Psicólogo dá dicas para se proteger, buscar ajuda e
lidar emocionalmente com situações de assédio durante a folia Freepilk
Conhecido por sua alegria, energia contagiante e multidões, o Carnaval é uma das maiores e mais esperadas festas do país. Mas, infelizmente, pode se tornar um trauma para muitos devido às situações de assédio. Saber como agir e buscar ajuda é essencial para manter a segurança e a saúde mental durante a folia. Murilo Alfaix, professor de Psicologia da Una Jataí, esclarece os impactos do assédio e as melhores formas de enfrentá-lo.
Vítimas de assédio podem enfrentar sérias consequências emocionais, como transtorno de estresse pós-traumático, ansiedade generalizada, depressão e isolamento social. “O assédio afeta não só o momento presente, mas também pode gerar prejuízos sociais e ocupacionais, além de sofrimento significativo”, explica o professor.
Não existe uma reação emocional padrão ao assédio, já que cada pessoa responde de forma diferente. Alfaix sugere que, sempre que possível, a vítima busque apoio imediato com amigos ou pessoas próximas e registre o ocorrido nas Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAMs). Ele reforça que “a denúncia é uma forma de ampliação dos cuidados e ajuda no processo de superação”.
Quando alguém próximo sofre assédio, o apoio sem julgamentos é crucial. Escutar, oferecer suporte emocional e incentivar a denúncia são atitudes essenciais. “Servir de suporte emocional, nem que seja apenas para desabafar, ajuda a vítima a lidar com os sentimentos de culpa ou vergonha, que são comuns devido à cultura patriarcal”, enfatiza o psicólogo.
Contar com uma rede de apoio sólida pode fortalecer emocionalmente a vítima e ajudá-la a enfrentar novos desafios, como voltar a frequentar festas e multidões. Estar em grupo é uma estratégia importante para a segurança. “É fundamental levar em consideração a máxima: 'meu corpo, minhas regras'. O corpo é um espaço sagrado e ninguém tem o direito de tocá-lo sem consentimento”, reforça Alfaix.
Além disso, buscar apoio psicológico é vital para superar os impactos do assédio e retomar a confiança. “Receber suporte psicológico é fundamental para a adaptação a novas situações. Atualmente, há atendimentos psicológicos disponíveis nas Clínicas-Escola de Psicologia da Una, entre outras opções”, afirma.
A constante exposição a relatos de assédio pode gerar ansiedade e medo. Segundo Alfaix, é importante evitar a generalização das notícias e manter uma visão crítica. Ele aconselha que “o ideal não é fugir das informações, mas usá-las como alerta e buscar entender que uma notícia específica não define todas as situações”.
Denunciar
e falar sobre o ocorrido são passos importantes para o processo de superação e
para garantir que o assediador responda por seus atos. Criar uma rede de apoio
mútua e buscar ajuda profissional são ferramentas poderosas para atravessar
situações difíceis e manter o foco na saúde emocional e no bem-estar.
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