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segunda-feira, 9 de novembro de 2020

Dores de cabeça aumentam durante pandemia; saiba os motivos

Se você ainda não sofreu com uma dor de cabeça mais forte, é só uma questão de tempo. Segundo a Sociedade Brasileira de Cefaleia, mais de 90% das pessoas tiveram, têm ou terão esse desconforto em algum momento da vida. A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera a dor de cabeça como uma das mais impactantes. Causada por vários fatores, ela afeta o humor, a disposição e, nos casos mais graves, até inviabiliza atividades cotidianas, como o trabalho.

O fisioterapeuta e PhD em Neuroanatomia, Mario Sabha, explica que as dores de cabeça podem estar relacionadas a problemas digestivos, na vesícula, no fígado ou causadas por desidratação. Nos últimos meses, no entanto, elas estão mais relacionadas às mudanças de hábito provocadas pela pandemia. Não à toa, segundo o Google, a procura por “dor de cabeça” aumentou 33% entre 15 de março e 20 de junho, na comparação com o mesmo período de 2019.

As dores de cabeça causadas por tensões fortes nos músculos dos ombros, pescoço, cabeça e rosto, chamadas de cefaleia tensional, estão mais recorrentes. “Uma pessoa que passa muito tempo com a musculatura tensa e rígida em frente ao computador, ao celular ou desempenhando atividades que exigem muito tempo em uma mesma posição, podem sofrer com a dor tensional de cabeça que, geralmente, só alivia após o descanso”, afirma Sabha.


 O especialista alerta que é preciso observar os sinais que

indiquem que a dor de cabeça não é apenas um sintoma pontual


As enxaquecas congestivas, causadas pelo acúmulo de sangue na circulação do crânio, são dores muito comuns entre os pacientes do fisioterapeuta. “Uma pessoa com esse tipo de problema começa a sentir muitas dores, que vão do topo da cabeça, atingindo o pescoço e braços, afetando até a região ocular podendo, inclusive, aumentar a pressão arterial intraocular”, explica.

Problemas na articulação da mandíbula são outra causa muito comum. O PhD em Neuroanatomia explica que alterações na articulação temporomandibular e a tensão causada durante a mastigação podem retrair os músculos mastigatórios, além de comprimir as raízes nervosas que vão para a região da cabeça e crânio, causando dores na face. “Quem tem esse problema, se queixa de dores até no ouvido quando a enxaqueca acontece, mas a disfunção está na região da mandíbula”, pontua.

Para evitar as enxaquecas e dores de cabeça, o especialista recomenda racionalizar o trabalho, fazer alongamentos antes e depois de cada uma das atividades e um alinhamento específico do corpo com um profissional especializado em osteopatia craniana. “É indicado que, a cada dois meses, seja realizado um ajuste no corpo, além de outros tratamentos em conjunto com dentistas, terapeutas e psicólogos, por exemplo, principalmente para quem sofre desse mal”, recomenda. “Geralmente, sugerimos tratamentos mais naturais, como a quiropraxia, meditação e exercícios físicos, porque o excesso de medicação pode causar outros desajustes metabólicos e sobrecargas no organismo”, alerta.

O PhD e fisioterapeuta reforça a importância de observar sinais que demonstrem que aquela dor de cabeça não é apenas um sintoma pontual. “A dor é um mecanismo que indica que algo não está funcionando de forma adequada no nosso corpo. Então, procure perceber se você está fora da sua rotina, se está trabalhando mais, extrapolando seus limites ou desempenhando mais tarefas do que está acostumado”.

Sabha cita ainda a importância de procurar sempre a ajuda de um especialista para diagnosticar a causa do problema e tratá-lo de forma adequada e responsável. “Se as dores vêm em momentos que nunca surgiram, começam a durar muito e com sintomas desconhecidos até por você, é o momento de procurar um profissional. O ideal, entretanto, é não esperá-la chegar mas procurar um tratamento osteopático preventivo, como as terapias manipulativas específicas para o tratamento do crânio, que são grandes aliadas para amenizar esse tipo de problema”, finaliza.

 



Mario Sabha - fisioterapeuta e phD em Neuroanatomia.


09 Medidas simples podem contribuir para sua saúde auditiva

Dia 10 de novembro é uma data que tem como meta alertar a população sobre a prevenção e combate a surdez. Para falar sobre o tema, Dr. Alexandre Colombini, médico otorrinolaringologista, ressalta que todo o sintoma que impossibilita a pessoa de escutar direito é considerado surdez ( pode ser total ou parcial).


Essa doença pode começar desde o ventre materno com com problemas de má-formação na orelha interna do bebê ou com problemas de infecção gestacional, por exemplo, que também pode comprometer essa audição. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Otologia, de cada mil crianças nascidas no país, três a cinco já nascem com deficiência auditiva, sabia?

Além disso, a surdez pode ser adquirida ao longo da vida, infelizmente.  Pelo menos 800 milhões de pessoas sofrem alguma perda auditiva no mundo, entre as quais mais de 15 milhões de brasileiros têm problemas auditivos, dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Dessa forma, é fundamental que o paciente procure um especialista na área caso pare de escutar, pois quanto mais cedo tratar melhores serão os resultados.  Entre o diagnóstico, pode ser desde um cerumin (rolha de cera) que está atrapalhando a audição até uma perda induzida por ruídos excessivos ou induzida por medicações fortes, tumores, acidentes ou traumas.

Mas calma!  A prevenção é a palavra chave do dr. Alexandre  para cuidar da sua saúde auditiva:

1- Nunca manipule o seu ouvido com haste flexível, com grampo de caneta, pois pode levar a traumas no tímpano e ouvido que pode causar perda da audição;

2- Automedicação sem orientação médica ou receita caseira como azeite quente;

3- Evitar ficar próximo de caixas de sim e moderação no uso de fones de  ouvidos sempre com o volume até a altura indicada. 

4- Para garotada uma alerta e cuidado com o som auto no carro e lugares fechados ( que não vaza). Acima de 85 decibéis ainda são piores.

5- Após o nascimento do bebê faça o teste da orelhinha e fique atento na fase da alfabetização da criança.

6- Atenção às doenças do ouvido, como as otites; qualquer sensação incômoda, procure logo um otorrinolaringologista.

