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segunda-feira, 9 de novembro de 2020

Pesquisa revela que 61% dos brasileiros não gostam de pagar as altas taxas cobradas pelos bancos para DOCs e TEDs

Estudo encomendado pelo PayPal ao Opinion Box indica que o Pix pode se tornar uma ferramenta usual no País, mas, por enquanto, apenas 15% dos entrevistados dizem entender como ele funciona.


O setor bancário/financeiro atravessa um período de muita agitação, seja pelo surgimento de players 100% online (as chamadas fintechs) seja pelas novas ferramentas e funcionalidades que estão chegando ao mercado. E duas delas têm merecido manchetes diárias na mídia: o Pix, plataforma de pagamentos instantâneos do Banco Central, que entra em vigor em novembro; e o open banking, com data ainda incerta – e que pode até mudar de nome, para open finance –, cuja principal característica é dar poder ao cliente/correntista sobre seus dados pessoais e financeiros.

Mesmo sem conhecerem a fundo a nova plataforma de pagamentos ou o conceito de open banking, a maioria dos entrevistados concorda que as duas iniciativas têm potencial para mudar a forma como os brasileiros gerenciam o seu dinheiro.

Enquanto o Pix é percebido como uma maneira mais barata, rápida e disponível para pagamentos, o open banking tem espaço para crescer e ganhar a confiança dos clientes, ajudando-os a terem mais liberdade de escolha e menos burocracia do que existe hoje no mercado financeiro.

Tendo esse cenário como ponto de partida, o PayPal encomendou ao Opinion Box a pesquisa “Tendências no Segmento de Pagamentos Digitais: Pix e Open Banking”, para entender melhor o que pensam os brasileiros sobre essas duas plataformas oficiais. A empresa ouviu, de forma 100% online, 3.024 brasileiros acima de 18 anos nas cinco regiões do País (53% mulheres) das classes A, B, C, D e E. As entrevistas, feitas por meio de questionário padrão com 66 perguntas, foram realizadas entre 7 e 14 de outubro de 2020.

A seguir, os highlights do estudo.

 

SOBRE O PIX

  • Sobre o tempo perdido entre o dinheiro sair da conta e chegar ao destino, 77% dizem não gostar de ter de esperar dois dias úteis para a validação de um boleto, por exemplo; e 72% não gostam da espera até a aprovação de um pagamento.
  • Além disso, a possível gratuidade de uma transferência é atrativa para os brasileiros: 76% dizem que fariam mais transferências se elas fossem gratuitas; 61% não gostam de fazer DOC e TED por causa das altas taxas cobradas pelas instituições financeiras; e 57% dos entrevistados dizem que costumam perguntar para qual banco será a transferência antes de efetuar o pagamento.
  • Segundo o estudo, cerca de 27% dos brasileiros optam por sacar o dinheiro e entregá-lo pessoalmente para evitar pagar as taxas de transferência cobradas pelos bancos. E outros 22% preferem entregar o dinheiro pessoalmente para evitar ter de esperar o tempo de confirmação do pagamento.
  • Em torno de 60% dos brasileiros pesquisados pelo Opinion Box passam por alguma situação de incômodo em relação à realização de pagamentos "sempre" ou "quase sempre" -- sendo que o fato de precisarem esperar até o próximo dia útil para efetuar uma transferência bancária é a situação mais comum (36% citaram não poder realizar a operação no fim de semana e 35% reclamaram do horário comercial).
  • O Opinion Box quis saber o quanto os métodos atuais de pagamento fazem parte da vida dos brasileiros: o boleto bancário ainda é utilizado por cerca de 52% das pessoas, enquanto 48% costumam utilizar a transferência bancária no dia a dia.
  • Entre aqueles que costumam usar a transferência bancária, o TED é a forma preferida, com 86%, seguida pelos aplicativos de transferência (59%) e pelo DOC (42%). RESPOSTAS MÚLTIPLAS
  • Na sequência, o estudo quis saber o quanto o brasileiro entende sobre o Pix. E a conclusão não foi o que os especialistas esperavam: 8% nunca ouviram falar da plataforma de pagamentos instantâneos do Banco Central; 28% já ouviram falar, mas não sabem o que é; 49% disseram conhecer um pouco; e apenas 15% dizem que conhecem bem o tema.
  • Um outro ponto que chamou a atenção após os entrevistados serem informados sobre as características principais do Pix foi o índice dos que consideram a plataforma segura: 59%. Para 66%, o Pix é fácil de entender; e 72% se disseram propensos a usá-lo no dia a dia.
  • Quando informados sobre a potencial gratuidade da plataforma para envio de dinheiro entre pessoas físicas, o índice dos entrevistados que a utilizaria sobe para 80%.
  • Apesar dos preços menores e da disponibilidade 24/7, pelo menos por enquanto, a maioria dos brasileiros ainda não se deixou conquistar pelo Pix: 32% dos entrevistados pelo Opinion Box disseram ter a intenção de substituir DOC, TED e boleto bancário pela nova ferramenta; 8% continuariam usando somente DOC, TED e boleto; e 60% dos pesquisados se mostraram "multimeios".

 

SOBRE O OPEN BANKING

  • A pesquisa do Opinion Box descobriu que 77% dos brasileiros procuram por bancos que possam oferecer taxas diferenciadas, garantindo o melhor custo-benefício; e 65% gostariam de ter todos os seus dados financeiros centralizados em um só lugar. Além disso, 26% dizem ter dificuldade de controlar as finanças por ter de verificar contas em diversos bancos.
  • O estudo salienta também que 53% dos consumidores já tiveram dificuldade para conseguir crédito em um banco, enquanto que 50% já desistiram de mudar de instituição financeira por causa da burocracia; e 45%, por não conseguirem os mesmos limites de crédito que têm atualmente.
  • Apesar de o open banking ser visto pelos especialistas como uma boa notícia para os correntistas/clientes, ainda há muito desconhecimento sobre o real significado do termo. Cerca de metade dos brasileiros nunca ouviu falar em open banking, e apenas 22% dizem "conhecer pouco" ou "conhecer bem" o assunto.
  • Devidamente informados pelos pesquisadores sobre os pontos principais do open banking, 45% dos entrevistados entenderam como ele funciona; 35% se disseram seguros quanto a usar essa funcionalidade; e apenas 34% autorizariam o compartilhamento de seus dados com outras instituições financeiras.
  • No universo dos que autorizariam o compartilhamento de dados, 30% o fariam porque isso lhes traria benefícios; 25%, porque acreditam que isso facilitaria a obtenção de crédito em outras instituições financeiras; e 19% porque poderiam optar pelos serviços bancários mais baratos.
  • Já entre os que não têm interesse em compartilhar seus dados (24% do total), os principais motivos para isso são: “me preocupo com quem terá acesso aos meus dados”, com 50%; “não acho que meu histórico bancário deva ser compartilhado”, com 20%; “acredito que só eu devo ter acesso aos meus dados financeiros”, com outros 20%; e “tenho medo de que meu histórico bancário me prejudique em outros bancos”, citado por 10% dos entrevistados.

