Estudo encomendado
pelo PayPal ao Opinion Box indica que o Pix pode se tornar uma ferramenta usual
no País, mas, por enquanto, apenas 15% dos entrevistados dizem entender como
ele funciona.
O setor bancário/financeiro atravessa um período de
muita agitação, seja pelo surgimento de players 100% online (as chamadas
fintechs) seja pelas novas ferramentas e funcionalidades que estão chegando ao
mercado. E duas delas têm merecido manchetes diárias na mídia: o Pix,
plataforma de pagamentos instantâneos do Banco Central, que entra em vigor em
novembro; e o open banking, com data ainda incerta – e que pode até mudar de
nome, para open finance –, cuja principal característica é dar poder ao
cliente/correntista sobre seus dados pessoais e financeiros.
Mesmo sem conhecerem a fundo a nova plataforma de pagamentos ou o conceito de open banking, a maioria dos entrevistados concorda que as duas iniciativas têm potencial para mudar a forma como os brasileiros gerenciam o seu dinheiro.
Enquanto o Pix é percebido como uma maneira mais
barata, rápida e disponível para pagamentos, o open banking tem espaço para
crescer e ganhar a confiança dos clientes, ajudando-os a terem mais liberdade
de escolha e menos burocracia do que existe hoje no mercado financeiro.
Tendo esse cenário como ponto de partida, o PayPal
encomendou ao Opinion Box a pesquisa “Tendências no Segmento de Pagamentos
Digitais: Pix e Open Banking”, para entender melhor o que pensam os brasileiros
sobre essas duas plataformas oficiais. A empresa ouviu, de forma 100% online,
3.024 brasileiros acima de 18 anos nas cinco regiões do País (53% mulheres) das
classes A, B, C, D e E. As entrevistas, feitas por meio de questionário padrão
com 66 perguntas, foram realizadas entre 7 e 14 de outubro de 2020.
A seguir, os highlights do estudo.
SOBRE O PIX
- Sobre o tempo perdido entre o dinheiro sair da
conta e chegar ao destino, 77% dizem não gostar de ter de esperar dois
dias úteis para a validação de um boleto, por exemplo; e 72% não gostam da
espera até a aprovação de um pagamento.
- Além disso, a possível gratuidade de uma
transferência é atrativa para os brasileiros: 76% dizem que fariam mais
transferências se elas fossem gratuitas; 61% não gostam de fazer DOC e TED
por causa das altas taxas cobradas pelas instituições financeiras; e 57%
dos entrevistados dizem que costumam perguntar para qual banco será a
transferência antes de efetuar o pagamento.
- Segundo o estudo, cerca de 27% dos brasileiros
optam por sacar o dinheiro e entregá-lo pessoalmente para evitar pagar as
taxas de transferência cobradas pelos bancos. E outros 22% preferem
entregar o dinheiro pessoalmente para evitar ter de esperar o tempo de
confirmação do pagamento.
- Em torno de 60% dos brasileiros pesquisados
pelo Opinion Box passam por alguma situação de incômodo em relação à
realização de pagamentos "sempre" ou "quase sempre" --
sendo que o fato de precisarem esperar até o próximo dia útil para efetuar
uma transferência bancária é a situação mais comum (36% citaram não poder
realizar a operação no fim de semana e 35% reclamaram do horário
comercial).
- O Opinion Box quis saber o quanto os métodos
atuais de pagamento fazem parte da vida dos brasileiros: o boleto bancário
ainda é utilizado por cerca de 52% das pessoas, enquanto 48% costumam
utilizar a transferência bancária no dia a dia.
- Entre aqueles que costumam usar a
transferência bancária, o TED é a forma preferida, com 86%, seguida pelos
aplicativos de transferência (59%) e pelo DOC (42%). RESPOSTAS
MÚLTIPLAS
- Na sequência, o estudo quis saber o quanto o
brasileiro entende sobre o Pix. E a conclusão não foi o que os
especialistas esperavam: 8% nunca ouviram falar da plataforma de
pagamentos instantâneos do Banco Central; 28% já ouviram falar, mas não
sabem o que é; 49% disseram conhecer um pouco; e apenas 15% dizem que
conhecem bem o tema.
