Anúncio da gigante de streaming permite que
serviços com base em anúncios ofereçam melhores condições aos consumidores
Na
última semana a Netflix anunciou em diversos mercados que passaria a cobrar por
compartilhamento de senhas. A novidade foi comunicada pela empresa de streaming
e mobilizou os assinantes que discordaram da medida. Além da assinatura que
varia entre R$ 18,90 e pode chegar a R$ 55,90, cada conta precisará pagar R$
12,90 a mais por pessoa que utilize a mesma conta em outra residência. Dessa
forma, os valores serão os mais caros praticados no Brasil.
Uma
pesquisa de 2022 realizada pelo Twitter no Brasil apontou que 82% das pessoas
presentes na rede assistem ao conteúdo usando mais de um serviço de streaming.
Ou seja, com a grande variedade de plataformas disponíveis, os consumidores
estão investindo cada vez mais em conteúdo online.
Como
análise de mercado, no entanto, observa-se que os consumidores priorizam cada
vez mais as assinaturas de streaming econômicas e estão sendo seletivos na
escolha de plataformas que oferecem o conteúdo de que gostam. Assim, o número
de pessoas que navegam pelo catálogo em busca de algo para assistir está
diminuindo.
Isso
abre uma grande oportunidade para serviços de streaming com modelos projetados
para serem mais acessíveis aos usuários. As plataformas Ad-Supported, que
suportam seus custos exibindo anúncios, estão ganhando força como resultado. Os
últimos meses fizeram com que grandes streamers, como a Netflix, apresentassem
novos planos de usuário para reduzir os custos para os telespectadores. Essas
empresas também se beneficiam de ter uma fonte adicional de receita com
anúncios de marca.
"O
mercado de streaming está ficando mais competitivo a cada anúncio de uma
nova plataforma. A decisão da Netflix de cobrar uma taxa adicional de seus
assinantes abre uma brecha para que outras empresas enfatizem que o
compartilhamento de seu acesso é gratuito. O Prime Video, da Amazon, jogou até
com compartilhamento de senha sendo gratuito nas redes
sociais, zombando da nova decisão polarizadora do rival", comenta
Gustavo Marra, presidente da TVCoins.
Plataformas suportadas por anúncios crescem à medida que os
preços de streaming aumentam
Segundo
pesquisa da maior plataforma independente de anúncios sell-side, a Magnite, 74%
dos telespectadores brasileiros usam pelo menos uma plataforma de vídeo que
apresenta campanhas publicitárias em sua programação. Serviços como Netflix e
Globoplay já exibem anúncios, a americana Netflix oferece um plano básico com
anúncios e a brasileira Globoplay exibe anúncios em seu conteúdo gratuito.
"O
brasileiro já está acostumado a ver propagandas devido ao consumo da TV aberta,
com intervalos comerciais ocupando grande parte da programação. Agora, com o
crescimento do streaming suportado por anúncios, é uma adaptação natural mudar
para o serviço que permite o melhor custo-benefício", acrescenta Gustavo
Marra.
Os
principais modelos de plataformas de streaming suportadas por anúncios são
FAST, que significa Free Ad-Supported Streaming Television, que são canais
programados que funcionam 24 horas por dia, 7 dias por semana e são
aproximadamente análogos aos canais de transmissão tradicionais; e AVOD, ou
Advertising-Based Video On Demand, que se refere a uma biblioteca de conteúdo
que você pode assistir quando quiser. Netflix, HBO Max, Globoplay, Disney+ e
similares não são nenhum dos dois, são considerados SVOD, Subscription Video On
Demand, que libera o consumo de conteúdo por assinatura.
"Com
a grande variedade de serviços de streaming disponíveis e o alto custo de
assinatura de todas as plataformas, é hora de as plataformas Ad-Supported
crescerem como uma alternativa para diminuir o impacto financeiro para o
usuário final. Já que para muitos vale mais a pena consumir conteúdo com
intervalos comerciais do que gastar mais dinheiro com assinaturas sem
anúncios", enfatiza o presidente da TVCoins.
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