Pesquisar no Blog

quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

Como reduzir riscos de contágio da COVID-19 nas celebrações de fim de ano

Cuidados como uso constante de máscaras e álcool gel devem ser mantidos no Natal e Ano Novo 
Crédito: Canva


Ideal é que a confraternização seja realizada apenas com os moradores da mesma casa, já que não existe maneira 100% segura de evitar contágio


Após mais de duzentos dias do início da pandemia no Brasil, os cuidados sobre como utilizar máscara, lavar as mãos, utilizar álcool em gel e evitar aglomerações para evitar o contágio da COVID-19 já deveriam ser conhecidos por todos. Mesmo assim, o número de casos confirmados da doença em alguns estados é o maior já registrado. E o período de férias e fim de ano tem preocupado ainda mais os especialistas em relação ao possível aumento ainda mais crítico no número de casos.

“O ideal é que as pessoas não fizessem nenhuma confraternização - da empresa ou de fim de ano - com pessoas que não moram em seu domicílio. Mas, sabemos que isso é complicado, então procurem fazer ao ar livre, só tirem a máscara no momento da alimentação e, se possível, que as pessoas só sentem juntas com seu núcleo domiciliar”, explica a médica infectologista e coordenadora do Núcleo de Epidemiologia e Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Marcelino Champagnat, Viviane Hessel.

Outras dicas importantes são evitar o cumprimento com contato físico (beijo e abraço), disponibilizar álcool em gel próximo ao buffet e no banheiro e, se for contar com a presença do Papai Noel, que ele esteja sempre de máscara e higienize as mãos no momento da entrega dos presentes. Também é importante não haver contato físico na hora das fotos e quem sentir qualquer sintoma respiratório não deve ir à confraternização.

O aumento do número de casos não é visto como uma segunda onda da doença, mas um segundo pico, já que o número de casos e mortes não chegou a zero em nenhum momento no país. Por isso, o crescimento está ligado diretamente ao comportamento da população. A médica alerta que o distanciamento ainda precisa ser respeitado. “Manter o distanciamento físico quando precisar entrar em contato com outras pessoas, utilizar a máscara o tempo todo fora de casa, mesmo que esteja em um ambiente de pessoas conhecidas, dar preferência ao trabalho remoto para evitar transporte público e contato com mais pessoas e, se tiver qualquer suspeita, ficar em casa”, ressalta a infectologista.


Contágio

A transmissão do coronavírus pode ocorrer até dois dias antes do surgimento dos primeiros sintomas da doença e seguir até 10 dias após, nos casos leves da doença, e até 20 dias após o primeiro dia de sintoma nos casos mais graves, que precisam de internação. 

Os principais sintomas da doença são dor de garganta, tosse seca, dor no corpo e de cabeça e febre (que não acontece em todos os casos). “As pessoas precisam estar atentas a qualquer um desses sintomas e, assim que surgirem, avisar o gestor e ficar em isolamento até que se tire a dúvida. Estamos todos cansados da pandemia, mas precisamos pensar no coletivo e não expor a um risco desnecessário a nossa família e nossos conhecidos”, frisa a médica.

 


Hospital Marcelino Champagnat


Necessidade de transfusão de sangue permanece alta durante a pandemia, mas doações diminuem mais de 30%

Imagem: Doadora no Banco de Sangue do HSPE
Banco de Sangue do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo cria campanhas para ampliar doações durante a pandemia


A necessidade de transfusões no Banco de Sangue do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo (HSPE) se manteve estável entre janeiro e outubro de 2020, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Dados indicaram 11.426 transfusões em 2020 e 12.813 em 2019. Porém, o número de doações no HSPE teve queda de 30% durante a pandemia. Em algumas regiões do Brasil esse índice chegou a 50%, segundo a Fundação Pró-Sangue Hemocentro de São Paulo.

Mais do que nunca, a doação é essencial para tratamentos e intervenções urgentes e permite aumentar a esperança e qualidade de vida dos pacientes. As maiores indicações de transfusão no HSPE durante a pandemia foram para os pacientes com anemias, câncer, hemorragias digestivas e choque séptico causado por infecção bacteriana. Parte da queda no Banco de Sangue do HSPE foi revertida após a campanha "Seu tipo sanguíneo é solidário?", em junho. No mês seguinte, as doações registraram alta de 28%. Na campanha atual, o vídeo "Doar sangue é um ato de gentileza" mostra a importância dos doadores para o abastecimento do estoque do Hemocentro.

A servente de escola aposentada, Neuza Madalena Massa, de 70 anos, recebe transfusões do Banco de Sangue do HSPE desde 2017. Ela faz tratamento da aplasia medular, que causa cansaço, fraqueza muscular e falta de ar. Duas vezes por mês ela viaja de Conchal, na região de Piracicaba, no interior de São Paulo, para a capital. "Já tentei todos os tratamentos com remédio, mas foi a partir da transfusão de sangue que tive uma melhora na qualidade de vida", explicou. A aposentada demonstra gratidão pelos doadores do Banco de Sangue do HSPE. "São pessoas abençoadas porque estão salvando vidas. Eu sou eternamente grata, pois na semana que recebo a transfusão os sintomas de cansaço desaparecem", afirmou.