7- Assoe o nariz, de forma suave, duas vezes por dia. A medida evita a entrada de secreções que podem causar perda auditiva, dor, pressão nos ouvidos e zumbido.

8- SOS alimentação saudável ajuda na audição, sabia?  Em um estudo realizado foi evidenciado a associação de alto consumo de carboidratos a maior predisposição de desenvolvimento de perda auditiva relacionada a idade (2). 

9- Já atividades físicas regularmente aliadas a uma alimentação saudável diminui o risco de perda auditiva. Um estudo realizado em Boston mostrou que um Índice de Massa Corporal maior (IMC maior ou igual a 25) e maior circunferência da cintura estão relacionados com um aumento do risco de perda auditiva. Essa pesquisa realizada com mulheres mostrou que as que caminhavam por duas ou mais horas por semana tinham menor probabilidade de sofrer perda auditiva (3).




Dr. Alexandre Colombini - Otorrinolaringologista, formado pelo renomado Instituto Felippu e Membro da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico Facial – ABORL-CCF. Suas áreas de atuação: Otorrinolaringologia clínica e cirúrgica com enfoque nas patologias nasais, cirurgia endoscópica, ronco e apneia.

Como vencer a paralisia do medo de errar?

Você tem medo de errar? Às vezes as pessoas paralisam só de pensar nessa hipótese. Acontece isso com você?

Muitas vezes fazemos coisas que não trazem os resultados esperados e o efeito disso nos limita a continuar apostando.

Thomas Edison descobriu mil formas de não se fazer uma lâmpada até acertar, e a partir dessa perspectiva viu em cada um dos "desacertos" a proximidade com o que realmente ia dar certo.

Errar é uma ferramenta no processo de acertar e tem um significado valioso quando o enxergamos como aliado e não como fracasso.

Descobrir o que não se fazer é propulsor para tomar decisões e ser uma pessoa realizada, mas as pessoas têm dificuldades de viver essa perspectiva.

O medo paralisa quando a gente deixa ele ser maior que a gente.

Regra magna para a evolução é entender que para melhorar, antes vai piorar.

Toda vez que queremos que algo provida na nossa vida, as situações tendem a piorar antes de dar certo. Não queremos sentir a dor do erro.

Mas, qual dor você prefere?

A de estar no mesmo lugar que você está ou a dor de ficar um pouco ruim antes de melhorar?

Se tiver alguma dor na sua vida hoje, algo que você precisa fazer, é essencial que você se faça esse questionamento. Escolha: qual dor é pior?

Você é o que você é porque você evoluiu e só temos evolução quando experimentamos. A partir disso, temos história para contar. Somos o que somos hoje porque erramos. Não precisamos ter vergonha dos erros, nós não somos os erros, nós somos pessoas que, às vezes, tomamos decisões que não dão certo.

Às vezes reclamamos da possível dor de chegar aos nossos objetivos, mas não percebemos que nossa dor atual está igual ou pior. O seu medo é muito menor que a dor que você já está vivendo. Por isso, precisamos parar e nos perguntar o que está nos impedindo de avançar. Todo mundo que progride também tem muitas histórias de superação, você não seria o único.

Meu conselho é se perguntar qual o máximo que pode acontecer caso você opte por se arriscar e vencer o medo. Se o máximo que pode acontecer nem é tanto assim, você toma essa decisão. Claro que se for amedrontador, você não precisa ser irresponsável e negligente.

Quando eu resolvi empreender, o máximo que podia acontecer era ter que voltar ao mundo corporativo. Precisamos entender que sempre vai ter dor.

Por isso, é necessário escolher a dor que você vai passar. Atualmente, tenho muitas das dores que já tinha quando eu era Executiva, mas quando eu tinha carreira corporativa, eu tinha a dor de não estar feliz no que eu estava fazendo.

Por isso, permanecer na dor tem a ver com como você encara você mesma. E quando a gente se conecta com nosso valor pessoal e com a pergunta: o que me realiza, você faz o seu máximo para o sonho dar certo.

Se você olhar para sua história, você chegou até aqui porque você teve altos e baixos, eu tenho certeza. Graças a sua história, você é quem você é e você aprendeu com seus erros. O erro precisa ser ressignificado. Meu mantra de vida é: se você é o bem, você merece o bem.

Domine a si mesma, reconheça seu potencial, olhe para sua história e veja o que você já conquistou. O medo de errar faz parte do show, você não pode proteger ele, senão ele vai tornar realidade. E é necessário dar passos pequenos para encarar transcendê-lo

Nós nos paralisamos porque nos focamos no presente e queremos ter controle do futuro. Mas se olharmos para nossa própria história, vamos encontrar os recursos necessários para avançar.

Um vilão que temos e que nos impede de tomar atitudes como seres humanos é comparar a nossa trajetória com a dos outros. A grama do vizinho sempre parece mais verdinha. Durante a pandemia, por exemplo, está todo mundo fazendo fazendo exercício, adquirindo novos hobbies… será verdade?

Muitos dias da minha vida a minha própria meta é não surtar, fico pensando se é só comigo.

Então, pare de se comparar que a sua autoestima eleva. E parar de se comparar tem a ver com respeitar seu coração. Viver com coragem não é viver sem medo, é colocar o coração. Então, onde está seu?

Quando colocamos o coração em algo, não precisamos da validação externa. Tem que ter propósito, você merece crescer e está tentando evoluir. Enquanto as pessoas estão procurando culpados pelos erros dos outros, você está tentando avançar na melhoria da sua vida.

Por isso, se cerque de pessoas reais! Pessoas que mostram suas falhas e conquistas, são pessoas humanas. Se você quiser ser uma pessoa que inspira, se joga no mundo sem medo de errar. Falo para mim e para minha equipe: que a Cada NÃO que recebemos é um degrau que subimos

Sendo assim meu último recado pra você e a palavra errar significa:

E - Esforço Genuíno

R - Relevante e

R - Resiliente para

A - Atingir

R- Resultados efetivos

 


Amanda Gomes - especialista em análise comportamental e co-fundadora da ELAS, primeira escola de liderança feminina do Brasil.


Ansiedade na pandemia: a fatura chegou

Pais estressados no equilíbrio da rotina que envolve a casa, o trabalho e os filhos. Filhos estressados em uma rotina que proíbe o contato físico com o exterior.