 

CITAÇÕES

  • “Tanto o Pix quanto o open banking são plataformas que podem trazer uma grande gama de novos produtos e serviços para os brasileiros – baseados em menores custos, mais disponibilidade e menos burocracia no dia a dia. A pesquisa do Opinion Box demonstra, porém, que há uma longa jornada pela frente no que diz respeito à conquista desse cliente/correntista, que ainda não tem todas as informações à disposição para se decidir pelo uso ou não dessas novas funcionalidades” Carlos Nomura, Head de Pagamentos do PayPal Latam
  • “É muito interessante ver que, apesar de ainda não saberem, tanto o Pix quanto o open banking tem um grande potencial de resolver problemas reais do dia a dia dos consumidores. O desafio, agora, é tornar os dois temas em conhecimento qualificado e não superficial para começar a ver seu impacto nos hábitos dos brasileiros em transações financeiras” Felipe Schepers, COO do Opinion Box

 

Saúde da mente e a nova realidade: a quarta onda da pandemia

Em maio de 2020, após dois meses de distanciamento social, o Instituto Bem do Estar e a NOZ Pesquisa e Inteligência conduziram a primeira fase do mapeamento Saúde da Mente & Pandemia. A pesquisa contou com mais de 1.500 participantes, que relataram alterações nos sentimentos e reações – sintomas relacionados tanto à depressão, quanto a ansiedade. Os resultados, ressalto, são preocupantes.

Na primeira fase da pesquisa, foi observado que 42% dos respondentes estavam saindo de casa menos de uma vez por semana. Pode-se notar que quanto maior era o nível de isolamento pessoal, maior eram as reações físicas e os sentimentos ligados à ansiedade e à depressão. Algumas sensações se destacaram, como medo e insegurança.

Os depoimentos coletados na pesquisa deixaram claro que o medo não era proveniente de um só fator, mas de todas as consequências e incertezas causadas pela pandemia, tanto relacionadas a saúde – ficar doente, contaminar alguém e até mesmo da morte – assim como aquelas relacionadas aos aspectos econômicas, como perda de renda e desemprego.

Observou-se que 80% dos que haviam sido demitidos entre março e maio de 2020 estavam mais inseguros, sendo 33% muito mais inseguros. Entre os que tiveram dispensa temporária (suspensão do contrato), 81% se sentiam mais inseguros. Já entre os que estavam trabalhando e não tinham sofrido nenhuma alteração na rotina, o percentual foi de 58%. Portanto, pode-se afirmar que a instabilidade econômico-financeira é um forte fator para maior insegurança.

No mesmo maio, a Organização das Nações Unidas (ONU) já destacava a necessidade urgente de aumentar investimentos em serviços de saúde mental durante a pandemia da Covid-19. Conforme afirmou Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), “o impacto da pandemia na saúde mental das pessoas já é extremamente preocupante". Ele ressaltou que "o isolamento social, o medo de contágio e a perda de membros da família são agravados pelo sofrimento causado pela perda de renda e, muitas vezes, de emprego". Especialistas apontam que as doenças mentais serão a quarta onda da pandemia, no entanto, o estudo que conduzi em parceria com o Instituto Bem do Estar comprova que essa “onda” já está entre nós; e ela constitui um verdadeiro tsunami.

Passados seis meses da primeira fase do mapeamento Saúde da Mente & Pandemia, o Brasil atingiu desemprego recorde, com 13,8 milhões de pessoas desempregadas. O dado é da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Mensal (PNAD Contínua), divulgados em 30 de outubro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que mostra taxa de 14,4% de desempregados. Análises publicadas pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) demostram que a desigualdade no acesso a direitos básicos como saúde, saneamento e trabalho tornam a periferia e suas populações mais vulneráveis e afetadas de forma mais grave à pandemia da Covid-19. A ideia que o vírus atinge a todos é real, mas seus efeitos podem ser muito diferentes, conforme afirmou a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima: “a capacidade de proteção e de resposta a isso é diferente num país desigual como o nosso”.

As consequências são muitas, e entre elas os efeitos na saúde mental da população brasileira. A OMS, novamente em outubro, alertou sobre a necessidade de mais recursos financeiros serem destinados para a saúde mental, à medida que a pandemia continua com uma demanda ainda maior de programas direcionados na área. Estimativas pré-covid-19, destacadas também pela entidade, revelam que cerca de US$ 1 trilhão em produtividade econômica é perdido anualmente apenas com a depressão e a ansiedade; em contrapartida, a cada US$ 1 gasto em cuidados, US$ 5 retornam para a sociedade.

A segunda fase do mapeamento Saúde da Mente & Pandemia pretende levantar dados sobre os efeitos dessa nova realidade em que vivemos, mas já com as consequências econômicas e os efeitos de mais de oito meses da pandemia na saúde mental dos brasileiros, para continuar a gerar informações, de forma consistente e precisa. Além disso, diante desse novo contexto, pretende-se focar na população economicamente ativa, na juventude e nas periferias.

