (art. 50). Portanto, trata-se de ponto importante para comprovar a conformidade com esta legislação. 

Os treinamentos e conscientizações reforçam as políticas de privacidade e segurança da informação. São fundamentais para a sua recepção, aceitação e entendimento por toda a organização. Podem ser utilizadas diferentes estratégias: aulas ao vivo, aulas online, vídeos, e-mails, pôsteres, desafios, simulações de incidentes etc. 

Um desafio de todo gestor de privacidade é tornar o conteúdo dos treinamentos interessante para colaboradores de diferentes funções, instrução, formação e idade. Uma estratégia é aproveitar os incidentes cada vez mais estampados nas manchetes de jornais. Criar histórias sobre estes fatos e como evitá-los é uma excelente forma de transmitir conteúdo, já que é da natureza humana querer ouvir histórias de outras pessoas. 

O gestor de privacidade da organização deve eleger a melhor estratégia de treinamento, pois as regras devem ser efetivamente entendidas por todos, sob pena de as políticas construídas serem apenas para “inglês ver” e totalmente ineficazes para a organização. 

Os treinamentos e campanhas de conscientização devem abordar as leis e políticas aplicáveis, identificar os principais riscos de incidentes, gerenciar reclamações de titulares, apontar condutas proibidas, esclarecer os procedimentos de denúncias e as consequências das violações das leis e políticas de privacidade.

A depender do modelo de negócio, o treinamento pode ser necessário para os funcionários, quanto aos parceiros de negócio (ex: fornecedores, representantes comerciais, associados etc). Tal definição vai depender do ciclo de vida dos dados pessoais que transitam pela organização. 

É importante que aqueles que estejam recebendo o treinamento reconheçam por escrito que o assistiram e que concordam em estar sujeito às políticas da empresa e à lei aplicável. Este ponto é muito importante no caso de a organização ser alvo de fiscalizações e processos administrativos/judiciais. 

A organização deve identificar quem tem acesso às informações pessoais e fornecer treinamento direcionado. Isso significa que pode ser necessário diferentes treinamentos, dependendo do departamento, tipo de informação administrada, como as informações são processadas etc. 

Embora interligados, treinamento e conscientização possuem escopos diferentes. O treinamento comunica a mensagem de privacidade, as políticas e processos da organização. Ou seja, a partir do treinamento o colaborador deve compreender o que pode fazer, o que não pode fazer e como agir no caso de um incidente. 

Por sua vez, a conscientização é formada por estratégias capazes de reforçar a mensagem de privacidade e proteção de dados pessoais da organização com lembretes, anúncios frequentes, questionários. Ou seja, o seu propósito é lembrar da importância de garantir a privacidade e proteção dos dados pessoais durante as rotinas profissionais. 

A comunicação é uma ferramenta importante para garantir o sucesso dos treinamentos e conscientização. Devem ser utilizados diferentes métodos para transmitir a mensagem (ex: intranet, folhetos, e-mails, pôsteres, reuniões, palestras etc.). A comunicação deve ser coerente com todos os níveis da organização, para que todos entendam o framework e como ele afeta e melhora a organização. 

Programas de treinamentos devem ser contínuos. Todos que manuseiam informações pessoais precisam ser treinados. A organização deve sempre buscar formas inovadoras para garantir que a sua mensagem seja conhecida e entendida por todos. Um programa de treinamento e conscientização efetivo deve ser capaz de integrar um tópico complexo nas rotinas profissionais.  

 

Juliana Callado Gonçales - sócia do Silveira Advogados e especialista em Direito Tributário e em Proteção de Dados (www.silveiralaw.com.br)

 

O papel da mulher no mercado automobilístico

 Tradicionalmente conhecido por empregar homens, o setor automotivo contratou mais mulheres durante a última década

 

Graxa, mãos sujas de óleo, peças pesadas, motores barulhentos; o mercado automobilístico sempre teve uma predominância masculina. Mecânicos, pilotos, dirigentes de montadoras, todas as posições eram associadas à figura do homem, no entanto, o setor está passando por uma abertura feminina.

Segundo dados da pesquisa realizada pela Data OLX Autos, reunindo informações da plataforma e de dados mais recentes do mercado de trabalho formal (RAIS – Relação Anual de Informações Sociais), no intervalo de 2011 para 2021, o número de mulheres trabalhando em montadoras cresceu quase três pontos percentuais, em 16,8% da presença feminina estava nas fábricas, já em 2021, as mulheres representavam 19,4% da força de trabalho. 

Alguns fatores são determinantes para a inserção da mulher no mercado automobilístico: a automação e o dinamismo. Quando falamos da modernização das fábricas e processos fabris, percebemos uma diminuição da necessidade de trabalho braçal e a iniciação da melhoria de processos produtivos. 

