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terça-feira, 6 de junho de 2023

A mudança na vida de pessoas que trocaram as dores por próteses articulares

As dores articulares são uma das principais causas que afetam a qualidade de vida das pessoas após os 60 anos, principalmente devido a artrose – uma doença das articulações que se caracteriza por degeneração das cartilagens, acompanhada de alterações das estruturas ósseas vizinhas.


80 a 90% das pessoas após os 40 anos já mostram sinais de osteoartrite (ou artrose), mas os sintomas de dor e limitação de movimentos começam mesmo com a idade. Com o aumento da expectativa de vida no país, esse avanço da artrose parece não apresentar um bom quadro para o futuro da sociedade.

Hoje, de acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 30 milhões de brasileiros sofrem de artrose e a tendência é que esse número aumente na medida que a população vive mais. Mas não é só a população sênior que vai sofrer. O desgaste de articulações pode estar ligado à vários fatores, outras doenças, estilo de vida e traumas.

Atletas podem ter problemas articulares graves devido ao stress que impõem aos seus corpos. Acidentes e fraturas, mesmo na infância, podem levar a um desgaste precoce e condições como a diabetes e a obesidade, o mesmo.

E, nos casos extremos, onde a dor limita a vida do indivíduo, independente de sua idade, a solução mais indicada é a troca da articulação prejudicada por uma prótese articular. As mais populares são as de joelho e quadril, mas todas as articulações afetadas podem ser substituídas por uma peça que emula os movimentos com perfeição, geralmente produzidas com titânio, plásticos de alta performance e/ou porcelana e que se adaptam perfeitamente à anatomia da pessoa.

Infelizmente, no Brasil, muitas pessoas estão perdendo dias de vida bem vividos por não conseguirem, ou não tomarem a decisão bem aconselhada, de se submeterem à uma cirurgia de implante de prótese articular. O SUS tem implantado 4 próteses de joelho por 100 mil habitantes e 8 próteses de quadril a cada 100 mil habitantes. Os números internacionais são, respectivamente de 142,8 por 100 mil e 191,8 por 100 mil.1

A realidade, mesmo na medicina suplementar, é um pensamento antiquado de que a prótese não vai melhorar a vida do paciente, ou que a durabilidade será de poucos anos – pensamentos reforçados por históricos muito antigos, já que nos últimos 15 anos, a indústria médica revolucionou a história, com instrumentais customizados em impressoras 3D, softwares de alinhamento, próteses personalizadas e únicas até seu próprio robô cirúrgico – caso do ROSA.

A criação do Instituto da Mobilidade do Hospital Moriah se dá justamente para a mudança total desse paradigma, reunindo equipes altamente especializadas – no Brasil e fora – em cirurgias de substituição de articulações de joelho, ombro e quadril.

A intenção da reunião do grupo é oferecer, em um só lugar, o que há de mais moderno no mundo em termos de mobilidade humana, reunindo tecnologia, conhecimento e olhar individualizado – e, por que não, carinhoso – para o paciente.
O Instituto oferece equipes focadas nos mais diferentes tipos de lesões, tanto as causadas pela idade e degeneração natural, quanto os causado por esportes de alto impacto ou traumas.

As equipes que coordenam o Instituto da Mobilidade são:

Joelho – dr. Marco Demange – graduado pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), possui mestrado em técnicas cirúrgicas minimamente invasivas, doutorado em técnicas de navegação cirúrgica computadorizadas e pós-doutorado nas Universidades de Harvard e Cornell (EUA). Atua também como professor no departamento de ortopedia e traumatologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).

Quadril - dr. Marco Aurélio Silvério Neves - possui graduação pela Universidade de São Paulo e estudou na Alemanha, França, Bélgica e Estados Unidos, locais em que ampliou a sua experiência com fraturas de alta complexidade e próteses.

Ombro – dr. José Carlos Garcia Junior - graduação pela Universidade Federal de São Paulo, ampliou os seus estudos na Mayo Clinic e em Princeton (ambas nos EUA), concluiu seu mestrado na Universidade de Liverpool (Inglaterra), doutorado pela Universidade de São Paulo e é certificado em cirurgia robótica pela École Européenne de Chirurgie, de Paris. Também estudou robótica e microcirurgia (Fellow Research) no IRCAD da Universidade de Estrasburgo (França), onde participou de uma série de trabalhos sobre microcirurgia robô-assistida. E dr. Paulo Muzy - formado em medicina e especialista em ortopedia e traumatologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). É professor titular de ciências do exercício da Escola Paulista de Ciências Médicas, médico da IFBB (International Federation of Bodybuilding and Fitness) e, desde 2007, trabalha com desempenho esportivo. 



1) Márcio de Castro Ferreira et al. Artroplastia total de joelho e quadril: a preocupante realidade assistencial do Sistema Único de Saúde brasileiro. Revista Brasileira de Ortopedia, 2018. 
 


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