Para o diretor do Banco de Sangue do HSPE, Dr. Fábio Lima Lino, é preciso manter a doação constante como componente primordial dos sistemas de saúde num momento de crise sanitária. "A mensagem é para que as pessoas continuem doando sangue durante a pandemia e salvando vidas", afirmou.

O Banco de Sangue do HSPE funciona de segunda a sexta, das 9h às 16h e aos sábados, das 8h às 16h. Para doar não é necessário agendar horário. O acesso ao prédio é pela Rua Pedro de Toledo, 1800. O Serviço de Hemoterapia do HSPE está localizado em uma área independente do restante das demais unidades hospitalares, evitando que os doadores tenham contato com pacientes de outras patologias, como a Covid-19.

Exames

A coleta das bolsas de sangue doadas é realizada com material descartável e estéril. Também são realizados testes de sorologia, para identificação de doenças transmissíveis, como HIV e Hepatite B e C.

Requisitos para doação

Para doar sangue é preciso atender alguns requisitos. Na chegada ao Hemocentro, os doadores passam por uma entrevista clínica.

Veja abaixo alguns dos critérios necessários de acordo com as orientações do Ministério da Saúde:

• Estar em boas condições de saúde;

• Ter entre 16 e 69 anos, desde que a primeira doação tenha sido feita até 60 anos (Menores devem estar acompanhados do responsável legal para doar);

• Pesar no mínimo 50kg;

• Estar alimentado (evitar alimentos gordurosos nas quatro horas que antecedem o procedimento);

• Estar descansado;

• Candidatos que estiverem no exterior não podem doar sangue por 14 dias a partir da data do retorno;

• Voluntários que tiveram contato com casos suspeitos e confirmados de Covid-19 ficam impedidos de doar sangue por 14 dias;

• Doadores que apresentaram sintomas de possível infecção pelo Covid-19 (casos suspeitos) poderão doar sangue após 14 dias do desaparecimento dos sintomas;

• Aqueles que apresentaram diagnóstico positivo de Covid-19 só poderão doar sangue após 30 dias da recuperação clínica completa (sem sintomas).

Respeitar os intervalos para doação

• Homens - 60 dias (máximo de 04 doações nos últimos 12 meses).

• Mulheres - 90 dias (máximo de 03 doações nos últimos 12 meses).



Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual de São Paulo (Iamspe)

 

Saiba identificar quando uma pessoa está tendo um infart

Além da dor no peito: outros sintomas do infarto para ficar atento


O infarto agudo do miocárdio é a maior causa isolada de morte no Brasil. Ocorre quando o fluxo sanguíneo para o coração é bloqueado. Sem sangue, a artéria deixa de receber oxigênio e morre. Ao impedir o funcionamento do órgão por algum tempo, o infarto pode causar a perda da função de parte do tecido do coração ou dano irreversível.

De acordo com o Cardiômetro da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), mais de 336 mil pessoas morreram de janeiro a outubro de 2020 por doenças cardiovasculares no Brasil. Isso equivale a 30% de todas as causas. A estimativa é de que quase 400 mil brasileiros percam a vida por esse motivo até o final de 2020.

Segundo a SBC, o número de óbitos por doenças cardiovasculares é duas vezes maior do que todos os tipos de câncer somados; 2,3 vezes maior do que causas externas, como acidentes e violência; três vezes mais elevado do que doenças respiratórias e 6,5 maior do que as infecções - incluindo as causadas pela Aids.

Como identificar os sinais 

Especialistas da Rede D’Or São Luiz destacam que o infarto do miocárdio costuma ser o desfecho extremo de um processo, que pode ser silencioso ou apresentar sintomas que nem sempre são os mesmos para todos. Portanto, é importante conhecer os sinais para conseguir socorro imediato.

Para além da dor no peito leve ou aguda, pode haver sintomas como dor que irradia para o braço esquerdo, o pescoço e a mandíbula, por exemplo, sensação de compressão no peito por mais de 30 minutos, sensação de queimação no peito similar à da azia, desmaio, tontura, palidez, vômitos, suor frio, ansiedade, agitação, sonolência, falta de ar e palpitações.

Há alguns sintomas atípicos, como dor no abdome, semelhante a gastrite ou esofagite de refluxo, enjoo, mal-estar geral e cansaço excessivo, sem causa aparente. No caso das mulheres, é mais comum ocorrer uma dor no peito similar a agulhadas ou pequenas facadas. Pessoas diabéticas ou idosos podem sofrer com falta de ar e não ter outro sintoma.

O diagnóstico é confirmado por um eletrocardiograma (EGC) e um exame de sangue para checar as doses de enzimas que surgem após lesão cardíaca. Dependendo do grau do infarto, o paciente pode passar por um cateterismo, para acessar as artérias com circulação interrompida, seguido de angioplastia, quando a artéria será desobstruída. São dois procedimentos pouco invasivos e com histórico de resultados positivos.

Conforme o caso, pode ser necessário o implante de um stent ou uma cirurgia de revascularização, popularmente chamada de "safena". 

