Além da dor no peito: outros sintomas do infarto para ficar atento
O infarto agudo do miocárdio é a maior causa
isolada de morte no Brasil. Ocorre quando o fluxo sanguíneo para o coração é
bloqueado. Sem sangue, a artéria deixa de receber oxigênio e morre. Ao impedir
o funcionamento do órgão por algum tempo, o infarto pode causar a perda da função
de parte do tecido do coração ou dano irreversível.
De acordo com o Cardiômetro da Sociedade Brasileira
de Cardiologia (SBC), mais de 336 mil pessoas morreram de janeiro a outubro de
2020 por doenças cardiovasculares no Brasil. Isso equivale a 30% de todas as
causas. A estimativa é de que quase 400 mil brasileiros percam a vida por esse
motivo até o final de 2020.
Segundo a SBC, o número de óbitos por doenças
cardiovasculares é duas vezes maior do que todos os tipos de câncer somados;
2,3 vezes maior do que causas externas, como acidentes e violência; três vezes
mais elevado do que doenças respiratórias e 6,5 maior do que as infecções -
incluindo as causadas pela Aids.
Como identificar os sinais
Especialistas da Rede D’Or São Luiz destacam que o
infarto do miocárdio costuma ser o desfecho extremo de um processo, que pode
ser silencioso ou apresentar sintomas que nem sempre são os mesmos para todos.
Portanto, é importante conhecer os sinais para conseguir socorro imediato.
Para além da dor no peito leve ou aguda, pode haver
sintomas como dor que irradia para o braço esquerdo, o pescoço e a mandíbula,
por exemplo, sensação de compressão no peito por mais de 30 minutos, sensação
de queimação no peito similar à da azia, desmaio, tontura, palidez, vômitos,
suor frio, ansiedade, agitação, sonolência, falta de ar e palpitações.
Há alguns sintomas atípicos, como dor no abdome,
semelhante a gastrite ou esofagite de refluxo, enjoo, mal-estar geral e cansaço
excessivo, sem causa aparente. No caso das mulheres, é mais comum ocorrer uma
dor no peito similar a agulhadas ou pequenas facadas. Pessoas diabéticas ou
idosos podem sofrer com falta de ar e não ter outro sintoma.
O diagnóstico é confirmado por um eletrocardiograma
(EGC) e um exame de sangue para checar as doses de enzimas que surgem após
lesão cardíaca. Dependendo do grau do infarto, o paciente pode passar por um
cateterismo, para acessar as artérias com circulação interrompida, seguido de
angioplastia, quando a artéria será desobstruída. São dois procedimentos pouco
invasivos e com histórico de resultados positivos.
Conforme o caso, pode ser necessário o implante de
um stent ou uma cirurgia de revascularização, popularmente chamada de
"safena".
Prevenção
A principal causa do infarto é a aterosclerose, que
é o acúmulo de gorduras, colesterol e outras substâncias nas paredes das
artérias e dentro delas. Na maioria, há o rompimento de uma dessas placas,
formando-se um coágulo que interrompe o fluxo sanguíneo.
Vários fatores aumentam o risco: colesterol
elevado, sedentarismo, obesidade, dieta inadequada, consumo de álcool e
cigarro, diabetes, hipertensão não controlada e estresse.
As doenças cardíacas são crônicas, portanto, exige
monitoramento periódico pelo cardiologista,
ainda mais se a pessoa possuir um ou mais fatores de risco. O especialista
poderá pedir a monitorização ambulatorial da pressão arterial (mapa)
para analisar o quadro de um paciente com hipertensão arterial.
Muitas doenças podem ser evitadas com cuidados
preventivos e medidas terapêuticas. A principal é modificar o estilo de vida,
com alimentação saudável e prática de atividade física de forma regular. Evitar
o consumo de sal, de bebida alcóolica em excesso e controlar o açúcar são
outras formas de prevenção.
Recomenda-se evitar o cigarro, seja de forma ativa
ou passiva.
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