O projeto seguirá até janeiro de 2021 com o mapeamento final – Sociedade de Vidro na Pandemia, o qual contará com a comparação dos dados levantados e uma análise propositiva do impacto do isolamento social na saúde da mente, possibilitando apoiar iniciativas direcionadas ao setor e assim contribuir com a sociedade. Para participar da pesquisa  e saber mais sobre o projeto, basta  acessar www.bemdoestar.org/pesquisa-sade-da-mente-e-a-nova-realidade Quer colaborar? Se você tem uma empresa, escola ou um projeto social e quer colaborar com o estudo – divulgando aos colaboradores e estudantes –, envie um e-mail para mobilizando@bemdoestar.org

 


Juliana Vanin - economista formada pela Universidade de São Paulo (USP) e pós-graduada em Finanças pelo Insper. Especialista em Pesquisa de Mercado, Inteligência de Negócios, Planejamento Financeiro e Estratégico, fundou, em 2015, a NOZ com o objetivo de unir conhecimentos de Economia Comportamental, Pesquisa, Planejamento Estratégico, Financeiro e de Marketing.


Crise econômica adiada para 2021

Euler Hermes apresenta análise sobre índice proprietário de Insolvência e panorama nacional do risco de crédito


Durante webinar realizado na última semana, a seguradora de crédito Euler Hermes apresentou uma análise do comportamento do seu índice global de insolvência e compartilhou sua visão sobre o panorama risco de crédito no Brasil.

Apesar da expectativa de aumento, o índice global registrou um declínio de -7% a/a no primeiro semestre de 2020. Segundo a seguradora, essa tendência continuará na maioria dos países, apesar do prolongamento da crise sanitária. Este aparente paradoxo vêm ocorrendo devido as políticas adotadas pelos governos - destinadas a evitar colapsos financeiros - e as mudanças nas estruturas de declaração de insolvência - que buscam dar tempo e flexibilidade às empresas antes de se declararem insolventes.

"Em meio à retirada gradual dessas medidas, esperamos uma reversão de tendência no quarto tri de 2020. Prevemos que todas as regiões do globo apresentarão um aumento de dois dígitos no índice até 2021”, afirmou Maxime Lemerle, especialista de insolvência do Grupo Euler Hermes.

Em função da exposição desigual ao impacto da crise e aos pacotes de estímulo dos governos, haverá uma trajetória diferente na recuperação de cada setor. Transporte, entretenimento, têxtil e turismo, estão expostos a um caminho mais longo e difícil, com previsão de retomada dos níveis pré-crise somente em 2023. Enquanto alimentos, farmacêuticos e TI, estão relativamente isolados e devem continuar apresentando resiliência.

A China deve continuar liderando a recuperação econômica, enquanto os EUA devem atingir os níveis de PIB pré-crise apenas no final de 2021 e Europa em 2022 (Alemanha e Holanda se recuperam mais rápido do que Espanha, Itália e Reino Unido).


Panorama brasileiro de risco de crédito

Após análise dos números de recuperações judicias (RJs) e falências no Brasil, o diretor de risco da Euler Hermes Brasil, Felipe Tanus, apresentou os principais fatores que contribuíram positivamente para a queda nos índices (-22% RJs e -29% a/a falências decretadas), porém alertou que o primeiro trimestre de 2021 irá exigir cautela.

Segundo o diretor, o auxílio emergencial foi o propulsor da recuperação econômica no terceiro tri, além de outras medidas adotadas pelo governo como: redução de salários, suspensão do contrato de trabalho e prorrogação de pagamento de impostos. A injeção de liquidez no mercado para empréstimos também contribuiu para a queda nos números.

Por outro lado, Tanus acredita que a elevação da taxa de desemprego pode suprimir a renda e o poder de consumo da população, assim como o fim do auxílio emergencial, provocando um choque de oferta x demanda no primeiro tri de 2021.

“As pressões sobre a liquidez das empresas e recuperação econômica tardia, podem aumentar o número de insolvências no Brasil. Portanto a inadimplência futura dependerá do apoio contínuo da política econômica e do ritmo de recuperação”, afirma o diretor.

Para ter acesso ao conteúdo apresentado, clique no link abaixo:

Índice de insolvência global e panorama de crédito brasileiro

 



Euler Hermes


Boas e más notícias no comércio exterior brasileiro

A balança comercial brasileira tem mostrado um bom desempenho, ao longo deste ano e especialmente nos últimos meses, apesar da forte redução no comércio mundial. Esta queda nas trocas internacionais foi causada, inicialmente, pelo acirramento da guerra comercial entre Estados Unidos e China e agravada, posteriormente, pela grave recessão decorrente do impacto da pandemia do coronavírus na economia global.

A boa notícia é que apesar destes fatores, que reduziram nosso fluxo de comércio, a previsão é de um saldo positivo da ordem de US$ 55 bilhões, o que significa um aumento de mais de 15% em relação ao resultado de 2019. Isto é extremamente importante para limitar nosso déficit em conta corrente, já estruturalmente negativo, e que poderia ser ampliado em função da redução do volume de investimentos externos.

O relativo equilíbrio, ou pequeno déficit, em nosso balanço de pagamentos, pressionado pela queda dos investimentos externos em função da recessão mundial e pela saída de capitais por causa da redução dos juros reais internos e das turbulências políticas, é essencial para reduzir a excessiva depreciação do Real e, portanto, evitar que o câmbio acabe contaminando os índices de inflação, obrigando o Banco Central a subir os juros.

A má notícia, aliás, as más notícias são duas. A primeira é que este superávit se deve, muito mais, à queda das importações do que ao aumento das exportações. De fato, em julho, as importações despencaram nada menos do que 35%, contra uma queda de menos de 3% nas exportações e as projeções anuais são de que nossas importações caiam cerca de 20% contra os 10% de queda, prevista em nossas exportações.

A segunda má noticia é que, apesar da queda das exportações brasileiras ter sido relativamente pequena, de 6,4%, no primeiro semestre de 2020, em comparação com 2019, ela se concentrou em produtos industriais, que caíram 15,6%, reduzindo a participação da indústria, a pouco mais de 50% do total de exportações brasileiras, uma queda de mais de 30 pontos em relação a 2020, quando a indústria representava mais de 80% do total exportado.

Para piorar, o recuo nas exportações industriais de alta e média-alta tecnologia foi de nada menos de 32,5% no primeiro semestre, reduzindo a participação destes setores à metade do que representavam dez anos atrás. Ou seja, a indústria de transformação brasileira vem perdendo peso em nossas exportações ao longo dos anos e, mais grave ainda, perdendo participação na produção  mundial de manufaturados, desde a década de 90.

