Especialista em
Transtorno do Espectro Autista destaca comportamentos a evitar ao conviver com
crianças e adolescentes autistas, visando promover uma convivência saudável e
inclusiva
Em um mundo cada vez mais diverso, é fundamental
aprender a conviver com as diferenças e respeitar a singularidade de cada
indivíduo. No contexto do Transtorno do Espectro Autista (TEA), onde o número
de diagnósticos tem aumentado significativamente, a educação sobre o tema e a
busca por uma convivência harmoniosa e inclusiva tornam-se ainda mais
relevantes. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS),
estima-se que existam cerca de 70 milhões de pessoas com diagnóstico de autismo
em todo o mundo. No Brasil, estima-se que existam aproximadamente dois milhões
de pessoas com algum grau do transtorno.
Com o objetivo de auxiliar nessa conscientização, a
clínica TatuTEA, referência no cuidado de neurodivergentes, especialmente
autistas, traz valiosas orientações. A especialista responsável por
compartilhar essas dicas é Lívia Aureliano, psicóloga, doutora em Análise do
Comportamento Aplicada (ABA). “Com o aumento de diagnósticos de TEA, é inevitável
que tenhamos contato com pessoas no espectro autista, em diferentes contextos
da vida. Portanto, é responsabilidade de todos buscar o conhecimento adequado e
adotar atitudes inclusivas, buscando a compreensão e aceitação das
particularidades de cada pessoa autista, a fim de promover uma convivência
respeitosa e inclusiva.” - destaca a especialista.
Uma orientação importante, por exemplo, é evitar
questionar os autistas em filas prioritárias ou qualquer situação que exija
comprovação. De acordo com a especialista, é importante compreender que eles
não precisam provar sua condição. “É necessário proporcionar um ambiente de inclusão e
respeito para todos. Essa postura contribui para a promoção da autonomia
e da igualdade de oportunidades dessas pessoas em todas as esferas da vida”
- explica. A seguir a especialista traz 5 dicas essenciais para um convívio
respeitoso com pessoas que fazem parte do Espectro Autista:
- Não
faça suposições ou estereótipos: Evite generalizações ou estereótipos sobre o
autismo. Cada indivíduo no espectro autista é único, com suas próprias
características e necessidades. Portanto, não assuma que todos os autistas
compartilham as mesmas habilidades ou desafios.
- Não
ignore suas necessidades de comunicação: Respeite e valorize as
diferentes formas de comunicação utilizadas pelos autistas. Alguns podem
preferir a comunicação não verbal, enquanto outros podem utilizar a fala,
a escrita ou a tecnologia assistiva. Não ignore ou desvalorize essas
formas de expressão, mas esteja aberto e receptivo a elas.
- Não
force a interação social: Cada autista tem seu próprio conforto e
limite em relação à interação social. Evite pressionar ou forçar um autista
a se envolver em situações sociais que lhe causem desconforto. Respeite
seu espaço e permita que ele decida quando e como deseja se envolver
socialmente.
- Não
faça comentários ofensivos ou depreciativos: Não faça comentários
depreciativos, ofensivos ou que desvalorizem as habilidades dos autistas.
Comentários negativos ou julgamentos podem causar danos emocionais e
prejudicar sua autoestima. Em vez disso, foque em valorizar suas
conquistas e reconhecer suas habilidades únicas.
- Não minimize
suas experiências ou desafios: Evite minimizar as dificuldades enfrentadas
pelos autistas. As lutas e os desafios que eles enfrentam podem ser
diferentes dos de pessoas neurotípicas. Portanto, não menospreze suas
experiências, mas esteja disposto a ouvir, entender e oferecer apoio
quando necessário.
A convivência respeitosa com pessoas no espectro autista é um desafio que requer conhecimento e empatia. “Respeite os limites pessoais de pessoas no espectro autista. Esteja atento aos sinais de desconforto e, sempre que possível, crie um ambiente tranquilo e acolhedor para eles. Além disso, outra dica é utilizar uma linguagem objetiva, evitando metáforas ou ironias, e dê tempo para que eles processem as informações e respondam. Evite mudanças bruscas e, caso necessário, informe-as antecipadamente, possibilitando que eles se preparem para a transição. Por fim, mas não menos importante, ajude a criar oportunidades em que crianças e adolescentes autistas possam participar de atividades em grupo, respeitando suas necessidades individuais.” - complementa Lívia Aureliano.
O conhecimento é a chave para o respeito e a
valorização da diversidade, contribuindo para que pessoas com Transtorno do
Espectro Autista (TEA) tenham oportunidades igualitárias e uma vida com mais
autonomia. A educação e a sensibilização são ferramentas poderosas para
derrubar estigmas e preconceitos, permitindo que todos os indivíduos sejam
reconhecidos e valorizados em sua plena capacidade.
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