Prevenção 

A principal causa do infarto é a aterosclerose, que é o acúmulo de gorduras, colesterol e outras substâncias nas paredes das artérias e dentro delas. Na maioria, há o rompimento de uma dessas placas, formando-se um coágulo que interrompe o fluxo sanguíneo. 

Vários fatores aumentam o risco: colesterol elevado, sedentarismo, obesidade, dieta inadequada, consumo de álcool e cigarro, diabetes, hipertensão não controlada e estresse. 

As doenças cardíacas são crônicas, portanto, exige monitoramento periódico pelo cardiologista, ainda mais se a pessoa possuir um ou mais fatores de risco. O especialista poderá pedir a monitorização ambulatorial da pressão arterial (mapa) para analisar o quadro de um paciente com hipertensão arterial. 

Muitas doenças podem ser evitadas com cuidados preventivos e medidas terapêuticas. A principal é modificar o estilo de vida, com alimentação saudável e prática de atividade física de forma regular. Evitar o consumo de sal, de bebida alcóolica em excesso e controlar o açúcar são outras formas de prevenção. 

Recomenda-se evitar o cigarro, seja de forma ativa ou passiva.


Você sabe o que é síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica e por que ela afeta crianças e adolescentes?

 Médica intensivista pediátrica do Hospital Anchieta de Brasília explica. Confira também os sintomas e como cuidados com a doença

 

Em meio à pandemia, uma nova doença relacionada ao coronavírus preocupa os profissionais da saúde — é a síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica, uma enfermidade que acomete principalmente crianças e já soma mais de 370 casos pelo país. Você já ouviu falar sobre ela? Sabe como ela se manifesta? Nossa especialista responde! Camila Solé, médica intensivista pediátrica do Hospital Anchieta de Brasília, explica que a síndrome é uma doença pós-infecciosa caracterizada por uma resposta inflamatória exacerbada que acaba fazendo lesões em órgãos-alvo


"Como é um evento pós-infeccioso, ele vai ser diferente em crianças e adultos, porque existe realmente uma diferença em relação à resposta inflamatória do indivíduo nas fases mais iniciais da vida e aquela que ele desenvolve quando adulto", detalha. "Essa provavelmente é a explicação do porquê temos uma incidência maior em crianças, assim como outras doenças inflamatórias", pontua. "Mas é bom lembrar que em junho tivemos o primeiro registro da síndrome em adulto e, de lá para cá, outros casos foram descritos também", ressalta.

Segundo a intensivista, os sintomas podem incluir febre alta, urticárias que se espalham pelo tronco, rosto e membros, vômito, diarreia e dor abdominal. "Nos casos mais graves, pode haver uma inflamação do músculo do coração. Essa consequência é mais comum em crianças mais velhas, a partir dos oito anos de idade, e em adolescentes", esclarece.

Camila explica que o quadro normalmente ocorre de duas a quatro semanas após a contaminação pela covid-19, mas o paciente ainda pode manifestar a síndrome em até dois meses após a infecção aguda. A boa notícia, de acordo com ela, é que existe tratamento por meio de medicamentos e eles costumam ter eficácia alta. "Além disso, apesar de ser uma doença que assusta por ser uma novidade, ela tem incidência baixa, de uma criança infectada para cada 10 mil que tiveram covid-19", conclui.


Clareamento dental caseiro pode trazer riscos

Especialista alerta para os perigos do procedimento sem acompanhamento profissional e com produtos que prometem ser milagrosos


As pesquisas na internet sobre clareamento dental aumentaram no estado de São Paulo neste ano. É o que mostra o Google Trends sobre as buscas dos internautas paulistas. Entre as principais dúvidas há uma novidade: “como realizar o procedimento em casa?”, movimento que pode estar acompanhado de outra tendência que também tem tomado o mundo virtual com a alta procura pelos produtos de clareamento para os dentes. Apesar de não existirem contraindicações sobre os métodos caseiros, os mesmos devem ser constantemente monitorados pelo cirurgião-dentista para evitar riscos à saúde bucal. Ao se tratar de pastas clareadoras ou outros tipos de produtos, o mais importante é buscar a indicação profissional para não cair em falsas promessas.

“O clareamento dental pode ser amplamente utilizado, mas não é um procedimento puramente cosmético, lida com produtos químicos, pode causar irritações, queimaduras, sensibilidade durante e pós-tratamento e até problemas mais graves relacionados à vitalidade da polpa dental. Por isso, muitos cuidados devem ser tomados”, alerta o cirurgião-dentista Camillo Anauate Netto, membro da Câmara Técnica de Dentística e conselheiro do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP).

Os métodos caseiros são seguros. “Apesar de mais lentos, os métodos caseiros são efetivos e permitem o monitoramento a médio prazo, o que dá mais possibilidade para mudanças no protocolo de tratamento em casos de aumento da sensibilidade dos dentes, por exemplo”, explica.

