Todos os anos,
aproximadamente 21 mil bebês precisarão de alguma intervenção cirúrgica para
correção das malformações cardíacas, que estão entre as que mais matam na
infância. Ecocardiograma fetal é o principal exame para o diagnóstico precoce
da condição.
A cardiopatia congênita é uma doença que consiste
na anormalidade na estrutura ou função do coração e uma das principais causas
de morte neonatal no País. Segundo dados do Ministério da Saúde, um a cada 100
nascidos vivos no Brasil tem alguma cardiopatia: aproximadamente 21 mil bebês
precisarão de algum tipo de intervenção cirúrgica para sobreviver e 6% morrem
antes de completar um ano de vida. Para alertar sobre a enfermidade durante o
período gestacional e os meios de diagnosticá-la precocemente, 12 de junho é
marcado como o Dia Nacional de Conscientização da Cardiopatia
Congênita.
O Hospital e Maternidade Santa Joana, com grande
expertise no atendimento às gestantes, neonatos e saúde da mulher há mais de 75
anos, é referência no País em cuidados de malformações cardíacas. O Centro de
Cardiopatia Fetal da Instituição oferece os mais variados exames, com
profissionais altamente especializados, desde o diagnóstico até o tratamento na
UTI Neonatal. Desde 2012, mais de 550 procedimentos foram realizados em
recém-nascidos. “Temos obtido sucesso em mais de 90% das cirurgias para
correção de cardiopatias congênitas no período neonatal”, afirma Dr. José
Cícero Stocco Guilhen, especialista em cirurgia cardiovascular do Hospital e
Maternidade Santa Joana.
Estatísticas mundiais apontam que menos de 50% dos
casos cirúrgicos são descobertos no pré-natal, o que é muito importante para
reduzir a mortalidade e melhorar o desfecho clínico. Alguns casos de
cardiopatias congênitas podem ser diagnosticados no ultrassom morfológico. No
entanto, o exame mais indicado, já que detecta de 70% a 90% dos casos, é o
ecocardiograma fetal, que deve ser realizado entre a 24ª e 28ª semana de
gestação.
Na maioria das cardiopatias congênitas a causa não
é identificada, pois podem incluir vários fatores: genéticos, uso de
medicamentos e drogas, doenças maternas - diabetes e lúpus -, e infecções
virais. Também são considerados mais susceptíveis às cardiopatias congênitas os
bebês que têm diagnóstico de doenças cromossômicas, como a síndrome de
Down. Essas enfermidades podem interferir no momento da formação do coração
fetal, que ocorre nas primeiras oito semanas de gravidez.
Entre as malformações mais comuns estão as
comunicações interatriais e as comunicações interventriculares, além de
defeitos mais complexos como a tetralogia de Fallot e a transposição das
grandes artérias. Os sintomas são falta de ar, cansaço, ponta dos dedos e
lábios azulados, modificações no formato do tórax, sudorese e, no caso dos
bebês, cansaço entre as mamadas, sudorese e queda do teor de oxigenio na
circulação. “Essas malformações ocorrem devido a falhas no
desenvolvimento embrionário de uma estrutura cardíaca normal. Com isso, o
desenvolvimento estrutural e funcional do restante do sistema circulatório pode
ficar comprometido”, afirma Dr. Guilhen.
Diagnóstico precoce
O diagnóstico precoce das cardiopatias congênitas
pode ser feito ainda na vida fetal. Os exames de ultrassom morfológico
realizados rotineiramente nos primeiro e segundo trimestres gestacionais fazem
o rastreamento da malformação no coração do bebê. Se existir suspeita de alguma
anormalidade, o segundo passo será realizar um ecocardiograma do coração do
feto. “O melhor período para realização do exame é entre 24ª e 28ª semana de
gestação, mas se houver algum fator de risco mais importante, como anomalia
cromossômica já detectada, pode ser realizado antes, por exemplo, com 16
semanas”, destaca Dra. Marina M Zamith, cardiologista pediátrica responsável
pelo setor de Ecocardiografia Fetal e Neonatal do Hospital e Maternidade Santa.
Por isso, é fundamental acompanhar a saúde do bebê antes mesmo dele nascer, como propõe o Centro de Medicina Fetal do Santa Joana. Neste serviço, uma equipe multiprofissional especializada realiza desde consultas de acompanhamento de rotina até os mais sofisticados exames. “Diante da descoberta de qualquer problema, como uma cardiopatia congênita, o acompanhamento da gestação será mais intenso para que a saúde e o bem-estar do bebê e da mãe sejam preservados com o máximo de segurança possível”, afirma Dr. Guilhen.
Hospital e Maternidade Santa Joana
www.santajoana.com.br
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