Pesquisar no Blog

quarta-feira, 11 de dezembro de 2024

Selfies e vídeos para redes sociais requerem atenção máxima em locais de risco

Selfies em um cenário de risco, podem ir de um ato
 inofensivo a um grande problema, ou terminar em morte
Freepik

Distração ao fazer registros em áreas rochosas ou lugares elevados pode ocasionar graves acidentes, inclusive fatais, alerta TRAUMA 


A busca por “likes” nas redes sociais se tornou uma sensação global na última década e, quanto maior a criatividade para compor a foto, maior o engajamento. Porém, quando o cenário é um local de risco, o ato inofensivo pode se transformar em um grande problema, ou em uma tragédia. 

No último domingo, dia 8 de dezembro, uma jovem de 22 anos caiu de um edifício com 25 pavimentos, localizado na avenida principal de Balneário Camboriú (SC). O irmão da vítima, que estava com ela no momento do acidente, disse ao Corpo de Bombeiros que ela fazia vídeos no heliponto do edifício quando perdeu o equilíbrio em um momento de distração. 

No dia 11 de novembro, outra jovem morreu após fazer fotos e vídeos em cima de carro em movimento. O acidente aconteceu em João Pessoa (PB). Ela caiu, foi atropelada, chegou a ser socorrida e levada para o Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa, mas morreu na unidade hospitalar. 

Em agosto, tia e seu sobrinho, de 43 e 16 anos, morreram após caírem em uma cachoeira ao tirarem uma selfie em Campos dos Goytacazes, no interior do Rio de Janeiro. 

Com as férias e viagens se aproximando, locais como mirantes, cachoeiras e costões rochosos atraem pela beleza para fotos, mas também representam perigos, tornando ainda mais necessário reforçar o alerta. 

“Evite situações de risco, como ficar próximo a penhascos, sentado em muretas ou perto de pedras escorregadias, onde um deslize pode resultar em quedas no mar ou em cachoeiras”, pontua o presidente da Sociedade Brasileira de Trauma Ortopédico, Marcelo Tadeu Caiero.
 
O especialista reforça a importância de nunca subestimar os riscos do ambiente ao redor. “Muitas vezes, a pessoa se orienta pela tela do celular e não se atenta ao entorno, onde está pisando, próximo a que ela está, se há risco de cair, se afogar, então, veja onde está pisando, o que tem ao redor para, em segurança, fazer a foto. Não arrisque a vida por likes”, enfatiza. 

Quando uma queda de altura não é fatal, pode resultar em série de lesões, o chamado politraumatismo, que é quando pelo menos duas partes do corpo se lesionam gravemente. A energia desprendida no momento da lesão está diretamente relacionada com a gravidade das lesões. “Quanto maior a velocidade que o corpo se desloca no momento do trauma, mais sérias as lesões serão”, explica o especialista. 

Os politraumatismos podem incluir múltiplas fraturas ósseas, lesões na coluna, hemorragias, perda de membros (amputações), além de lesões cerebrais. “As consequências podem ser graves e afetar de forma importante a qualidade de vida da pessoa, pois as sequelas, com lesões permanentes, são muito comuns”, salienta Caiero.


 
Locais mais perigosos 
 

Em 2021, a revista Journal of Travel Medicine apontou que a Praia da Penha, em Santa Catarina, está entre os 10 lugares com mais mortes em tentativas de selfies no mundo. Foi lá, inclusive, que uma mulher de 28 anos morreu ao cair do costão da Ponta do Vigia, quando fazia uma foto, em 2021. 

Outros lugares considerados perigosos, de acordo com a publicação, são as cataratas do Niágara (na fronteira entre os EUA e Canadá); o Glen Canyon (EUA); o Charco del Burro (Colômbia); a catarata de Mlango (Quênia); os montes Urais (Rússia); o Taj Mahal e o vale de Doodhpathri (ambos na Índia); a ilha Nusa Lembongan (Indonésia) e o arquipélago de Langkawi (Malásia). 

À época, o Brasil ocupava o quinto lugar da lista, com 17 casos de morte por selfies e os países que mais registravam mortes eram Índia (100 casos), Estados Unidos (39) e Rússia (33).

Atenção máxima também ao caminhar  

Tirar uma selfie em cenários arriscados não é o único risco de acidentes envolvendo a distração com o uso de celular. Ao caminhar pela rua, digitando ou olhando mensagens, situações sérias podem acontecer, como a registrada na cidade de Januária, em Minas Gerais, no dia 18 de fevereiro. Um homem de 33 anos caiu em um bueiro de 2,5 metros de profundidade. Durante o resgaste, a vítima contou aos socorristas que estava focado na tela do aparelho e não percebeu que o bueiro estava aberto. 

“Evite andar na rua com fone de ouvido, que aumenta a distração, e não caminhe e use o celular ao mesmo tempo. Atente-se ao trajeto, nos obstáculos e demais riscos que pode haver no caminho, conclui o presidente da Sociedade Brasileira de Trauma Ortopédico.

   


Sociedade Brasileira de Trauma Ortopédico - ABTO


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Posts mais acessados