Baixa adesão
requer ações constantes de conscientização a fim de sensibilizar a população
sobre a importância do ato, afirma especialista do CEJAM
Com uma média de 200
transfusões de sangue por mês, o Hospital Municipal Evandro Freire (HMEF),
instituição gerenciada pelo CEJAM – Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João
Amorim” em parceria com a Prefeitura do Rio de Janeiro, depende de campanhas
constantes de conscientização sobre a importância da doação de sangue,
fundamentais para garantir a manutenção dos estoques.
“Como todo hospital municipal no Rio de Janeiro, o HMEF conta somente com
uma Agência Transfusional, ou seja, todo o estoque de
hemocomponentes utilizado na unidade vem do hemocentro coordenador do
Estado: o Hemorio”, explica Georgia Cruz, bióloga que atua como coordenadora da
Agência Transfusional do CEJAM na instituição.
A especialista destaca que a agência recebe o estoque de hemocomponentes vindos
do Hemorio, armazena e distribui esses hemocomponentes aos pacientes da
unidade.
Por ser um hospital com emergência de porta aberta, o HMEF recebe diariamente
pacientes com quadros de traumas, ferimentos por arma de fogo, acidentes, entre
outros casos, que necessitam, muitas vezes, de transfusão sanguínea.
Conforme destaca a bióloga, o sangue é fundamental para muitas pessoas em
tratamento ou em situações de risco, além de apoiar em procedimentos médicos e
cirúrgicos. No entanto, de acordo com ela, o Hemorio é responsável pelo
abastecimento de todo o estado, cuja demanda acaba não sendo suprida devido à
baixa adesão de doadores.
Esta não é uma questão restrita ao Rio de Janeiro. No Brasil, somente 1,6% da
população é doadora de sangue, segundo dados do Ministério da Saúde, o que
equivale a 16 doadores a cada mil habitantes. Destes, apenas 1,4% doa de forma
regular nos hemocentros do Sistema Único de Saúde (SUS). Em países da
Europa, esse índice chega a 5%.
Além disso, outra questão preocupa os especialistas nesta época do ano: a queda
natural do número de doações em períodos mais frios e de férias. “Entre os
meses de junho e julho, enfrentamos uma dificuldade ainda maior para manter o
abastecimento dos bancos de sangue”, afirma Georgia.
Para sensibilizar a população sobre este cenário preocupante, 14 de junho foi
definido como o Dia Mundial do Doador de Sangue, ampliando a divulgação de
ações e incentivando a doação de sangue.
“Precisamos continuar atuando fortemente em campanhas para que mais pessoas se
envolvam nesta causa que deve ser a de todos nós: doar sangue pode salvar
vidas”, alerta a especialista do CEJAM.
Para ajudar na captação de doadores, a instituição realiza a distribuição de
panfletos informativos aos pacientes e acompanhantes, esclarecendo dúvidas e
orientando a população para o ato.
“O Hemorio consegue monitorar a quantidade de doadores enviada por cada
unidade, desde que o doador informe qual unidade o encaminhou. Porém, deixamos
sempre claro que a doação é voluntária e altruísta, e que as doações são sempre
com o intuito de aumentar o estoque de hemocomponentes do Hemorio de maneira
geral”, salienta Georgia.
Quem pode doar
Para ser um doador de sangue, o indivíduo deve ter entre 16 e 69 anos,
sendo que antes dos 18 só é possível doar com a autorização de um responsável
legal. Além disso, o doador deve pesar mais de 50kg, estar descansado e bem
alimentado, sem ter ingerido bebidas alcoólicas nas últimas 12 horas.
Aqueles que realizaram alguma tatuagem ou piercing há menos de um ano deverão
aguardar o período para se candidatarem à doação, bem como pessoas que tiveram
Covid-19, cujo prazo de espera é de 10 dias após o desaparecimento dos
sintomas.
Além disso, a bióloga frisa que a doação contínua, um dos grandes desafios dos
hemocentros de todo o país, pode impactar os estoques significativamente.
“Pessoas saudáveis que se enquadram no perfil de doador de sangue podem fazê-lo
a cada dois meses (homens) ou três meses (mulheres)”, finaliza.
CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”
cejam.org.br/noticias
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