Líder da Câmara de
Descartáveis e fundador do projeto Plástico Amigo explica que, apesar de
reciclagem infinita, o material também causa danos
Vidro ou plástico? Qual deles é menos prejudicial
ao meio ambiente? Algumas características de cada material podem ser levadas em
conta para que essa resposta seja possível.
De acordo com Rica Mello, líder da Câmara de
Descartáveis e fundador do projeto Plástico
Amigo, o vidro vem sendo um recipiente de armazenagem durável e funcional
ao longo da história, e que pode ser reciclado infinitamente sem prejuízo à sua
qualidade ou durabilidade. “Ele pode ser partido, fundido e reutilizado e
costuma ter uma taxa média de reciclagem maior que a de outros materiais”,
explica.
Entende-se que, se for mantido em ambiente natural,
o vidro não apresenta tantos riscos para o meio ambiente. O material é feito
principalmente de sílica, substância que já faz parte da crosta terrestre. “Por
isso, geralmente, o vidro é visto como uma alternativa mais sustentável. Porém,
tudo tem dois lados!”, afirma.
Segundo o especialista, é preciso considerar o
ciclo de vida de cada substância para entender melhor o impacto à natureza.
“Para começar, a mineração da areia de sílica para a indústria de vidro pode
causar diversos danos ambientais. Outros pontos preocupantes são a deterioração
do terreno e a perda da biodiversidade. Também há pesquisas que mostram que a
exposição prolongada ao pó de sílica, no caso dos que trabalham nesta
indústria, pode gerar uma série de doenças”, avalia Rica.
Ele acrescenta que, na fundição, o vidro precisa de
temperaturas mais altas que o plástico e o alumínio, por exemplo, o que pode
significar mais gases do efeito estufa. “O processo de fabricação do plástico
consome menos energia que o do vidro, o que também precisa ser considerado”,
diz o especialista.
Segundo o fundador do projeto Plástico Amigo, um
grande problema relacionado à reciclagem de vidro é que ela não elimina o
processo de fusão, que representa 75% do consumo de energia ao longo da
fabricação do material. “Além disso, apesar do grande potencial de reciclagem,
quando o vidro é descartado, pode levar até um milhão de anos para se
decompor”, afirma.
Ele explica que, na reciclagem, o vidro precisa ser
separado por cor antes de ser fundido novamente, o que torna o processo mais
caro e demorado. Mello lembra que os plásticos também têm características que
devem ser consideradas ao avaliar o impacto ao meio ambiente, como a
durabilidade, a capacidade de reciclagem e a multiplicidade de aplicações.
“Plásticos reciclados dispensam a necessidade da
extração de matérias-primas fósseis, sendo assim mais sustentável, além de
manter a alta qualidade. Também pode ser reaproveitado de diversas maneiras,
com aplicações nas residências e nas indústrias.” destaca Rica.
O empreendedor ainda ressalta a importância das
pessoas saberem dessas características e incorporarem a separação do lixo como
hábito, facilitando assim a reciclagem e o uso consciente do plástico.
https://www.plasticoamigo.com.br/
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