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terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

A importância das mulheres na ciência e na tecnologia


No imaginário popular, desenvolvimento científico e tecnológico quase sempre está associado a figuras masculinas.

A espanhola Isabel Pascual Ruiz de Alegría se dedica a mostrar que participação feminina tem sido importante nessas áreas, papel esse que pode crescer se mais mulheres forem incentivadas a dedicarem-se à pesquisa.

Em evento recente, Isabel lembrou algumas figuras femininas muito conhecidas, como a grega Hipácia de Alexandria (360-415), que fez contribuições relevantes nas áreas de filosofia, matemática e astronomia. Sua importância na comunidade em que vivia era tão importante que acabou assassinada em meio a conflitos de ordem política. Historiadores dizem que a data de sua morte marca o fim da Antiguidade Clássica.

Mais recentemente pode-se observar os trabalhos da condessa Ada de Lovelace (1815-1852), que escreveu o primeiro programa a ser processado por uma máquina e a cientista Marie Curie (1867-1934), Prêmio Nobel de Física em 1903 e de Química em 1911.

Mas os trabalhos de muitas outras mulheres não são tão visíveis. É o caso da médica italiana do século XII, Trotula de Salerno, considerada a primeira ginecologista da história por suas ideias revolucionárias na área de ginecologia e obstetrícia, que, além de outros ensinamentos, dizia que os problemas de infertilidade também poderiam vir dos homens e não apenas das mulheres, como se acreditava até então. Seus escritos permaneceram em uso nas melhores universidades europeias até o século XVI.

Algumas inovações mais prosaicas, mas muito importantes na vida diária também foram fruto do trabalho de mulheres: a estadunidense Tabitha Babbitt (1779-1853) inventou a serra circular, e sua compatriota Martha Coston (1826-1904) inventou os sinalizadores pirotécnicos, que salvaram muitas vidas em emergências no mar.

Também devemos o popular jogo Banco Imobiliário a uma mulher, a escritora e empresária americana Elizabeth Magie Phillips (1866-1948), que em 1902 criou The Landlord’s Game, o precursor da versão atual do jogo. O limpador de para-brisas foi inventado pela americana Mary Anderson (EUA), que em 1905 patenteou o dispositivo, criado a partir de uma ideia que teve durante um dia chuvoso, quando viajava de bonde pelas ruas de Nova York.

A secretária americana Bette Nesmith Graham inventou o corretor (conhecido no Brasil como "branquinho" ou "corretivo"), como forma de melhorar a qualidade dos textos que datilografava, deixando de usar a borracha. Sua invenção a levou a criar uma companhia que, em 1979, foi vendida à Gillette por cerca de 170 milhões de dólares em valores atuais.

Outras criações totalmente incorporadas ao dia a dia temos o filtro de café, inventado em 1908 pela alemã Melitta Bentz, e o Kevlar, um material resistente ao calor, cinco vezes mais resistente que o aço e que é usado na fabricação de cintos de segurança, cordas, aeronaves, coletes à prova de bala e em inúmeros outros produtos, inventado pela química americana Stephanie Kwolek e lançado comercialmente em 1971.

Mas nessa época de intenso uso da tecnologia da informação, não se pode deixar de lembrar a atriz e inventora austríaca Hedy Lamarr (1914-2000) que desenvolveu a técnica de salto de frequência, inicialmente destinada a interferir em radares nazistas, mas que foi precursora dos celulares, Wi-Fi, Bluetooth e GPS.

Cabe-nos incentivar as mulheres a se dedicarem à ciência e à tecnologia, bem como lutar contra os preconceitos de que frequentemente são vítimas quando atuam nessas áreas, que alguns ainda julgam ser destinadas exclusivamente aos homens.

 


Vivaldo José Breternitz - Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da Faculdade de Computação e Informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie.


A terapia com o psicodrama: uma alternativa espontânea e criativa

Aprenda como cuidar da sua saúde mental e ainda estimular a criatividade


Depois de um ano turbulento que abrangeu pandemia, um vírus letal e uma quarentena ensurdecedora, que se mesclou com uma barulhenta onda de informações ruins e colocavam, a todo instante, em xeque nossa saúde mental, em 2021, temos conosco que a vida é um bem precioso e que deve ser a todo custo mantido e preservado.

Muitas pessoas, depois disso, estão procurando formas de se curar de problemas psicológicos que surgiram em decorrência dos obstáculos do ano anterior. Uma das alternativas que surge, para cuidar da saúde mental, é a consulta terapêutica. Quando a vontade de participar de um atendimento psicológico vem à tona, a primeira ideia que surge é a de entrar em contato com algum consultório de psicologia. Muito comum, e também eficaz, fazer tratamento psicológico em consultórios convencionais, pode ajudar a ter mais controle da própria vida, mais consciência sobre si mesmo e ter mais amor próprio. Entretanto, para algumas pessoas, existe a dificuldade de conseguir verbalizar tudo o que se sente, o que pode prejudicar o sucesso nesse tipo de terapia.

Neste cenário, surge, então, a terapia com técnicas do Psicodrama. Essa teoria, criada por Jacob Levi Moreno, tem como objetivo levar à terapia mais alegria e versatilidade. Nela, ao invés de o paciente sentar e falar das suas aflições, sentimentos e emoções, ele é submetido a um palco que permite encenar as suas situações problema. Segundo a professora de oratória, palestrante e terapeuta, Sirley Machado Maciel, estudiosa da área e psicodramatista, “O Psicodrama é uma terapia que permite o paciente estar em contato visível com o seu problema. Se tiver conflitos com a sua mãe, por exemplo, o paciente é colocado em uma situação X e é convidado a “contracenar” com alguém que interprete a sua mãe. Desse modo, todas as emoções são colocadas à tona e vivenciadas ali, ao vivo”.

