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sábado, 14 de dezembro de 2024

Como transformar as férias escolares em um período de conexão e criatividade longe das telas

Sem os dispositivos móveis, as crianças aprendem a criar suas próprias diversões e a gerenciar o tempo livre


Após meses de rotina exaustiva de um ano letivo atarefado, as férias escolares se aproximam e abrem espaço para o descanso físico e mental dos estudantes. O período de recesso não só permite que as crianças recarreguem suas energias, mas também favorece para uma maior convivência familiar e social. Essa pausa é essencial para que os pequenos retornem às aulas renovados, com disposição e motivação para novos desafios.

Desimpedidos de compromissos, muitos recorrem ao celular para se distrair, e é tarefa dos pais encontrar estratégias para mantê-los afastados das tecnologias e mostrar a eles que existem opções tão atrativas quanto. “Sem a dependência dos aparelhos móveis, o público infantil aprende a criar suas próprias diversões e a gerenciar a hora livre. E as atividades off-line, como brincadeiras ou esportes, ajudam a lidar melhor com frustrações e dificuldades, além de reduzir a dependência de estímulos rápidos.  No entanto, o maior desafio dos pais é encontrar tempo e disposição para oferecer alternativas, já que as crianças trocam a tela por uma interação divertida com a família”, explica a psicopedagoga e escritora, Paula Furtado.

A profissional sugere aos responsáveis que estabeleçam regras e rotinas claras, reservem uma hora por dia, por exemplo, antes ou depois do banho, para que seus filhos possam usar dispositivos como tablets ou videogames para se divertir com jogos de sua escolha. Além disso, o pai e a mãe podem selecionar aplicativos pedagógicos para complementar o aprendizado de forma lúdica.

Criar um cronograma de tarefas é, para a escritora, uma ótima maneira de manter esse equilíbrio, mas, em período de férias, a flexibilidade é fundamental. “É importante lembrar que surgirão convites de amigos ou parentes para brincar, ir ao cinema, entre outras ações, e esses momentos de lazer também fazem parte do processo”, diz Paula.

Trabalhar com a resistência do menor quando é imposta uma limitação exige paciência e consistência na abordagem. Para ajudar nessa etapa, a especialista recomenda que os adultos expliquem claramente as razões por trás dessa restrição, além de conversar sobre os benefícios que essa mudança pode trazer para sua saúde, criatividade e vínculo familiar. “Para incentivar os hábitos saudáveis, os pais devem ser o exemplo, mostrar que também reduziram o tempo nas telas. Validar os sentimentos do filho, reconhecer a frustração ou o descontentamento dele e saber recompensar os comportamentos positivos, elogiando quando a criança respeitar as novas normas são formas de driblar a situação. Enfim, com consistência e paciência, aos poucos, os limites se tornam parte da rotina”, orienta a psicopedagoga.

Sem acesso à internet, os familiares podem planejar programas variados como: trilhas, caminhadas em parques ou visitas a reservas naturais; criar uma caça ao tesouro com pistas espalhadas ao longo do percurso, incentivando-as a observar a natureza e trabalhar habilidades lógicas com enigmas; montar circuitos de obstáculos naturais (pular troncos, passar por debaixo de galhos, correr ao redor de árvores); incentivar brincadeiras tradicionais, como esconde-esconde ou pega-pega; piqueniques; passeios de bicicleta, desenho, pintura de telas ou a dedo, modelagem com argila, massinha, fazer slime, construção de brinquedos ou objetos com materiais recicláveis; e também algo que seja novidade, como plantar árvores, cuidar de um jardim ou fazer uma limpeza de um espaço natural. "É importante mostrar entusiasmo, pois as crianças tendem a imitar o comportamento dos mais velhos. Participar das atividades junto com elas, e mostrar que estar na natureza, por exemplo, é divertido e ótimo para o bem-estar físico e mental".

 

Paula Furtado - pedagoga, formada pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), com especialização em Psicopedagogia, Neuropsicopedagogia, Educação Especial, Arte de Contar Histórias e Arteterapia pelo Instituto Sedes Sapientiae e Leitura e Escrita, também pela PUC-SP. A profissional já trabalhou como professora de Educação Infantil e Ensino Fundamental na rede particular de ensino, e já atuou como assessora pedagógica em escolas públicas e particulares. Paula Furtado atende crianças e adolescentes com dificuldades de aprendizado. Nesta área da educação, a pedagoga ministra cursos para formação de educadores nas instituições de ensino pública e particular e realiza palestras para pais sobre a importância de contar histórias. Como autora, Paula completa seu trabalho escrevendo diversos livros infantojuvenis (100 obras até o momento) e, dentro de suas atuações de jornada literária, também foi coordenadora e supervisora psicopedagógica em diversas publicações infantis (Contos de fadas, Lendas e Folclore) com Girassol Brasil e Mauricio de Sousa. A autora conclui suas atividades escrevendo para diferentes revistas de educação sobre temas pedagógicos, além de trabalhar na criação e patente de Jogos Pedagógicos como: Desafio, Detetive de Palavras, De Olho na Ortografia, dentre outros.


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