Psicanalista alerta que esse é um dos diagnósticos mais recorrentes da atualidade
Um título que
não é motivo de orgulho ou comemoração. Liderar o ranking dos países mais
ansiosos do mundo, é o reflexo de que o Brasil, assim como outros países, ainda
precisa valorizar e acolher a saúde mental da população. A OMS – Organização
Mundial de Saúde divulgou o ranking da ansiedade e os brasileiros são campeões,
com o incrível percentual de 26% da nação apresentando sintomas de transtornos
ansiosos.
A ansiedade
surge de um conflito mental e tem uma base biológica, ou seja, já nascemos
propensos à ansiedade, que seria uma capacidade de reagir aos perigos que
poriam em risco a nossa sobrevivência.
Portanto, a
ansiedade é um estado emocional de apreensão, uma expectativa de que algo ruim
aconteça. Enquanto o medo tem um objeto definido, a ansiedade é uma emoção
difusa, voltada para o futuro. No estado de ansiedade a mente cria vários
pensamentos negativos e fantasia diversas cenas temidas.
Os principais
Transtornos de Ansiedade são: Síndrome do Pânico, Fobia Específica, Fobia
Social, Estresse Pós-Traumático, Transtorno Obsessivo Compulsivo e Distúrbio de
Ansiedade Generalizada.
Para evitar o
aumento dos casos de ansiedade ou diminuir os impactos desta na saúde de um
indivíduo, é preciso conhecer o ciclo vicioso que faz com que ela aumente com o
tempo. Conhecendo o ciclo vicioso da ansiedade fica fácil entender que a
ansiedade só tem “cura” quando o tratamento vai na sua raiz, mudando assim a
percepção do funcionamento dos gatilhos que desencadeiam os ciclos.
Por exemplo,
imagine a seguinte situação: você precisa apresentar um trabalho importante,
contudo está se sentindo um pouco ansioso e pede para adiar a data da
apresentação. Sua ansiedade diminui e isso provoca uma sensação de alívio
temporário.
Porém, aqui se
inicia um ciclo, pois quando alguma coisa está desencadeando o medo, evitá-la
traz uma sensação boa e porque traz uma sensação boa, está reforçando a
ansiedade. Portanto evitá-la só vai aumentar sua ansiedade e você ficará refém
dela.
Esse ciclo
também pode trazer alterações físicas, visto que o corpo que reage da mesma
maneira para a imaginação ou a realidade, sentindo-se ameaçado e em perigo,
aciona o mecanismo de luta ou fuga, disparando hormônios que levam aos sintomas
ansiosos, última etapa do ciclo vicioso da ansiedade.
Além disso, a
percepção dos sintomas ansiosos, nos levam a mais medos como: infartar,
enlouquecer, morrer, assim como mais pensamentos e imagens catastróficas,
reforçando as crenças negativas e retroalimentando o ciclo da ansiedade.
Enfim, ganhar o
título de país com o maior número de ansiosos do mundo, dispara o alerta de que
precisamos compreender e identificar as causas e os sintomas deste que é um dos
diagnósticos mais recorrentes da atualidade, pelas comunidades médicas e
científicas relacionadas a saúde mental.
Informação e
acolhimento são fundamentais para mudar esse cenário e propor tratamento
psicológico adequado, pois dentro de um quadro clínico de ansiedade, a pessoa
que sofre, não vê com clareza quais fatores desencadeiam as crises, já que a
raiz do problema pode ser encontrada em diversos pontos, como uma frustração,
conflitos pessoais internos, alguma crença, entre muitos outros.
Porém, seja qual for a causa, é preciso aprender a lidar com o que foge ao nosso controle e também desacelerar os processos internos para promover o equilíbrio físico e mental.
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