Exames de prevenção e continuidade do tratamento do
câncer devem ser reforçados mesmo em tempos de pandemia
Apesar
de avanços no tratamento do câncer, oncologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz
alerta a população para seguir com a rotina de exames preventivos
Um estudo da The Economist Intelligence Unit
(EIU) publicado em 2020, estima que nos próximos dez anos, o Brasil pode
registrar crescimento de 42% nos casos de câncer. Em toda a América Latina, a
previsão de aumento chega a 67% no mesmo período. O número supera o cálculo do
Inca (Instituto Nacional do Câncer), que espera registrar um salto de quase
28%. O cenário pode ser ainda pior, com um possível aumento de casos não
detectados precocemente, por conta da pandemia da Covid-19, que contribuiu para
a paralização de tratamentos oncológicos e a não realização de exames preventivos
e de diagnóstico.
Levantamento da Sociedade Brasileira de Patologia
(SBP) mostrou que ao menos 70 mil brasileiros deixaram de receber o diagnóstico
de câncer nos quatro primeiros meses de pandemia. Já o estudo publicado em
novembro de 2020, pelo The British Medical Journal apontou que a cada
quatro semanas de atraso no tratamento, as chances de morte aumentam em até
13%. "O câncer é uma doença que não espera. Alguns meses de atraso no
diagnóstico, podem fazer muita diferença no tratamento", explica Dr.
Carlos Teixeira, coordenador de oncologia torácica do Centro Especializado em
Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
De acordo com o oncologista, o aumento de casos
de câncer ainda é um problema de saúde pública e é importante continuar retendo
a atenção da população para os cuidados com a doença. "Os pacientes devem
manter seus exames preventivos e o sequenciamento dos tratamentos mesmo durante
a pandemia, tomando todos os cuidados de prevenção", reforça o
especialista.
Imunizar é preciso
Apesar de haver poucos estudos clínicos que
avaliem a eficácia e segurança da vacinação contra o novo coronavírus em
pacientes oncológicos, Dr. Carlos Teixeira avalia o risco x benefício, e afirma
que o malefício da não vacinação é significativamente maior quando comparado
com as potenciais reações das vacinas. "Muitos grupos de risco ficaram de
fora dos estudos da vacina, como os pacientes com câncer. Ainda assim,
considerando as fragilidades imunológicas desta população, a imunização é
importante", alerta o médico.
Hospital Alemão Oswaldo Cruz
https://www.hospitaloswaldocruz.org.br/
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