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quarta-feira, 24 de janeiro de 2024

Compulsão alimentar: Distúrbio no Brasil é quase o dobro do que índice sofrido pela população mundial

 

Especialista comenta sobre a falta de limite, uma realidade para quem se descontrola com a comida

Diferentemente de exageros cometidos esporadicamente durante algumas refeições, a compulsão alimentar, definida pela Organização Mundial da Saúde – OMS, como um distúrbio caracterizado por ingestão exagerada de alimentos em curto intervalo de tempo, sem que haja fome ou necessidade física, atuamente atinge 4,7% da população brasileira, quase o dobro da população mundial, com cerca de 2,6%. 

De acordo com Cintya Bassi, coordenadora de nutrição e dietética do São Cristóvão Saúde, em exageros casuais, “é possível controlar o comportamento e a alimentação, para evitar a fome em horários indevidos e melhorar as escolhas”. 

Porém, ao se tratar de um transtorno, como é o caso da compulsão, “os fatores estão muitas vezes relacionados a questões emocionais, como culpa, baixa autoestima ou vergonha, por exemplo, e fazem com que a pessoa perca o controle sobre sua alimentação e depois se culpe por isso”, revela a especialista. Em casos como esses, o paciente precisa ser tratado por uma equipe multidisciplinar, incluindo acompanhamento psicológico, para juntos traçarem estratégias bem definidas. 


Sintomas e como identificá-los

 Segundo pesquisa sobre desordens alimentares, “Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders”, disponibilizado pelo Manual MSD - Versão para Profissionais de Saúde, existem alguns critérios para se classificar um caso como compulsão alimentar, dentre eles: 

  • Episódios ocorrem, em média, pelo menos 1 vez/semana, por 3 meses;
  • Os pacientes têm sensação de falta de controle em relação à alimentação;

Além disso, ao menos três dos seguintes relatos abaixo devem estar presentes:

  • Comer muito mais rápido do que o normal;
  • Comer até se sentir desconfortavelmente cheio;
  • Comer grandes quantidades de alimento quando não se sentindo fisicamente com fome;
  • Comer sozinho, por vergonha;
  • Sentir-se nauseado, deprimido ou culpado depois de comer excessivamente.


É importante observar que nem todas as pessoas com transtornos alimentares exibem sinais claros, ou combinações de sintomas. Desse modo, compartilhar sentimentos e preocupações com pessoas próximas e de confiança, é uma forma de receber suporte e incentivo a procurar profissionais especialistas na área.

 

Associação de Beneficência e Filantropia São Cristóvão


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