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quinta-feira, 9 de janeiro de 2025

Doença periodontal afeta 35% da população mundial, mas pode ser evitada


Flaira Rita dos Santos Albino, professora de Odontologia da UniSociesc, afirma que higiene adequada e consultas ao dentista são as melhores formas de prevenção

 

De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 35% da população mundial sofre com doença periodontal. Entre os adultos, o número é ainda mais alarmante: com estimativa de que até 50% seja afetado. As infecções atingem os dentes, gengivas e os ossos, podendo chegar a casos graves, mas que podem ser prevenidos.  

Já o Ministério da Saúde afirma que, de acordo com dados do último levantamento Nacional de Saúde Bucal, esse é um dos principais motivos de perdas de dentes em adultos no país. A situação começa de forma sutil, e passa a ser visível, principalmente, a partir de sangramento gengival ao passar fio dental, por exemplo. Além disso, há o inchaço e mudança na cor e na textura da gengiva. Em casos extremos, o problema pode causar a perda dos dentes. 

De acordo com a professora de Odontologia da UniSociesc, Flaira Rita dos Santos Albino, os pacientes buscam o atendimento odontológico apenas quando já sentem sinais, o que é um erro. “Vão ao dentista para tratar o mau hálito, pelo amolecimento dos dentes, em casos mais graves. Ou ainda por abcessos periodontais, que causam dor e desconforto, às vezes até febre. Um nível de inflamação que a pessoa não consegue desenvolver as atividades diárias normalmente”, explica.  

Apesar dos desconfortos, é possível prevenir a doença periodontal. Conforme Flaira, unir limpeza com ao menos uma visita por ano ao dentista são as melhores maneiras de evitar problemas nos dentes, gengivas e em toda região bucal.  

“Interessante ter um diagnóstico precoce, o que é favorável para ter o controle da doença. É recomendado usar escovas macias, com a cabeça pequena, as cerdas retas, sem curvaturas. Fazer uma escovação cautelosa, com atenção e sem força. Por fim, a complementação com o fio dental. Ele é o melhor amigo da prevenção da doença periodontal”, orienta.  

Mesmo que a doença periodontal tenha cura, a professora ressalta que algumas consequências podem ser irreversíveis Quando o problema afeta o osso, pode não ser possível repor aquele osso afetado ou perdido, por exemplo. Por isso, é recomendado fazer um raio-x panorâmico anualmente para acompanhar o que não é possível visualizar clinicamente. 

 

Má higiene, tabaco e alcoolismo agravam situação


A principal causa para o desenvolvimento do problema periodontal é o acúmulo constante de biofilme dental na superfície dos dentes, que popularmente pode ser classificado como placa bacteriana. Ou seja, quando partes dos dentes com difícil acesso da escova ficam com sujeira. 

 

“Se a gente faz aquela escovação apurada, sem muitos detalhes, pode ser que esse biofilme dental tome conta do local. A presença constante da placa gera inflamação na gengiva, podendo causar gengivite e até periodontite, quando ocorre da doença chegar no osso”, sinaliza Flaira. 

Outros elementos que podem causar o avanço é o tabagismo, sendo um dos principais. Conforme a professora de Odontologia da Unisociesc, o cigarro “esconde” sintomas, como o sangramento gengival. Isso acontece porque o calor das toxinas do tabaco afastam os vasos sanguíneos, criando uma ilusão no paciente.  

Além disso, o alcoolismo, diabetes, questões cardíacas, pulmonares e até o período de gestação podem impactar no agravamento da situação. “Ser gestante não é uma causa, mas pode agravar o problema durante o período gestacional por causa das alterações hormonais e da multiplicação celular. As doenças de forma geral podem agravar a condição periodontal”, alerta.

 

Como tratar 

Fazer o tratamento dessa condição pode não ser simples, mas também não é a tarefa mais difícil. A situação vai mudar conforme o paciente e o estágio do problema. O tratamento deve ir além de serviços odontológicos “iniciais”, como a limpeza com escova e pasta, mas que inclui até exames que avaliam profundamente todos os dentes.  

A primeira linha de tratamento costuma ser o básico, principalmente para casos mais leves. Depois, nos mais graves, pode contar com enxerto gengival e enxerto ósseo para fazer a reconstrução do tecido perdido. Para evitar danos e dores, a recomendação principal da professora Flaira é fazer a higiene corretamente e ir ao dentista com periodicidade. 

 

Sinais que exigem atenção 

  • Sangramento ao escovar os dentes ou usar fio dental
  • Gengivas inchadas, vermelhas e sensíveis
  • Mau hálito persistente (halitose)
·         Alterações na textura e no formato da gengiva

 

UniSociesc

 

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