A terapia psicodramática coloca a ação no meio de um atendimento. Podendo ser realizada em grupo ou até mesmo sozinho, por meio do Psicodrama, as verdades do cotidiano são exploradas pela representação dramática e improvisada.

Para a professora Sirley, “Nas sessões de psicodrama em grupo, não só o protagonista, que é o paciente em questão, consegue tirar proveito da situação. Os que contracenam com ele também conseguem entender novas formas de visão e de se colocar no lugar do outro, de modo a gerar mais empatia”. Pela espontaneidade ser uma característica inerente a nós, nesse tipo de terapia, é possível termos novas respostas para cada problema que enfrentamos no dia a dia.

Não só como terapia, o Psicodrama pode ser aplicado em diversos outros setores da nossa vida: em atividades educacionais, treinamentos, entrevistas de seleção de pessoal, processos de avaliação e feedback, resolução de conflitos, para melhoramentos dos processos de comunicação e relacionamento interpessoal. Em todos esses casos, o Psicodrama surge como uma técnica altamente eficaz que não só resolve conflitos, mas, também, promove a empatia, estimula a criatividade e torna uma sessão simples, algo cheio de alegria.

 

 

SIRLEY MACHADO MACIEL - Empresária, Presidente do Intrepeds - Instituto de Pesquisa, Treinamento e Desenvolvimento do ser, Mestre, Psicodramatista, Especialista em EAD, Master Coach, Analista Comportamental Pessoal e Profissional Internacional, pela Sólides e Profiler, Terapeuta Transgenerativa. Professora de Oratória a 30 anos. Em 2918, Recebeu o Prêmio Profissionais do ano, como a MAIOR AUTORIDADE DE ORATÓRIA DO PR. Como Empresária, em 2019, recebeu 2 Prêmios Internacionais: O THE WINNERS E PRÊMIO EMPRESA E EMPRESÁRIA BRASILEIRA E DO ANO - LATIN AMERICAN QUALITY INSTITUTE. Autora de 5 livros.


5 dicas para dormir melhor

  Existe a posição certa para dormir? Especialista do sono comenta o que fazer para ter uma boa noite de descanso


Você sabe quais são as consequências de dormir um sono de má qualidade ou em número de horas inferior à necessidade? Segundo informações divulgadas na Cartilha do Sono, isso pode gerar a privação do sono, algo que afeta o desempenho intelectual, o humor, a memória, o controle do peso corporal, além de reduzir a imunidade e aumentar o risco de doenças como diabetes, hipertensão arterial, obesidade e depressão.

Pensando nisso, Marília Rezende, especialista em distúrbio do sono e professora do curso de Fisioterapia do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS) da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), fez uma lista com algumas dicas para você dormir melhor.


1. Escolha a melhor posição para dormir
Uma postura adequada para dormir é um fator importante, afinal ficamos cerca de oito horas na mesma posição. Segundo a especialista, é aconselhável dormir de lado, pois é nesta postura que temos um melhor alinhamento da coluna, a respiração acontece de forma tranquila e facilita também a circulação. "O uso de dois travesseiros, um para acomodar a cabeça, e outro entre as pernas nesta posição, auxilia ainda mais no alinhamento da coluna favorecendo o relaxamento", pontua a professora.

Dormir com um postura inadequada causa, além de dores no corpo, prejuízo à circulação e apneias durante a noite. E o resultado disto é a sensação de cansaço no dia seguinte, e com o passar do tempo pode mudar a qualidade de vida. "Pessoas que não dormem bem estão mais sujeitas a fadiga crônica, depressão, obesidade, problemas de memória e doenças crônicas", explica.


2. Saiba quais posições não são indicadas
A posição de barriga para cima não é indicada para as pessoas que roncam ou têm apneia do sono, pois "a ação da gravidade faz com que a língua e o palato se desloquem para trás e diminuam o espaço para passagem do ar, piorando os quadros respiratórios", aponta. Enquanto de barriga para baixo deixa a coluna em uma posição desfavorável e desalinhada, prejudicando o relaxamento muscular.


3. Gestantes devem dormir de lado
Mesmo com as recomendações de especialistas, a melhor posição de dormir sofre alterações de pessoa para pessoa. As gestantes, por exemplo, devem dormir de lado e preferencialmente viradas para o lado esquerdo pois assim melhora o retorno venoso e drenagem dos líquidos do corpo.


4. Prepare um ambiente tranquilo para dormir
A ansiedade pode prejudicar o início do sono, por isso é fundamental prepararmos um espaço tranquilo e garantir que o quarto seja um local para dormir, por exemplo: diminua a incidência de luz após às 18h e não leve comida ou trabalho para o ambiente de descanso. "E quanto mais frio o ambiente, melhor. Em torno de 20-22°. Isto facilita a indução do sono, porque nosso corpo precisa abaixar nossa temperatura corpórea para que o sono se inicie".