A cena descrita tem sido lugar comum e merecedora de amplo debate desde o último 11 de março, quando a COVID-19 foi anunciada pandemia pela Organização Mundial de Saúde (OMS), levando todos para dentro de suas casas, em situação de isolamento social.

De lá pra cá são inúmeras as pesquisas mostrando a ampliação do número de adultos e de adolescentes tratados em hospitais, centros de referência e clínicas, privados ou públicos, em consultas presenciais ou online e até, nos casos mais graves, intervenções provocadas pelo esgotamento emocional de milhares de famílias em todo o País.

É fato: a fatura da ansiedade chegou. E, ao lado dela, uma polêmica que já dura mais de cinco mil anos: por que a sociedade tem tanta resistência em aceitar o tratamento com cannabis medicinal, especificamente o canabidiol (CBD), nos casos de ansiedade, mesmo com diversos estudos mostrando sua eficácia?

A resposta é simples e se divide em dois grandes pilares.

Primeiro, graças preconceito gerado pela falta de conhecimento. Utilizada há mais de 5.000 anos, para fins medicinais e com relatos de excelentes resultados, o não entendimento dos compostos, bem como sua interação e efeitos no nosso sistema, levou ao preconceito e à perseguição que existem até hoje e culminam na confusão entre os usos medicinal e recreativo.

Segundo e igualmente importante, a falta de interesse do capitalismo. A cannabis é uma planta que cresce muito rapidamente, com gastos pequenos e retorno de recursos que somam mais de 30 mil produtos, entre os quais estão biocombustível, concreto, fibras, alimento, além do uso na indústria farmacêutica.

Mas voltemos para a ansiedade.

A ansiedade já é considerada o mal do século, com números que superam os da depressão que, até então, ocupava este nada honroso posto. Segundo a OMS, cerca de 33% da população sofre com a ansiedade. E, de acordo com o Instituto de Pesquisa e Orientação da Mente (IPOM), o Brasil já é o país com a maior taxa de pessoas com ansiedade do mundo - 9,3% milhões dos brasileiros.

Um estudo realizado pela Universidade do Estado do Rio (UERJ) revelou que casos de ansiedade e estresse dobraram, e a depressão teve um crescimento de 90% durante a pandemia. Ao mesmo tempo, estamos acompanhando o crescimento dos transtornos mentais após a pandemia, números que devem continuar crescendo e levando ao aumento exponencial nas vendas de medicamentos das classes dos ansiolíticos, hipnóticos, estabilizadores de humor ou antidepressivos, que aumentaram em alguns casos até 80%.

A ansiedade se dá devido a uma reação natural do organismo diante de estímulos estressantes que podem provocar medo, dúvidas ou expectativas. Ela é benéfica até certo ponto, se tornando um problema quando esse mecanismo é ativado o tempo todo por perigos "imaginários", provocando respostas biológicas automáticas e passando a interferir nas atividades do dia-a-dia, podendo, inclusive, gerar um ataque de pânico.

O excesso de projeção e preocupação com as expectativas apreensivas do futuro faz com que a pessoa deixe de viver o presente para viver a ideia do que pode acontecer e que quase nunca acontece. A falta de controle sobre que vai acontecer, somada à falta da presença do indivíduo no momento presente, liga todo o sistema de resposta do corpo, que passa a entrar em estado de alerta constante gerando, assim, o transtorno de ansiedade que pode desencadear várias outras patologias como transtorno do pânico, fobia social, transtorno do estresse pós-traumático e transtorno obsessivo compulsivo (TOC), levando ao comprometimento da qualidade de vida da pessoa - em alguns casos, depressão, pensamentos ou até comportamentos suicidas.

De modo geral, a ansiedade impacta no humor (angústia constante, preocupação excessiva, desespero, medo irracional e insegurança); nos pensamentos (falta de concentração e preocupação exagerada em relação à realidade); no sono (irritabilidade e insônia); no corpo (tensão muscular, tremores, dores de cabeça e estômago, náuseas, falta de ar, dores abdominais que levam à diarreia) e no comportamento (medo constante e sensação de algo ruim vai acontecer).

Agora, voltemos ao canabidiol (CBD), que é um fitocanabinoide extremamente seguro e sem propriedades intoxicantes. Pelo contrário, ele possui propriedades analgésicas, anti-inflamatórias, antioxidantes, ansiolíticas, antidepressivas, anticonvulsivante e é um neuroprotetor. Como impacto imediato, sua utilização mostra resultados efetivos no alívio da dor, no aumento e modulação de serotonina, dopamina e outros neurotransmissores, sendo um potente ansiolítico e reduzindo os sintomas da ansiedade. Suas propriedades ajudam na indução e no tempo de sono, favorecendo a um sono profundo e reparador, além de promover a saúde cardiovascular. Ou seja, ele atua na causa, tratando não apenas o sintoma, mas a parte metabólica dos pacientes.

Claro, o acompanhamento médico é imprescindível. E é muito importante associar o tratamento à terapia cognitiva corporal e técnicas voltadas à mudança do estilo de vida e conscientização por meio do autoconhecimento, meditação, mindfullness, yoga, relaxamento, hipnose, respiração e afirmações positivas.

Por tudo isso, podemos afirmar que é preciso romper a barreira da desinformação e do preconceito. Afinal, o fato é: o canabidiol é uma alternativa poderosa - e disponível no Brasil - no tratamento da ansiedade, capaz de transformar sentimento, pensamento, comportamento e, mais importante, ampliar a qualidade de vida das pessoas.

 



Ailane Araújo - médica, pesquisadora, uma das primeiras prescritoras de cannabis medicinal no Brasil, atua na área da Medicina Integrativa e Cannabis Medicinal (EUA - 2016). Com certificação internacional pelo Medical Marijuana Inc, (EUA) e é membro da International Cannabinoid Research Society e fundadora do Centro Brasileiro de Referência em Medicina Canabinóide (CBRMC), primeiro do Brasil, localizado em São Paulo.