A dica para o tratamento de sucesso, quando necessária maior rapidez e segurança, é o método jump start. “O jump start é a técnica combinada que utiliza produtos mais concentrados na primeira sessão em consultório e, na sequência, o paciente utiliza produtos menos concentrados na técnica caseira, intensificando o clareamento até a obtenção do resultado desejado. Assim, é possível para o cirurgião-dentista proteger as regiões mais sensíveis de risco”, argumenta.


Dados

A análise comparou dados de 2019 e 2020 registrados no Google. No ano passado, “clareamento dental” deixou São Paulo na 14ª posição entre os estados brasileiros onde haviam sido feitas pesquisas sobre esse termo. Este ano, o estado saltou três posições, ocupando a 11ª colocação no ranking.

Quanto à dúvida dos procedimentos caseiros para clareamento, em 2019 as pesquisas não consideravam essa questão entre os internautas. Em 2020, possivelmente por conta da pandemia, ela passou a integrar os 15 temas mais procurados que citam o clareamento dental.

 



Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP)

www.crosp.org.br


Estudo aponta crescimento da perda de visã

Catarata e presbiopia sem correção lideram ranking mundial. Fake viraliza nas redes contra a saúde ocular. Saiba se prevenir. 


Estudo inédito publicado na revista The Lancet revela crescimento de novos casos de cegueira e deficiência visual evitável no mundo todo entre 2010 e 2019, apesar da prevalência se manter estável. Os pesquisadores afirmam que o levantamento teve como base 520 fontes populacionais e contraria a meta da OMS (Organização Mundial da Saúde) de reduzir a deficiência visual em 25% entre 2010 e 2019.  A pesquisa mostra que a maior causa de cegueira tratável no mundo é a catarata. Responde por cerca de 45% dos 33,6 milhões de casos de perdas da visão.

 

Segundo o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto do Instituto Penido Burnier no Brasil o índice é um pouco mais alto.  O último censo do CBO (Conselho Brasileiro de Oftalmologia) do qual faz parte, mostra que a catarata responde por 49% da cegueira no país, embora o número de cirurgias tenha dobrado entre 2009 e 2019.   O médico explica que por aqui a velocidade do envelhecimento que avançou 160% em 10 anos, explica esta prevalência. Isso porque, o envelhecimento é a principal causa da doença que torna o cristalino opaco e tem como único tratamento uma cirurgia em que a lente opaca do olho é substituída pelo implante de uma lente intraocular.

Os primeiros sinais da doença são: troca frequente de óculos, dificuldade de dirigir à noite, enxergar halos ao redor da luz, visão embaçada e perda da visão de contraste. O oftalmologista diz que o diagnóstico é feito durante uma consulta de rotina e  o momento  certo de operar é quando a visão começa dificultar a realização das atividades  no dia-a-dia.

 

Fake viraliza na rede social

Queiroz Neto conta que recentemente viu na rede social um vídeo onde é apresentado um polivitamínico que PREVINE e RETARDA oito doenças oculares sem risco de cirurgia:

·         DMRI.

·         CATARATA.

·         IRRITAÇÕES OCULARES.

·         VISÃO CANSADA.

·         MIOPIA.

·         RETINOPATIAS.

·         RETINOSE.

·         MOSCA VOLANTE.

O vídeo conta com a participação de várias pessoas afirmando que tiveram melhora da visão usando o polivitamínico, e “médicos” atestando a qualidade do produto.  O oftalmologista alerta que não existe outro remédio para catarata além da cirurgia.  Pior: a maioria das doenças citadas nesta fake causam perda irreparável da visão. “A retinose é uma doença genética que geralmente tem como primeiro sinal a dificuldade de enxergar à note”, alerta.

 

Ranking

Em 2020 dos 33,6 casos de cegueira no mundo a catarata é responsável por 15,3 milhões, o glaucoma por 3,6 milhões, os vícios de refração não corrigidos por 2,3 milhõe,s a degeneração macular por 1,8 milhão e a retinopatia diabética por 900 mil casos.

“As doenças oculares geralmente não dão sinais logo no início e podem causas danos irrecuperáveis. Por isso a partir dos 40 anos é recomendável passar por exame oftalmológico anualmente”, salienta.

 

Comida para os olhos

Segundo Queiroz Neto o que você come influi na saúde de seus olhos. No verão que se aproxima não é só óculos de sol, chapéu ou boné que protege os olhos da radiação solar. A alimentação pode melhorar a qualidade da lágrima, ter efeito antioxidante, aumentar a imunidade, evitar o estreitamento dos vasos, melhorar a circulação e fortalecer a imunidade. A primeira dica do oftalmologista para proteger os olhos com o que você come é substituir o arroz e o trigo processados por grãos integrais, inserir folhas verdes escuras e peixes gordurosos como bacalhau, sardinha, salmão, cavala e atum na dieta. Os alimento de cor laranja - mamão, cenoura, manga, bem como as frutinhas vermelhas e as cítricas ricas em vitamina C completam seu cardápio para proteger todo o sistema ocular de degenerações precoces conclui. 