Atualmente a indústria de transformação brasileira representa cerca de 1,8% da produção mundial, reduzindo praticamente à metade a participação de 3,37%, que alcançamos em 1994. Como as exportações de manufaturados são uma boa medida de nossa competitividade, os dados mostram que a indústria brasileira vem perdendo espaço desde a década de 90. Isto tem se refletido numa desindustrialização precoce, que reduziu sua participação no PIB a menos da metade do que era no fim dos anos 80.

As causas são muitas, mas não há dúvidas que juros elevados e Real valorizado tiveram um papel preponderante neste processo. Se somarmos a isto o “custo Brasil”, que é a soma de nossas ineficiências sistêmicas, e que acrescenta ao custo dos produtos industrializados, cerca de 30 pontos percentuais, a mais do que nossos concorrentes internacionais, temos as razões principais da perda do peso da indústria, tanto interna, quanto externamente.

Se quisermos voltar a crescer decentemente, gerando empregos de qualidade, o papel da indústria é insubstituível e, portanto, qualquer plano de retomada das atividades econômicas tem que prever necessariamente a redução do custo Brasil, através principalmente da aprovação da reforma tributária, da redução dos juros de mercado a patamares compatíveis com nossos concorrentes e da redução dos custos de logística e de energia.

 Além de um ambiente macroeconômico favorável, é necessário melhorar e simplificar o ambiente de negócios, para garantir maior segurança jurídica e prover estímulos eficientes às atividades produtivas, com apoio a P&D, I, credito abundante e competitivo para produção e exportação que tem que contar, também, com um sistema de seguro que reduza o risco do exportador. Em resumo, o país precisa de um plano de desenvolvimento que não pode ser deixado exclusivamente aos cuidados do mercado.

 



João Carlos Marchesan - administrador, empresário e presidente do Conselho de Administração da ABIMAQ – Associação Brasileira da Indústria

65% dos brasileiros vão passar o ano novo em casa, diz pesquis

Em pesquisa da Hibou em parceria com a Score Group para o Natal e final de ano, brasileiros mostram menos intenção de gastar e viajar


52% dos brasileiros mudaram planos de fim de ano por causa da pandemia

 

Em pesquisa realizada em setembro de 2020 com mais de 1100 entrevistados nas principais capitais do Brasil pela Hibou, em parceria com Score Group, os planos de fim de ano, desde viagens até estilo de compras de Natal, mudaram para os brasileiros. Na verdade, 52% deles farão diferente. 48% deles não irão mais viajar e também 48% desistiram de comemorações em bares e restaurantes, e 35% reduziram o número de pessoas na comemoração.

79% dos brasileiros vão passar o Natal em casa com suas famílias. 65% fará o mesmo na virada, a continuará em casa com a família. Sem querer arriscar viagens e aglomerações, apenas 50% se dizem esperançosos, para 2021, já 41% está preocupado e somente 21% se diz otimista.

"Ficar em casa não significa deixar de comemorar o Natal. A festa vai ocorrer em um novo formato, e por isso, entender como se aproximar dessa rotina caseira para a festividade pode gerar novas oportunidades para marcas em geral", diz Lígia Mello, sócia da Hibou e responsável pela pesquisa.

Essa mentalidade refletirá também nas compras. 19% vão escolher marcas que tiveram atitudes relevantes durante a pandemia. A média de quantidade de presentes será de 4 ou 5, e 75% das pessoas gastará até 100 reais. 62% vão comprar online, sendo 80% através do smartphone. 53% fará isso por causa da Covid. 14% nem fará compras.

Dos 57% dos brasileiros que vão comprar presencialmente, 65% preferem desta forma porque já levam o produto. O shopping continua sendo o lugar presencial preferido para 41%, seguido das lojas de grandes redes 27%, lojas de bairros 22%, 5% outlets e 4% encomendas de pequenas lojas.

"A forma de comprar os presentes é a grande mudança para este Natal. O brasileiro se familiarizou mais com o processo de entrega pelo aumento de compras online em 2020, e já vai usar essa rotina neste final de ano.", comenta Ligia.

32% vão comprar tanto online quanto presencialmente, no presencial a facilidade de comprar e já levar para casa é importante para 63% destes.

A compra deve ser de marcas já conhecidas para 77% dos consumidores, reforçando a relação já construída, um número novo é que 21% pretende comprar produtos artesanais incentivando assim o pequeno empreendedor. 32% pretendem pagar tudo à vista, 29% irão parcelar no cartão e 16% devem pagar em dinheiro.

 

 

Hibou

consumo. https://www.lehibou.com.br


Importância da tomada de decisão

Tomada de decisão nada mais é do que um processo cognitivo, que resulta em uma ou mais escolhas entre várias alternativas. Para os gestores e profissionais de todas as áreas, tomar decisões é um desafio diário e fazer isso sem base em dados e fatos concretos, pode ser extremamente prejudicial para os negócios.

Os sistemas de gestão empresarial (ERP) têm o objetivo principal de gerenciar as variáveis do fluxo financeiro e de gestão. Adotá-los é fundamental, já que controlando processos e integrando setores é possível aumentar a produtividade das equipes e otimizar os resultados dos negócios.

Entretanto, em decorrência do alto grau de competitividade e das variáveis mercadológicas que ocorrem cada vez mais rápido, implantar somente um sistema de gestão é insuficiente para suportar as melhores ou mais assertivas decisões. É necessário contar com rapidez e proatividade, prevendo ações futuras, protegendo-se de ameaças e identificando oportunidades.

As decisões gerenciais são classificadas como estratégicas, táticas ou operacionais e costumam ter implicações de curto prazo, mas também podem ser projetadas para prazos maiores. Portanto, são escolhas tomadas no nível superior da gestão, que influenciam em toda ou em uma parte importante da organização e contribuem para alcançar objetivos comuns, envolvendo grandes mudanças de práticas e procedimentos. Nesse nível, o conhecimento deve ser composto de informações e análises e a tomada de decisão é baseada em inteligência.

