Mudanças no estilo de vida da população estão entre
os principais responsáveis por incluir jovens nos grupos de risco
Nas últimas décadas, o aumento de casos de infarto em pessoas cada vez mais
jovens, sobretudo em mulheres, tem se tornado uma preocupação crescente entre
os profissionais de saúde.
Dados
da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) indicam que o Brasil registrou um
aumento de cerca de 62% nas mortes de mulheres de 15 a 49 anos por infarto, de
1990 para 2019. Em um outro recorte, apresentado pelo Ministério da Saúde, de
2010 a 2019, foi registrado um aumento de aproximadamente 59% nas internações
de pessoas com idade até 39 anos e de 9% nas mortes.
Segundo
o Dr. Antonio Babo, cardiologista que atua no CEJAM – Centro de Estudos e
Pesquisas “Dr. João Amorim”, no Rio de Janeiro, os números reforçam a urgência
de discussões sobre saúde cardiovascular, especialmente com a proximidade do
Dia Mundial do Coração, celebrado em 29 de setembro.
Para
o médico, a mudança no estilo de vida da população é um dos principais fatores
que contribuem para esse fenômeno. “O sedentarismo, a alimentação rica em
gordura e açúcar, o estresse e o uso excessivo de substâncias como álcool e
tabaco são hábitos que impactam diretamente a saúde do coração, levando a um
aumento de doenças cardiovasculares entre os mais jovens”, afirma.
Grupos de risco e sintomas de infarto
Ao
deixar de ser um risco prioritário para homens acima dos 50 anos e idosos de
ambos os gêneros, os grupos que requerem atenção atualmente incluem jovens que
apresentam hipertensão arterial, diabetes, histórico familiar de doenças
cardíacas e obesidade.
Além
disso, o especialista destaca que os sinais de alerta podem variar, embora os mais
frequentes sejam dores ou desconforto no peito, falta de ar, sudorese
excessiva, náuseas e dor em outras partes do corpo, como braços, costas e
mandíbula.
Para
garantir a assistência adequada e reduzir as chances de óbito por infarto, é
crucial que a população esteja atenta a esses sinais. “Buscar atendimento
médico imediatamente pode salvar vidas. O tempo é um fator determinante no
tratamento do infarto, e a rapidez no atendimento pode fazer toda a diferença”,
alerta o Dr. Babo.
Ao
identificar os sinais, o especialista recomenda que a pessoa acione o serviço
de emergência imediatamente e aguarde em uma posição confortável, deitada ou
sentada, até a chegada da ambulância. “Manter a calma nesse momento é muito
importante, bem como evitar qualquer tipo de esforço físico”, esclarece.
Após
atendimento emergencial, o tratamento dependerá da gravidade do infarto e das
condições do paciente, incluindo medicamentos, reabilitação cardíaca e
procedimentos como o cateterismo cardíaco ou, em casos mais graves, a cirurgia
de revascularização do miocárdio.
Vale
destacar que os cuidados permanecem após o episódio, a fim de evitar que ocorra
novamente. “Alguns pacientes apresentam, como sequelas de um infarto, a
diminuição da capacidade cardíaca, arritmias ou dores persistentes no peito.
Por isso, é muito importante que o acompanhamento seja feito regularmente”,
frisa.
5 dicas para prevenir o infarto
De
acordo com o cardiologista, a prevenção ainda é a melhor alternativa contra os
altos índices de infarto no país. Para isso, é fundamental adotar um estilo de
vida saudável desde cedo, a partir de cinco dicas básicas:
- Alimentação Balanceada:
Priorizar frutas, vegetais, grãos integrais e
proteínas magras. Reduzir a ingestão de alimentos processados e ricos em
gorduras saturadas e açúcares.
- Atividade Física Regular:
Praticar pelo menos 150 minutos de atividade física
moderada por semana. Exercícios como caminhada, corrida e natação são
excelentes para fortalecer o coração.
- Controle do Estresse:
Técnicas de relaxamento, meditação e atividades que
promovam bem-estar podem ajudar a reduzir o estresse.
- Evitar Tabaco e Álcool:
A cessação do tabagismo e a moderação no consumo de
álcool são essenciais para a saúde cardiovascular.
- Consultas Médicas Regulares:
Realizar exames periódicos para monitorar a pressão arterial, níveis de colesterol e glicemia.
Dr.
Babo reforça que o crescente número de infartos entre pessoas mais jovens é um
alerta sobre a importância de cuidar da saúde do coração. Com a adoção desses
hábitos e atenção redobrada aos sinais para uma resposta rápida, é possível
prevenir essa condição e promover uma vida mais longa e saudável.
CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”
@cejamoficial
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