Saiba o que é mito ou verdade nas disfunções do sono em pessoas 50+

Especialista explica sobre mudanças nessa fase da vida

 

Conforme a idade vai chegando, dependendo do histórico e dos hábitos praticados, alguns aspectos da vida podem apresentar mudanças em pessoas acima de 50 anos. Estar com o sono em dia é um dos sinais de boa saúde, mas vários fatores influenciam para que isso ocorra. “Aquela ideia de que todo idoso dorme mal ou todo idoso dorme pouco é um mito, é preciso desmistificar isso. Mas, sim, acontecem alterações do sono relacionadas à idade que precisamos conhecer”, explica o geriatra Felipe Bozi, médico da startup Nilo Saúde, uma clínica multidisciplinar digital. 

O especialista diz que acontece uma redução no tempo da fase de sono mais profundo, ou seja, o indivíduo mais velho tem um sono mais superficial, podendo acordar com mais facilidade e com pequenos estímulos de barulho e iluminação. Mudanças fisiológicas do organismo e algumas doenças também influenciam na qualidade do sono, causando a temida insônia. “As alterações de sono em pessoas acima de 50 e 60 anos são extremamente comuns. Acima dos 60 anos, entre 30 e 40% das pessoas vão ter algum episódio de insônia, que está diretamente ligada a uma piora da qualidade de vida”.

Antes de um diagnóstico, é necessário fazer uma avaliação do paciente, observando hábitos diurnos, noturnos e a rotina antes de dormir, já que essas condições impactam diretamente na qualidade do descanso. Se a pessoa toma alguma medicação isso também deve ser considerado, pois alguns remédios tendem a piorar o sono, assim com o uso de álcool e tabaco. Algumas doenças como apneia obstrutiva do sono, síndrome das pernas inquietas, depressão, demência e outros problemas de memória, também podem levar à insônia, piorando a qualidade do sono, causando sonolência diurna e até limitações nas atividades do dia a dia por cansaço. A avaliação médica é importante para um diagnóstico adequado e tratamento oportuno.

Para ter um sono de qualidade, é necessário manter algumas medidas de higiene do sono, que conseguem resolver a maior parte dos problemas de insônia primária. O geriatra da Nilo Saúde cita alguns exemplos: ir para a cama apenas quando estiver com sono, não tomar café ou outras bebidas estimulantes pelo menos 6 horas antes de dormir, não fazer atividades físicas nas 3 horas anteriores de ir para a cama - mas fazer atividade física durante o dia porque ajuda no padrão de sono, evitar tirar cochilos ao longo do dia e evitar fazer atividades na cama, como leituras, ver TV e usar o celular. “Mas a principal medida é manter uma rotina de acordar e de dormir, que se mantenha também ao longo do fim de semana”, comenta.

Se o paciente tem insônia secundária, em consequência das doenças citadas anteriormente, é preciso realizar um tratamento adequado antes, em sintonia com o reforço e estímulo das medidas de higiene do sono. Em alguns casos o médico deve encaminhar para uma terapia cognitivo comportamental direcionada para a melhora do sono, e, em último caso, prescrever o uso de medicações. “Existem diversas medicações que ajudam o paciente que tem insônia, os mais conhecidos são os benzodiazepínicos, a melatonina e as drogas z, dentre elas o zolpidem. Essas medicações, no entanto, precisam ser usadas na menor dose e pelo menor tempo possível para que a pessoa consiga ajustar a sua rotina”, completa Bozi. O médico adverte ainda que esses remédios têm efeitos colaterais a longo prazo, podem afetar a memória e aumentar o risco de queda, por isso não é recomendado o uso crônico. “Caso a pessoa já faça o uso crônico, é importante rever a indicação de manter essas medicações e fazer uma tentativa de retirá-las”, finaliza.

 

 


Felipe Bozi - médico formado pela Escola Superior de Ciências da Saúde em Brasília (ESCS) e especializado em Clínica Médica e Geriatria pelo Hospital das Clínicas da USP. Seu interesse pela geriatria começou ao perceber que o paciente idoso precisa de um olhar diferenciado que respeite sua biografia e suas expectativas, pois só assim é possível fazer um cuidado adequado de sua saúde. Após terminar a residência de Geriatria, trabalhou por um ano como preceptor dos residentes no HCFMUSP, contribuindo para a formação dos novos médicos residentes em Geriatria. Depois, passou a integrar o time da Nilo Saúde, uma clínica multidisciplinar digital especializada na saúde integrada do público 50+.

 

Nilo Saúde

https://www.nilosaude.com.br/

https://www.linkedin.com/company/nilo-saude/


FALTA MUITO PARA ÀS 18H? - ENTENDA O QUE É A SÍNDROME DE BOREOUT E O QUE FAZER COM O DESINTERESSE NO TRABALHO

Muito se fala sobre como o excesso de trabalho pode ser prejudicial à nossa saúde e desenvolvimento pessoal e profissional. Crises como BurnOut - estado de extrema exaustão ocasionada pela carga de trabalho - e o desenvolvimento de vícios, como é o caso dos Workaholics, já são assuntos bastante conhecidos no ambiente corporativo e têm ganhado cada vez mais visibilidade por conta da pandemia de Covid-19 e do trabalho remoto quase que compulsório para grande parte da população.

Contudo, existe o outro lado do espectro: enquanto uns estão mergulhando demais no trabalho, existem aqueles que se veem cada vez mais desanimados com suas carreiras. A "Síndrome de BoreOut" - do inglês bored, que pode ser traduzido como tédio para o português -, evidencia que o desinteresse constante pelas atividades diárias podem afetar diretamente a autoestima dos colaboradores e até mesmo acarretar consequências mais graves, como apatia, depressão, ansiedade e estresse crônico.

Estudos recentes da Udemy, plataforma de cursos online, apontam que cerca de 50% dos entrevistados afirmam se sentirem entediados com seu trabalho em mais da metade da semana. Além disso, o levantamento também identificou que 43% dos respondentes estão completamente desmotivados e descontentes com o emprego atual.

A fim de auxiliar de sanar algumas dúvidas sobre o problema e como estimular, desenvolver e proporcionar mais bem-estar dentro das organizações, listamos algumas dicas. Confira!


