Crédito: Amanda Passos/Hospital Pequeno Príncipe |
Maior hospital pediátrico do país alerta para importância do diagnóstico precoce, que possibilita a cura em 80% dos casos e causa menor impacto no organismo da criança
O câncer infantil é a principal causa de morte por doença entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos no Brasil, segundo o Inca. No Brasil, estimam-se 7.930 novos casos por ano até 2025. No entanto, o diagnóstico precoce possibilita cura em 80% dos casos, devido ao início rápido do tratamento e ao menor impacto no organismo da criança. Por isso, no Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantil, lembrado em 23 de novembro, o Pequeno Príncipe, que é o maior e mais completo hospital pediátrico do país e referência nacional no tratamento de câncer, reforça a importância de pais, responsáveis e profissionais de saúde estarem atentos aos sinais de alerta, pois alguns sintomas podem ser confundidos com os de doenças comuns na infância.
“É importante chamar a atenção do pediatra que atende essa criança
inicialmente. Sempre orientamos que esses profissionais ouçam atentamente as
queixas dos pais, valorizem essas informações e realizem um exame detalhado na
criança. Além disso, é fundamental que esses médicos encaminhem a criança para
centros especializados, onde possam ser realizados os exames necessários para
garantir um diagnóstico precoce e preciso”, salienta a oncologista pediátrica
Ana Paula Kuczynski Pedro Bom, do Hospital Pequeno Príncipe.
Quando
suspeitar de câncer infantil?
É
importante estar atento ao observar sinais e sintomas como:
- Dores nos ossos com ou sem inchaço;
- Palidez inexplicada;
- Fraqueza constante;
- Aumento progressivo dos gânglios linfáticos;
- Manchas roxas e caroços pelo corpo, não relacionados a
traumas;
- Dores de cabeça, acompanhadas de vômitos;
- Perda de peso, com aumento/inchaço na barriga;
- Febres ou suores constantes ou prolongados;
- Distúrbios visuais e reflexos nos olhos.
Quais são as diferenças entre câncer adulto e pediátrico?
Existem muitas diferenças entre os dois, principalmente nos tipos
de câncer que ocorrem. Por exemplo, o câncer de mama, que é muito comum em
mulheres adultas, é extremamente raro em crianças. O mesmo vale para o câncer
de pulmão, que nos adultos está frequentemente relacionado ao tabagismo, mas é
praticamente inexistente em crianças. O câncer de pele, embora comum em
adultos, também é raro na infância, com pouquíssimos casos registrados. Por
outro lado, os tipos de câncer mais frequentes em crianças, como leucemias e
tumores no sistema nervoso central, são bem diferentes dos que predominam na
população adulta.
Quais são os tratamentos disponíveis para o câncer
pediátrico?
O tratamento varia conforme o tipo de câncer. O avanço na identificação de mutações e na criação de terapias personalizadas tem ampliado as possibilidades de cuidado e aumentado as chances de cura para crianças com câncer.
No caso das leucemias, que são os tipos mais comuns entre as crianças, o tratamento-base é a quimioterapia. No entanto, alguns subtipos apresentam alterações genéticas específicas, e nesses casos, além da quimioterapia, é utilizada a terapia-alvo.
Para tumores sólidos, como cerebrais ou abdominais, a maioria das crianças precisa de cirurgia. Muitas vezes, é combinada com quimioterapia e, em alguns casos, radioterapia. Nos últimos anos, a terapia-alvo também passou a ser utilizada em tumores sólidos, principalmente quando a criança apresenta mutações genéticas específicas.
Além disso, dependendo do diagnóstico, algumas crianças podem
necessitar de transplante de medula óssea. Isso é especialmente
relevante em casos de leucemias mais graves ou aquelas que apresentam recaídas
após uma resposta inicial à quimioterapia.
Referência em câncer infantil
O
Serviço de Hematologia e Oncologia do Hospital Pequeno Príncipe é um dos mais importantes centros para tratamento de câncer
pediátrico do Paraná e um dos principais do Brasil. Os estudos do Instituto de
Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe, aliados às modernas e complexas análises
genéticas do
Centro de Diagnóstico Avançado Pequeno Príncipe, têm
contribuído para a precisão diagnóstica e adoção de um tratamento ainda mais
assertivo.
Conta com especialistas das mais diferentes áreas – enfermagem,
nutrição, fisioterapia, fonoaudiologia, psicologia e assistência social – para
compor o grupo de atenção às crianças e adolescentes. Em 2023, o Serviço de
Oncologia e Hematologia realizou: 2.994 sessões de quimioterapia, 790
internamentos e 80%.
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