Como a grande especialização de advogados pode torná-los em ótimos profissionais e do mesmo jeito não trazer sucesso financeiro
Precificar
serviços não é apenas um tipo de cálculo financeiro, e sim uma estratégia que
exige uma análise ampla e delicada. No meio jurídico, cada caso carrega suas
especificidades, determinar valores que sejam justos tanto para o cliente
quanto para o escritório é necessário para a sustentabilidade do negócio.
Gabriel Gieseke, consultor financeiro especializado no setor jurídico, aponta
que a falta de uma gestão financeira personalizada é o principal motivo de
dificuldades na precificação. “O problema não está apenas nos números, mas na ausência
de planejamento que conecte o valor do trabalho ao desempenho financeiro do
escritório”, afirma.
A
precificação já é cercada de complexidades e para a advocacia é ainda pior pois
tem vários fatores que não se aplicam a outros setores. Enquanto empresas
tradicionais costumam basear seus preços em custos de produção, no direito
coisas como a complexidade do caso, a experiência do advogado e o tempo
previsto para resolução são determinantes. “Um contrato no meio jurídico é
negociado com base em critérios subjetivos, como a confiança do cliente, além
de fatores objetivos, como a tabela da OAB”, explica Gabriel. Isso torna a
precificação jurídica mais desafiadora, mas também mais estratégica.
Um
dos erros mais frequentes dos escritórios de advocacia é subestimar custos
indiretos. “Muitos escritórios não contabilizam despesas fixas como aluguel,
marketing ou anuidade da OAB na hora de precificar serviços, o que acaba
comprometendo a lucratividade”, alerta Gabriel. Além disso, a ausência de
ferramentas para quantificar horas trabalhadas e avaliar o retorno financeiro
de cada caso dificulta um planejamento sustentável. O uso de softwares de
gestão ou mesmo de planilhas robustas é uma solução que pode transformar a
forma como o escritório opera.
Outro
ponto delicado é a gestão de sócios. Em escritórios tradicionais, é comum que
sócios com baixa produtividade se tornem um custo elevado. “Um sócio que não
agrega valor, seja captando clientes, seja entregando resultados, acaba
impactando negativamente o faturamento. É preciso avaliar constantemente o
papel de cada um e redistribuir responsabilidades de maneira eficiente”, pontua
Gabriel.
Um
exemplo recente ilustra como uma gestão financeira estratégica pode salvar um
escritório. Gabriel relata o caso de uma equipe jurídica que enfrentava um
déficit financeiro contínuo devido à subvalorização dos honorários e à falta de
controle sobre despesas. Após três meses de consultoria, o escritório
reestruturou sua precificação e adotou uma gestão mais criteriosa de seus custos.
“Com ajustes simples, como incluir custos indiretos nos contratos e priorizar
serviços mais rentáveis, o escritório conseguiu aumentar sua margem de lucro em
20% e alcançar seus objetivos de expansão”, conta.
Para
os escritórios que ainda não organizaram suas finanças para 2025, Gabriel
reforça que nunca é tarde para começar. “O final do ano é o momento ideal para
revisar números, identificar gargalos e traçar metas financeiras. Com o
planejamento correto, é possível não apenas evitar prejuízos, mas também
aproveitar oportunidades de crescimento”, conclui.
A
precificação é mais do que uma questão de números: é uma ferramenta que, quando
usada estrategicamente, pode garantir a saúde financeira e o sucesso de
escritórios de advocacia, independentemente do tamanho ou da área de atuação.
contato@gzkconsultoria.com.br
@gabrielgieseke
https://gzkconsultoria.com.br/
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