Já as táticas costumam ser tomadas no nível médio de gestão e estão relacionadas à implementação das decisões estratégicas. São direcionadas para o desenvolvimento, estruturando fluxos de trabalho, estabelecendo canais de distribuição e aquisição de recursos. Neste nível, a informação deve ser obtida por meio da combinação de dados com o contexto. Os dados são organizados em gráficos e planilhas, oferecendo subsídio significativo às tomadas de decisão.

E, as operacionais estão relacionadas ao dia-a-dia das empresas e normalmente têm implicações de curto prazo. Precisam estar baseadas em informações claras e racionais. Neste nível, as informações são básicas e obtidas por meio de dados.

Independente do nível da gestão em que a decisão estiver inserida, optar pelas melhores alternativas é uma prioridade organizacional. Com isso, é importante conhecer métodos que auxiliam na escolha das ferramentas mais adequadas para suportar os processos decisórios na era do Big Data.

A primeira é utilizar soluções de inteligência de negócios desenvolvidas com tecnologia cognitiva e inteligência artificial. As soluções de inteligência de negócios (Business Intelligence), desenvolvidas com tecnologia cognitiva e inteligência artificial são impulsionadas por poderosos mecanismos de análise, combinados com recursos de processamento de linguagem natural, que tornam o mecanismo de negócios personalizável e fácil de aprender, beneficiando gestores com descobertas de insights, previsão e visualização de resultados, criação de relatórios e colaboração com outras equipes, favorecendo processos decisórios capazes de definir ou alterar o rumo dos negócios.

É essencial também que você obtenha as informações apropriadas, entregando conhecimento para as pessoas certas, da forma certa e no tempo certo. Além disso, inseridas em um cenário cada vez mais desafiador, é possível afirmar que as melhores práticas de gestão se baseiam em um único ecossistema de capacidades e conhecimentos cognitivos.

Essas informações, armazenadas de forma segura  e com ferramentas de análise, auxiliam gestores a descobrir insights que melhoram os processos de negócios e ideias que conduzem a melhores resultados.

Para que as informações apropriadas sejam entregues com conhecimento para as pessoas certas, da forma certa e no tempo certo, este ecossistema precisa se basear em mobilidade e agilidade, produtividade, facilidade de visualização para uma rápida interpretação, segurança e confiabilidade.

Avalie a perspectiva do negócio do ponto de vista de indicadores reais x planejados. Para isso, utilize uma solução de planejamento integrado para promover a colaboração em toda a empresa e ajudar a manter a agilidade dos negócios com uma gestão eficiente. Ela precisa ser aderente a todas as áreas, incluindo gerenciadores financeiros, de vendas e de pessoas. Contudo, necessita também gerar insights automáticos a partir de dados, aumentando a capacidade de tomada de decisão do usuário frente às rápidas mudanças de mercado.

Preveja tendências e planeje-se de forma mais eficaz para o futuro, já que, se os seus indicadores estiverem disponíveis em um dashboard segmentado, com informações de diversas áreas da empresa é possível ter vários tipos de controle, cruzamentos de dados e gerenciamentos automáticos a partir de metas que o usuário mesmo pode definir. Também é importante analisar dados e criar modelos para prever resultados futuros, evitando riscos financeiros por meio de projeções de cenários que apoiam os gestores com informações preditivas antes mesmo do fato ocorrer.

Transformar a área de tecnologia da informação em gestora de dados é outro método relevante. A aprovação da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) no Brasil trouxe às empresas desafios de gestão do conhecimento que vão além do tradicional departamento de tecnologia da informação. Para se adequar à legislação que passou a vigorar a partir de 18 de setembro de 2020, é necessário estruturar uma cultura organizacional de segurança da informação, que deve incluir práticas de gestão de dados amparadas por um departamento de TI atualizado e estratégico.

Em muitas empresas, as decisões ainda são tomadas com base na intuição ou na experiência pessoal de cada gestor. É importante ressaltar que, ainda que importantes, opiniões e impressões podem ser desastrosas se usadas como base para processos de tomada de decisão.

  



Emerson Douglas Ferreira - especialista em consultoria de planejamento, inteligência de negócio e soluções que auxiliam executivos na tomada de decisão desde 1995, e fundador da Meeting Strategic Solutions.


Pesquisa inédita: pandemia pressiona jovens e leva 75% deles a contribuir com orçamento familiar

A Companhia de Estágios, consultoria especializada em programas de estágio, trainee e aprendizagem, acaba de realizar a 5ª edição da Pesquisa Carreira e Mercado — O Perfil do Candidato a Estágio na Pandemia, que visa entender o cenário socioeconômico de jovens profissionais.

O levantamento, feito com 5.155 respondentes, mostra que a pandemia aumentou a pressão financeira sobre estagiários e candidatos a estágio. O número de estudantes buscando emprego para ajudar no orçamento familiar, por exemplo, cresceu de 17% em 2019 para 20% em 2020.

Além disso, 75% deles disseram contribuir de alguma forma com as despesas da casa — deste total, 35% pagam ao menos uma conta; 27% racham as despesas com os pais; 7% são os principais responsáveis pela casa; e 6% contribuem com a maior parte das contas. “Muitos brasileiros foram dispensados de seus trabalhos na pandemia. Portanto, é esperado que haja esse movimento entre os jovens empregados de contribuir mais em casa. O risco disso é que eles acabem no subemprego pela necessidade de ajudar a família”, alerta Tiago Mavichian, CEO da Companhia de Estágios.

O levantamento também mostrou que o número de alunos que contam com financiamento estudantil público (Fies) vem caindo: em 2020, 1,9% deles afirmaram utilizar esse recurso, ante 4,7% em 2019 e 11% em 2018. 

Não à toa, o pessimismo entre esses profissionais aumentou durante a pandemia, saltando de 9% em 2019 para 18% em 2020. “Ano passado havia um clima de otimismo com o novo governo e as reformas a ser aprovadas. Porém, neste ano, o coronavírus mudou esse sentimento e trouxe uma sensação de falta de perspectiva”, explica Mavichian.

Por outro lado, a pesquisa identificou que os universitários estão investindo mais nos estudos. Neste ano, por exemplo, 29% dos entrevistados afirmaram estar fazendo cursos complementares na área de formação. No ano passado, eram 25%.

