A Companhia de Estágios, consultoria especializada em programas de estágio, trainee e aprendizagem, acaba de realizar a 5ª edição da Pesquisa Carreira e Mercado — O Perfil do Candidato a Estágio na Pandemia, que visa entender o cenário socioeconômico de jovens profissionais.
O
levantamento, feito com 5.155 respondentes, mostra que a pandemia aumentou a pressão
financeira sobre estagiários e candidatos a estágio. O número de
estudantes buscando emprego para ajudar no orçamento familiar, por exemplo,
cresceu de 17% em 2019 para 20% em 2020.
Além
disso, 75% deles disseram contribuir de alguma forma com as despesas da casa
— deste total, 35% pagam ao menos uma conta; 27% racham as despesas com os
pais; 7% são os principais responsáveis pela casa; e 6% contribuem com a maior
parte das contas. “Muitos brasileiros foram dispensados de seus trabalhos na
pandemia. Portanto, é esperado que haja esse movimento entre os jovens empregados
de contribuir mais em casa. O risco disso é que eles acabem no subemprego pela
necessidade de ajudar a família”, alerta Tiago Mavichian, CEO da Companhia de
Estágios.
O
levantamento também mostrou que o número de alunos que contam com
financiamento estudantil público (Fies) vem caindo: em 2020, 1,9% deles
afirmaram utilizar esse recurso, ante 4,7% em 2019 e 11% em 2018.
Não
à toa, o pessimismo entre esses profissionais aumentou durante a pandemia,
saltando de 9% em 2019 para 18% em 2020. “Ano passado havia um clima de
otimismo com o novo governo e as reformas a ser aprovadas. Porém, neste ano, o
coronavírus mudou esse sentimento e trouxe uma sensação de falta de
perspectiva”, explica Mavichian.
Por
outro lado, a pesquisa identificou que os universitários estão investindo mais
nos estudos. Neste ano, por exemplo, 29% dos entrevistados afirmaram estar
fazendo cursos complementares na área de formação. No ano passado, eram 25%.
Para
Tiago Mavichian, essa informação indica que eles estão seguindo os conselhos dos
recrutadores e melhorando o currículo para aumentar a empregabilidade.
“Acredito que esse é o ponto chave da pesquisa, porque mostra uma mudança de
comportamento com relação à própria carreira. O candidato entendeu que a
qualificação é parte da saída da crise.”
Outros
pontos relevantes do levantamento
- 73%
dos entrevistados estudam em ensino privado; e 27% em universidades
públicas
- Para
62%, o pior efeito da crise é a falta de oportunidades
- Os
estudantes que estão estagiando são os que mais investem nos estudos: 24%
gastam até 10% com investimentos em educação, contra 17% dos que ainda
buscam uma oportunidade
- 35%
dos estudantes tiveram de adiar os planos de estudar outro idioma por
conta da pandemia
- 69%
dos candidatos buscam um estágio pela oportunidade de aprendizado, contra
20% que pensam em chance de efetivação; 8% em salário e 3% na distância de
casa
- 49%
dos candidatos a uma vaga de estágio hoje não se sentem preparados para o
mercado de trabalho formal
- O
número de jovens estagiando caiu de 12,5% em 2019 para 10,4% em 2020,
menor patamar desde 2016
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