Entenda o real motivo que está te desestimulando no trabalho: antes de mais nada, é importante ter em mente que estar desestimulado com a sua carreira ou com a atividade que está exercendo pode ser parte de um problema muito maior do que se imagina. Por isso, tire um momento para refletir e entender o que, de fato, está gerando este desconforto e infelicidade. Será o excesso de trabalho? A ausência de desafios e canal aberto com os seus superiores? Ou, quem sabe, a falta de reconhecimento dentro da sua área? É essencial ter essas questões em mente antes de tomar qualquer decisão mais drástica, como pedir demissão, por exemplo;


Tenha um canal aberto com suas lideranças: uma vez que você identificou com clareza o que está causando o seu tédio, está na hora de ter uma conversa franca com seus superiores. Explique o que está acontecendo e que está se sentindo descontente mostrando-se aberto a um diálogo e à possíveis soluções para a mudança. Busquem, juntos, a melhor alternativa para driblar o descontentamento;


Busque ajuda de profissionais: existe uma vertente na psicologia conhecida como psicologia trabalhista. Essa área é focada, fundamentalmente, na melhora do aspecto organizacional, em que o psicólogo surge como um expoente capaz de resolver o dilema do desempenho dos funcionários, desenvolvendo o papel de encontrar uma maneira de criar um ambiente mais saudável para a equipe.

Já é possível encontrar diversas formas de adotar esse método nas empresas, por meio de clínicas online, como é o caso da Telavita . Dessa forma, gestores e empresas podem estimular o bem-estar do time e reduzir possíveis gastos custos de saúde de uma forma rápida, simples e segura;


Não se cobre demais: existem alguns dias que a gente simplesmente não rende, seja por estresse, cansaço ou falta de criatividade. E está tudo bem! Nestes momentos, respire fundo, respeite seu tempo, converse com seu gestor e, se for o caso, sinalize que o dia está sendo improdutivo. Desta forma, será possível reorganizar as demandas e recomeçar no próximo dia mais centrado;


Nem sempre o ócio é seu inimigo: nem sempre ser uma pessoa muito ocupada é sinônimo de produtividade. Logo, ter alguns momentos ociosos e de procrastinação (com parcimônia e responsabilidade, claro!) podem ser uma ferramenta poderosa no quesito criatividade. Como dito acima, com uma rotina bem organizada, é possível tirar uns instantes do seu dia para simplesmente "descarregar" o cérebro;


Empresas, adotem o marketing de incentivo: como o próprio nome diz, o marketing de incentivo tem como objetivo motivar equipes de trabalho, a fim de gerar mais reconhecimento e engajamento para os colaboradores. E engana-se quem pensa que o incentivo se resume a recompensas financeiras. Aqui vale tudo: viagens, cursos gratuitos, uma televisão nova, um day-off.

A boa notícia é que em paralelo crescem as chamadas IncentiveTechs, como a Incentivar.io , startups que oferecem soluções tecnológicas para facilitar a vida dos gestores de recursos humanos e, claro, gerar conexões entre colaboradores e empresas.


5 dicas para manter um diário da gratidão


Especialista em psicologia positiva ensina uma maneira de ser grato o ano inteiro

 

Já pensou em criar um “diário da gratidão”? Ao longo dos anos, diversas pesquisas indicaram uma série de benefícios impressionantes ao simples ato de escrever as coisas pelas quais somos gratos. Melhor sono, menos sintomas de doenças e mais felicidade são só alguns desses ganhos.

Em muitos estudos, as pessoas são simplesmente instruídas a registrar cinco coisas que experimentaram na semana anterior pelas quais gostariam de agradecer. As anotações também devem ser breves, ou seja, apenas uma única frase. E elas variam desde “obrigado por acordar bem” até “sou feliz pela generosidade dos meus amigos”.

Por que essa prática em particular pode fazer tanto bem para nossa mente e corpo? “Manter um diário da gratidão significa realmente nos forçar a prestar atenção nas coisas boas da vida que, de outra forma, consideraríamos garantidas”, explica Flora Victoria, mestre em psicologia positiva aplicada pela Universidade da Pensilvânia.

Além disso, segundo a especialista, escrever ajuda a organizar os pensamentos e nos permite aceitar nossas experiências. “Em essência, contribui para que você veja os eventos positivos que acontecem ao seu redor e crie um significado para sua existência”, completa.

De acordo com Flora, que também é Embaixadora da Felicidade no Brasil pela World Happiness Summit, há algumas dicas que podem fazer os diários da gratidão funcionarem ainda melhor. Para tanto, ela cita o que diz Robert Emmons, professor da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos e um dos maiores especialistas neste tema.

 

1) Não faça só por fazer

O diário é mais eficaz se você primeiro tomar a decisão consciente de se tornar mais feliz e grato. A motivação para se tornar mais feliz é o que desempenha um papel na eficácia da atividade.

 

2) Especifique

Elaborar em detalhes sobre uma coisa particular pela qual você é grato traz mais benefícios do que uma lista superficial de inúmeras coisas.

 

3) Seja pessoal

Focar nas pessoas a quem você é grato tem mais impacto do que focar nas coisas pelas quais você é grato.

 

4) Experimente a subtração, não apenas a adição

Uma maneira eficaz de estimular a gratidão é refletir sobre como seria sua vida sem certas bênçãos, em vez de apenas contabilizar todas as coisas boas.

 

5) Saboreie surpresas

Tente registrar eventos que foram inesperados ou surpreendentes, pois eles tendem a desencadear níveis mais fortes de gratidão.

Ao começar a manter um diário, também fique de olho:

  • Tente ver cada item da sua lista como um presente. Esteja ciente de seus sentimentos enquanto você “saboreia” esse presente em sua imaginação.
  • Não se apresse neste exercício como se fosse apenas mais uma atividade pendente do dia. O diário da gratidão é realmente diferente de apenas listar um monte de coisas agradáveis que aconteceram.
  • Não existe uma maneira certa de fazê-lo. Você pode escrever no seu diário no início da manhã ou antes de ir para a cama, por exemplo.
  • A estética não é o mais importante. Não precisa comprar um diário sofisticado, nem se preocupar com a ortografia ou a gramática. A ideia é criar o hábito de prestar atenção a eventos que inspirem gratidão.

Celular e videogame: uma combinação bombástica para suas mãos. Saiba como prevenir

Apesar de todas as recomendações contra o uso excessivo de telas, muitas vezes achamos que os problemas decorrentes “não vão nos atingir”, ou mesmo encaramos os dispositivos digitais como “um caminho sem volta” – e esquecemos de limitar seu efeito em nosso corpo e mente. Pior: estamos levando nossos filhos para a mesma direção.

Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, que atualizou neste ano seu “Manual de Orientações #Menos Telas #Mais Saúde”, os problemas para crianças e adolescentes hiperexpostos às telas vão desde a irritabilidade, ansiedade e depressão, até o aumento da violência e problemas auditivos e visuais, como miopia e síndrome visual do computador, transtornos posturais musculoesqueléticos e propensão ao uso de drogas.

No caso do videogame, além dos problemas musculares, existe o risco de desligamento da realidade, quando o cognitivo passa a sofrer com falta de atenção, não socialização, isolamento familiar e social. Estima-se que, após 30 minutos de jogo, a pessoa já passa a viver na realidade virtual.

Se para os mais novos esses são hábitos que devem ser limitados e reavaliados com urgência, antes que se tornem regra para toda a vida, para adultos e idosos, que também passaram a fazer uso irrestrito de aparelhos como celular, tablet e videogame, as consequências se somam a tendências já existentes, como artrite e artrose, entre outras limitações de movimentos.

Podemos não nos dar conta, mas a posição que adotamos ao celular, com o pescoço abaixo e coluna inclinada, exerce sobrecarga crescente sobre os músculos dos ombros, braços, mãos e dedos, o que tem levado muitos aos consultórios ortopédicos. A coluna e o pescoço são alvos gravemente atingidos pelos maus hábitos tecnológicos: o peso sentido pela cabeça é equivalente a 27 quilos, devido à pressão exercida pelo abaixamento da cabeça...

Com as mãos, a situação é ainda mais delicada, pois usamos sempre o mesmo dedo para digitar. O mais comum é a inflamação do tipo tendinite, mas ela pode se agravar e evoluir para uma tendinopatia, com processo degenerativo, principalmente das pequenas articulações, ou seja, o paciente desenvolve a osteoartrite. Apesar de muitos não se darem conta da gravidade desse hábito que ultrapassa fronteiras geográficas e de idade, a inflamação nos punhos causada pelo uso excessivo do celular já tem até um apelido, a “Whatsapinite”.

Outras afecções osteoomioarticulares (que afetam ossos, músculos e articulações), consideradas doenças causadas pela repetição de movimentos, podem ser relacionadas com o uso de dispositivos digitais, como deformidades e fraqueza muscular.

O meu alerta é: coloque limites para vocês mesmo, antes de chegar ao ponto de precisar de uma cirurgia. A boa notícia é que existem medidas que amenizam o dano causado pelo tempo ao celular, como adaptadores na forma de alças que permitem segurar o aparelho com a mão aberta.

Uma dica que deixo para você é tomar cuidado em usar sempre as duas mãos, e não apenas um dos dedos, alternando entre polegar e indicador. Outra recomendação essencial é fazer alongamentos, o que vale também para o tempo de uso do computador: estique a coluna, alongue os braços, solte o pescoço, faça a extensão total do braço, mãos e dedos.

E atenção: alongamento é para ser feito devagar. Todo o tempo investido nessa prevenção será recompensado em ganho de saúde e bem-estar.

 



Syomara Cristina Szmidziuk - atua há 30 anos como terapeuta ocupacional, tem experiência no tratamento e reabilitação dos membros superiores em pacientes neuromotores. Faz atendimentos em consultório particular e em domicílio, onde desenvolve trabalho com os métodos RTA e terapia da mão. Possui treinamento em contenção induzida, eletroestimulação, Bobath (AVC) e Baby Course (Bobath avançado), entre outros.


A 'mania de controlar´ tudo que afeta severamente o equilíbrio emocional do ser humano

Já parou para pensar se você está sofrendo por alimentar uma mania de controle? Por que desejamos controlar tudo? Na verdade, existe uma linha muito tênue em promover ou não uma justificativa para a mania de controle. A grande questão é que a necessidade em ter o controle das situações nas mãos é um sentimento intrínseco de nossa espécie. Tudo o que é externo, e nos foge ao controle, gera insegurança e medo - e nos faz sentir vulneráveis.

Essa sensação pode desencadear uma falsa ilusão de segurança, além de colaborar para que acreditemos que nossas ações e pensamentos são sempre superiores ao do outro, quando, na verdade, nossa necessidade por controle só reflete nossas próprias inseguranças e a falta de confiança que, inconscientemente, depositamos no outro e em nós.

Não podemos dizer que essa mania é justificável, pois tudo o que causa dor e sofrimento perde sua capacidade de aceitação. Estudos comprovam que a busca pelo controle pode refletir uma neurose por felicidade constante - uma vez que o ser humano tem a ilusão de que, quando o outro e todas as coisas estão dominadas ou sob o seu controle, não haverá possibilidades de riscos de resultados negativos. O grande problema é que não existem garantias de que a todo momento poderemos ter o controle total sobre o universo a nossa volta. Só podemos controlar nossas ações, não controlamos o tempo e nem os sentimentos e atitudes do outro. E é por isso que, por vezes, nos frustramos e experimentamos o sentimento de angústia.

As pessoas que quererem ter o controle de todas as situações vivem um dilema interno consigo mesmas, pois estão sempre frustradas por não terem suas expectativas atendidas. Podem, psiquicamente, apresentar distúrbios de alteração de humor, irritabilidade excessiva, estresse elevado e até desenvolvem transtornos depressivos. Apresentam grande dificuldade para lidar com críticas e podem ser totalmente inflexíveis, por estarem sempre tentando interferir no livre-arbítrio do próximo. São indivíduos capazes de oprimir a identidade do outro em função de sua característica dominadora, além de tentarem a todo custo centralizar tudo. Ou seja, por todo o exposto, quem possui este perfil e a mania de querer controlar tudo acaba sofrendo muito porque está sempre em estado de tensão. Sempre desesperado para saber se tudo sairá conforme suas expectativas. E quando isso não acontece, é invadido pelo amargo gosto da frustração e da decepção.

As palavras de ordem aqui são: equilíbrio e controle emocional. O autoconhecimento te faz entender que, na realidade, é impossível controlar tudo. Se faz necessário um melhor gerenciamento de seus sentimentos, pensamentos, emoções e ações. Desta maneira, fica mais claro perceber o que está fora do seu alcance e, assim, não correr o risco de empregar energia em algo que não irá trazer resultado. Saber separar, através de atitudes conscientes, o que eu posso controlar e o que não faz parte do meu autocontrole. O desapego a esta necessidade de controle é o que irá propiciar uma vida mais equilibrada, mais leve e sem pressões internas e, principalmente, sem o elemento culpa. Culpa porque quando o indivíduo percebe que algo deu errado e que perde o controle da situação, ele se enche de frustração e de culpa. Começa a povoar a mente com cobranças excessivas que aumentam ainda mais seu estresse e a sua ansiedade. 

