Chegada da estação implica em maior atenção às medidas de prevenção
Atingindo a faixa de 224.000 mortes pelo novo coronavírus
no Brasil, a pandemia ainda não acabou. Além do uso constante de álcool gel,
máscaras e o hábito de lavar as mãos, o distanciamento social ainda é a
principal medida para a prevenção da Covid-19. Por isso, as aglomerações devem
ser evitadas. Mesmo com a chegada do calor intenso do verão, o uso de piscinas
públicas e praias deve seguir as recomendações sanitárias estabelecidas, pois
pode aumentar as chances de contágio e, consequentemente, os casos e óbitos
decorrentes do vírus.
Para minimizar a contaminação, o Centro de
Controle e Prevenção de Doenças (CDC), nos Estados Unidos, disponibilizou uma
cartilha1 para a população que irá viajar. As principais recomendações
são: fazer viagens em carros particulares com pessoas do seu convívio; não ir à
praia com quaisquer sintomas da Covid-19 (dor de cabeça, febre, coriza, tosse e
dor de garganta); ficar a dois metros de distância de estranhos na faixa de
areia ou na água; não compartilhar bebidas nem equipamentos; e por fim,
utilizar álcool gel e sabonetes constantemente.
Em relação àqueles que permanecerão no
distanciamento social durante o verão, é importante que também continuem
atentos à saúde. Além das principais precauções contra a Covid-19, medidas como
uma alimentação balanceada e saudável, uma rotina de exercícios e níveis
adequados de vitaminas no organismo são vitais nesse momento de pandemia e
lotação dos hospitais. Às pessoas do grupo de risco, o cuidado deve ser
redobrado.
Cuidados com o corpo durante o isolamento
Devido ao isolamento social, grande parte da
população mundial tem se privado da maior fonte de vitamina D, o sol, agravando
uma situação que já acontece com frequência no mundo, mesmo antes da pandemia,
que é a hipovitaminose D. Dados atuais2 mostram que 40% da população
mundial tem deficiência de vitamina D, número maior em determinados períodos e
grupos populacionais, como por exemplo: os idosos.
Isso por que a vida atribulada das grandes
cidades impede que as pessoas fiquem expostas de maneira eficiente para a
absorção da vitamina D. "O ideal é se expor ao sol com boa parte do corpo
descoberta, sem uso de proteção solar, das 10h às 15h, por pelo menos 15
minutos, todos os dias", explica Odair Albano, médico ginecologista,
ex-secretário de saúde de Campinas/SP e consultor de saúde.
Nestes casos, a suplementação vitamínica se
torna uma grande alidada para manter níveis satisfatórios do micronutriente no
organismo. Com a orientação adequada do médico, ela é extremamente necessária,
uma vez que atua diretamente no sistema imunológico, ajudando a evitar diversas
doenças e complicações, segundo pesquisa de 2019 3 .
Publicado na Aging Clinical and Experimental
Research, outro estudo científico4 relaciona a taxa de mortalidade
de Covid-19 com o baixo nível de vitamina D da população de 20 países da
Europa, incluindo o próprio Reino Unido, além de Espanha, Itália e França,
regiões que apresentaram os maiores números de mortes por Covid-19 no
continente. Isto é, além dos estudos anteriores5 que mostraram a
importância da vitamina na prevenção de infecções agudas do trato respiratório,
as famosas SRAGS (Síndromes Respiratórias Graves), foi observado que há uma
correlação entre o déficit de vitamina D no organismo e a gravidade da doença
causada pelo novo coronavírus (Covid-19).
De acordo com Albano, a vitamina D é hoje
considerada como um pré-hormônio e, além dos benefícios a saúde óssea e
muscular, possui ação imunomoduladora, em especial nas doenças respiratórias e
virais. "A vitamina D age na imunidade inata estimulando a resposta imune
realizada pelas células de defesa e liberação de substâncias (peptídeos) com
ação antimicrobiana como catelicidina e beta-defensina, o que reduz a
possibilidade de penetração na célula e multiplicação do vírus. Na imunidade
adaptativa, ela modula a resposta inflamatória grave (hiperinflamação) e
liberação das citocinas, considerada um fator de risco de agravamento e de pior
prognóstico da doença", completa.
Referências
1 National Center for
Immunization and Respiratory Diseases (NCIRD), Division of Viral Diseases,
Center for Disease Control and Prevention (CDC). Domestic Travel During the
COVID-19 Pandemic. Dezembro 2, 2020.
2 Kaufman HW, Niles
JK, Kroll MH, Bi C, Holick MF (2020) SARS-CoV-2 positivity rates associated
with circulating 25-hydroxyvitamin D levels. PLoS ONE 15(9): e0239252. https://doi.org/10.1371/ journal.
pone.0239252
3 David A Jolliffe,
Lauren Greenberg, Richard L Hooper, Carolien Mathyssen, Rachida Rafiq, Renate T
de Jongh, Carlos A Camargo, Christopher J Griffiths, Wim Janssens, Adrian R
Martineau. Vitamin D to prevent exacerbations of COPD: systematic review and
meta-analysis of individual participant data from randomised controlled trials.
2019.
4 Ilie, P.C.,
Stefanescu, S., Smith, L. The role of vitamin D in the prevention of
coronavirus disease 2019 infection and mortality. Aging Clinical and
Experimental Research. Maio 6, 2020.
5 Adrian R Martineau,
David A Jolliffe, Lauren Greenberg, John F Aloia, Peter Bergman, Gal
Dubnov-Raz, Susanna Esposito, Davaasambuu Ganmaa, Adit A Ginde, Emma C Goodall,
Cameron C Grant, Wim Janssens, Megan E Jensen, Conor P Kerley, Ilkka Laaksi,
Semira Manaseki-Holland, David Mauger, David R Murdoch, Rachel Neale, Judy R
Rees, Steve Simpson, Iwona Stelmach, Geeta Trilok Kumar, Mitsuyoshi Urashima,
Carlos A Camargo, Christopher J Griffiths, Richard L Hooper. Vitamin D
supplementation to prevent acute respiratory infections: individual participant
data meta-analysis. Janeiro, 2019.
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