5. Na maioria das vezes o problema não está na posição e sim na falta de um hábito saudável
Evite ir para a cama sem estar com sono, tente acordar no mesmo horário todas as manhãs, evite bebidas alcoólicas durante o período de duas horas antes de ir para cama, não consuma cafeína após às 5h da tarde, ou no período de seis horas antes de ir para cama, faça exercícios regularmente no período da manhã ou final da tarde e tenha um ambiente dedicado ao sono. "Procure se alimentar três horas antes de deitar para que a digestão seja feita completamente antes de dormir. Não durma de estômago completamente vazio e, se levantar à noite, não coma".

E não se esqueça, quando você estiver na cama, apague as luzes com a intenção de adormecer logo. "Se você não conseguir dormir em 30 minutos, levante da cama e vá para outro cômodo. Faça alguma atividade tranquila até começar a sentir sono de novo e então retorne ao quarto para dormir. Se os problemas com sono persistirem, procure um especialista", aconselha a professora.


Fevereiro Laranja: campanha reforça a conscientização sobre a leucemia

Segundo estimativas, a doença deve atingir cerca de 10 mil pessoas em 2021

 

De acordo com dados do Inca (Instituto Nacional do Câncer), pelo menos 10 mil novos casos de leucemia serão diagnosticados em 2021. Para diminuir o impacto da doença, a campanha Fevereiro Laranja foi criada. O objetivo é conscientizar e estimular o diagnóstico precoce e a doação de medula para transplantes.

Segundo a médica hematologista do CEONC Hospital do Câncer, doutora Sara Rigo, a leucemia é um câncer que afeta a produção de células sanguíneas da medula óssea, local onde o sangue é produzido no organismo, gerando, assim, uma produção anormal das células do sangue.

“A doença pode ser dividida em aguda e crônica, de acordo com a velocidade de crescimento das células doentes e de acordo com o tipo de células afetadas (mielóides ou linfóides.) Portanto, de forma geral, são 4 tipos primários de leucemias:  mielóide aguda (LMA), mielóide crônica (LMC), linfoblástica aguda (LLA) e linfóide crônica (LLC)”, elucida a médica.

Sem formas específicas para a prevenção, a leucemia tem o diagnóstico precoce e o monitoramento frequente da saúde como principais fatores para o sucesso do tratamento. Por isso, de acordo com a Hematologista, a campanha deste mês, chamada de Fevereiro Laranja, é essencial.


“São doenças graves e que devem ter diagnóstico precoce para que haja bons resultados com o tratamento. O cidadão, sabendo da existência da doença e dos seus sintomas, pode auxiliar na identificação dos sinais e procurar atendimento médico de forma rápida”, aponta a hematologista.



Sobre a doença
Segundo a médica, a leucemia se manifesta de maneiras diferentes, de acordo com o seu tipo específico, reforçando ainda mais a importância de se conhecer a doença para compreender seus sinais e sintomas de forma antecipada.

“Na forma aguda, há uma produção excessiva das células da leucemia, conhecidas como blastos, prejudicando a produção de células saudáveis na medula óssea, evoluindo com anemia grave, redução de células de defesa e coagulação, o que gera fraqueza intensa, febre, infecções, hematomas pelo corpo e sangramentos, um quadro clínico mais grave. Já na forma crônica, a produção das células doentes acaba interferindo menos na produção das saudáveis, portanto, resulta em pouco ou nenhum sintoma em sua forma inicial, gerando sinais a longo prazo como emagrecimento, aumento de nódulos linfáticos, baço. Somente numa fase mais avançada ocorre a redução das células saudáveis e sintomas semelhantes à leucemia aguda”, orienta a especialista.

Alguns fatores de risco podem aumentar a chance de desenvolver algum tipo de leucemia, dentre eles: exposição a produtos químicos como o benzeno; exposição à radiação; tratamentos quimioterápicos prévios e doenças genéticas. Para Sara, no entanto, outros fatores também devem ser levados em consideração.

“A LMA possui maior risco com aumento da idade, sendo mais comum acima dos 60 anos. A LMC apresenta incidência pouco maior em homens do que mulheres. Já a LLA é a leucemia com maior incidência na infância, sendo o câncer mais comum em crianças”, esclarece a doutora Sara Rigo.



Tratamento
Para tratar a doença, técnicas como a quimioterapia são utilizadas, mas os protocolos podem variar de acordo com cada tipo de leucemia e, também, das condições do paciente.

“Nas formas agudas, o tratamento é com quimioterapia em altas doses, o que leva à destruição das células doentes. Nesse sentido, por serem tratamentos com medicamentos tóxicos para o sangue, os protocolos também reduzem as células saudáveis do sangue, gerando a necessidade de internação hospitalar pelo risco de infecções e a necessidade de múltiplas transfusões. Na LMC, o tratamento é ambulatorial e utiliza medicamentos via oral de forma contínua, com baixa toxicidade”, relata a médica.

Outra forma de tratar a leucemia é por meio do transplante de medula óssea, que consiste na substituição de uma medula óssea doente por células normais, reconstituindo-a de forma saudável. “Ele é indicado nas leucemias agudas que tenham maior risco para recaída da doença, como idade do paciente, alterações genéticas de alto risco e resistência ao tratamento inicial. Nas leucemias crônicas, eles têm pouco benefício, sendo raramente indicado em casos selecionados ", acrescenta Sara.

Para ser doador de medula é simples: basta comparecer a um hemocentro e realizar seu cadastro de doador, que será finalizado com a coleta de uma amostra de sangue, onde será avaliado a sua tipagem da medula óssea. O cadastro com tipagem de medula ficará disponível no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (REDOME) e, quando houver algum paciente com medula compatível com a sua, você será chamado ao hemocentro para novos testes de compatibilidade e se compatível, para coleta de medula óssea.

