No Dia Nacional de
Combate ao Fumo, instituições reforçam o compromisso em apoiar todos aqueles
que necessitam de suporte para deixar o vício em cigarro
O
tabagismo ainda é considerado um grave problema de saúde pública em diversas
partes do mundo, incluindo o Brasil. Essa doença crônica é decorrente da
dependência à nicotina, uma substância presente em vários produtos que contêm
tabaco em sua composição.
O uso excessivo e contínuo de cigarros pode acarretar vários sintomas
prejudiciais ao organismo, tais como doenças respiratórias, disfunção erétil e
diversos tipos de câncer. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca),
fumantes têm de 2 a 4 vezes mais chances de desenvolver acidente vascular
cerebral (AVC) quando comparados a não fumantes. Em relação ao câncer de
pulmão, homens aumentam suas chances em 23 vezes e mulheres em 13 vezes.
A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) estima que o tabagismo seja
responsável pela morte de mais de 8 milhões de pessoas por ano, um número que
gera grande preocupação.
Pensando nisso, o CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” vem
trabalhando em unidades de saúde sob sua administração, a fim de conscientizar
e apoiar na luta contra o vício. A Unidade de Saúde da Família (USF) Jardim
Aeroporto II de Mogi das Cruzes, administrada pela organização em parceria com
a prefeitura local, é um exemplo.
“Em nosso grupo, pessoas que querem largar o cigarro passam a ter acesso a
aconselhamentos de profissionais, além de métodos de tratamento, medicamentação
e terapias para esse momento tão delicado”, afirma Eliane Pereira Da Silva,
enfermeira da unidade e coordenadora do coletivo.
A partir de uma abordagem humanizada e dinâmica, desde 2019, a USF vem
realizando o serviço para a população. Já foram cerca de 60 pessoas que
receberam todo o apoio necessário durante os meses de tratamento e deixaram de
vez o hábito.
“O serviço em Mogi das Cruzes começou por conta da identificação da alta taxa
de fumantes na região. Com esse alerta, passamos a nos qualificar da melhor
forma para dar assistência nesse sentido aos moradores”, explica a
profissional.
Maria Auxiliadora Evangelista, 49, foi uma das participantes que conseguiu se
libertar da dependência a partir do serviço, após mais de 20 anos com o vício.
“Eu pedi ao médico clínico que me indicasse apenas um remédio, mas ele informou
que o tratamento para tabagismo era mais amplo”, conta.
A decisão de buscar ajuda foi motivada pelo reconhecimento de que enfrentar o
processo sozinha era bastante desafiador. "Eu tinha a meta de parar de
fumar aos 30 anos, mas não consegui. Foi somente aos 47 que percebi a
necessidade de fazer algo, de buscar apoio. Eu já estava hipertensa e fiquei
com medo de desenvolver mais problemas de saúde", relata.
A paciente, agora ex-fumante, frequentou o grupo por um ano e usou medicação
durante três meses. “Nesse tempo, recebi diferentes orientações para lidar com
a ansiedade e sobre o que eu poderia fazer para enfrentar tudo da melhor forma.
Durante o período, também pude dividir muitas experiências com pessoas que
estavam vivendo a mesma situação que eu, nós acompanhamos a evolução um do
outro ali”, reitera.
O grupo de apoio ao tabagismo é composto por uma equipe de profissionais como
enfermeiros, médicos e dentistas, que realizam sessões com o objetivo de
informar e auxiliar o paciente na redução gradual do tabagismo, até o fim da
dependência completa. Quando necessário, também é utilizada a abordagem
farmacológica, como a terapia de reposição de nicotina por intermédio de
adesivos transdérmicos e medicamentos.
Aos interessados, o atendimento é realizado através da identificação de
tabagistas por agentes comunitários ou por meio de solicitação na própria
unidade de saúde.
CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”
@cejamoficial
cejam.org.br/noticias
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