2 de Junho é o Dia Mundial da Miastenia; conheça os sintomas, o tratamento e as ações que vão marcar a data
Dia 2 de junho, próxima sexta-feira,
marca o Dia Mundial da Miastenia, uma doença rara, incurável, mas que pode ser
controlada com tratamento adequado, permitindo uma melhora dos sintomas e
possível qualidade de vida do paciente.
A miastenia é uma doença neuromuscular
crônica que afeta a função dos músculos voluntários, aqueles que controlamos
conscientemente. Ela é caracterizada por fraqueza e fadiga muscular anormal,
que pioram com a atividade física e melhoram com o descanso.
A Abrami (Associação Brasileira de
Miastenia) estima que existam cerca de 40 mil pessoas com a doença no país.
Para marcar o Dia Mundial da Miastenia,
a pedido da Abrami, a fachada da Câmara Municipal, no Viaduto Jacareí, centro
de São Paulo, será iluminada em azul na noite do dia 2. Também na Câmara Municipal,
no sábado, dia 3 de junho, haverá um seminário organizado pela associação no
qual a defensora pública Renata Tibiriçá falará sobre os direitos do paciente.
O evento contará também com uma apresentação da Camerata Vassileva.
Sintomas
A miastenia ocorre devido a uma
disfunção na comunicação entre os nervos e os músculos. Normalmente, quando
queremos mover um músculo, os nervos enviam sinais elétricos que ativam a
liberação de uma substância química chamada acetilcolina na junção
neuromuscular. Essa substância estimula os músculos a se contraírem. Na
miastenia, ocorre uma diminuição na quantidade de receptores de acetilcolina na
junção neuromuscular, resultando em uma redução da força muscular.
O neurologista Eduardo de Paula
Estephan, diretor científico da Abrami, aponta alguns sintomas que podem
indicar a presença de miastenia:
·
Fraqueza muscular: A fraqueza é o sintoma principal da miastenia.
Ela pode afetar vários grupos musculares, e os mais comumente afetados são os
músculos oculares, faciais, bulbares (envolvidos na fala, mastigação e
deglutição) e os músculos do pescoço e dos membros. A fraqueza geralmente piora
ao longo do dia e com o esforço do músculo acometido.
·
Fadiga muscular: A fadiga é um sintoma comum na miastenia e ocorre
devido à fraqueza muscular. Os músculos se cansam rapidamente e perdem a
capacidade de manter uma contração adequada. Isso pode levar a dificuldades
para realizar atividades simples, como segurar objetos ou andar.
·
Diplopia (visão dupla): A miastenia pode afetar os músculos oculares,
resultando em visão dupla. Os músculos responsáveis pelo alinhamento dos olhos
podem enfraquecer, levando a uma visão desfocada e imagens duplicadas.
·
Pálpebra caída: A ptose palpebral, nome técnico da “pálpebra
caída”, é outro sintoma comum da miastenia, e se manifesta como dificuldade de
manter os olhos totalmente abertos. Ela ocorre devido ao enfraquecimento dos
músculos que controlam o movimento das pálpebras. A ptose pode afetar um ou
ambos os olhos e piorar ao longo do dia.
·
Dificuldade na fala e na mastigação: A fraqueza muscular na região
bulbar pode causar dificuldades na fala, como voz fraca ou nasalizada. Além
disso, a mastigação e a deglutição podem ser comprometidas, resultando em
engasgos frequentes ou dificuldade em engolir alimentos.
É importante
ressaltar que esses sintomas podem variar de pessoa para pessoa e sua gravidade
pode ser diferente em cada caso. Se você suspeita que possa ter miastenia, é
fundamental procurar um médico especialista, como um neurologista, para um
diagnóstico adequado. O profissional realizará uma avaliação clínica completa,
podendo solicitar exames complementares, como o teste de eletroneuromiografia e
a pesquisa de auto-anticorpos específicos para confirmar o diagnóstico, e
iniciar o tratamento adequado.
Controle
e tratamento
Ainda não existe
cura para miastenia, mas há como controlar os sintomas, permitindo uma melhora
importante nos sintomas e na rotinas das pessoas que tem a doença.
O neurologista
Eduardo Estephan afirma que, com tratamento adequado, mais de 90% dos casos
atinge bom controle, levando uma vida normal, ou quase normal. No entanto, em
cerca de 95% dos casos há necessidade de utilizar medicamentos por muitos anos,
às vezes pela vida toda. Estephan é membro do Grupo de Miopatias e Ambulatório
de Miastenia do Hospital das Clínicas/FMUSP, do Ambulatório de Doenças
Neuromusculares do Hospital Santa Marcelina e professor do Departamento de
Neurologia da Faculdade de Medicina Santa Marcelina.
Segundo ele, o
tratamento envolve uso de medicamentos específicos, em alguns casos a cirurgia
de retirada do timo, e o atendimento de uma equipe multidisciplinar da área da
saúde.
Estephan indica
ainda duas outras terapias como parte do tratamento:
·
Fisioterapia – é fundamental para recuperação e/ou melhora dos
movimentos, enquanto a fonoaudiologia contribui com a mastigação e a
deglutição.
· Terapia ocupacional – também faz parte do tratamento, pois ajuda a pessoa com miastenia a lidar com as atividades comuns do dia a dia. Medida fundamental porque a fadiga e comprometimento dos movimentos afeta tarefas como tomar banho, comer e se vestir.
miastenia.com.br
abrami.org.br
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