Boa higiene, utilizar calçados adequados e praticar atividade física são mais importantes do que se imagina. Confira!
As principais medidas para prevenir complicações nos pés são simples e devem ser adotadas já nos primeiros passos desde a primeira infância. Manter uma boa higiene, utilizar calçados adequados e ter atenção às práticas para manter o fortalecimento e o equilíbrio ao longo da vida são mais importantes do que se imagina.
Além de bem-estar e conforto, estas medidas podem prevenir algumas das queixas mais comuns ouvidas nos consultórios por médicos ortopedistas e fisioterapeutas. Isso porque, com o passar do tempo, a falta de cuidado pode levar a problemas sérios e que muitas vezes só serão resolvidos com cirurgias. Por este motivo, reunimos a opinião de quem mais entende do assunto e algumas dicas de exercícios que podem ser realizados em casa para evitar problemas no futuro. Confira!
Os principais problemas
Alguns dos problemas mais comuns nos pés e região são entorses de tornozelo, fascite plantar, tendinite de Aquiles, esporão de calcâneo e neuroma de Morton.
As causas são variadas, mas há alguns pontos conhecidos que podem facilitar o seu aparecimento ou acelerar o desenvolvimento do quadro, explica o fisioterapeuta especializado na biomecânica do movimento, Leonardo Rosati.
“É o caso, por exemplo, dos pés planos ou cavos, que influenciam a forma como o peso é distribuído ao longo do corpo, com encurtamento muscular de Tríceps Sural (músculos posteriores da perna), pacientes com obesidade, ou de quem uso salto alto ou calçados inadequados com frequência excessiva. Outro comportamento prejudicial é demorar a procurar ajuda profissional, ou buscar soluções caseiras em caso de dores, agravando ainda mais o problema”.
A mobilidade é parte fundamental para manter os pés saudáveis e evitar problemas no futuro. Por isso, é fundamental incorporar exercícios de mobilidade na rotina diária, explica Rosati.
“Melhorando a mobilidade, ossos, músculos, tendões e articulações trabalham juntos, de forma adequada. A falta de mobilidade nos pés pode levar a uma série de problemas, como dor, rigidez, inchaço e até mesmo deformidades”.
Além disso, quando os pés são capazes de se mover de forma eficiente, são menos propensos a sofrer lesões, pois a o peso do corpo é distribuído uniformemente pelos pés, reduzindo a pressão em áreas específicas, alerta o médico ortopedista Dr. Antônio Masseo de Castro, especialista em medicina esportiva e cirurgia do joelho pela Universidade Federal de São Paulo/Escola Paulista de Medicina (Unifesp).
“A prática regular de atividade física é importante para a manutenção da flexibilidade e do equilíbrio. Com o passar dos anos, é comum que os pés percam um pouco de sua flexibilidade. Mantendo a mobilidade, ajudamos a preservar a flexibilidade e prevenimos o desenvolvimento de rigidez e dor nos pés. Também mantemos o equilíbrio e a estabilidade, permitindo que os pés sejam capazes de se mover mais facilmente, auxiliando o corpo a se manter em uma posição mais segura e estável”.
Diagnóstico e tratamento
Os principais problemas nos pés podem ser diagnosticados em exames simples, no próprio consultório, mas muitas vezes podem ser necessários exames complementares, como radiografias ou ressonância magnética, para confirmar o diagnóstico.
O tratamento dependerá do diagnóstico e de cada paciente, de suas condições de saúde e das técnicas que poderão ser adotadas em cada caso, explica Rosati.
“O tratamento depende diretamente do tipo de lesão. Existem diversas técnicas que podem ser aplicadas. O tratamento mais eficaz é o exercício. O fortalecimento dos pés busca melhorar sua estabilidade e auxiliar na absorção do impacto”.
Nem sempre a origem do problema está nos pés. Em muitos casos, embora a queixa esteja nesta região, o problema pode ser sistêmico, como no caso da neuropatia diabética.
“Da mesma forma, podem ocorrer problemas no joelho em decorrência de doenças sistêmicas como as doenças reumáticas ou metabólicas”, afirma o Dr. Antônio.
“O pé é o principal suporte do peso do corpo, com basicamente duas funções distintas: uma estática, quando o indivíduo se encontra parado e em pé, e outra dinâmica, quando se encontra em movimento. A função estática diz respeito a ficar em pé, ou seja, a distribuição de forças com que o peso do corpo faz incidir sobre os pés. A função dinâmica é bastante complexa, engloba o estudo da mecânica dos pés e de todo o corpo. De uma forma básica, pode ser descrita como um “motor ativo”, pois permite a propulsão, o caminhar, correr, saltar, entre outros. Além de ser o principal amortecedor do corpo”.
Prevenção
Segundo o fisioterapeuta Leonardo Rosati, a primeira e mais simples maneira de prevenir problemas nos pés deve acontecer desde que começamos a andar, com a escolha dos calçados.
“É importante utilizar sempre sapatos confortáveis e, quando possível, andar descalço e em terrenos variados. Especialmente na infância, este hábito auxilia na formação da estrutura dos pés, estimulando proprioreceptores, que melhoram o equilíbrio”.
A prática regular de atividade física, entre outros benefícios, também é muito importante para a saúde dos pés.
“As atividades físicas que estimulam os pés, como as caminhadas, o Pilates ou a dança, assim como exercícios específicos para esta região, fortalecem os músculos dos pés e pernas”, orienta Rosati.
Para fazer em casa
Em casa, também é possível dar atenção especial e reservar um tempinho para os pés. Confira alguns exercícios feitos especialmente para eles, como caminhar de ponta de pé ou segurar objetos com os dedos dos pés.
O fisioterapeuta Leonardo Rosati também
preparou uma sequência de exercícios para os pés que podem ser feitos em casa,
de preferência duas vezes por semana. Em caso de desconforto ou dor, a
sequência deve ser interrompida e um profissional deve ser procurado para
avaliação.
1 – Realizar a flexão dos dedos dos pés
(dedos em garra)
2 – Realizar a flexão plantar + dedos em
garra + dorsiflexão + dedos em leque (abrir os dedos dos pés)
3 – Flexão plantar + dedos em leque (dedos
abertos) + dedos em garra
(flexionar os dedos dos pés) + dorsiflexão
4 – Com os pés apoiados no chão,
movimentar o arco plantar (como uma ventosa no chão)
5 – Com os pés apoiados, levantar os dedos
do chão, mantendo o arco plantar apoiado.
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