Diferenças entre câncer do corpo do útero e câncer do colo do útero

Apesar de nomenclaturas semelhantes, as enfermidades são diferentes e merecem 

atenção especial

 

Câncer de útero. Quando vemos ou ouvimos estas palavras, uma porção de dúvidas podem surgir. Mas o que é câncer do corpo do útero? O que é HPV? Qual a relação com o câncer do colo do útero? Mas qual a diferença entre as enfermidades, como prevenir, como é feito o diagnóstico?

Para entender mais sobre as ambas as doenças, o médico ginecologista e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Valentino Magno, esclareceu as principais dúvidas acerca do tema, bem como os sintomas, como são feitos os diagnósticos, os tratamentos disponíveis e as melhores práticas de prevenção.


Câncer do corpo do útero x câncer do colo do útero

Os HPV - sigla em inglês para Papilomavírus Humano (Human Papiloma Virus) são vírus capazes de infectar a pele ou as mucosas. Existem mais de 200 tipos diferentes de HPV, que se enquadram em dois grupos, baixo risco e alto risco. Os HPVs de baixo risco geralmente não causam doenças. No entanto, alguns tipos de HPV de baixo risco podem causar verrugas nos órgãos genitais, ânus, boca ou garganta. Já os de alto risco - existem cerca de 14 variedades - podem causar vários tipos de câncer. Dois deles, HPV16 e HPV18, são responsáveis ​​pela maioria dos cânceres relacionados ao HPV1.

"O HPV é transmitido através da relação sexual, seja ela uma relação vaginal, anal ou oral. Esse é um tipo de infecção que pode ser silenciosa, ou progredir de forma lenta, tendo os sintomas descobertos apenas quando já está em um estágio mais avançado do que gostaríamos, por isso a importância dos exames de acompanhamento com o médico", afirma o ginecologista.

Já o câncer do corpo do útero pode ocorrer em qualquer faixa etária, mas é mais comum em mulheres que já se encontram na menopausa2 e pode se iniciar em diferentes partes do órgão. O tipo mais comum se origina no endométrio (revestimento interno do útero) e é chamado de câncer de endométrio. O sarcoma uterino3 - são cânceres que começam a partir de tecidos como o músculo, gordura, osso e tecido fibroso - é uma forma menos comum de câncer uterino que se origina na musculatura e no tecido de sustentação do órgão2.


Os sintomas de ambas

Na maioria dos casos, o HPV desaparece por si próprio e não causa problemas de saúde. Mas quando o vírus não desaparece, pode causar problemas de saúde como verrugas genitais e até mesmo causar o câncer cervical e outras lesões, incluindo as de vulva, vagina, pênis ou ânus. Também pode causar câncer no fundo da garganta, incluindo a base da língua e as amígdalas (chamadas de câncer de orofaringe). Não há como saber quais pessoas com HPV desenvolverão câncer ou outros problemas de saúde, por isso a importância de rastrear com exames médicos a população4.

"Qualquer pessoa sexualmente ativa pode contrair o HPV, mesmo que tenha feito sexo com apenas uma pessoa. HPV não está necessariamente associado com promiscuidade e nem com traição. Sem contar que o paciente também pode desenvolver sintomas anos depois do contágio. Isso dificulta saber quando o paciente foi infectado. Por isso, é importante sempre fazer uma avaliação semestral ou anual com o ginecologista ou urologista, no caso dos homens, de sua confiança.", ressalta Dr. Valentino.

No caso de câncer do corpo do útero, o sinal mais comum é o sangramento vaginal fora do período menstrual. Sangramento vaginal anormal inclui: sangramento entre os ciclos menstruais, sangramento vaginal mais intenso que o habitual, qualquer sangramento vaginal em mulher que já se encontra na menopausa, dor pélvica, cansaço, perda de peso e apetite2.


A prevenção das enfermidades

Para o câncer do colo do útero, o Dr. Valentino reforça que o uso de preservativos ajuda, mas não garante proteção total contra o HPV, uma vez que o vírus permanece na pele e está presente em toda a região genital4. "O ideal é que os homens e mulheres usem a camisinha em todas as relações sexuais e também façam seus exames preventivos. E para completar o tripé de prevenção ainda temos a vacinação contra doenças e cânceres relacionados ao HPV", afirma o especialista.


Quem deve tomar a vacina contra HPV:

A vacina é distribuída gratuitamente pelo SUS para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. Pessoas que vivem com HIV e pacientes transplantados na faixa etária de 9 a 26 anos também tem a vacinação gratuita no posto de saúde¹.

Estimativas apontam que a probabilidade de infecção em algum momento da vida é de 91,3% para homens e 84,6% para mulheres. Mais de 80% das pessoas de ambos os sexos contraem o vírus antes dos 45 anos5. Por isso, adultos que ainda não foram vacinados podem decidir receber a vacina contra o HPV após conversar com seu médico.

Já no câncer do corpo do útero alguns fatores são considerados de proteção para o câncer endometrial, como engravidar, prática de atividade física e manter o peso corporal saudável2.


Os diagnósticos

No caso do HPV é realizado por meio de exames clínicos e laboratoriais, dependendo do tipo de lesão, se clínica ou subclínica¹.

• Lesões clínicas: podem ser diagnosticadas, por meio do exame clínico urológico (pênis), ginecológico (vulva/vagina/colo uterino) e dermatológico (pele).