Para Tiago Mavichian, essa informação indica que eles estão seguindo os conselhos dos recrutadores e melhorando o currículo para aumentar a empregabilidade. “Acredito que esse é o ponto chave da pesquisa, porque mostra uma mudança de comportamento com relação à própria carreira. O candidato entendeu que a qualificação é parte da saída da crise.”


Outros pontos relevantes do levantamento

  • 73% dos entrevistados estudam em ensino privado; e 27% em universidades públicas
  • Para 62%, o pior efeito da crise é a falta de oportunidades
  • Os estudantes que estão estagiando são os que mais investem nos estudos: 24% gastam até 10% com investimentos em educação, contra 17% dos que ainda buscam uma oportunidade
  • 35% dos estudantes tiveram de adiar os planos de estudar outro idioma por conta da pandemia
  • 69% dos candidatos buscam um estágio pela oportunidade de aprendizado, contra 20% que pensam em chance de efetivação; 8% em salário e 3% na distância de casa
  • 49% dos candidatos a uma vaga de estágio hoje não se sentem preparados para o mercado de trabalho formal
  • O número de jovens estagiando caiu de 12,5% em 2019 para 10,4% em 2020, menor patamar desde 2016

 

Número de ciclistas atropelados aumenta e SUS gasta R$ 15 milhões por ano com traumatizad

Quase 13 mil internações hospitalares causadas por atropelamento de ciclistas foram registradas no Sistema Único de Saúde (SUS) desde 2010. É o que mostra levantamento realizado pela Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), divulgado na semana em que é celebrado o Dia do Ciclista (19). Cerca de R 15 milhões, de acordo com a entidade, são gastos todos os anos para tratar ciclista traumatizados em colisão com motocicletas, automóveis, ônibus, caminhões e outros veículos de transporte. Além disso, na última década 13.718 ciclistas morreram no trânsito após se envolverem em algum acidente, 60% deles em atropelamentos.

"No trânsito, o maior deve sempre cuidar do menor, ou seja, o carro motorizado deve ter o cuidado maior com o ciclista", pondera Antonio Meira Júnior, presidente da Abramet. Para ele, no entanto, é importante que o ciclista também cumpra as regras de trânsito. "É fundamental que conheça as regras de trânsito e cumpra as regras de trânsito. Devem evitar transitar por vias que não oferecem infraestrutura adequada ou sem equipamentos de segurança previstos em lei, como de proteção individual, lanternas, campainhas e espelhos retrovisores", alerta.

De acordo com a Abramet, os dados do Sistema de Informações Hospitalares (SIH) e do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM), ambos do Ministério da Saúde, mostram a urgência de ações que levem ao uso seguro desse meio de transporte. No período analisado, o número de atendimentos hospitalares desse tipo de acidente aumentou 57%, passando de 1.024, em 2010, para 1.610, em 2019. Só neste ano, até junho, pelo menos 690 internações foram registradas no SUS. Segundo o levantamento, 84% dos ciclistas internados eram do sexo masculino e metade dos ciclistas internados tinham entre 20 e 49 anos de idade.

Mesmo com redução do volume de veículos nas ruas e do isolamento social adotado em todo o País devido à pandemia, o número de internações de ciclistas acidentados continuou alto no primeiro semestre. Na comparação com igual período de 2019, as internações tiveram baixa de apenas 13%. "É uma queda pouco expressiva, se considerarmos que o primeiro semestre foi de quarentena. Isso pode estar associado ao aumento de velocidade e à imprudência, impulsionadas por esse momento de menor fiscalização", avalia Carlos Eid, coordenador do Departamento de Atendimento Pré-Hospitalar da Abramet.

 


Na última década, houve aumento acentuado no número de internações nos estados do Rio Grande do Norte (1.250%), Pernambuco (678%) e Mato Grosso do Sul (400%). Em termos absolutos, São Paulo lidera com folga o primeiro lugar, com 4.546 internações registradas no período. Na sequência surge Minas Gerais, com 1.379. Roraima se destaca com o menor número de hospitalização de ciclistas por atropelamento: apenas quatro, duas em 2014 e outras duas em 2016, segundo os registros oficiais.

CONFIRA AQUI o número de internações por estado


FATALIDADE - Para a Abramet, a falta de infraestrutura adequada nas cidades, combinada à falta de campanhas educativas e de prevenção voltadas ao ciclista são o principal motivo do crescimento dos indicadores de vítimas. "É preciso reconhecer que ao longo dos últimos anos houve melhorias na estrutura de algumas cidades, sobretudo em grandes capitais como Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo. No entanto, essas mudanças não acompanharam a crescente demanda de pessoas que utilizam as bicicletas como meio de transporte, esporte ou lazer", complementa Meira Júnior.

Para ele, são necessários espaços físicos diferenciados, mais sinalização e ações educativas que alertem para o fato de que todos fazem parte do trânsito e devem ser respeitados. "Sem isso, esses indicadores continuarão subindo. É preciso uma mobilização do poder público, com o apoio das entidades médicas, para criar ações conjuntas e efetivas para combater este cenário", acrescenta, frisando que a Abramet pode colaborar nesse esforço.

Os dados mapeados pela entidade indicam que, em média, 850 ciclistas morrem todos os anos por envolvimento em acidente de trânsito. Cerca de 60% das mortes foram registradas nas regiões Sul e Sudeste.

Segundo avaliam os médicos de tráfego, o uso de bicicletas no Brasil, antes associado ao lazer e à prática de exercícios, passou a ser adotado para atividades profissionais, especialmente serviços de entrega, aumentando a população de ciclistas no trânsito. "Diversos fatores estimulam essa migração, como o excesso de congestionamento nos grandes centros, o preço do combustível e o custo módico do veículo. Por isso, a bicicleta tornou-se opção competitiva de transporte, o que exige ainda mais nossa atenção", disse Carlos Eid.


CONFIRA AQUI o número de óbitos por estado

Inconstitucionalidade da exigência da multa isolada por compensação não homologada


Está pendente de julgamento no âmbito do Supremo Tribunal Federal (STF) uma questão bastante relevante para os contribuintes, que será analisada por meio do Tema 736 (RE n° 796.939), qual seja, avaliar a constitucionalidade da multa prevista no art. 74, §§ 15 e 17, da Lei 9.430/1996, para os casos de indeferimento dos pedidos de ressarcimento e de não homologação das declarações de compensação de créditos perante a Receita Federal do Brasil (RFB).

