Dermatologista da Unimed Araxá explica tudo sobre a doença destacada durante o Janeiro Roxo
O Brasil enfrenta uma realidade preocupante no cenário
mundial da hanseníase, ocupando o segundo lugar entre os países com o maior
número de casos. São registrados, em média, cerca de 30 mil novos diagnósticos
por ano. A dermatologista da Unimed Araxá, Bianca Freitas Calil, destaca a
importância de compreender essa doença contagiosa, crônica e curável, causada
pela bactéria Mycobacterium leprae. "É uma bactéria que tem afinidade pela
pele e pelos nervos periféricos, e tem em média um período de incubação longo,
podendo variar entre dois e sete anos", ressalta a especialista.
A transmissão ocorre quando uma pessoa com hanseníase, que
não realizou o tratamento, elimina gotículas de saliva que contêm a bactéria
durante a fala, tosse e espirros. “Por isso, é crucial que as pessoas que
convivem com esses pacientes contaminados sejam examinadas”, complementa.
Sintomas
As manifestações clínicas da hanseníase variam de acordo
com a resistência imunológica de cada indivíduo. Os principais sinais e
sintomas são:
-Manchas de cores variadas podendo ser esbranquiçadas,
avermelhadas e amarronzadas que podem estar associadas a uma perda da
sensibilidade, sendo a térmica a primeira a ser alterada (ao quente e ao frio).
Uma pessoa pode não sentir queimar a mão, mesmo com uma chama forte do fogão.
Esses sintomas podem ser vistos desde o início da infecção. Também pode haver
perda da sensibilidade tátil e dolorosa;
- Pode acontecer perda ou diminuição de pelos, assim como
diminuição da quantidade de suor no local;
- Formigamento em mãos, pés, braços e pernas, assim como
dor e sensação de choque, fisgadas e agulhadas, diminuição da força muscular
pelo acometimento dos nervos periféricos;
- Pode ocorrer aparecimento de úlceras nas pernas e nos
pés, inchaço e dores nas articulações, febre;
- Sangramento nasal e ressecamento dos olhos.
Tratamento
A hanseníase tem cura. A Dra. Bianca Freitas Calil destaca que, na maioria dos casos, o exame clínico é capaz de identificar lesões suspeitas em pele e nervos. Em alguns casos, a realização de biópsia de pele e baciloscopia é necessária. As unidades de saúde contam com testes rápidos de diagnóstico.
O tratamento, conhecido como poliquimioterapia (PQT), é composto por uma combinação de antibióticos, administrados mensalmente sob supervisão na unidade de saúde e também em casa. Este tratamento, geralmente bem tolerado e com poucos efeitos colaterais, tem uma duração média de 6 meses a 1 ano, determinada pela apresentação clínica da doença. “Não há necessidade de medidas higiênicas ou isolamento do doente, pois a partir da primeira dose do medicamento, o risco de contágio diminui consideravelmente”, finaliza.
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