• Lesões subclínicas: podem ser diagnosticadas por exames laboratoriais, como: o exame preventivo Papanicolaou (citopatologia), colposcopia, peniscopia e anuscopia, e também por meio de biopsias e histopatologia para distinguir as lesões benignas das malignas. Em alguns casos, também podemos utilizar a testagem genética do HPV.

Já para o câncer do corpo do útero a detecção pode ser feita por meio da investigação com exames clínicos, laboratoriais ou radiológicos, de pessoas com sinais e sintomas sugestivos da doença (diagnóstico precoce), ou com o uso de exames periódicos em pessoas sem sinais ou sintomas (rastreamento), mas pertencentes a grupos com maior chance de ter a doença2.

"Exames que permitem visualizar o útero e seu interior são utilizados para o diagnóstico. Os exames e procedimentos que auxiliam são, por exemplo, a história clínica da paciente e exame físico, ultrassonografia transvaginal, histeroscopia (visualização do interior do útero por meio de uma câmera introduzida pela vagina) e biópsia do endométrio (é retirada uma pequena amostra da camada interna do útero e envia para análise microscópica)", ressalta Dr. Valentino Magno.


Os tratamentos disponíveis para as doenças

Para o HPV, não há tratamento. No entanto, existem recursos terapêuticos para os problemas de saúde que o HPV pode causar4:

• Lesões pré-cancerígenas no colo do útero podem ser tratadas. As mulheres que fazem exames de rotina e fazem o acompanhamento conforme necessário podem identificar problemas antes que o câncer se desenvolva. A prevenção é sempre melhor que o tratamento.

• Outros cânceres relacionados ao HPV também são mais tratáveis ​​quando diagnosticados e tratados precocemente.

Já para os casos de câncer do corpo do útero, existem diferentes tipos de tratamento estão disponíveis para pacientes com câncer de endométrio2:

• Cirurgia (remove o câncer por uma operação) - A maioria das mulheres é submetida à cirurgia para remover útero, ovários e trompas. Esta cirurgia se chama histerectomia.

"Em alguns casos é necessário que a paciente faça uso de terapias combinadas, como radioterapia (utiliza radiação em altas doses) ou quimioterapia (utiliza medicamentos para impedir o crescimento e matar as células cancerosas)2. Mas os casos são avaliados um a um e diretamente pelo médico de confiança da paciente", afirma o ginecologista e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

 

 

Referências:

1 - National Cancer Institute. About Cancer. Disponível em: https://www.cancer.gov/about-cancer/causes-prevention/risk/infectious-agents/hpv-and-cancer. Acesso em: 3 de dezembro de 2020.

2- Instituto Nacional do Câncer. Tipos de Câncer. Câncer do corpo do útero. https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-do-corpo-do-utero#:~:text=O%20%C3%BAtero%20%C3%A9%20um%20%C3%B3rg%C3%A3o,chamado%20de%20c%C3%A2ncer%20de%20endom%C3%A9trio. Acesso em: 3 de dezembro de 2020.

3 - Instituto Oncoguia. Sobre o Sarcoma Uterino. Disponível em: https://www.oncoguia.org.br/conteudo/sobre-o-cancer/3875/562/. Acesso em: 3 de dezembro de 2020.

4- Centers for Disease Control and Prevention (CDC). Genital HPV Infection: FactSheet. Disponível em: https://www.cdc.gov/std/hpv/stdfact-hpv.htm. Acesso em: 3 de dezembro de 2020.

5- Chesson, Harrell W. PhD; Dunne, Eileen F. MD, MPH; Hariri, Susan PhD; Markowitz, Lauri E. MD The EstimatedLifetimeProbabilityofAcquiringHumanPapillomavirus in the United States, SexuallyTransmittedDiseases: November 2014-Volume 41-Issue 11-p660-664. Disponível em: https://journals.lww.com/stdjournal/Fulltext/2014/11000/The_Estimated_Lifetime_Probability_of_Acquiring.4.aspx. Acesso em: 3 de dezembro de 2020.

 

Gordura nos braços, pernas e quadris? Médico explica o que é Lipedema e a diferença com a obesidad

O Lipedema, doença causada pelo acúmulo de gordura nos braços, pernas e quadris, pode acometer cerca de 5 milhões de mulheres no Brasil. Cerca de 10% das mulheres no mundo, segundo dados de uma entidade espanhola, têm a doença e a grande maioria não sabe. Isto se deve à falta de informação e conhecimento. Um estudo brasileiro revelou que a doença é confundida com obesidade em 75% das pacientes. Dr. Kamamoto é pioneiro no tratamento da doença e um dos membros apoiadores da ABRALI (Ass. Bras. de Pacientes com Lipedema) voltada para a descoberta e divulgação de tratamentos. Ele explica as principais diferenças com a obesidade, como identificar, quais os exames indicados para o diagnóstico precoce, os tipos de tratamento, entre outras dicas.