Sobre este aspecto, convém lembrar que o julgamento do Tema 736 foi iniciado em meados de abril desse ano (e interrompido pelo pedido de vista de um dos julgadores), com voto favorável aos contribuintes, proferido pelo Ministro Edson Fachin (relator do caso), com a fixação da seguinte tese: "É inconstitucional a multa isolada prevista em lei para incidir diante da mera negativa de homologação de compensação tributária por não consistir em ato ilícito com aptidão para propiciar automática penalidade pecuniária".

Por outro lado, como a constituição do crédito tributário é prática obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional (art. 142, parágrafo único, do Código Tributário Nacional), o Fisco continua exigindo a multa isolada pela compensação considerada indevida, prevista no § 17, da Lei n° 9.430/96 (a multa prevista no § 15 foi revogada em meados de 2015).

É de extrema importância que os contribuintes discutam a exigência, já que a expectativa é de que o julgamento pendente no STF, quando retomado, se dê na linha do voto do ministro Fachin, pois, como já sinalizado pelo Relator do caso, não há qualquer ilicitude por parte do contribuinte plausível de ser penalizada, pelo simples fato de a compensação não ter sido  homologada pelo Fisco . Aliás, como há muito tempo já vem defendendo os contribuintes, tal penalidade é um meio de coação, a fim de inibir o exercício de um direito previsto na legislação fiscal.
 
A exigência poderá ser discutida no âmbito administrativo, cujo meio se mostra mais econômico para os Contribuintes (não precisa pagar nenhuma taxa, por exemplo) e ainda tem a vantagem de manter a exigência suspensa até o desfecho da discussão administrativa.

Ainda que a compensação, de fato, não seja devida, a multa isolada é flagrantemente inconstitucional, de modo que os contribuintes devem se opor contra tal exigência, a fim de aguardar o desfecho da discussão no âmbito do STF.

 

 

Marco Aurélio Poffo - Sócio do escritório BPH Advogados (Blumenau/SC)

Na reta final das eleições, aplicativo lançado pelo TRE-PR, Instituto Mais Cidadania e UNICURITIBA se mostra como alternativa para evitar a disseminação de notícias falsas

 

O Brasil teve cerca de 9 bilhões de cliques em notícias falsas em 2019, segundo pesquisa da Decode Pulse, que revela também o quanto as fake news – ou notícias falsas – encontram campo fértil em ano eleitoral. Por causa do contexto político, os últimos picos de compartilhamento de informações inverídicas foram registrados no país em 2016 e 2018.

Para ajudar os eleitores a identificar as fake news e estimular apenas o compartilhamento de informações verdadeiras, o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) e o Instituto Mais Cidadania lançaram o jogo educativo online “Fake ou News: Eleições”. Disponível em IOS ou Android, o aplicativo teve mais de 250 downloads em menos de 20 dias e a expectativa é que até as eleições municipais, em 15 de novembro, seja acessado por cerca de mil pessoas.

O projeto conta com a participação do UNICURITIBA, por meio dos grupos de pesquisa e extensão coordenados pelos professores do curso de Direito Roosevelt Arraes e Luiz Gustavo de Andrade, além de outros docentes e estudantes egressos da instituição que também são membros do Instituto Mais Cidadania, entidade parceira do TRE-PR.

“Acreditamos na transformação duradoura que a educação é capaz de proporcionar e com base em um outro jogo de tabuleiro (Jogo das Eleições) que tínhamos desenvolvido para a utilização com estudantes, pensamos: por que não fazer um aplicativo simples, divertido e acessível a todos?”, conta Arraes, um dos organizadores do projeto.


Plataforma digital

A ideia original, diz o professor do UNICURITIBA, era criar um jogo de cartas, mais complexo e com mais variáveis. Em razão da pandemia, o grupo optou por uma plataforma digital para o lançamento do “Fake ou News: Eleições”.

Ao baixar o aplicativo, o jogador é desafiado a interpretar uma mensagem sobre o processo eleitoral e, então, precisa decidir se compartilha, caso a considere verdadeira, ou se apaga o conteúdo, se o julgar falso.

Ao fim de dez mensagens, o jogador recebe uma pontuação por seu desempenho. “Por meio do jogo, as pessoas vão conhecendo as regras e as informações mais importantes sobre as eleições e são desestimuladas a compartilhar notícias falsas”, explica Roosevelt Arraes.O UNICURITIBA e o Instituto Mais Cidadania já mantêm parceria com o TRE-PR há alguns anos e esta é mais uma iniciativa que objetiva dar continuidade no bom trabalho desenvolvido pelas instituições.”







SERVIÇO

O quê: jogo “Fake ou News: Eleições”

Quem: TRE-PR e Instituto Mais Cidadania, em parceria com o UNICURITIBA

Onde: aplicativo disponível para IOS e Android

Quanto: gratuito

QUANDO A DESGRAÇA VEM EMPACOTADA PARA PRESENTE


Li esta história há muitos anos, não lembro onde. Motociclista e pedestre conversam sobre o preço da flamante Harley Davison que o primeiro acabou de comprar. Diante do valor informado, superior a cem mil reais, o pedestre se exclama escandalizado: “O senhor tem ideia de quantas pessoas poderiam ser alimentadas com esse dinheiro?”. O motociclista se detém por instantes a pensar e responde. “Não posso precisar um número, mas muita gente se alimentou com o dinheiro que paguei. São mineiros das jazidas de ferro de Carajás e de cobre do Chile; são operários da montadora e de algumas dezenas de fábricas de insumos e componentes; são designers, engenheiros, administradores, publicitários, lojistas, vendedores; são servidores públicos, despachantes, importadores e exportadores. Um bocado de gente!”. 

É de dar dó a desigualdade que se estabelece entre quem sai da escola com uma série de chavões malignamente enfiados no seu repertório cerebral e quem sai da escola com competências que lhe permitem vislumbrar além da primeira cerca. Quem está errado não é o aluno. É a Educação, é a escola.