Existem muitas situações as quais tentamos controlar em vão, pois tudo o que é externo a nós é incontrolável e imprevisível. Não controlamos, por exemplo, as palavras do outro, os sentimentos alheios, as decisões, ações e esforços das pessoas a nossa volta (sejam elas íntimas ou não). Nem o tempo é controlado por nós. No fundo, o que precisamos desapegar e abandonar é o orgulho e o delírio que alimentamos de acreditar que tudo vai ser como queremos, como planejamos em nosso inconsciente. 

Aprender a não sofrer pela falta de controle, tolerando a sensação de incerteza que é intrínseca ao ser humano, sem dúvida é um de nossos maiores desafios. Faz parte do curso natural da vida não conseguir conduzir ou controlar tudo. Não somos seres onipresentes, onipotentes ou oniscientes. É necessário que tenhamos e possamos aceitar nossa infinita necessidade de autoconhecimento e aperfeiçoamento pessoal que nos garanta ordenação da vida, de forma a crescermos com as oportunidades e adversidades apresentadas à partir de um enfrentamento consciente. No entanto, o gerenciamento das emoções pode contribuir de maneira positiva na tarefa contínua de domínio dessa sensação de insegurança causada pela percepção de que não podemos controlar tudo. Algumas ações individuais garantem o equilíbrio de sua saúde mental e um maior controle emocional em busca de uma vida saudável, como por exemplo: Tentar não abraçar tudo para si; evitar centralizar tudo a ponto de se sufocar e aumentar sua ansiedade; aprender a delegar; não ser imprudente a ponto de se colocar acima dos desafios; ter humildade para reconhecer que não se sabe e não se pode tudo; não sucumbir à histeria e neurose coletiva de que é necessário ser perfeito e não se pode errar nunca; aceitar suas deficiências e fortalecer suas qualidades; aprender a exprimir novos significados para seus próprios resultados; permitir-se ousar e experimentar a sensação do descontrole ( por mais desconfortável que possa parecer). Sem medo de errar, se esses pontos forem observados e trabalhados, o indivíduo poderá aprender muito e se conhecer muito mais - entrando até em um processo adaptativo que promova gatilhos para que consiga se sentir mais feliz e menos vulnerável às adversidades.

Portanto, ao abrir mão do controle, relaxar e administrar apenas o que está ao seu alcance de ser administrado e controlado, o ser humano consegue ter mais domínio sobre si mesmo. Isso porque instala-se um equilíbrio emocional, reflexo da ausência de tensão interna que, naturalmente, torna-o mais leve e menos pressionado. Fato é que o primeiro passo deve ser dado: parar de pressionar a si mesmo. Em seguida, eliminar crenças enraizadas que valorizam os seus “tem que” e os “devo”. Além de parar de se cobrar e de querer controlar com sua mente tudo o que acontece ao redor. Perceba que sua responsabilidade é cuidar de si mesmo. Se sua cabeça anda mal, certamente ficará difícil administrar sua casa, seus filhos ou seus negócios. Melhore seus pensamentos e emoções e se deixe um pouco mais à vontade, sem a rigidez que você mesmo se impõe. Permita-se! Seu corpo vai agradecer, sua saúde mental e sua vida podem se equilibrar e o resultado, acredite, será um maior controle emocional - sem culpas e sem cobranças.

 

 

 

Dra Andrea Ladislau * Doutora em Psicanálise * Membro da Academia Fluminense de Letras - cadeira de numero 15 de Ciências Sociais * Administradora Hospitalar e Gestão em Saúde * Pós Graduada em Psicopedagogia e Inclusão Social * Professora na Graduação em Psicanálise * Embaixadora e Diplomata In The World Academy of Human Sciences US Ambassador In Niterói * Professora Associada no Instituto Universitário de Pesquisa em Psicanálise da Universidade Católica de Sanctae Mariae do Congo. * Professora Associada do Departamento de Psicanálise du Saint Peter and Saint Paul Lutheran Institute au Canada, situado em souhaites. 

Penhora de cotas sociais de empresa para garantir dívida pessoal do sócio é possível?


Confira todos os detalhes de execução neste caso


A 3ª turma do STJ, negou provimento ao recurso especial de dois sócios que tentavam anular a penhora de suas cotas em empresas de processo de recuperação judicial.  Em vista do entendimento de que não há vedação legal à medida. A Advogada Sabrina Rui comenta sobre o caso, explicando que esse recurso teve origem em execução promovida por uma empresa para cobrar a dívida que chega perto dos 595 mil reais, em que o juízo de primeiro grau deferiu o pedido de penhora sobre cotas sociais dos devedores em 6 sociedades empresárias, nas quais duas delas estavam em recuperação judicial.

Contra essa decisão, dois dos devedores recorreram, sustentando entre outros pontos, que a penhora de cotas impõe aos sócios o ingresso de pessoa estranha ao quadro social, em prejuízo da affectio societatis. Foi alegado ainda que, tendo sido aprovado o plano de recuperação das duas empresas, a substituição de administradores nesse caso teria de ser aprovada pela assembleia de credores.

Entretanto, “O TJ/SP rejeitou o recurso, considerando que a recuperação da pessoa jurídica não impede a constrição judicial de patrimônio que pertence aos sócios” explica Sabrina.

 

Penhora possível:

O autor do voto que prevaleceu no julgamento do recurso especial, ministro Villas Bôas Cueva, afirmou que, nos termos do artigo 789 do Código de Processo Civil, o devedor responde por suas obrigações com todos os seus bens – entre os quais se incluem as cotas que detiver em sociedade simples ou empresária –, salvo as restrições estabelecidas em lei.

O ministro citou precedentes do STJ no sentido de que é possível a penhora de cotas societárias para garantir o pagamento de dívida particular do sócio, pois não há vedação legal nem afronta à affectio societatis, uma vez que a constrição não leva necessariamente à inclusão de novas pessoas no quadro social.

