Quanto sua empresa, genuinamente, se preocupa com a
saúde mental dos profissionais? A partir do dia 26 de maio, deste ano, o
estabelecimento de um plano voltado para essa questão passará a ser obrigatório
no país, devido a uma exigência da atualização da Norma Regulamentadora 1
(NR-1). Até lá, caberá às empresas fazerem sua lição de casa e reajustarem sua
política interna para atender as novas regras – se preocupando não apenas em
atender a uma conformidade regulatória, como em, acima de tudo, prezar pela
saúde mental de seus times.
Equilibrar a saúde mental com o trabalho tem se
tornado cada vez mais relevante para os profissionais e, ao mesmo tempo, algo
desafiador de ser conquistado. Em 2023, como exemplo, dados divulgados em um
estudo da Conexa, mostraram que 87% das empresas registram afastamento por
saúde mental, sendo a ansiedade o transtorno que mais gerou esse afastamento,
em 51% dos respondentes.
De fato, são inúmeros os desafios emocionais que
todos nós enfrentamos no dia a dia, o que vem elevando a importância deste tema
no mercado, motivando e justificando a exigência na busca garantir um ambiente
de trabalho mais justo e humano – como é o caso dessa NR-1, promovida pelo
Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) em agosto de 2024.
Em suas regras, a norma exige que as empresas
identifiquem e gerenciem os riscos psicossociais que podem afetar a rotina de
trabalho dos funcionários, os quais, segundo uma definição da própria
Organização Internacional do Trabalho (OIT), são reconhecidos como um dos
principais desafios para a segurança e saúde ocupacional, capazes de afetar a
saúde mental, o bem-estar dos trabalhadores e até a produtividade das empresas.
Dentre os principais fatores psicossociais que
podem desencadear esses problemas, estão a carga de trabalho excessiva ou
insuficiente; pressão por produtividade e prazos curtos; falta de autonomia e
controle sobre as tarefas; ambiente de trabalho tóxico e relações interpessoais
difíceis; assédio moral e sexual; turnos longos e trabalho noturno; e a falta
de equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
Com a NR-1, as empresas precisarão ter um olhar
bastante direcionado ao bem-estar emocional de seus times. Na prática, isso
significa criar ações para acompanhar o estresse excessivo, o acúmulo de
tarefas e até situações de assédio moral. Além disso, essas medidas precisarão
ser incluídas no PGR (Programa de Gerenciamento de Riscos). O prazo para adaptação
será até 26 de maio de 2025 e, até lá, as empresas precisarão revisar seus
processos e implementar novas práticas de gestão. A fiscalização será mais
rigorosa, e quem não seguir as regras pode sofrer as consequências como multas
e outros.
Para ajudá-las a se adequar frente a essa norma,
existem algumas estratégias altamente eficazes capazes de contribuir com este
objetivo, incluindo o desenvolvimento de programas de bem-estar que contemplem
políticas referentes ao cuidado com a saúde mental, ações periódicas que
promovam a inclusão de atividades físicas na vida dos colaboradores, workshops
que tragam a importância de uma alimentação saudável, controles para
gerenciamento do estresse, além de oferecer suporte psicológico, palestras
relacionadas à saúde mental e fomentar uma cultura com boas relações
interpessoais.
Investir no bem-estar dos funcionários vai além de
uma obrigação, mas também é uma forma de aumentar a produtividade e reduzir
possíveis afastamentos. Afinal, ambientes saudáveis fazem com que as equipes
fiquem mais engajadas e satisfeitas. Ao adotar essas estratégias, as empresas
não apenas cumprem as exigências legais, mas também promovem um ambiente de
trabalho mais saudável e produtivo, beneficiando tanto os funcionários quanto o
próprio negócio como um todo.
Amanda Alves - coordenadora de Recursos Humanos da Ecovis® BSP.
BSP
https://ecovisbsp.com.br/
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