Gato preto, espelho quebrado, chinelo virado, muitas
coisas são considerados fontes de azar. Porém, um dia em especial é o maior
vilão de todos para os supersticiosos: a Sexta-feira 13. pixabay
Mas como surgiu essa crença?
Vamos
começar pelo número 13, que é associado ao azar em nossa cultura e em outros
países do ocidente. Só que ele não é o único número que representa má sorte no
mundo: o número 4 é considerado mau agouro em países como Japão e China, o 17 é
presságio de morte na Itália e o número 26, na Índia, é visto como um marcador
de grandes tragédias.
Enquanto
isso, a origem azarada do número 13 é um tanto quanto turva. Alguns dizem que o
conceito surgiu na Última Ceia, pois havia 13 participantes, sendo Judas
Iscariotes o 13º, e quem trairia Jesus Cristo.
Outros
dizem que veio da mitologia Nórdica, em que a lenda, estranhamente, também
envolve um banquete com 13 convidados e um canalha entre eles. Nesse caso, Loki
seria o 13º e desencadearia o Ragnarok,
o fim do mundo.
Já a
sexta-feira é sinônimo de azar, pois, segundo a tradição cristã, Jesus foi
crucificado neste dia da semana.
Pensando na
junção desses dois elementos, a sexta-feira
13 não tem uma origem
definitiva. A teoria que eu mais gosto, pessoalmente, é a de que essa crença
surgiu nada mais, nada menos, do que com os Cavaleiros Templários.
No dia 13
de outubro de 1307, uma sexta, o rei da França, Philip IV, mandou prender os
integrantes da Ordem dos Templários. Um dia de muito azar para eles,
definitivamente.
Apesar do
medo deste dia não ser exatamente antigo, com origem por volta do século XX, a
data está profundamente ligada ao imaginário popular, quase um folclore
moderno. A superstição deu origem também a uma franquia de filmes de terror slasher que você
provavelmente já ouviu falar, com o nome de (quem diria?) Sexta-feira 13.
Com um
fundo de verdade ou não, o fato é que a forma com que vemos algo influencia o
mundo ao nosso redor. O dia pode não ter poder por si só, mas se você acredita
que ele tem, então não é só mais um dia na semana. Explorei esse conceito de
maneira mais literal no meu livro de terror, O Sonho da
Borboleta, publicado pela
Qualis Editora. Nele, os personagens são trancados em uma mansão abandonada que
se molda através de suas mentes, criando monstros e armadilhas baseados em seus
medos. Nessa mansão, o que você acredita ser verdade e o que é verdade são duas
coisas, muitas vezes, indistinguíveis. Qualis Editora
Atualmente,
a sexta-feira 13
pode ser considerada como um “mini Halloween”, um dia em que as
pessoas ficam mais dispostas a pensar no macabro e no assustador, consumindo
conteúdos de terror como livros, filmes e séries. Aproveite essa data de azar
para enfrentar seus medos, e quem sabe se divertir no processo.
Lucas C.
Lima – autor de “O Sonho da Borboleta” e especialista em suspense, horror, mistério
e fantasia sombria.
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