“A compatibilidade de medula não é algo comum, mas se você for compatível, pode salvar uma vida!”, incentiva a médica.

Durante todo o mês, a campanha Fevereiro Laranja será realizada. Para evitar aglomerações, informações serão disponibilizadas nas redes sociais do CEONC Hospital do Câncer (Facebook e Instagram). 

 

Como se proteger da Covid-19 no verão?

 Chegada da estação implica em maior atenção às medidas de prevenção


Atingindo a faixa de 224.000 mortes pelo novo coronavírus no Brasil, a pandemia ainda não acabou. Além do uso constante de álcool gel, máscaras e o hábito de lavar as mãos, o distanciamento social ainda é a principal medida para a prevenção da Covid-19. Por isso, as aglomerações devem ser evitadas. Mesmo com a chegada do calor intenso do verão, o uso de piscinas públicas e praias deve seguir as recomendações sanitárias estabelecidas, pois pode aumentar as chances de contágio e, consequentemente, os casos e óbitos decorrentes do vírus.

Para minimizar a contaminação, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), nos Estados Unidos, disponibilizou uma cartilha1 para a população que irá viajar. As principais recomendações são: fazer viagens em carros particulares com pessoas do seu convívio; não ir à praia com quaisquer sintomas da Covid-19 (dor de cabeça, febre, coriza, tosse e dor de garganta); ficar a dois metros de distância de estranhos na faixa de areia ou na água; não compartilhar bebidas nem equipamentos; e por fim, utilizar álcool gel e sabonetes constantemente.

Em relação àqueles que permanecerão no distanciamento social durante o verão, é importante que também continuem atentos à saúde. Além das principais precauções contra a Covid-19, medidas como uma alimentação balanceada e saudável, uma rotina de exercícios e níveis adequados de vitaminas no organismo são vitais nesse momento de pandemia e lotação dos hospitais. Às pessoas do grupo de risco, o cuidado deve ser redobrado.


Cuidados com o corpo durante o isolamento

Devido ao isolamento social, grande parte da população mundial tem se privado da maior fonte de vitamina D, o sol, agravando uma situação que já acontece com frequência no mundo, mesmo antes da pandemia, que é a hipovitaminose D. Dados atuais2 mostram que 40% da população mundial tem deficiência de vitamina D, número maior em determinados períodos e grupos populacionais, como por exemplo: os idosos.

Isso por que a vida atribulada das grandes cidades impede que as pessoas fiquem expostas de maneira eficiente para a absorção da vitamina D. "O ideal é se expor ao sol com boa parte do corpo descoberta, sem uso de proteção solar, das 10h às 15h, por pelo menos 15 minutos, todos os dias", explica Odair Albano, médico ginecologista, ex-secretário de saúde de Campinas/SP e consultor de saúde.

Nestes casos, a suplementação vitamínica se torna uma grande alidada para manter níveis satisfatórios do micronutriente no organismo. Com a orientação adequada do médico, ela é extremamente necessária, uma vez que atua diretamente no sistema imunológico, ajudando a evitar diversas doenças e complicações, segundo pesquisa de 2019 3 .

Publicado na Aging Clinical and Experimental Research, outro estudo científico4 relaciona a taxa de mortalidade de Covid-19 com o baixo nível de vitamina D da população de 20 países da Europa, incluindo o próprio Reino Unido, além de Espanha, Itália e França, regiões que apresentaram os maiores números de mortes por Covid-19 no continente. Isto é, além dos estudos anteriores5 que mostraram a importância da vitamina na prevenção de infecções agudas do trato respiratório, as famosas SRAGS (Síndromes Respiratórias Graves), foi observado que há uma correlação entre o déficit de vitamina D no organismo e a gravidade da doença causada pelo novo coronavírus (Covid-19).

De acordo com Albano, a vitamina D é hoje considerada como um pré-hormônio e, além dos benefícios a saúde óssea e muscular, possui ação imunomoduladora, em especial nas doenças respiratórias e virais. "A vitamina D age na imunidade inata estimulando a resposta imune realizada pelas células de defesa e liberação de substâncias (peptídeos) com ação antimicrobiana como catelicidina e beta-defensina, o que reduz a possibilidade de penetração na célula e multiplicação do vírus. Na imunidade adaptativa, ela modula a resposta inflamatória grave (hiperinflamação) e liberação das citocinas, considerada um fator de risco de agravamento e de pior prognóstico da doença", completa.

 


 

Referências

1 National Center for Immunization and Respiratory Diseases (NCIRD), Division of Viral Diseases, Center for Disease Control and Prevention (CDC). Domestic Travel During the COVID-19 Pandemic. Dezembro 2, 2020.

2 Kaufman HW, Niles JK, Kroll MH, Bi C, Holick MF (2020) SARS-CoV-2 positivity rates associated with circulating 25-hydroxyvitamin D levels. PLoS ONE 15(9): e0239252. https://doi.org/10.1371/ journal. pone.0239252

3 David A Jolliffe, Lauren Greenberg, Richard L Hooper, Carolien Mathyssen, Rachida Rafiq, Renate T de Jongh, Carlos A Camargo, Christopher J Griffiths, Wim Janssens, Adrian R Martineau. Vitamin D to prevent exacerbations of COPD: systematic review and meta-analysis of individual participant data from randomised controlled trials. 2019.

