Oncologista faz
alerta sobre tendências perigosas nas redes sociais e desmistifica principais
dúvidas sobre tumor mais incidente no país
O câncer de pele é o mais comum no Brasil,
representando cerca de 33% de todos os diagnósticos oncológicos no país. Segundo
o Instituto Nacional de Câncer (INCA), são estimados mais de 220 mil novos
casos anuais, sendo cerca de 85% do tipo não melanoma, geralmente menos
agressivo, e 15% do tipo melanoma, conhecido por sua letalidade.
Os números chamam a atenção, mas ainda assim, o
problema não é tratado com a seriedade que merece. A principal causa, a
exposição excessiva aos raios ultravioleta (UV), pode ser prevenida com medidas
simples, como o uso diário de protetor solar e a adoção de hábitos de proteção,
como evitar o sol nos horários de pico.
“Vivemos em um país tropical, com alta exposição
solar durante todo o ano, mas ainda falta conscientização sobre os riscos do
câncer de pele. Medidas preventivas básicas podem salvar vidas, e precisamos
reforçar essa mensagem constantemente”, afirma Rodrigo Perez Pereira, líder
nacional da especialidade pele da Oncoclínicas.
Diagnóstico precoce: um aliado
na luta pela vida
Uma das principais armas contra o câncer de pele é
o diagnóstico precoce. Quando identificado em estágios iniciais, o tratamento é
mais simples e eficaz, com chances de cura que podem ultrapassar 90%, segundo a
Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).
Além disso, populações específicas, como
trabalhadores rurais, pescadores e pessoas de pele clara, estão mais
vulneráveis devido à exposição solar acumulada ao longo dos anos. No entanto, o
oncologista alerta que o câncer de pele não discrimina e pode atingir qualquer
pessoa, independentemente da cor da pele ou do estilo de vida.
Infelizmente, no entanto, muitos casos ainda são
descobertos tardiamente, certas vezes porque os sinais podem ser confundidos
com lesões benignas. “Uma pinta que muda de cor, um machucado que não cicatriza
ou uma mancha com bordas irregulares podem ser sinais de alerta. O tempo é um
fator decisivo na luta contra o câncer de pele”, explica Pereira.
O especialista orienta ainda que a regra do 'ABCDE'
é uma ferramenta simples, mas muito útil para reconhecer sinais suspeitos que
merecem atenção:
- Assimetria: quando uma metade da lesão
é visivelmente diferente da outra.
- Bordas: lesões com contornos irregulares ou mal definidos.
- Cor: manchas ou pintas que apresentam mais de uma
tonalidade, como variações entre preto, marrom, vermelho, azul, cinza ou
outras cores.
- Diâmetro: lesões maiores que 6 mm
devem ser analisadas com atenção.
- Evolução: qualquer alteração no
tamanho, forma ou cor ao longo do tempo é um sinal de alerta.
“Perceber mudanças na pele é o primeiro passo para
a prevenção. Ao identificar qualquer característica fora do comum, é essencial
buscar orientação de um dermatologista para um diagnóstico preciso e, se
necessário, iniciar o tratamento o quanto antes”, reforça.
Desinformação e tendências
perigosas nas redes sociais
O aumento do uso das redes sociais trouxe
benefícios inegáveis, como o acesso mais rápido a informação. No entanto,
também ampliou a disseminação de fake news e práticas perigosas, especialmente
no campo da saúde. Um exemplo recente é a tendência de aplicar protetor solar
apenas em algumas áreas do rosto para criar um “contorno natural”. Embora
pareça inofensivo, essa prática expõe áreas desprotegidas da pele aos raios UV,
aumentando o risco de queimaduras, manchas, envelhecimento precoce e,
principalmente, câncer de pele.
“Práticas como essa mostram o quanto as redes
sociais podem ser uma faca de dois gumes. Enquanto podem educar, também têm o
potencial de propagar informações sem embasamento científico, colocando a saúde
das pessoas em risco. Não há atalhos seguros quando o assunto é proteção
solar”, alerta Rodrigo Pereira.
Outro mito perigoso que ganhou força nas redes é a
ideia de que o protetor solar poderia causar câncer devido a substâncias
químicas presentes em sua composição. Essa alegação, no entanto, não tem
respaldo científico. Estudos amplamente revisados por especialistas demonstram
que os benefícios do uso diário do protetor superam qualquer risco teórico
associado aos seus ingredientes.
“Os danos causados pela radiação ultravioleta são
cientificamente comprovados e uma das principais causas de câncer de pele. Já
as acusações contra o protetor solar são infundadas e disseminadas sem
critério. A desinformação não só desmotiva o uso do protetor, mas coloca vidas
em perigo. Combater essas narrativas com dados confiáveis é essencial para
proteger a população”, reforça o oncologista.
Segundo o médico, vale destacar ainda que a saúde é
um tema que exige cuidado redobrado na busca por informações. “Em um mundo cada
vez mais digital, é fundamental que as pessoas desenvolvam senso crítico para
identificar o que é informação segura e o que é perigoso. Não podemos tratar a
saúde com base em modismos ou tendências”, alerta.
Pessoas de pele negra podem
ter câncer de pele?
Há ainda a ideia equivocada de que pessoas de pele
escura estão imunes ao câncer de pele. Embora a maior quantidade de melanina
ofereça uma proteção natural, o risco não é inexistente. Nessas populações, o
câncer de pele pode surgir em áreas menos pigmentadas, como palmas das mãos,
solas dos pés e mucosas, e muitas vezes é diagnosticado tardiamente.
“É essencial desconstruir o mito de que a pele mais
escura é invulnerável. O diagnóstico tardio em populações negras ocorre
frequentemente porque a suspeita é baixa. Precisamos mudar essa realidade com
mais informação e acesso à saúde”, afirma Perez.
Saiba o que fazer para
prevenir o câncer de pele
- Use protetor solar diariamente, mesmo em dias nublados,
com FPS 30 ou superior.
- Reaplique o protetor a cada duas horas ou após
contato com água.
- Evite a exposição ao sol entre 10h e 16h, quando os raios UV são
mais intensos.
- Use acessórios de proteção, como chapéus, óculos de
sol com proteção UV e roupas de manga longa, idealmente também com
proteção UV.
- Fique atento a sinais na pele, como pintas que mudam de
tamanho, cor ou formato.
- Consulte um dermatologista regularmente, especialmente se tiver
histórico familiar de câncer de pele.
Quanto mais cedo, melhor
Para apoiar a conscientização sobre o câncer de
pele, ao longo dos meses de dezembro a fevereiro estará no ar a campanha
“Quando você se cuida, sua saúde sente na pele”, da Oncoclínicas&Co. A ação
promove conteúdos informativos e estimula a realização de exames e consultas em
dia.
Com ativações em redes sociais, ambientes físicos e anúncios nas grandes
mídias, a iniciativa tem como objetivo incentivar o diagnóstico e o tratamento
precoces, aumentando assim as chances de cura.
Para mais informações, acesse: https://cuidarsemlimites.com.br/verao-laranja/
www.grupooncoclinicas.com
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