Cenário promissor
é efeito de redes mais rápidas e confiáveis e da exigência mundial por
produtividade e eficiência em produtos e serviçosFreepik
Em todo o mundo, a perspectiva é que a base total
de dispositivos conectados à Internet das Coisas (IoT) some 30,9 bilhões de
unidades integradas até 2025. O número representa um salto marcante na
comparação com os 13,8 bilhões de pontos ajustados à tecnologia em 2021. Os dados
são da Statista, plataforma on-line especializada em informações de mercado
e consumidores, que diz, em seu relatório, que essas conexões incluem carros
conectados, dispositivos domésticos e empresariais inteligentes e equipamentos
industriais.
Como resultado, a receita
do mercado de IoT, somente no que diz respeito à conexão das fábricas,
crescerá em 6,5% em 2023. No próximo ano, a projeção é de 7,5%. Em 2025, 8,6%,
e assim sucessivamente, até chegar à margem de 15,5% em 2030. De acordo com a
Statista, o cenário promissor é consequência do desenvolvimento de redes mais
rápidas e confiáveis, especialmente com a extensa implantação do 5G, e a
exigência mundial por produtividade, sem a perda da qualidade, com mais
transparência e eficiência, reduzindo a margem de erros e falhas.
De acordo com Lucas Gimenes Teixeira, engenheiro de
Desenvolvimento de Negócios da Siemens, uma das maiores empresas do mundo em
termos de tecnologia eletrônica, com a automação em evidência, o chão de
fábrica, independentemente de setor ou segmento, ficará cada vez mais repleto
de equipamentos e maquinários. “Ou seja: há bem mais ativos do que antes,
certo? Portanto, é imprescindível que funcionem de forma harmônica, e com alto
padrão, e isso só é possível com a conectividade”.
Por outro lado, sem conectividade, explicou Lucas,
o chão de fábrica se tornará totalmente desordenado, beirando ao caos e
despespero. “Máquinas fora de operação. Equipamentos funcionando além de sua
capacidade. Sistemas utilizando o dobro ou o triplo de energia para
funcionar... Tudo isso acontecendo, e o pior: sem ninguém saber, porque ninguém
teria as informações para tomar providências e resolver problemas, vez que não
haveria dados a serem analisados para orientar os esforços na linha de
produção”.
Portanto, com a conectividade industrial, e a
integração dos dados, é como se as máquinas falassem e os gargalos se
rompessem. “Assim, todo o chão de fábrica, que deve ser como uma orquestra,
passa a funcionar. Enquanto na sinfônica o maestro tem que manter em equilíbrio
o timbre, a articulação e a intensidade dos instrumentos de acordo com a
música, nas indústrias, a conectividade industrial permite que as organizações
adquiram informações sobre seus equipamentos, compreendendo melhor o desempenho
individual e do conjunto”, explica Lucas, que concedeu uma palestra gratuita
sobre o assunto na sede da Reymaster Materiais Elétricos, no dia 18 de abril,
em Joinville, Santa Catarina.
Na atividade, que teve como tema central
“Integração, Dados e Conectividade na Indústria”, Lucas ressaltou aos
participantes que, apesar de todos os benefícios da conectividade, os gestores
e operadores das indústrias não podem simplesmente apertar um botão para
constatar o funcionamento versus rendimento de todo o parque industrial.
“Primeiro de tudo, é preciso que haja envolvimento no assunto, e as pessoas
comecem a entender sobre a conectividade e a interação dos dados por meio de
suas redes industriais. Só assim é possível garantir uma comunicação em
uníssono entre indivíduos, máquinas e nuvem”.
Um dos destaques do evento foi a apresentação de
soluções que mostram que até os equipamentos de baixa tensão têm boa capacidade
de interação, com simples botões e sinalizadores convivendo em Profinet, uma
rede baseada em um padrão de comunicação Ethernet Industrial padronizado pelas
normas IEC 61158-5 e IEC 61158-6, da International Electrotechnical Commission,
que abrangem as relações de dados digitais para medição e controle. Ademais,
houve a apresentação da nova coluna sinalizadora programável 8WD46, lançada
pela Siemens neste mês, utilizada nas mais variadas aplicações industriais, com
o benefício de evitar acidentes; agilizar a intervenção da manutenção em casos
de quebras inesperadas; e minimizar o tempo de máquina parada devido à falta de
matéria-prima.
Com a conectividade industrial, os dados
provenientes de todos os dispositivos e máquinas fluem para um gateway
industrial (porta de entrada), o que mantém essas informações integradas, mas
ao mesmo tempo isoladas da internet pública. Adicionando ainda uma camada
protetora de criptografia, antes de enviar os dados para a nuvem, lá as
informações permanecem armazenadas, sob forma de estatísticas, à disposição do
usuário para serem cruzadas ou analisadas.
Fato é: com informações transparentes no “aqui e
agora”, e o acesso a documentos históricos, evitar o tempo de inatividade de
máquinas e pessoas, agregar informações de diferentes equipamentos, prever
cronogramas de manutenção, fornecer previsões sobre desfechos de trabalho e
melhorar a produtividade se tornam tarefas bem mais fáceis, graças à
conectividade.
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