4 Ilie, P.C., Stefanescu, S., Smith, L. The role of vitamin D in the prevention of coronavirus disease 2019 infection and mortality. Aging Clinical and Experimental Research. Maio 6, 2020.

5 Adrian R Martineau, David A Jolliffe, Lauren Greenberg, John F Aloia, Peter Bergman, Gal Dubnov-Raz, Susanna Esposito, Davaasambuu Ganmaa, Adit A Ginde, Emma C Goodall, Cameron C Grant, Wim Janssens, Megan E Jensen, Conor P Kerley, Ilkka Laaksi, Semira Manaseki-Holland, David Mauger, David R Murdoch, Rachel Neale, Judy R Rees, Steve Simpson, Iwona Stelmach, Geeta Trilok Kumar, Mitsuyoshi Urashima, Carlos A Camargo, Christopher J Griffiths, Richard L Hooper. Vitamin D supplementation to prevent acute respiratory infections: individual participant data meta-analysis. Janeiro, 2019.


O óleo secativo na cura de ferimentos

Veja como o óleo secativo pode ajudar em diversos tipos de lesões na pele


Do nosso corpo todo, a pele é o órgão que mais sofre interações com o meio externo. Sujeita a machucados, queimaduras, inflamações e lesões, a pele é o órgão que protege o restante do nosso corpo dos perigos que habitam no nosso dia a dia.

Por ser externa, essa camada constantemente sofre pequenos traumas. Por isso, precisamos sempre recorrer à farmácia atrás de remédios e outras drogas que retirem a dor e o incômodo que esses machucados nos causam. Entretanto, o uso indevido de medicamentos pode acabar prejudicando a nossa pele com alergias, irritações e outras complicações.

Para evitar problemas dermatológicos, Lígia Mocelin, cosmetóloga e criadora da marca de fitocosméticos Piunature, indica o Óleo Secativo. Esse produto natural, que inicialmente foi criado para ajudar no tratamento de Herpes, hoje em dia trata muitos outros problemas. Segundo a especialista, “O Óleo Secativo da Piunature trata muito mais do que herpes. Ele é constantemente indicado para o tratamento de espinhas e outras inflamações no rosto”.


Outras aplicacões:


Picada de insetos;
Queimaduras;
Lesões;
Pelo encravado;
Micoses;
Dor de ouvido;
Cândida.

Tendo em sua composição Melaleuca, que é um componente bactericida, fungicida e germicida, e a lavanda francesa, que ajuda cicatrização, alivia a dor e promove a estimulação de colágeno, o óleo secativo ajuda a “secar” pequenas lesões que podem se espalhar pela pele. Lígia ainda afirma que, “Por ser natural, esse óleo não tem contra indicações. Costumo dizer que é como uma Nebacetin natural, que ajuda a cicatrizar diversos tipos de ferimento”.

 


Piunature Fitocosmeticos

Ligia Mara Mocelin - Diretora, fundadora

@piunature_fitocosmeticos

www.piunature.com.br


Inchaços nas pernas em dias quentes podem ser evitados

Cuidados simples previnem o desconforto e eventuais complicações

 

No verão, um dos principais problemas enfrentados pela população é o inchaço das pernas. Ele ocorre por diversas situações frequentes durante a estação mais esperada do ano, dentre elas, a exposição ao sol, imobilização prolongada durante as viagens e maus hábitos de saúde e alimentares.

O corpo humano possui um complexo sistema circulatório, que permite que componentes vitais como o sangue, a linfa – substância presente em todo o corpo – e o plasma sanguíneo, que contém oxigênio, proteínas, glicose e glóbulos brancos, se espalhem por todo o corpo. Porém, no retorno ao coração, elas fluem em um sentido contra a gravidade, de baixo para cima, tornando a atividade mais difícil, pois, o líquido por si não consegue subir espontaneamente. Por isso, é muito essencial que a circulação sanguínea esteja funcionando perfeitamente, para evitar o acúmulo de líquidos nas pernas e pés, causando inchaços. 

 “Para que o retorno do sangue venoso e da linfa aconteça de forma eficiente, é necessário que a musculatura da panturrilha funcione bem e esteja em atividade. Então, quando ficamos muito tempo parados na mesma posição, seja sentado ou de pé, sem movimentá-la, dificultamos o retorno da circulação veno-linfática”, explica o cirurgião vascular e presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular, Dr. Bruno de Lima Naves.

Ainda, o calor dilata as veias, o que faz aumentar a pressão que o vaso precisa aplicar para devolver o sangue para o coração. Já quando há contato direto do sol nas pernas, o problema intensifica-se, pois existe um retardo temporário da função dos vasos linfáticos. Esse conjunto de situações pré-dispõe o indivíduo ao chamado edema (inchaço) venoso e linfático. “Em relação à dieta, o excesso de sal e comidas muito gordurosas ajudam a reter líquido e predispor ao edema”, complementa Dr. Naves.

Porém, o cirurgião vascular explica que o quadro é controlado com algumas medidas simples, que podem ser adotadas no dia a dia, como evitar imobilizações prolongadas no decorrer do dia. É necessário que a cada 50 minutos parado, a pessoa tire dez minutos para exercitar as pernas e ao menos 30 minutos de atividades físicas diárias; diminuir o consumo de sal e comidas gordurosas durante o verão; elevar as pernas por ao menos 15 minutos, três vezes ao dia. Se possível, realizar uma compressa fria nos membros inferiores durante o processo. A dica é ótima para quem chegou de viagens longas e exaustivas. 