Em muitos auditórios, ao longo da vida, encontrei gente convencida de que os desníveis sociais são produto das injustiças cometidas por quem tem contra quem não tem. E muitas escolas custeadas por famílias que têm estão infiltradas por professores que também têm, mas agem para que seus alunos pensem como o moço da calçada em seu diálogo com o dono da moto. Convencem seus pupilos de que o mundo seria mais justo, ou de que haveria um número maior de donos de bicicletas se aquela Harley Davidson desaparecesse do conjunto dos bens de consumo.

As vítimas desse acidente cerebral, no passo seguinte – pasmem! – olham para o Estado, justiceiro-padrão dos totalitários, e afirmam: “Justiça será dar uma bicicleta para cada um com o dinheiro daqueles que têm automóvel ou moto”.

A injustiça, porém, não é um subproduto da prosperidade de um ou de muitos, mas é o produto de um Estado que se apropria de quase 40% da renda nacional e vai proporcionar, lá na ponta, a quem mais precisa, a pior educação, um sistema de saúde em que os pacientes morrem na fila de espera de um exame e um saneamento tão precário que produz persistente mortalidade infantil (12,4/1000). Tudo, porém, empacotado para presente em forma do mais degradante paternalismo. E sem nenhuma oportunidade.

A ideia do igualitarismo é resultado da fácil associação entre igualdade e justiça. Da utopia da igualdade vem o corolário segundo o qual o desejo de ser melhor, e até mesmo “o” melhor, se torna uma anomalia. Sobrevém a rejeição a quem se destaca e ao reconhecimento do valor do mérito. Como resultado, chega-se a uma “cultura” escolar na qual se estuda o mínimo e se assiste ao menor número possível de aulas. Logo ali adiante, a competência, a competitividade e a produtividade caem e a economia padece com a falta de estímulos. Nada que o comunismo não tenha exibido em profusão como insucesso e miséria.

Um país que se abraça nesse pé de tuna está pedindo para sofrer. Nenhuma das ideias que detêm o desenvolvimento social e econômico do país é mais danosa do que assumir o igualitarismo como objetivo. É uma ideia que se espreme entre o marxismo-leninismo e seu genérico mais simpático e ambíguo, o socialismo, que chega voando numa pomba branca com uma rosa vermelha no bico.



Percival Puggina - membro da Academia Rio-Grandense de Letras e Cidadão de Porto Alegre, é arquiteto, empresário, escritor e titular do site Conservadores e Liberais (Puggina.org); colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil pelos maus brasileiros. Membro da ADCE. Integrante do grupo Pensar+.


domingo, 8 de novembro de 2020

Desfile 02-20 ÀLG

 


A marca ÀLG apresentou a Coleção 02-20 na noite de quarta-feira (04/11), na edição que celebra os 25 anos da SPFW.


Ficha técnica
Direção Criativa - Fábio Souza
Estilo - Alexandre Herchcovitch
Beleza - Pedro Porciuncla
Direção Geral - Alexandre Herchcovitch
Casting - Fábio Souza
Trilha - Max Blum
Styling - Alexandre Herchcovitch
Patrocinador - Olympikus








sábado, 7 de novembro de 2020

LED apresenta coleção "Brasileira" no SPFW

Ana Pazian
Na sexta-feira (06.11), a grife mineira LED marcou presença pela quinta vez na passarela do SPFW, após ter participado do Top 5 e de uma passagem pelo Projeto Estufa. Agora, a marca estreia no calendário oficial do evento com um desfile em formato 100% digital e totalmente adequado ao que esse novo momento exige: "A pandemia deixou claro que não dá mais pra fugir do fato de que transformações são necessárias e inadiáveis", diz Célio Dias, fundador e diretor criativo da marca.

Com 36 looks, a coleção intitulada "Brasileira", explora as simbologias da bandeira do Brasil para questionar o atual cenário do país. "A moda, enquanto forma de autoexpressão, deve evidenciar não apenas traços de personalidade, mas também nossa visão de mundo e posicionamentos”, diz Célio. Misturando passarela, dança e roupas que exploram diferentes influências da cultura nacional e reforçam o design multicultural do país, o desfile é também uma celebração do orgulho de ser brasileiro em todas as nossas formas, cores e expressões. 

A coleção traz novas camisetas icônicas explorando os símbolos de nossa bandeira. O crochê, espinha-dorsal das coleções da LED nos últimos três anos, aparecem sob um olhar mais sofisticado. Tecidos naturais, como o algodão, a viscose e o linho, passam por tingimentos para alcançar tonalidades diversas. 

Ana Pazian

A LED reforça seu posicionamento de moda responsável ao ressignificar peças de coleções do seu acervo: camisas, calças e jaquetas ganham tingimentos especiais e customizações, tudo feito manualmente por artesãos locais. “Precisamos reduzir os excessos e os descartes. Tudo pode e deve ser reaproveitado”. 

A coleção conta ainda com colaborações de outras marcas mineiras: a Box 19 assina os acessórios, a Moon Eyewear faz os óculos e a Nuu Shoes os sapatos, além de uma collab com a NOVE, do estilista Athos Henrique. 

 




Led

www.ledmoda.com.br

 

 

Ficha Técnica:

LED

Diretor criativo: Célio Dias

Crochetaria: Emerson Rodrigues

Costura: Júlia, Dora e Terezinha

Assessoria: Renata Alves 

Vídeo dirigido por: Carlos Queiroz

Assistente de vídeo: Bárbara Lacerda

Styling: Thiago Ferraz

Assistente de styling: Gabriel Fabosa

Modelos: Elle Maciel, John Barros, Guilherme Breves, Gzebel e Pedro Vilaça

Camareira: Flaviana

Beleza: Guilherme Casagrande

Assistente de beleza: Yanke e Carol Soares

Produção: Per Ardua Produtora

Iris Zabaleta

Roberta Guzzardi

Robson Munhoz

Bill Macintyre

Bruna Vital

Direção de Casting: Bill Macintyre

Trilha: Max Blum

Colaborações: NUU SHOES, NOVE, BOX19 e MOON EYEWEAR

Apoio: 42 Studio, Fios Pingouin, Vicunha, Texprima, Burger King

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