Quando tratamos do dinamismo do setor automobilístico, entendemos que as formas arcaicas de desenvolvimento de projetos, gestão de empresas, condução dos negócios, tornou-se dinâmica, rápida e versátil, aumentando o pluralismo e a diversidade..

“A evolução do mundo automotivo vem sendo acompanhada pelas mulheres, principalmente pela possibilidade de abertura que está surgindo. O sexo feminino faz diferença para o setor; existem habilidades, expetizes que apenas as mulheres possuem e que podem dar um outro olhar para o bussines automobilistico”, afirma Elaine Quirino, diretora de Lubrificantes da YPF Brasil.

Elaine Quirino é um exemplo da inserção da mulher em cargos de liderança no setor automotivo. Antes, gerente nacional de vendas, ela tornou-se a primeira mulher a ocupar a cadeira de diretora de Lubrificantes Brasil, um dos cargos mais importantes dentro da multinacional, sendo a responsável por toda a divisão de lubrificantes do país.

“A posição de diretor geral em algum setor dentro da YPF Brasil sempre foi ocupada por homens, a partir do momento que eu chego, quebramos uma barreira existente no mercado. Eu, uma mulher jovem, assumindo um cargo de liderança master dentro da companhia, isso é inovador e um exemplo de igualdade, me posicionando ao lado de grandes homens da YPF Brasil”, diz a diretora.

Mesmo com os avanços de pluralidade e mulheres galgando seus espaços, ainda há um preconceito com a presença feminina. Esse fator acaba barrando a participação do sexo feminino.

“Ainda há um pensamento retrógrado em relação à atuação da mulher em alguns setores automobilísticos. Atualmente, na YPF Brasil, temos mulheres atuando na fábrica, nos processos de produção, desenvolvimento, gestão, gerência e direção. A presença feminina, aos poucos, vai mudando essas referências do passado”, comenta Elaine.

Nessa longa jornada de inserção da mulher no mundo automotivo, é válido voltar ao passado, em 1888, e relembrar quem foi a primeira pessoa a viajar em um automóvel movido a gasolina, revolucionando a ideia de um veículo automotor: Bertha Benz; um sobrenome um tanto quanto familiar, que anos mais tarde mudaria  a história do setor.

 

YPF
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5 coisas que aprendi sobre aeroportos e pessoas


Uma das experiências mais interessantes de fazermos em um aeroporto é, assim que colocar os pés nele, deixar o celular no modo avião, desconectar-se desta tela e se conectar com outros pixels: humanos, imperfeitos, mas carregados de sentido (e de destino). Eu fiz isso e, de tudo o que eu vi, listei cinco itens. Vamos nessa, pois o embarque é imediato.

 

O orelhão das emoções: a ficha cai! 

 

Se toda grande viagem começa pelo despacho das malas, parece-me que o "meat or chicken" ainda não chegou plenamente alí. Explico! Na fila para despachar, os sentimentos não se resumem a apenas dois. Trata-se de uma simbiose de pixels: ansiosos, apreensivos, felizes e até distantes. Talvez, inclusive, olhares mais distantes que o próprio destino. O caminho com fitas é, potencialmente, a sala de embarque das emoções. A ficha cai! 

 

Um até logo… e um nunca mais!

 

Acredito que ela própria, a sala de embarque, tem início em um portão intangível e paradoxalmente bem real, chamado despedida. São lágrimas e abraços demorados, que não mais acontecerão da mesma forma. Afinal e, invocando Heráclito de Éfeso, se não é possível entrar no mesmo rio duas vezes, imagina quando cruzamos oceanos?! Jamais seremos os mesmos. Mesmo!

 

Os extremos do portão de embarque: vai do 08 ao 80!

 

Mas... e quando o passageiro encontra um dispositivo para recarregar o celular, perto de uma cadeira vazia, e corre todo pimpão até lá?! Ao chegar perto de seu objeto de desejo, é “só” empilhar a sacola do free shop, a blusa pro avião, o chapéu Panamá das fotos Insta e do Tinder, o livro, óculos de leitura e… pronto! Só isso! 

 

No entanto, essa alegria dura até o anticlímax fazer o abençoado correr 500 metros, com tudo aquilo, além das barreiras humanas, do portão 08 até o 80. Detalhe: embarque imediato, obviamente.  

 

Chega de saudade!

 

Quero também falar sobre a área do desembarque. É ali que podemos apreciar um festival de caras, faixas de boas-vindas, bocas e unhas. Roídas! Na boca da cara. Escorrida! Lágrimas! Mentes que ansiosamente aguardam o passageiro, muitas vezes vindo de outros oceanos para, enfim, ao mover da porta corrediça e da roda do carrinho, desaguar no ombro do viajante o mar salgado oriundo dos olhos.

