IVA dual, promessa de cashback, pouca diferenciação nas
alíquotas, provável queda nos investimentos e altíssima complexidade. Não
faltam motivos para repudiar a atual proposta de reforma tributária, que tem
fundo regional e efeito social incerto.
Entre
os assuntos controversos que o atual governo fomenta, a Reforma Tributária
talvez seja um dos mais pertinentes, certamente o mais urgente. Nesse sentido,
a comunicação realizada na última semana pela assessoria do Deputado Federal e
Presidente da Frente Parlamentar Mista pelo Livre Mercado, Luiz Phillippe de
Orleans e Bragança, com 17 pontos que justificam dizer NÃO à atual proposta de
reforma tributária, tem nosso total apoio. Confira:
- Complexidade: o sistema IVA é muito complexo -
seria substituir um sistema por outro igualmente complicado; e pior,
durante vários anos os consumidores, trabalhadores e empreendedores terão
de conviver com ambos os sistemas até que o novo absorva o velho;
- Transição difícil: principalmente para
pequenas e médias empresas, que terão de operar seu mês a mês com dois
sistemas por vários anos, com custos operacionais amis altos;
- TUDO é Novidade: a implementação depende de
nova tecnologia, de uma nova burocracia e de novas regras e de nova
estrutura de arrecadação, chances altíssimas de problemas;
- Centralização: o comando central de toda a
tributação é um risco brutal: imagine o poder de barganha e de coerção
politica que a máquina de Brasília exercerá sobre os estados e municípios;
- Poucas Isenções e Exceções: vários setores que
geram efeito de multiplicar inflação e custo de vida alto não parecem
fazer parte da lista de isentos, como eletricidade, combustíveis,
alimentos, saúde, educação, telecomunicações dentre outros que são isentos
padrão nos países com IVA;
- Pouca diferenciação nas alíquotas: vários
subsetores têm necessidades diferentes de impostos para sobreviver, o que
vai gerar mais judicialização e quebradeira geral;
- Fundo Regional: a proposta já nasce
reconhecendo erro no sistema. Ela cria um novo fundo regional para
consertar perdas que os estados terão com o novo modelo e tentar evitar
seus impactos negativos.;
- FAKE NEWS: O IVA é REGRESSIVO e É CUMULATIVO
tanto quanto o atual modelo. É necessário dizer isso em alto e bom tom
pois na narrativa falsa do governo insiste que não é;
- Utopia do Cash Back: para evitar os efeitos
regressivos e cumulativos no consumidor final inventaram o “cash back” que
não passa de enganação, pois a ideia é cobrar caro de todos para depois
devolver para alguns, os escolhidos pelos deuses da burocracia;
- Enfraquecimento de estados e municípios: o
mais provável é que os entes federativos viverão de uma mesada da
autarquia central o que coloca em xeque o nosso modelo federativo;
- Queda nos Investimentos: o cálculo de retorno
ficará mais incerto; empresas e investidores devem ficar muito mais
inibidos de investir pois não tem visibilidade de como calcular o efeito
dos impostos em suas operações;
- Efeito Social Incerto: só estados ricos e
dinâmicos conseguirão sobreviver – para a maioria dos estados menores vai
aumentar dependência de repasses da união;
- Empurra Classe Média para os serviços
públicos: sem isenções e com aumento de carga tributária nos serviços
privados a classe média passará a consumir menos serviços privados, e
muitos serão obrigados a utilizar o serviço público, que ficará ainda mais
sobrecarregado;
- Desemprego: com menos alíquotas, vários
subsetores da economia de serviços, hoje o setor que mais emprega no
Brasil, poderão ser obrigados a pagar mais impostos. Haverá um peso maior
e imediato na decisão de corte de pessoal para continuarem operando, isso
significa desemprego;
- Contração: se aumentar a arrecadação do
consumidor final significa que há menos dinheiro disponível para as
famílias pagarem contas e fazerem suas compras;
- Poucas regras, sim, poucas alíquotas não: a
complexidade é criada pelas regras, já as alíquotas garantem a
competitividade da diversidade regional;
- Cobrança no destino resolveria problema de
muitos precatórios e desonerar cadeias produtivas resolvem problema de cumulatividade
- ambos podem ser feitos já, fora da PEC.
Por
outro lado, a PEC 46/2022, protocolada em dezembro último pelo Senador Orivisto
Guimarães e endossada por 37 senadores, que tem como base as propostas da
Coalização Simplifica Já, não aumenta a carga tributária, não causa os efeitos
colaterais negativos que as outras PECs causam, sendo a solução viável e que
traz a simplificação de verdade e imediata para o sistema tributário nacional.
www.simplificaja.org.br/
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