Para a psicopedagoga e escritora Paula Furtado, com um propósito educativo, é possível que as redes de ensino criem momentos de interação pessoal, leitura e escrita manual
A partir de 2025 haverá mudanças significativas no
ambiente escolar no que diz respeito ao uso de tecnologia, pois, no final do
ano passado, o Senado aprovou o projeto que restringe
a utilização de celulares nas instituições públicas e
privadas de Ensino Infantil e Médio do País, inclusive em todo o espaço
educacional, desde a sala de aula até recreios, intervalos e atividades
extracurriculares. Também em dezembro de 2024, o governador de São Paulo,
Tarcísio de Freitas, já havia sancionado o Projeto de Lei com tal objetivo por
meio da Assembleia Legislativa (Alesp).
Com isso, fica vedado o acesso a dispositivos
eletrônicos conectados à internet pelos estudantes, exceto em casos de
necessidade pedagógica ou para apoio a alunos com deficiência. Antes de virar
lei, o texto precisará da sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Ao determinar que escolas e secretarias de educação
criem protocolos específicos para o armazenamento seguro dos aparelhos durante
o período escolar, a lei também evita o uso inadequado dos celulares, sem
comprometer a segurança dos equipamentos dos alunos.
Melhorar o aprendizado e a
convivência entre os alunos
Segundo a psicopedagoga e escritora Paula Furtado,
a iniciativa visa melhorar a atenção e a interação social das crianças, e
promover um ambiente mais saudável e produtivo. “Considero que a recente sanção
da Lei é uma medida inicial necessária para enfrentar os desafios educacionais
contemporâneos. O uso excessivo de dispositivos móveis em sala de aula tem
demonstrado prejudicar a concentração, a socialização e o desempenho acadêmico
dos estudantes”, reforça Paula.
Sem o uso da tecnologia é possível que as redes de
ensino criem momentos de interação pessoal, leitura e escrita manual. Até
então, durante os intervalos, era comum ver crianças isoladas em seus
celulares, muitas vezes em grupos, mas cada uma imersa em seu próprio mundo
virtual, o que reduz a interação entre elas. “Criar espaços sem tecnologia pode
ajudar a fomentar conexões mais significativas e contribuir, também, para a
socialização e saúde mental da turma”, pontua a profissional.
Adaptação
Com essa atual mudança, a comunicação entre a
unidade de ensino e os pais é necessária para que sejam informados sobre as
decisões tomadas e possam reforçar, em casa, a importância do uso consciente
dos dispositivos. “É fundamental que escolas, famílias, educadores e alunos se
unam para conscientizar sobre o uso saudável e funcional do celular,
assegurando que essa ferramenta seja utilizada de maneira construtiva no
processo educativo”, explica Paula.
Paula Furtado - pedagoga, formada pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), com especialização em Psicopedagogia, Neuropsicopedagogia, Educação Especial, Arte de Contar Histórias e Arteterapia pelo Instituto Sedes Sapientiae e Leitura e Escrita, também pela PUC-SP. A profissional já trabalhou como professora de Educação Infantil e Ensino Fundamental na rede particular de ensino, e já atuou como assessora pedagógica em escolas públicas e particulares. Paula Furtado atende crianças e adolescentes com dificuldades de aprendizado. Nesta área da educação, a pedagoga ministra cursos para formação de educadores nas instituições de ensino pública e particular e realiza palestras para pais sobre a importância de contar histórias. Como autora, Paula completa seu trabalho escrevendo diversos livros infantojuvenis (100 obras até o momento) e, dentro de suas atuações de jornada literária, também foi coordenadora e supervisora psicopedagógica em diversas publicações infantis (Contos de fadas, Lendas e Folclore) com Girassol Brasil e Mauricio de Sousa. A autora conclui suas atividades escrevendo para diferentes revistas de educação sobre temas pedagógicos, além de trabalhar na criação e patente de Jogos Pedagógicos como: Desafio, Detetive de Palavras, De Olho na Ortografia, dentre outros.
@paulafurtadopf
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