Carrapato é considerado o responsável por carregar a bactéria e transmiti-la aos humanos. Sintomas são febre alta e súbita, dores de cabeça e abdominai
Com casos
fatais no Brasil, a febre maculosa é uma doença que afeta os seres humanos e é
transmitida por meio da picada do carrapato. De acordo com dados do Ministério
da Saúde, somente neste ano, foram registrados 53 casos em todo o país, sendo
30 na região Sudeste, levando oito pessoas a óbito. O professor de Medicina
Veterinária do Centro Universitário de Brasília (CEUB) Lucas Edel desvenda
mitos e verdades relacionados à enfermidade.
De acordo com o veterinário do CEUB, um mito comum é que a febre maculosa é
transmitida diretamente pelo carrapato. O carrapato, segundo ele, atua apenas
como vetor da doença, sendo infectado por uma bactéria presente em alguns tipos
de mamíferos, principalmente herbívoros, como equinos, capivaras e gambás, além
de cães. “Quando esses animais são infectados, os carrapatos que os parasitam
se tornam portadores da bactéria, podendo transmiti-la aos seres humanos”,
explica.
O especialista alerta que os sintomas mais comuns da febre maculosa em seres
humanos incluem febre alta e súbita, dores de cabeça, dores abdominais e
hiperemia ocular (vermelhidão nos olhos). Apesar de as regiões Sul e Sudeste do
Brasil serem as áreas de maior risco da febre maculosa, é importante estar
atento em todas as localidades: "Mesmo que outras áreas não apresentem
alto risco, não significa que não haja a possibilidade de transmissão da
doença", ressalta o médico veterinário.
Quanto ao diagnóstico, recomenda-se que seja realizado o mais precocemente
possível, assim que surgirem os sintomas. O docente ressalta que os métodos
diagnósticos incluem exames sorológicos, como a reação de imunofluorescência,
exames moleculares, como o PCR e, em alguns casos, cultura da bactéria. O
tratamento é baseado no uso de antibióticos, que atuam contra a bactéria
causadora da febre maculosa. Em casos de complicações, como insuficiência renal
ou cardíaca, tratamentos específicos são aplicados conforme necessário.
Como forma de prevenção à febre maculosa, Lucas Edel considera fundamental
divulgar informações precisas para evitar a propagação da doença e garantir que
a população esteja ciente dos riscos e das medidas preventivas. “É importante
evitar áreas infestadas por carrapatos, usar repelentes adequados e roupas de
proteção ao caminhar em áreas de vegetação densa, além de verificar
cuidadosamente o corpo após exposição a ambientes propícios à presença de
carrapatos”, conclui o veterinário.
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