É muito preciso ressaltar que inchaços recorrentes também podem indicar doenças vasculares, como varizes e linfedemas. Por isso, é extremamente importante a avaliação de um angiologista ou cirurgião vascular para realizar uma análise mais profunda de cada caso. Para buscar um especialista por região, basta acessar o link.

 


Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV)


Dia Mundial do Câncer - 4/2

Exames de prevenção e continuidade do tratamento do câncer devem ser reforçados mesmo em tempos de pandemia

Apesar de avanços no tratamento do câncer, oncologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz alerta a população para seguir com a rotina de exames preventivos

 

Um estudo da The Economist Intelligence Unit (EIU) publicado em 2020, estima que nos próximos dez anos, o Brasil pode registrar crescimento de 42% nos casos de câncer. Em toda a América Latina, a previsão de aumento chega a 67% no mesmo período. O número supera o cálculo do Inca (Instituto Nacional do Câncer), que espera registrar um salto de quase 28%. O cenário pode ser ainda pior, com um possível aumento de casos não detectados precocemente, por conta da pandemia da Covid-19, que contribuiu para a paralização de tratamentos oncológicos e a não realização de exames preventivos e de diagnóstico.

Levantamento da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP) mostrou que ao menos 70 mil brasileiros deixaram de receber o diagnóstico de câncer nos quatro primeiros meses de pandemia. Já o estudo publicado em novembro de 2020, pelo The British Medical Journal apontou que a cada quatro semanas de atraso no tratamento, as chances de morte aumentam em até 13%. "O câncer é uma doença que não espera. Alguns meses de atraso no diagnóstico, podem fazer muita diferença no tratamento", explica Dr. Carlos Teixeira, coordenador de oncologia torácica do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

De acordo com o oncologista, o aumento de casos de câncer ainda é um problema de saúde pública e é importante continuar retendo a atenção da população para os cuidados com a doença. "Os pacientes devem manter seus exames preventivos e o sequenciamento dos tratamentos mesmo durante a pandemia, tomando todos os cuidados de prevenção", reforça o especialista.


Imunizar é preciso

Apesar de haver poucos estudos clínicos que avaliem a eficácia e segurança da vacinação contra o novo coronavírus em pacientes oncológicos, Dr. Carlos Teixeira avalia o risco x benefício, e afirma que o malefício da não vacinação é significativamente maior quando comparado com as potenciais reações das vacinas. "Muitos grupos de risco ficaram de fora dos estudos da vacina, como os pacientes com câncer. Ainda assim, considerando as fragilidades imunológicas desta população, a imunização é importante", alerta o médico.

 


Hospital Alemão Oswaldo Cruz

 https://www.hospitaloswaldocruz.org.br/


Quer ser "mais saudável"? Cuidado com o que deseja!

Tenho atendido muitos pacientes com o desejo de ser "mais saudável". Eles costumam começar nossa conversa ou sentindo-se orgulhosos porque se alimentam bem e fazem atividade física, ou culpados porque não fazem nem um, nem outro. Esperam de mim o tapinha nas costas de "Parabéns" ou o chicote intimidador do "Que vergonha…".

Por isso, ficam meio intrigados quando recebo essas informações com certo "dar de ombros". Calma, não me entendam mal. São informações importantes, sim. E hábitos saudáveis são grandes determinantes de boa saúde. Mas tenho observado com alguma frequência pessoas absolutamente saudáveis avaliando a saúde como "péssima". E as razões são as mais diversas:

"Não fiz meus exames."

"Não vou ao médico há muito tempo."

"Não medito todos os dias."

"Não corro uma maratona."

"Estou com uma barriguinha chata."

 

Parece que, para se sentirem saudáveis, precisam de uma validação médica (com consulta ou exames, ou ambos), ou de um estilo de vida super fitness (ou ao menos similar ao da "blogueira do insta").

Eu poderia acabar o texto aqui e simplesmente recomendar: "Relaxe um pouco. Confie mais em você. Não se cobre tanto. Seja feliz". Mas eu correria o risco de ser mal interpretado e o leitor poderia dizer: "veja só o médico da Sami, falando que ser saudável não é bom". Então, antes de apresentar dados de estudos científicos, deixa eu te apresentar dois mundos opostos:

Mundo 1:

Trafalgar Square, Londres, 2005, próximo ao Parlamento britânico. Local tipicamente repleto de esculturas de homens triunfantes. Eis que recebe uma escultura diferente: de uma mulher… e não qualquer mulher, mas uma mulher grávida, completamente nua, sem mãos, sem pernas e um olhar absolutamente altivo, orgulhoso e confiante.

 
Imagem: John Winfield/Creative Commons ( Link )

Mundo 2:

Mulher, modelo, no topo da pirâmide do que socialmente se considera como belo e deslumbrante, encontra-se com um charmoso cirurgião plástico. Eles flertam, dormem juntos e, na conversa da manhã seguinte, ela, que se atribuía nota 10 da perfeição, foi convencida de que não passava de um 8… No espelho, estupefata, observa em seu corpo os rabiscos de batom feitos pelo cirurgião para indicar os locais que "precisariam" de procedimentos estéticos, e lamenta: "Eu sou assim tão feia?!".

 

Imagem: Reprodução ( Link )

No Mundo 1 temos o caso real da artista britânica Alison Lapper, que nasceu com Focomelia, uma má formação congênita causada pelo medicamento Talidomida. Quando criança, foi abandonada pela família e viveu num orfanato com outras pessoas afetadas pela mesma condição. Queriam torná-la "normal", o que a fez até rejeitar uma prótese. Hoje artista renomada e mãe feliz, ela comenta que "Normal é se sentir confortável com seu corpo".