Como identificar – As principais características do Lipedema, que possui quatro estágios, são: dores frequentes nas regiões das pernas, quadril, braços e antebraços, que ficam mais grossos e desproporcionais em comparação com o restante do corpo, no tornozelo parece que há um “garrote” e os joelhos perdem o contorno. A mulher pode apresentar hematomas (ficar roxa) por qualquer movimento mais brusco. Isto acontece porque a doença provoca reação inflamatória em células de gordura nestas regiões.

 

Se eu tenho canela grossa, tenho Lipedema?   É preciso identificar se a mulher tem algumas das características da doença para gerar pontos de atenção. Se há perda de mobilidade, aumento progressivo dessa gordura com o passar dos anos, se há dor em algumas das regiões-foco e dificuldades em eliminar a gordura mesmo com dieta e atividade física, é recomendado procurar ajuda médica, pois pode ser Lipedema. Um dos exames que facilitam o diagnóstico é a ressonância magnética, em que é possível observar o acúmulo de gordura ao redor dos músculos.

 

Mais de cinco mil pessoas por mês procuram por Lipedema no Google. No Brasil, há poucos médicos especialistas e pouca informação disponível

O médico cirurgião pós-graduado pela Faculdade de Medicina da USP com 20 anos de experiência, artigos publicados internacionalmente e capítulos de livros sobre o Lipedema, dr. Fábio Kamamoto é um dos poucos especialistas no assunto em todo o Brasil. Lidera a equipe pioneira no tratamento da doença no país e está desenvolvendo um dos primeiros estudos sobre o Lipedema para identificar o perfil das brasileiras com a doença.

 

Tipos de tratamento – Há dois tipos de tratamento para o Lipedema, o clínico e o cirúrgico. O clínico é composto por dieta anti-inflamatória (legumes, carnes, sem sódio e glúten ou bebidas alcóolicas); uso de plataforma vibratória, que diminui o inchaço nas regiões; drenagem linfática para tirar o excesso de líquido; e, por fim, a técnica de taping, aplicada por um fisioterapeuta para melhorar o desconforto.  Estas ações amenizam os sintomas, mas não resolvem o problema da gordura nas regiões dos braços, pernas e quadril, pois não extrai as células doentes. Já o cirúrgico é feito com Lipoaspiração e é definitiva, uma vez que é removida esta gordura não volta mais, pois não há multiplicação dessas células. É possível remover por meio de Lipoaspiração até 7% do peso corpóreo.


Centro especializado em Lipedema será criado para compartilhar conteúdo de credibilidade 

Para o dr. Kamamoto - que está preparando o lançamento de uma clínica especializada no Lipedema para compartilhar conhecimento técnico de qualidade sobre a doença em parceria com diferentes especialistas - antes de tratar o Lipedema, é importante que a mulher melhore sua qualidade de vida, por meio de atividades físicas regulares, mude hábitos que podem ser nocivos como bebidas alcóolicas, por exemplo, ter uma perspectiva positiva da vida e uma boa alimentação.

 Associação criada por mulheres que sofrem com a doença lutam para que o Lipedema seja reconhecido pela classe médica e para que haja tratamento gratuito no SUS

 

 

A ABRALI – Associação Brasileira de Pacientes com Lipedema – foi criada em outubro de 2019 por um grupo de mulheres portadoras da doença. Voltada para a descoberta e divulgação de tratamentos, hoje, a Associação, que hoje reúne mais de 300 mulheres, luta não só para que a doença seja reconhecida pela classe médica, mas em prol de uma causa maior: para que haja tratamento gratuito do Lipedema no SUS e nos convênios médicos. Por ser ainda desconhecida e mal diagnosticada, as mulheres que sofrem com a doença não têm a quem recorrer. A associação, juntamente com o esforço do dr. Kamamoto, está batalhando pela criação de um Projeto de Lei para que isto aconteça.


SAIBA COMO MANTER A SAÚDE BUCAL INFANTIL NAS FÉRIAS DE VERÃO

Consultora da GUM aponta os principais cuidados que precisamos ter durante o período


Com a chegada das férias escolares, a rotina do que diz respeito a higienização bucal das crianças pode acabar sofrendo algumas alterações, afinal, é comum que os pais permitam uma flexibilidade nos horários, invistam em passeios ou viagens, sem contar, é claro, que é a época das guloseimas de fim de ano.

No entanto, é fundamental continuar ressaltando a importância da saúde dos dentes, bem como a prática de hábitos saudáveis como um todo. "Naturalmente, esse período é marcado pelo alto consumo de doces, frituras e alimentos industrializados. Sem contar que também aumentam as chances de fraturas nos dentes decorrentes de alguma queda, por exemplo. ", explica Sara Paz, consultora da GUM , marca americana de cuidados bucais.

