Com a chegada da pandemia Covid-19, inúmeras
empresas e trabalhadores tiveram que adotar o Home Office, e por 2 anos
trabalharam diretamente de suas respectivas casas, tendo que se adaptar com a
nova rotina de trabalho. Além disso, enfrentaram demandas excessivas devido a
equipes reduzidas, dificuldades em acessar recursos, trabalho com novas
tecnologias e aumento da carga de trabalho. Pixabay
Com a retomada das atividades presenciais, a
demanda por serviços e produtos aumentou consideravelmente. No entanto, muitas
empresas estão lutando para contratar novos funcionários devido a uma escassez
de mão de obra qualificada, resultando em um acúmulo de trabalho sobre aqueles
que permaneceram empregados, levando a uma sobrecarga.
Pesquisa divulgada pela Fundação Getulio Vargas (FGV) mostra que 43% dos entrevistados
dizem que estão com sobrecarga de trabalho e 31% sofrem pressão por resultados
e metas. Outra pesquisa publicada
pela Fiocruz com outras seis universidades diz que "sentimentos
frequentes de tristeza e depressão afetam 40% da população adulta brasileira, e
a sensação frequente de ansiedade e nervosismo foi relatada por mais de 50% das
pessoas".
A psicóloga Talita Padovan explica. “A
sobrecarga de trabalho tem consequências tanto para a saúde física como para a
saúde mental e pode levar a níveis crescentes de estresse, ansiedade e
exaustão, o que pode se tornar um problema significativo para a produtividade e
a saúde a longo prazo“.
Muitas pessoas têm experimentado uma série de
transtornos emocionais com a volta ao trabalho presencial pós pandemia, alguns
deles são: Ansiedade, estresse pós-traumático, depressão e a Síndrome de
Burnout - um esgotamento profissional que se tornou mais prevalente durante a
pandemia. A retomada do trabalho presencial pode intensificar esses sintomas
devido ao aumento da demanda, pressão e mudanças na rotina.
“Tenho acompanhado pacientes que chegam no meu
consultório e relatam que tiveram uma grande demanda de afazeres durante a
pandemia no home office e que ao voltar para o presencial essa demanda e
sobrecarga continuaram, e nem todos os pacientes ficaram felizes, pois o tempo
otimizado na locomoção faz grande diferença. Alguns deles também encontram
dificuldade em impor limites para si mesmos em razão das atividades laborais e
causando um déficit em sua vida social. O equilíbrio entre todas as áreas da
vida é essencial para a saúde física e emocional.” Conta a
Psicóloga Talita Padovan.
“Além disso, os pacientes têm
relatado sintomas e entre eles os mais frequentes estão a ansiedade, insônia,
desânimo e dificuldade de concentração, insegurança, medo de não ser bom o
suficiente no trabalho, medo de ser demitido se trabalhar menos tempo que na
pandemia, ou seja, essas inseguranças são vistas também no contexto
social. A famosa crença de não agradar e ser descartado”, conclui a
Psicóloga.
Em vista disso, procurar ajuda psicológica é
fundamental. Através das sessões o paciente aprende a lidar com o estresse
relacionado ao trabalho, prevenir problemas de saúde mental, antes que se torne
mais sério, melhorar o desempenho no trabalho e possuir uma qualidade de vida
melhor.
Dentro da psicologia, existem ainda diversas
abordagens que podem solucionar transtornos psicológicos de todos os tipos.
Entre suas abordagens, está a Terapia Cognitiva Comportamental (TCC), que é uma
abordagem da psicoterapia
baseada na combinação de conceitos do Behaviorismo
radical com teorias cognitivas.
A TCC entende a forma como o ser humano interpreta
os acontecimentos como aquilo que o afeta , e não os acontecimentos em si. Ou
seja: é a forma como cada pessoa vê, sente e pensa com relação à uma situação
que causa desconforto, dor,
incômodo, tristeza
ou qualquer outra sensação negativa. Ela pode ajudar no manejo e controle do
estresse, a partir de diferentes técnicas, como o aumento da percepção e
consciência dos fatores que desencadeiam o estresse, a revisão de hábitos que
visa a interrompê-los com uma resposta mais adequada, exercícios de respiração,
relaxamento e ferramentas cognitivas para reconhecimento, técnicas de resolução
de problemas e controle das emoções.
“Com o tempo, o paciente adquire sua autonomia, pois
aprende a lidar com suas questões por conta própria, a partir de uma
reestruturação cognitiva e comportamental que começa a ser construída nas
sessões de terapia", finaliza a psicóloga Talita Padovan.
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