Já o Mundo 2 é de uma série de TV chamada Nip/Tuck (ou "Estética", nome que recebeu no Brasil), que mostra a vida de dois cirurgiões plásticos boa pinta. Sim, é fictícia, mas não nos causaria tanta surpresa se fosse real, certo?

O contraste entre esses dois mundos deve gerar discussões filosóficas riquíssimas e muito além da capacidade intelectual deste simples médico que vos fala. Mas algo me chamou atenção no orgulho de Alison Lapper, com focomelia, em se sentir normal e saudável. Ou seja, pensei, deve ter algo de muito positivo no simples pensar dessa forma.


Percepção Subjetiva da Saúde

Eis que, revirando a literatura científica, vi que existiam vários estudos que avaliavam a Percepção Subjetiva de saúde. Ou seja, independentemente de quaisquer doenças que você tenha, como você percebe sua saúde? A pontuação pode variar entre 1 e 4, sendo:

• Muito boa

• Boa

• Não tão boa

• Ruim

Acontece que tal percepção é um dos principais preditores de como sua saúde será no futuro, como você usará serviços de saúde e, pasme, tem até relação com mortalidade!

Um estudo norueguês, publicado em 2020, analisou respostas de autoavaliação da saúde de mais de 20 mil pessoas, por 25 anos. E publicou o intrigante gráfico abaixo:

 

Lorem, Geir, et al. "Self-reported health as a predictor of mortality: A cohort study of its relation to other health measurements and observation time." Scientific reports 10.1 (2020): 1-9. ( Link )

Nele, temos 4 linhas coloridas. Quanto mais íngreme é a "queda" dessas linhas ao longo do tempo, menos pessoas estão vivas ao fim do período. E quanto menos íngreme, mais pessoas estão vivas. Em outras palavras: as pessoas que avaliaram a própria saúde como "muito boa" (linha laranja) morreram menos. É óbvio, você poderia dizer. Mas o ponto crucial aqui é que isso persistiu mesmo quando outras variáveis objetivas de saúde foram ajustadas.

Agora, reflita comigo: como você acha que Alison Lapper avaliaria sua saúde? E a modelo do Nip/Tuck? Eu suspeito que ambas começariam na linha laranja do gráfico, porém, após a intervenção do cirurgião, a modelo cairia para as linhas mais íngremes


Paradoxo da Saúde

Eis o paradoxo da saúde: apesar de termos avançado muito nos últimos anos em longevidade, com melhores condições de vida e tecnologias diagnósticas e terapêuticas, a percepção da saúde das pessoas tem diminuído.

É como se estivéssemos nos sentindo super belos e confiantes e saudáveis, como a modelo do Nip/Tuck, e o sistema de saúde agisse como o cirurgião plástico bonachão, ou seja, ressignificasse nossas próprias percepções, fazendo com que nos sentíssemos feios, inseguros e doentes.

Qual a implicação prática disso? Mudar de linha num gráfico obscuro? Não! A implicação é viver menos e pior. É irônico rirmos do absurdo que é a situação da modelo deslumbrante se sentir feia, mas replicamos o mesmo absurdo no que tange a nos sentirmos saudáveis ou não.

É claro que a avaliação médica tem seu papel na saúde, mas acredite: mais de 80% das pessoas são absolutamente saudáveis. A questão que se impõe é: precisamos ser ainda mais saudáveis? Se sim, ao custo da própria saúde?


Médico Mascote da Saúde x Médico Bruxo

Por essas e outras, tenho pisado um pouco no freio com meus pacientes sobre esse foco excessivo em ser "mais saudável", trabalhando mais com sua autoconfiança e autocompaixão. E tem sido ótimo, simplesmente porque assim se evita a ansiedade provocada pelo médico "Mascote da Saúde" - aquele que cobra X litros de água por dia, Y horas de sono, Z passos por dia e faz o paciente sentir vergonha de voltar caso não tenha "batido" alguma meta pactuada.

Hoje, não. Hoje, com essa ansiedade de lado, sobrou tempo para conhecer a pessoa que está na minha frente: o que gosta, com quem vive, com o que sonha… Não vou deixar piegas esse texto, não, prometo. Mas se eu te contasse como todo santo dia tenho conhecido e atendido pessoas incrivelmente interessantes, talvez você também desse de ombros se apenas escutasse sobre "informações de saúde".

É assim que a "bruxaria" acontece: O paciente julgado a vida toda pelo peso, absolutamente desmotivado após tantos Mascotes da Saúde na sua cola, retorna certo dia comentando: "estou pensando em retomar atividade física, doutor, o que acha?".

 


Dr. Alexandre Ceotto Calandrini (CRM 191481) - paraense com orgulho. Coordenador e médico do primeiro Time de Saúde da Sami, é formado pela Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo, fez residência em Medicina de Família e Comunidade por São Bernardo do Campo. Especialista em Melhoria da Qualidade pelo Institute for Healthcare Improvement (IHI), em curso, e com experiência de pesquisa pelo Institute of Development Studies (IDS), Harvard e Cebrap.