 

Viajar não é bobagem. Viajar é bagagem!

 

A última e mais valiosa das percepções, sabida por muitos inclusive, é preciso ser reafirmada. Há quem diga que viajar é uma bobagem ou gasto desnecessário. Eu não acho. Eu acredito que viajar, e ter a oportunidade de colocar o celular no modo avião para me conectar com tantos pixels, é, sobretudo, adquirir uma bagagem que "Aeroporto - Área Restrita" nenhum é capaz de mensurar o valor.


Clima e tempo: uma diferença que pode mudar a sua vida


É comum que, em uma sala de aula, os alunos questionem os motivos pelo qual estão estudando um determinado conteúdo ou mesmo uma disciplina como um todo. É frequente que um professor ouça frases como "Por que tenho que aprender isso?" ou, ainda, "Onde vou usar isso na minha vida?". Esse questionamento é normal e até é bom que ele ocorra, sendo uma oportunidade interessante para o professor incentivar o aluno a refletir sobre a relação entre a teoria ensinada na sala de aula e o seu dia a dia. 

Na Geografia, um conceito comum que gera confusão é a diferença entre tempo e clima. À primeira vista, podem parecer sinônimos. Saber sua diferença é fundamental para interpretar corretamente alguns fatos da vida adulta. O tempo se refere a condição da atmosfera em um determinado momento.  Já o clima se refere ao padrão dessas condições atmosféricas ao longo de um período maior de tempo (normalmente, 30 anos). Vamos exemplificar: Curitiba e Londres são conhecidas por apresentar um clima chuvoso, o que não quer dizer que não existam dias com tempo ensolarado.   

Ao assistir um telejornal, é comum ouvir os apresentadores dizem “vamos agora à previsão do clima de amanhã” e isso é algo incorreto. O clima não muda de um dia para o outro, e sim o tempo. Isso não é apenas um “luxo” acadêmico, ou um preciosismo por parte dos pesquisadores. Diferenciar esses conceitos é importante para transmitir corretamente uma informação. 

Um exemplo pouco discutido pode ser o momento de tirar a carteira de motorista. Durante as aulas, na parte da pilotagem defensiva, são discutidas sobre as condições adversas de tempo (não de clima). O estado momentâneo da atmosfera pode oferecer riscos aos motoristas, afetando sua visibilidade e controle sobre o veículo. Usar o conceito de clima nessa discussão seria altamente equivocado. Esses conceitos são cobrados em provas, visando avaliar se os futuros motoristas conseguem discernir os termos e entender a sua importância  

Assim, o Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN) está corretíssimo em aceitar somente o conceito de tempo como resposta válida. Clima e tempo não são sinônimos. O tempo é algo altamente dinâmico, podendo mudar de uma hora para outra. O mau tempo pode agravar, ou até impedir, um deslocamento seguro, com ocorrência de chuva, granizo, neblina, ventos fortes e até frio excessivo (gelo na pista).  

Outro ponto importante, que enfatiza a necessidade de termos claro em nossas mentes a diferença entre clima e tempo: as mudanças climáticas. Vamos ao bioma Pantanal, onde o clima é o tropical úmido. Os dias quentes e secos que vêm ocorrendo nesse bioma já estão se tornando meses e anos, o que indicar que não é mais uma mudança de tempo, mas sim de clima. O padrão dessas condições atmosféricas estão se alterando em função da ação humana. Isso está ocorrendo em diversas regiões do globo. Não temos mais um caso isolado de veranicos no meio do inverno ou algumas secas em áreas úmidas. As mudanças gradativas dos padrões de tempos indicam essas mudanças no clima.  

Portanto, diferenciar esses conceitos é fundamental em nossa sociedade. Isso ajuda a interpretar as informações cotidianas e entender melhor os fenômenos naturais que ocorrem ao nosso redor. Isso vai desde um telejornal ou de uma prova para tirar a carteira de motorista, sendo relacionado a um assunto seríssimo como as mudanças climáticas, problemática premente em nossa sociedade. E é por isso, entre muitos outros motivos, que você estuda clima e tempo em Geografia.   


Vera Cristina Scheller dos Santos Rocha - licenciada em Geografia e Especialista em Gerenciamento de Recursos Ambientais e em Educação Ambiental. Professora da Área de Geociências do Centro Universitária Internacional UNINTER.

Otacílio Lopes de Souza da Paz - geógrafo e Doutor em Geografia. Professor da Área de Geociências do Centro Universitário Internacional UNINTER.

 

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