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sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Inovações no diagnóstico do câncer de próstata: tecnologia a favor da saúde masculina

Aperfeiçoamento de técnicas têm deixado procedimentos mais confortáveis para os pacientes e melhorado a precisão diagnóstica

 

O mês de novembro marca a campanha mundial de conscientização sobre a saúde masculina, conhecida como Novembro Azul. Uma das principais pautas desse movimento é o diagnóstico precoce do câncer de próstata, que é o tipo mais comum entre os homens, excetuando-se a neoplasia de pele não melanoma. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), a doença deve registrar cerca de 70 mil novos casos no Brasil em 2025. Por isso, especialistas reforçam a importância do rastreamento, que continua a ser fundamental para detectar o problema em estágios iniciais e aumentar as chances de cura e minimizar os impactos do tratamento no organismo.

O urologista Carlos Henrique Segall Jr., da Oncoclínicas Espírito Santo, destaca que o exame clínico, composto pelo toque retal e a dosagem do PSA (Antígeno Prostático Específico), continua a ser a forma mais eficaz, rápida e barata de rastreamento. "O PSA elevado pode sugerir alterações na próstata, inclusive a presença de um tumor maligno", explica. Contudo, Segall ressalta que a evolução nas técnicas diagnósticas tem ajudado a refinar a investigação e racionalizam a utilização de procedimentos invasivos, como a biópsia.


Avanços no diagnóstico

Nos últimos anos, inovações laboratoriais têm permitido uma análise mais detalhada dos exames de sangue. Uma delas é o Índice de Saúde Prostática, conhecido pela sigla em inglês PHI. "Esse exame mede três tipos de PSA: total, livre e a fração proPSA2, o que por algoritmo matemático permite calcular a probabilidade de o paciente ter um câncer na próstata", explica Segall. O PHI é uma ferramenta valiosa para classificar o risco em três níveis: baixo, intermediário ou alto. Dessa forma, ele auxilia médicos a decidirem com maior precisão a necessidade de realizar uma biópsia ou não.

"Esse procedimento só deve ser indicado quando há uma suspeita consistente de câncer, e o Índice de Saúde Prostática ajuda a reduzir a quantidade de biópsias desnecessárias", afirma o urologista. Esta inovação, segundo ele, já representa um avanço significativo na triagem dos pacientes que realmente precisam passar por essa etapa invasiva do diagnóstico.


Ressonância multiparamétrica: precisão na detecção

Outra inovação que tem revolucionado o diagnóstico do câncer de próstata é a ressonância nuclear multiparamétrica. "Esse exame aumentou muito a acurácia diagnóstica. Além de mostrar lesões clinicamente significativas, nos ajuda a localizar o nódulo com precisão, direcionando a retirada de material na biópsia para a região correta", afirma Segall. Antes, a probabilidade de um falso negativo chegava a 30%, número que caiu para menos de 10% com a introdução do exame.

Esta técnica permite uma avaliação mais completa da próstata, reduzindo a chance de diagnósticos errôneos e ajudando a identificar com maior precisão a necessidade de intervenção.

O procedimento de biópsia também sofreu importantes melhorias. Antigamente, a amostra do tecido era coletada via ultrassom transretal, método que apresentava riscos maiores de infecções e sangramentos. "Hoje, a biópsia transperineal é a primeira escolha na Europa e tem sido cada vez mais usada no Brasil", destaca o urologista. Esta técnica, realizada através do períneo, minimiza os riscos e aumenta a precisão na coleta do material.

“Juntas, essas inovações — o índice de saúde prostática, a ressonância multiparamétrica da próstata e a biópsia transperineal — transformaram a maneira de diagnosticar o câncer de próstata, oferecendo aos pacientes uma abordagem mais segura, menos invasiva e com maior precisão”, avalia.


Importância do diagnóstico precoce

A Sociedade Brasileira de Urologia recomenda que homens a partir de 50 anos façam os exames de rotina para o rastreamento do câncer de próstata. Aqueles com histórico familiar da doença ou fatores de risco, como obesidade e sedentarismo, devem começar aos 45 anos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a detecção precoce aumenta as chances de cura em até 90%, reforçando a importância de campanhas como o Novembro Azul para conscientizar a população masculina.

"O diagnóstico precoce continua sendo a nossa principal arma na luta contra o câncer de próstata", conclui o urologista Carlos Henrique Segall. "Com os avanços tecnológicos, estamos cada vez mais próximos de tornar esse processo menos invasivo e mais eficaz, o que, sem dúvida, impacta positivamente a vida dos nossos pacientes".

 


Oncoclínicas&Co
www.grupooncoclinicas.com

 

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