- Um outro ponto que chamou a atenção após os
entrevistados serem informados sobre as características principais do Pix
foi o índice dos que consideram a plataforma segura: 59%. Para 66%, o Pix
é fácil de entender; e 72% se disseram propensos a usá-lo no dia a dia.
- Quando informados sobre a potencial gratuidade
da plataforma para envio de dinheiro entre pessoas físicas, o índice dos
entrevistados que a utilizaria sobe para 80%.
- Apesar dos preços menores e da disponibilidade
24/7, pelo menos por enquanto, a maioria dos brasileiros ainda não se
deixou conquistar pelo Pix: 32% dos entrevistados pelo Opinion Box
disseram ter a intenção de substituir DOC, TED e boleto bancário pela nova
ferramenta; 8% continuariam usando somente DOC, TED e boleto; e 60% dos
pesquisados se mostraram "multimeios".
SOBRE O OPEN BANKING
- A pesquisa do Opinion Box descobriu que 77%
dos brasileiros procuram por bancos que possam oferecer taxas
diferenciadas, garantindo o melhor custo-benefício; e 65% gostariam de ter
todos os seus dados financeiros centralizados em um só lugar. Além disso,
26% dizem ter dificuldade de controlar as finanças por ter de verificar
contas em diversos bancos.
- O estudo salienta também que 53% dos
consumidores já tiveram dificuldade para conseguir crédito em um banco,
enquanto que 50% já desistiram de mudar de instituição financeira por
causa da burocracia; e 45%, por não conseguirem os mesmos limites de
crédito que têm atualmente.
- Apesar de o open banking ser visto pelos
especialistas como uma boa notícia para os correntistas/clientes, ainda há
muito desconhecimento sobre o real significado do termo. Cerca de metade
dos brasileiros nunca ouviu falar em open banking, e apenas 22% dizem
"conhecer pouco" ou "conhecer bem" o assunto.
- Devidamente informados pelos pesquisadores
sobre os pontos principais do open banking, 45% dos entrevistados
entenderam como ele funciona; 35% se disseram seguros quanto a usar essa
funcionalidade; e apenas 34% autorizariam o compartilhamento de seus dados
com outras instituições financeiras.
- No universo dos que autorizariam o
compartilhamento de dados, 30% o fariam porque isso lhes traria
benefícios; 25%, porque acreditam que isso facilitaria a obtenção de
crédito em outras instituições financeiras; e 19% porque poderiam optar
pelos serviços bancários mais baratos.
- Já entre os que não têm interesse em
compartilhar seus dados (24% do total), os principais motivos para isso
são: “me preocupo com quem terá acesso aos meus dados”, com 50%; “não acho
que meu histórico bancário deva ser compartilhado”, com 20%; “acredito que
só eu devo ter acesso aos meus dados financeiros”, com outros 20%; e
“tenho medo de que meu histórico bancário me prejudique em outros bancos”,
citado por 10% dos entrevistados.
CITAÇÕES
- “Tanto o Pix quanto o open banking são
plataformas que podem trazer uma grande gama de novos produtos e serviços
para os brasileiros – baseados em menores custos, mais disponibilidade e
menos burocracia no dia a dia. A pesquisa do Opinion Box demonstra, porém,
que há uma longa jornada pela frente no que diz respeito à conquista desse
cliente/correntista, que ainda não tem todas as informações à disposição
para se decidir pelo uso ou não dessas novas funcionalidades” Carlos
Nomura, Head de Pagamentos do PayPal Latam
- “É muito interessante ver que, apesar de ainda
não saberem, tanto o Pix quanto o open banking tem um grande potencial de
resolver problemas reais do dia a dia dos consumidores. O desafio, agora,
é tornar os dois temas em conhecimento qualificado e não superficial para
começar a ver seu impacto nos hábitos dos brasileiros em transações
financeiras” Felipe Schepers, COO do
Opinion Box
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