Por isso, para ajudar nesse processo, a profissional preparou algumas dicas para que todos possam desfrutar de momentos de muita tranquilidade e diversão. Confira:

• Aproveite o recesso escolar para agendar uma consulta no dentista. Após a visita, leve-os para um passeio de modo que esse momento seja sempre associado a algo positivo;

• Mantenha a rotina de limpeza completa utilizando escovas específicas para cada idade, fio dental e, se necessário, enxaguante bucal. Para deixar esse momento mais alegre, aposte em produtos lúdicos ou que sejam dos personagens preferidos das crianças;

• Evite o consumo de salgadinhos, doces e afins, pois esses alimentos pastosos necessitam de uma higienização mais completa pois podem aderir firmemente ao dente e contribuir para o surgimento de gengivite e outras doenças. Porém, caso não seja possível, controle a ingestão para uma vez por semana, lembrando sempre de escovar os dentes após a refeição;

• Aposte em capacetes ou protetores bucais, principalmente se as crianças têm espírito aventureiro e gostam de correr, andar de bicicleta ou jogar futebol. E lembre-se, em casos de quedas ou acidentes, é imprescindível buscar auxilio profissional o mais rápido possível.



GUM

latam.gumbrand.com/

https://www.instagram.com/gum.brasil/

https://www.facebook.com/sunstargumbr/


As regras e barreiras do uso medicinal do canabidiol

Diversos estudos recentes têm sido realizados para saber os efeitos das substâncias presentes na Cannabis sativa, nome científico dado a planta popularmente conhecida como maconha. As descobertas aconteceram de forma lenta, pois se trata de uma planta ilegal pelo ordenamento jurídico brasileiro e de outros países. E as pesquisas em torno da planta foram, durante muitos anos, vistas com desconfiança. 

No entanto, atualmente, essa visão de preconceito contra os efeitos medicinais da maconha tem se alterado a cada dia. Novas descobertas em torno da planta indicam seus poderes positivos no tratamento de inúmeras enfermidades, contribuindo para o avanço da humanidade. Recentemente, houve uma mudança relevante para o uso da planta em fins terapêuticos, em 02 de dezembro de 2020, a Comissão de Narcóticos da Organização das Nações Unidas (ONU), retirou a Cannabis sativa da lista entorpecentes considerados mais perigosos, reconhecendo as suas propriedades medicamentosas. 

As descobertas dos possíveis usos da erva no campo da medicina tem sido de extrema relevância. Destaca-se o canabidiol (CBD), que demonstra grande potencial no tratamento de diversas doenças, entre elas: autismo, epilepsia, transtorno de ansiedade, insônia, fibromialgia, malária, distúrbios intestinais, dores reumáticas, problemas no sistema reprodutor feminino, alívio de náuseas como também vômitos em estágios avançados de câncer ou Aids, Mal de Parkinson, esclerose, entre outras. 

Entretanto, muitos profissionais da saúde ainda possuem muitas dúvidas em relação as permissões para uso terapêutico da maconha, não sabendo qual a dosagem permitida pela legislação e como fazer para adquirir, sem enfrentar problemas na esfera penal nacional. Este movimento faz crescer no Brasil a procura por advogados especialistas no assunto e, consequentemente, faz crescer a judicialização da questão. 

Em suma, em nosso país o uso medicinal da maconha depende de autorização por parte da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), sendo um processo bastante burocrático, mas que garante aos autorizados importar extratos padronizados produzidos por indústrias farmacêuticas internacionais durante até um ano, sendo possível a renovação desde que preenchidos os requisitos necessários.

Assim, após cumprida toda burocracia necessária e concedida a permissão pela Anvisa, poderá ser feita a importação de produtos à base de Canabidiol, em conjunto com outros outros canabinóides, dentre eles o tetrahidrocanabinol (THC), por pessoa física, para uso próprio, mediante prescrição de profissional legalmente habilitado, para tratamento de saúde, de acordo com a Resolução da Diretoria Colegiada, nº 17 de 06 de maio de 2015. 

Durante o período de validade da autorização, os pacientes ou responsáveis legais deverão apresentar somente a prescrição médica com o quantitativo previsto para o tratamento, diretamente nos postos da Anvisa localizados nos aeroportos, para a internalização do produto no país. Importante destacar que todas as importações deverão ser submetidas à fiscalização das autoridades sanitárias, podendo ser utilizada a mesma prescrição médica em mais de um desembaraço aduaneiro desde que não haja ultrapassagem da quantidade prescrita. 

As principais documentações para o cadastro são: 1) Preenchimento do formulário para importação e uso de produto à base de Canabidiol, podendo ser o formulário preenchido pelo meio eletrônico fornecido pelo FormSUS ou preenchido a punho e depois enviado por carta ou e-mail; 2) prescrição do produto por profissional legalmente habilitado; 3) laudo de profissional legalmente habilitado; 4) declaração de responsabilidade e esclarecimento da necessidade excepcional no produto. 

No entanto, vale ressaltar que, a Anvisa não possui governabilidade sobre os requisitos legais que podem ser exigidos pelo país exportador e nem possui competência para tratar sobre assuntos relacionados aos tipos de tributos que poderão incidir sobre cada importação, sendo recomendável que antes de qualquer procedimento os interessados se informem previamente junto à Receita Federal. Portanto, a importação de medicamentos à base de Cannabis sativa é possível no Brasil, mas ainda enfrentamos o preconceito e a burocracia em todos os três Poderes.

 



José Santana Júnior - advogado especialista em Direito de Saúde e Empresarial e sócio do escritório Mariano Santana Sociedade de Advogados

 

Posts mais acessados