A psicóloga Blenda
Oliveira levanta questões que ajudam a fazer com que as organizações tratem
seus colaboradores com mais inteligência emocional e obtenha melhores
resultados no trabalhoDylan Gillis/ Unsplash
Altas demandas, prazos apertados, muitas cobranças
e ansiedade a mil. A rotina das organizações não difere muito quanto a esses
fatores. Com equipes precisando dar conta de tudo e mais um pouco, é difícil
que o estresse emocional não se instale. No entanto, o clima de quem vem de
cima pode mudar esse cenário - para melhor ou para pior.
Um levantamento feito pelo PageGroup mostra que as
habilidades comportamentais mais valorizadas pelas grandes empresas atualmente
no Brasil são: inteligência emocional (42,9%), trabalho em equipe (38,4%) e
comunicação assertiva (31,1%). Todos os fatores podem estar interligados e
depender do estilo de liderança.
"Embora a empresa não seja uma clínica
psicológica, as organizações precisam cada vez mais ter uma atenção maior para
algo que vai além do trabalho e da função executada, que é a vida emocional dos
seus colaboradores, como eles reagem às suas demandas e cobranças e qual a
maneira mais melhor de lidar os modos de trabalhar e se relacionar de cada
um", explica a psicóloga Blenda Oliveira.
A especialista ressalta a importância e o impacto
de uma boa gestão emocional dentro das empresas, ou seja, a capacidade de
analisar, compreender e avaliar as próprias emoções e as dos funcionários.
"Um bom líder é aquele que tem boa gestão emocional nele próprio. Para
isso, é necessário perceber as próprias emoções e como elas afetam outras
pessoas. O bom gestor tem uma condição de fazer uma boa gestão das emoções e
assim transformar relações que são mais difíceis e desafiadoras, em vínculos
mais saudáveis, ajudando também a obter melhores resultados no trabalho".
É importante compreender os colaboradores para além
dos números. Prestar atenção na forma como se cobra resultados, como se dá
feedbacks, interfere na percepção do trabalhador e, consequentemente, em sua
própria maneira de lidar com o trabalho. "É necessário ter paciência,
tolerância, e entender como seus liderados funcionam para que você possa fazer
com que essa relação dentro do trabalho favoreça-os a se desenvolverem e
crescerem", afirma a psicóloga.
Para que líderes façam uma boa gestão emocional da
melhor forma possível, é preciso ter consciência de que eles têm um papel
importante e estão em uma posição de referência. "Para isso é preciso que
toda pessoa que ocupe a liderança não perca de vista o processo de se manter
num autoconhecimento, de autoconsciência, de gerir a si mesmo, seus estados
emocionais, principalmente na interface com o trabalho", afirma Blenda.
E quais caminhos práticos podem fazer com que as
empresas forneçam aos liderados uma boa condução dos negócios? A profissional
exalta o engajamento dos líderes em todos os processos do trabalho dos
liderados, fornecer a possibilidade de crescimento dentro da organização, boas
condições de trabalho (prestando ainda mais atenção em mulheres e no que elas
precisam para se sentirem acolhidas e seguras dentro do ambiente de trabalho),
além de muita motivação ao time no dia a dia.
O trabalho em equipe e a comunicação assertiva,
exaltados na pesquisa do PageGroup, também são pontos levantados por Blenda na
boa gestão emocional. "A comunicação do líder com os seus liderados
precisa ser assertiva. A comunicação está presente em tudo, assim como a saúde
mental. As estratégias para que as informações sejam passadas e transmitidas
tem que ser sempre claras e assertivas, às vezes esse descuido com a
comunicação gera um ambiente mais tenso para se trabalhar".
"O trabalho em equipe também é importante. É
fundamental e precisa ser estimulado. Às vezes as pessoas têm perfis
diferentes, mas mesmo assim essa união é importante para que vá se formando uma
equipe de trabalho. Quando há integração de equipe há mais fonte de conexão de
troca de aprendizado", finaliza a psicóloga.
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