As dores articulares são uma das principais causas que afetam a qualidade de vida das pessoas após os 60 anos, principalmente devido a artrose – uma doença das articulações que se caracteriza por degeneração das cartilagens, acompanhada de alterações das estruturas ósseas vizinhas.
80 a 90% das pessoas após os 40 anos já mostram sinais de osteoartrite (ou
artrose), mas os sintomas de dor e limitação de movimentos começam mesmo com a
idade. Com o aumento da expectativa de vida no país, esse avanço da artrose
parece não apresentar um bom quadro para o futuro da sociedade.
Hoje, de acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 30 milhões de brasileiros
sofrem de artrose e a tendência é que esse número aumente na medida que a
população vive mais. Mas não é só a população sênior que vai sofrer. O desgaste
de articulações pode estar ligado à vários fatores, outras doenças, estilo de
vida e traumas.
Atletas podem ter problemas articulares graves devido ao stress que impõem aos
seus corpos. Acidentes e fraturas, mesmo na infância, podem levar a um desgaste
precoce e condições como a diabetes e a obesidade, o mesmo.
E, nos casos extremos, onde a dor limita a vida do indivíduo, independente de
sua idade, a solução mais indicada é a troca da articulação prejudicada por uma
prótese articular. As mais populares são as de joelho e quadril, mas todas as
articulações afetadas podem ser substituídas por uma peça que emula os
movimentos com perfeição, geralmente produzidas com titânio, plásticos de alta
performance e/ou porcelana e que se adaptam perfeitamente à anatomia da pessoa.
Infelizmente, no Brasil, muitas pessoas estão perdendo dias de vida bem vividos
por não conseguirem, ou não tomarem a decisão bem aconselhada, de se submeterem
à uma cirurgia de implante de prótese articular. O SUS tem implantado 4
próteses de joelho por 100 mil habitantes e 8 próteses de quadril a cada 100
mil habitantes. Os números internacionais são, respectivamente de 142,8 por 100
mil e 191,8 por 100 mil.1
A realidade, mesmo na medicina suplementar, é um pensamento antiquado de que a
prótese não vai melhorar a vida do paciente, ou que a durabilidade será de
poucos anos – pensamentos reforçados por históricos muito antigos, já que nos
últimos 15 anos, a indústria médica revolucionou a história, com instrumentais
customizados em impressoras 3D, softwares de alinhamento, próteses
personalizadas e únicas até seu próprio robô cirúrgico – caso do ROSA.
A criação do Instituto da Mobilidade do Hospital Moriah se dá justamente para a
mudança total desse paradigma, reunindo equipes altamente especializadas – no
Brasil e fora – em cirurgias de substituição de articulações de joelho, ombro e
quadril.
A intenção da reunião do grupo é oferecer, em um só lugar, o que há de mais
moderno no mundo em termos de mobilidade humana, reunindo tecnologia,
conhecimento e olhar individualizado – e, por que não, carinhoso – para o
paciente.
O Instituto oferece equipes focadas nos mais diferentes tipos de lesões, tanto
as causadas pela idade e degeneração natural, quanto os causado por esportes de
alto impacto ou traumas.
As equipes que coordenam o Instituto da Mobilidade são:
Joelho – dr. Marco Demange – graduado pela Universidade Estadual de
Campinas (Unicamp), possui mestrado em técnicas cirúrgicas minimamente
invasivas, doutorado em técnicas de navegação cirúrgica computadorizadas e
pós-doutorado nas Universidades de Harvard e Cornell (EUA). Atua também como
professor no departamento de ortopedia e traumatologia da Faculdade de Medicina
da Universidade de São Paulo (FMUSP).
Quadril - dr. Marco Aurélio Silvério Neves - possui graduação pela
Universidade de São Paulo e estudou na Alemanha, França, Bélgica e Estados
Unidos, locais em que ampliou a sua experiência com fraturas de alta
complexidade e próteses.
Ombro – dr. José Carlos Garcia Junior - graduação pela Universidade
Federal de São Paulo, ampliou os seus estudos na Mayo Clinic e em Princeton
(ambas nos EUA), concluiu seu mestrado na Universidade de Liverpool (Inglaterra),
doutorado pela Universidade de São Paulo e é certificado em cirurgia robótica
pela École Européenne de Chirurgie, de Paris. Também estudou robótica e
microcirurgia (Fellow Research) no IRCAD da Universidade de Estrasburgo
(França), onde participou de uma série de trabalhos sobre microcirurgia robô-assistida.
E dr. Paulo Muzy - formado em medicina e especialista em ortopedia e
traumatologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). É professor
titular de ciências do exercício da Escola Paulista de Ciências Médicas, médico
da IFBB (International Federation of Bodybuilding and Fitness) e, desde 2007,
trabalha com desempenho esportivo.
1) Márcio de Castro Ferreira et al. Artroplastia total de joelho e quadril: a preocupante realidade assistencial do Sistema Único de Saúde brasileiro. Revista Brasileira de Ortopedia, 2018.
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