Quanto à hipótese de sociedade em recuperação judicial, o magistrado ressaltou que poderia haver restrição à liquidação das cotas penhoradas, mas não à penhora em si.

Uma vez penhoradas as cotas, algumas possibilidades se abrem na execução, como dispõe o artigo 861 do CPC. A primeira é o oferecimento dessas cotas aos demais sócios, os quais podem adquiri-las para evitar a liquidação ou o ingresso de terceiros na sociedade.

Não havendo interesse dos demais sócios, a possibilidade de aquisição passa para a sociedade, “O que, em princípio, de acordo com o ministro, não seria viável no caso da recuperação judicial, pois não há lucros ou reservas disponíveis, nem é possível a alienação de bens do ativo permanente sem autorização judicial” expõe a advogada.

Para Sabrina, não há, em princípio, vedação legal à penhora de cotas de empresa em recuperação, tendo em vista a multiplicidade de situações que podem ocorrer no prosseguimento da execução.

E assim, a eventual interferência da penhora de cota social na recuperação judicial da empresa deve ser analisada com o decorrer da execução, não podendo ser vedada desde logo, em abstrato, podendo os juízes (da execução e da recuperação judicial) se valer do instituto da cooperação de que trata o artigo 69 do CPC.

 

Sabrina Rui - Advogada em direito tributário e imobiliário
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Capitalismo consciente: como ter sucesso e bem-estar ao mesmo tempo

Segundo especialista, os negócios não se restringem apenas à geração de lucro, renda e empregos, mas também a valores de bem-estar sociais

 

Você já ouviu falar em Capitalismo Consciente? O Capitalismo Consciente é uma nova abordagem para condução dos negócios que as melhores empresas do mundo estão adotando. Essas empresas são guiadas por um conjunto de valores que promove a prosperidade e a interligação de toda a cadeia de valor para atingir metas mais amplas de maneira justa e equilibrada.

Em síntese, no Capitalismo Consciente, cria-se valores diferentes para todas as partes interessadas (ou stakeholders) como financeiro, intelectual, físico, ecológico, social, cultural, emocional, ético e até mesmo espiritual. Os negócios não se restringem apenas à geração de lucro, renda e empregos, mas também a valores de bem-estar sociais.

Na prática, as chamadas empresas conscientes foram idealizadas pelos estudiosos Raj Sisodia, Jaf Shereth e David Wolf na intenção de compreender os caminhos percorridos pelas marcas que conseguiam manter um alto nível de fidelização dos consumidores sem precisar realizar altos investimentos em Marketing & Publicidade. Atualmente, o modelo de negócios concretizou-se em quatro princípios, que são:


Propósito elevado: fortes valores que vão além do lucro e que inspiram, envolvem e energizam o empresário, bem como os colaboradores e consumidores, que, engajados, confiam e até mesmo amam essas empresas.


Cultura consciente: cultiva o amor e o cuidado e desenvolve uma relação de confiança entre os membros da equipe da empresa e seus investidores. Em algumas das empresas mais bem-sucedidas e amadas, a cultura consciente parece ser palpável, pois é baseada em confiança, integridade e transparência.


Liderança consciente: o papel do líder consciente é servir ao propósito da organização para buscar o que há de melhor em seus colaboradores, promovendo transformações positivas e agregando valor para consumidores e investidores.


Orientação para todos os envolvidos no negócio: empresas conscientes maximizam retornos para todos os envolvidos em seu negócio — colaboradores, consumidores, comunidade, governo e investidores — e entendem que, tendo todos envolvidos e engajados, é possível formar uma empresa forte, saudável e sustentável.

“Hoje, estamos acostumados com a ideia de que a razão de ser das empresas é dar lucro aos acionistas. O Capitalismo Consciente serve para elevar a humanidade e gerar valor para todos os envolvidos, inclusive para a comunidade e para o meio ambiente. A prática melhora inclusive a autoestima das pessoas porque tem poder de inclusão e sentido de pertinência”, afirma Sérgio Guerra, CEO da SG Aprendizagem Corporativa.


O terceiro princípio: Liderança Consciente

Não adianta ter valores, princípios, stakeholders integrados se não houver líderes conscientes na empresa. No livro “Capitalismo Consciente”, John Mackey e Raj Sisodia trazem uma análise histórica da evolução das empresas. Para eles, no início, as empresas foram moldadas por características militares.

Desta maneira, as organizações apresentavam lideranças pautadas em comandos e controles. Por conta disso, pessoas motivadas em exercer poder eram atraídas e contratadas.

Os autores afirmam que o ambiente de negócios era similar a uma praça de guerra e o mito de que os melhores guerrilheiros dão líderes exemplares se disseminou em todas as organizações. A cultura de militarismo era tão presente que frases como “Engajar a Linha de Frente” ou “Capturar mercado”, que perduram até hoje, são resquícios deste tempo.

Todavia, este tipo de liderança começou a desagradar acionistas, pois as empresas se tornavam sólidas de forma interna, mas não cresciam. Desta maneira, o estilo de liderança foi sendo alterado. Segundo John e Raj, deixou de ser “militarista” e passou a ser “mercenário”. Nesta nova fase, os líderes focavam no valuation e nos valores de ações das empresas, pois se tornariam mais atrativas aos investidores.

O Capitalismo Consciente traz, por sua vez, a ideia de que líderes conscientes devem ser motivados por servir ao propósito da empresa. Desta maneira, sua função é desenvolver habilidades necessárias para engajar, motivar, inspirar e orientar toda sua equipe. O comportamento deste líder é norteado pelo exemplo e pela proposta de união dos stakeholders.

“É perceptível que líderes conscientes deixam de lado as características de poder (militarismo) e o enriquecimento pessoal (mercenário) e se preocupam em construir um legado (propósito). Para conseguir transformar sua empresa ou criar uma empresa consciente, é preciso definir valores que a empresa acredita; trabalhar por um propósito maior que a empresa; definir todos os stakeholders e tratá-los da mesma maneira; integrar os stakeholders e buscar sempre uma solução Ganha-Ganha; ser um líder ou ser humano consciente, independentemente da posição que ocupa  hoje; e saber que a cultura atua de forma inconsciente, mas impacta nos resultados. Por isso, trabalhe para implementar uma cultura consciente na sua empresa”, finaliza Sérgio Guerra.

 

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