Médico da BP aponta que dor no peito, tontura ou falta de ar podem ser sinais para procurar um especialista; confira dicas para manter o ritmo cardíaco saudável
As doenças cardiovasculares (DCV) são a principal causa de morte no Brasil, correspondendo a 30% de todos os óbitos no país.¹ O Ministério da Saúde estima que 14 milhões de pessoas apresentam algum problema cardíaco, e pelo menos 400 mil morrem anualmente.² A hipertensão arterial, caracterizada pelos níveis elevados da pressão sanguínea nas artérias, atinge cerca de 25% da população adulta brasileira, de acordo com a Sociedade Brasileira de Hipertensão.³
Diante desses dados, o médico Marcelo Ferraz Sampaio, cardiologista da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo, um dos principais hubs de saúde de excelência do país, destaca a importância do histórico clínico e do exame físico para prevenir e acompanhar complicações cardiovasculares. ” Com uma ausculta cardíaca adequada, é possível obter muitas informações”, comenta. Nessa etapa são avaliados os sinais vitais, palpação e escuta dos pulsos, observação das veias, inspeção e palpação do tórax, e percussão.
O especialista recomenda que as pessoas busquem um profissional quando sentirem dor no peito, tontura, palpitação ou falta de ar, especialmente após esforço físico intenso. Outros sinais de alerta incluem sudorese durante a noite, inchaço nas pernas (que pode refletir em edema), inchaço na barriga e características mais importantes como colesterol, glicemia alterada ou medida da pressão arterial elevadas. O colesterol em excesso, por exemplo, pode se acumular e levar à formação de placas de gordura.
Os fatores de risco são variados, abrangendo desde tabagismo, consumo exagerado de álcool, hipertensão, obesidade, estresse, depressão e sedentarismo, até poluição do ar, apneia do sono e distúrbios de tireoide. A incidência também é grande em pessoas com diabetes, que têm o dobro de risco chances de sofrer de um infarto.⁴
A herança genética é outro aspecto relevante e que pode influenciar na probabilidade de ocorrência da doença. “Se os pais manifestarem problemas cardiológicos, sendo homens com menos de 55 anos e mulheres com menos de 65 anos, a criança deverá ter o exame de colesterol dosado até os 12 anos de idade”, indica Marcelo. O médico recomenda ainda realizar a avaliação cardiológica a cada cinco anos e reforçar o acompanhamento periódico, especialmente após os 40 anos.
Exames cardiológicos
Pela característica intermitente de algumas doenças, é possível que elas não sejam identificadas inicialmente, sendo necessário procedimentos complementares, explica Marcelo. O principal exame é o eletrocardiograma, que monitora o coração por eletrodos na pele e registra o sinal elétrico em papel, permitindo analisar a frequência cardíaca. Em seguida, o ecocardiograma, que utiliza ondas sonoras para obter imagens do coração.
Outro exame relevante para a investigação cardiovascular é o teste ergométrico, que analisa como o paciente reage ao ser submetido a uma atividade de esforço físico em uma esteira ou bicicleta. Além disso, exames de sangue contribuem com informações sobre as dosagens das enzimas cardíacas e os peptídeos natriuréticos tipo B (BNP), um hormônio liberado pelos ventrículos quando o coração sofre agressão, indicando o grau de insuficiência cardíaca.
Os métodos de imagem incluem ainda a cintilografia de perfusão do miocárdio, que detecta radiações emitidas pela injeção de um radiofármaco, permitindo visualizar o fluxo sanguíneo que alimenta os principais músculos do coração; a tomografia computadorizada das artérias coronárias, que utiliza raios X para avaliar os vasos sanguíneos que suprem o músculo cardíaco; e a ressonância do coração, que usa um campo magnético para capturar detalhes da estrutura cardíaca.
Histórico de inovações
Centros de excelência em Cardiologia, como a BP, estão avançando em novas frentes terapêuticas com a utilização de técnicas combinadas para oferecer um tratamento multidisciplinar e cuidados integrados. Em 2021, a BP foi pioneira na implantação do menor marca-passo do mundo, o micra. O dispositivo, um marca-passo sem eletrodo (leadless pacemaker), tem um tamanho bem reduzido e é colocado diretamente dentro do coração, ancorado entre o músculo cardíaco, sem a necessidade dos cabos para estimulação, evitando o risco de infecção associada a dispositivos e fratura de eletrodo.
Outra
técnica precursora é a ablação percutânea, que consiste em levar um cateter até
o coração, por dentro das veias, para cauterizar o foco que está gerando
aumento da frequência cardíaca. O hub de saúde foi o primeiro hospital no
Brasil a fazer esse tratamento em 1988. Além disso, são instalados plugs dentro
das áreas do coração onde se formam os coágulos, isolando-as mecanicamente e
protegendo o paciente de um AVC. A BP também foi pioneira nesse tipo de
tratamento, realizando-o pela primeira vez em 2015.
Prevenção
Independente dos cuidados com o coração, a prevenção continua sendo o melhor caminho. É possível adotar medidas que ajudam a manter o ritmo cardíaco saudável. Confira algumas dicas:
• Adotar
uma alimentação balanceada como hábito para toda a vida.
•
Praticar exercícios físicos regularmente, optando por uma atividade prazerosa.
•
Eliminar o tabagismo e o consumo de outras drogas.
• Evitar
o consumo excessivo de álcool, café, energéticos e tipos de chá com alta
cafeína, como mate e chá verde.
•
Controlar o estresse e cuidar da saúde emocional.
• Dormir o número adequado de horas de sono.
BP – A Beneficência Portuguesa de São
Paulo
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