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As comemorações do dia 8 de março já passaram. Com isso,
as discussões sobre as lutas das mulheres muitas vezes são abafadas na imprensa
e também nos ciclos de discussões da sociedade. Porém, é nosso dever como
mulheres lembrarmos todos os dias o quanto nosso espaço tem que ser batalhado
para ser conquistado no mercado de trabalho, e o quanto simples atividades
podem ser mais difíceis para nós, pelo simples fato, de sermos mulheres.
Desde o início da minha carreira profissional,
encontrei diversos desafios, como qualquer mulher brasileira, mas hoje posso dizer
que me encontrei e até hoje permaneço no setor de tecnologia. A tecnologia, que
também é um substantivo feminino, por coincidência, é composta por mulheres
incríveis e que fazem a diferença no dia a dia deste segmento, infelizmente,
ainda tão masculinizado.
Mas, para falar de notícias boas, gostaria
primeiramente de destacar o quanto evoluímos deste então. De janeiro a maio de
2021, por exemplo, o Banco Nacional de Empregos (BNE) identificou 12.716
candidaturas femininas para vagas de tecnologia, contra 10.375 no mesmo período
do ano anterior. Outra pesquisa, desta vez divulgada pelo Cadastro Geral de
Empregados e Desempregados (Caged), aponta que a participação feminina no
mercado de tecnologia cresceu 60% nos últimos cincos anos, passando de 27,9 mil
mulheres para 44,5 mil em 2020. Fico muito feliz de poder perceber o quanto
estamos garantindo nosso espaço, mas sei que é um longo caminho que precisamos
percorrer e parte disso, é pela falta de programas que reforcem as
representatividades nas empresas.
Para aumentar a presença de mulheres nas
companhias, e principalmente, dar oportunidades para crescermos, nos
desenvolvermos e estarmos em um ambiente inclusivo, temos que ter diretorias e
lideranças com representações femininas. Na verdade, é necessário um mix de
ações e ferramentas e, claro, o engajamento dos funcionários, independentemente
de seu gênero.
Alguns exemplos de ações que posso citar que
contribuem para esse ambiente mais inclusivo são programas de estágio ou
trainees exclusivamente para mulheres, processo seletivo às cegas, além de
treinamentos, programas de capacitação, campanhas para atração de talentos,
contratação de especialistas e canais ativos de denúncia contra assédio. No
ramo de tecnologia, principalmente na parte mais técnica, já existe uma falta
de profissionais até mesmo homens. Ou seja, as empresas precisam também
investir desde o crescimento desses profissionais com até mesmo programas de
aprendizado desde o início da contratação.
O primeiro passo para que todas essas ações aconteçam
é realizarmos a escuta ativa. Para quem não conhece, esse é um termo utilizado
na comunicação para se referir principalmente a ouvir com atenção e interesse.
Ou seja, não basta escutarmos os problemas vivenciados por todas as mulheres,
temos que saber escutar, com empatia, e fazer algo em relação a isso.
Precisamos de atitude, por isso, recentemente participei de um evento promovido
pela AMD, onde reunimos mulheres (jornalistas e influenciadoras do segmento
gamer) para trocarmos informações sobre nossos desafios diários,
inspirações, e principalmente, discussão de como as marcas de tecnologia podem
incentivar meninas se conectarem com nosso universo cada vez mais cedo e de
forma muito mais estruturada. São necessárias mais ações como essa, todos os
meses.
Por fim, aproveito este artigo para compartilhar a
minha felicidade em trabalhar em uma empresa que foi incluída na lista da
Forbes das “Melhores Empresas Amigas da Mulher no Mundo” em 2022. No ano
passado, as funcionárias da Acer representavam 38% de força de trabalho total,
com 31% ocupando cargos gerenciais. Em 2023, procuraremos continuar atraindo
talentos femininos, oferecer salários competitivos, e claro, oportunidades de
desenvolvimento profissional e apoio parental.
Juntas nós podemos muito e sempre mais. Lembrem-se
disso.
Caroline Raimundo - Diretora de Marketing Latam na Acer.
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