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segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

Confira 10 dicas para explorar os tesouros da Serra do Mar!


Foto de Maira Acayaba
 
Pouso de Paranapiacaba

Que tal aproveitar as férias para caminhar pela mesma estrada histórica onde D. Pedro I trilhou rumo à proclamação da Independência do Brasil? Prepare-se para conhecer um roteiro imperdível 

 

As férias são o momento ideal para embarcar em uma divertida aventura, e por que não apostar em um passeio que mistura cultura com natureza? O Caminhos do Mar, ou Estrada Velha de Santos, conta com monumentos e detalhes arquitetônicos e culturais que revelam a história do Brasil desde os primeiros anos da colonização até a era moderna. A rota é um verdadeiro museu a céu aberto que vai agradar crianças e adultos.

Para descobrir todos os tesouros no trajeto da primeira via de acesso pavimentada com concreto da América Latina, e não perder nenhuma informação importante, a obra Os Caminhos do Mar do arquiteto e urbanista, Benedito Lima de Toledo é uma leitura imprescindível. Separamos algumas dicas para que o mesmo espírito aventureiro de Indiana Jones de Toledo, responsável por resgatar boa parte da nossa memória nacional escondida pela exuberante floresta da Serra do Mar - à época com incursões munido de facões e bússolas -  esteja com vocês! 

Caminho do Padre José de Anchieta: embora não haja nenhum monumento específico sobre a primeira ligação entre o litoral paulista e a Capitania de São Vicente, hoje cidade de São Paulo, a rota aberta e utilizada pelo Padre José de Anchieta (1534 -1597,) que ficou perdida ao longo dos séculos, foi parcialmente reconstruída na década de 1970 graças aos esforços de Toledo. Essa descoberta permitiu a reconstrução total da Calçada do Lorena, seu livro traz fatos inéditos sobre este trabalho.

Fotografia de Maira Acayaba

Calçada do Lorena:
Construída em 1790, foi palco da viagem de Dom Pedro I para proclamar a Independência. Elaborado com técnicas inovadoras de pavimentação em lajes de pedra, a estrada revolucionou o transporte de cargas com cavalos e mulas. A obra foi encomendada por Bernardo José Maria de Lorena, general da capitania.


Monumento do Pico: ponto mais alto da Calçada do Lorena. Com autoria esquecida, sugerida a Victor Dubugras por Benedito em seu livro, a lápide histórica está integrada ao monumento Padrão do Lorena. 


Pouso de Paranapiacaba: início da Serra, de suas varandas tem-se uma excepcional vista da paisagem. Segundo Benedito, parece ter sido a intenção de Dubugras unir o monumento ao cenário de forma íntima, bem como a denominação, escolhida por Washington Luís: PARANÁ

(mar), APIAC (ver) e CABA (lugar, sítio) com tradução literal da palavra, lugar de onde se avista o mar. O painel de azulejos pintado à mão pelo artista José Vaz Washington Rodrigues, com o mapa rodoviário de São Paulo, é um, senão o primeiro a surgir na era do rodoviarismo. Nele figuram estradas que nem estavam abertas, uma obra que representa o espírito moderno da época.


Ruínas: enigmática edificação existente às margens da Calçada que desafia pesquisadores e arqueólogos quanto à sua origem. As ruínas não apenas evocam mistérios do passado, mas também reforçam a necessidade de práticas arqueológicas responsáveis para a preservação e o entendimento do nosso patrimônio cultural,  defendidas por Benedito.

Belvedere Circular: primeiro ponto de cruzamento da Calçada do Lorena com o Caminho do Mar. Dele, tinha-se a vista da baixada santista na época antes do crescimento da vegetação.


Rancho da Maioridade: pouso construído para descansar durante a descida para Santos na década de 1920. Evoca a construção da Estrada da Maioridade e a visita da Família Real, em 1846. Depois do Período Colonial foi fixado como símbolo nacional da Independência. Os azulejos originais de Wasth Rodrigues foram parcialmente arrancados a marretadas em 1965, e novamente em 1967, e em parte substituídos por outros. No livro, Os Caminhos do Mar, Benedito e sua equipe conseguiram fotografá-los antes de serem danificados.


Padrão do Lorena: onde foram descobertos os primeiros vestígios da Calçada do Lorena por Benedito e sua equipe. Monumento restaurado que homenageia a Calçada e seu idealizador, Bernardo José Maria de Lorena com placas e painéis de azulejos que ilustram cenas da época do império no século XVIII.


Pontilhão Raiz da Serra: localizado quase no pé da serra, o pontilhão possui duas placas referentes à pavimentação em concreto, concluída em 1926. Próximo a ele existia a singela Capela de São Lázaro e um cemitério removidos com a construção da refinaria.


Cruzeiro Quinhentista: erguido em 1922 onde o Caminho do Mar se encontra com o do Padre José. Esse monumento homenageia os nomes insignes de Tibiriçá, Anchieta, Mem de Sá, Nóbrega, Leonardo Nunes, Martim Afonso e João Ramalho.

Ficou curioso para saber mais sobre os monumentos, suas versões originais e como parte da Mata Atlântica, considerada um obstáculo para os europeus, se tornou palco do desenvolvimento brasileiro? Os Caminhos do Mar, publicado pela Editora KPMO, em coedição com a Cultura Acadêmica, não é apenas um guia indispensável para os visitantes, mas também um resgate da construção da identidade histórica nacional, expressa nas artes, na arquitetura e no urbanismo. O livro reúne mapas, desenhos, pinturas e fotografias que ajudam o leitor a planejar o percurso e aproveitar ao máximo a experiência de imersão nesse rico patrimônio. 

Mais informações sobre o Caminho do Mar, infraestrutura e atividades extras podem ser obtidas no site do parque 

 

Divulgação
 Editora KPMO

 Ficha Técnica:

Edição: KPMO Cultura e Arte, Cultura Acadêmica Editora
Autor: Benedito Lima de Toledo
Coordenação geral: Suzana Alessio de Toledo
Prefácio: Mauro Munhoz
Direção de arte: Marcello de Oliveira
Ensaio fotográfico: Maíra Acayaba
Ano: 2024 2024
Tradução: Gabriel Silva, Maria Angélica Porto
Número de páginas: 208
Medidas: 22×25 cm
ISBN: 978-65-86913-22-4 (KPMO Cultura e Arte) e 978-65-5954-520-9 (Cultura Acadêmica) 


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