Dia Mundial do Câncer: conheça as principais dicas para se prevenir e os fatores que podem desencadear a doença que impacta 625 mil brasileiros

De acordo com o INCA, o câncer de próstata e o câncer de mama são os que apresentam maior incidência no país


Comemorado no dia 4 de fevereiro, o Dia Mundial do Câncer é uma iniciativa global organizada pela União Internacional para o Controle do Câncer (UICC) com o apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS). Criada em 2000, a data tem como objetivo aumentar a conscientização da sociedade sobre a doença para que sejam adotadas medidas de controle para o câncer evitando, assim, milhões de mortes a cada ano.

Essa enfermidade abrange mais de 100 diferentes tipos de doenças malignas, que têm em comum o crescimento desordenado de células e podem invadir tecidos e órgãos do corpo humano. As variedades de câncer correspondem aos diversos modelos de células do corpo. Se o ponto de partida são os tecidos como ossos, músculos ou cartilagens são denominados sarcomas. Também existem as metástases, que é quando o câncer adquire a capacidade de invadir tecidos/ órgãos do corpo, seja por contiguidade, via hematogênica ou via linfática e não está diretamente relacionado à velocidade de multiplicação das células.

Segundo dados do INCA (Instituto Nacional do Câncer), em 2020, a incidência do câncer de próstata e o de cólon e reto atingiu um total de 86.380 homens no país, sendo os dois principais tipos da doença que mais acometeram pacientes masculinos no país. Já com as mulheres, os tipos mais frequentes foram o câncer de mama e o de cólon e reto, num total de 86.750 novas pacientes. Essas estatísticas excluem o câncer de pele não melanoma, que é de longe o mais comum.

No último ano, os tipos da doença mais frequentes nos homens foram o câncer de próstata (29,2%); cólon e reto (9,1%); traqueia, brônquio e pulmão (7,9%) e estômago (5,9%). Nas mulheres, as maiores ocorrências foram o câncer de mama (29,2%); cólon e reto (9,2%); colo do útero (7,5%) e traqueia, brônquio e pulmão (5,6%)

Para o Brasil, a estimativa para cada ano do triênio 2020-2022 é de 625 mil novos casos de câncer. De acordo com o Instituto, a mais recente estimativa mundial, publicada em 2018, indica que ocorreram no mundo 18 milhões de casos novos de câncer e 9,6 milhões de óbitos.

Outro fato interessante é que, de acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas), países de alto rendimento têm até três vezes maior incidência de câncer em comparação aos países de média e baixa renda. Isso se dá devido aos fatores de risco ambientais e de estilo de vida que acompanham o desenvolvimento socioeconômico. De acordo com o doutor Rafael Yanagizawa Mendes de Oliveira, clínico geral da Clínica IMUVI, há outros fatores que também contribuem para isso. “A população está envelhecendo cada vez mais. Além da idade, as doenças infectocontagiosas, que são grande causa de mortalidade entre as pessoas, tem predominância bem menor nesses países”, acrescenta. Na Austrália, América do Norte e Europa, por exemplo, a taxa anual para a incidência é de cerca de 300 para cada 100 mil pessoas. Na Índia, Golfo Pérsico e África Subsaariana, a taxa é cerca de um terço desse valor.

O médico afirma que não há uma única razão para o desenvolvimento desse mal e ressalta a importância da prática de hábitos saudáveis como medidas de prevenção. “O câncer é uma doença que pode ser motivada por diversas razões, desde propensões genéticas até fatores externos, como a bebida alcoólica, tabagismo e má alimentação. Por isso, é muito importante que as pessoas se conscientizem e mantenham, ao máximo, um estilo de vida saudável. Isso ajudará, com certeza, a reduzir os índices da doença no nosso país”, reforça Rafael.

Para combater esse problema que é global, é válido considerar, então, alternativas para reduzir ainda mais estes índices, na busca de uma vida melhor para todos. O doutor Rafael Oliveira separou algumas dicas que podem ajudar a evitar o desenvolvimento dessa doença. São elas:

  • Não fume: O cigarro é uma das principais causas do câncer de pulmão, cavidade oral, laringe, faringe, esôfago e bexiga.
  • Mantenha uma alimentação saudável: manter um peso saudável ao longo da vida é uma das formas mais importantes de se proteger contra o câncer.
  • Pratique atividades físicas: Além de ser uma medida de prevenção, a prática de exercícios contribui para a manutenção do peso corporal saudável.
  • Mulheres entre 25 e 64 anos de idade: é fundamental a realização do exame do colo do útero a cada três anos. Isso porque as modificações das células nessa região são facilmente identificadas no exame preventivo, conhecido também como Papanicolau. A realização desse exame ajuda a prevenir o aumento do câncer do colo de útero, que é o terceiro mais comum entre as mulheres.
  • Vacina contra o HPV: Essa vacina, que está disponível no SUS, é indicada para meninas e meninos. Mesmo que já vacinadas, quando adultas, as mulheres ainda precisam realizar os exames preventivos a cada três anos, uma vez que o imunizante não é eficaz contra todos os tipos de HPV.
  • Vacine contra a hepatite B: pessoas que apresentam infecções crônicas com o vírus da hepatite B possui maior chance de desenvolver o câncer de fígado. Por isso, é recomendado tomar a vacina, que tem o objetivo de prevenir a infecção do vírus e, consequentemente, reduzir o risco do câncer de fígado.
  • Evite comer alimentos processados: eles podem aumentar a chance de desenvolver câncer. Os conservantes podem provocar o surgimento de câncer no intestino (cólon e reto).

 


Clínica IMUVI HSANP

R. Maria Amália Lopes Azevedo, 147 – Tremembé

Telefone: (11) 3531-6666


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