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sábado, 4 de março de 2023

Março Lilás: três em cada 10 mulheres possuem chance de desenvolver lesões precursoras de câncer de colo uterino

Exames preventivos devem começar no início da vida sexual da mulher

 

Apesar de ser uma doença prevenível, o câncer de colo do útero continua acometendo 16 mil brasileiras a cada ano. Ele se desenvolve a partir do papilomavírus humano (HPV), transmitido principalmente por meio das relações sexuais. 

Sabe-se que, a cada 10 pessoas sexualmente ativas, oito delas já tiveram contato com o HPV, entretanto, apenas duas ou três vão persistir com o vírus e podem evoluir com alguma alteração. A vacina anti-HPV, oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para meninas de 9 a 14 anos, e meninos de 11 a 14, previne a persistência do papilomavírus e reduz o risco de desenvolver pelo menos cinco tipos diferentes de câncer (colo uterino, canal anal, cabeça e pescoço, vulva e vagina). 

Essa vacina combate quatro subtipos do vírus HPV, dois que estão relacionados a verrugas e dois com risco alto de desenvolvimento de câncer. “Existe muita desinformação sobre a vacina oferecida no SUS, porque acham que é um incentivo às meninas iniciarem as relações sexuais mais cedo. Ela é segura e eficiente, e sua nova versão, que deve combater nove subtipos do vírus, deve chegar ao Brasil em março, o mês de prevenção ao câncer de colo do útero, conhecido como Março Lilás”, explica Dra. Audrey Tsunoda, oncologista do Hcor. 

De acordo com a médica, esse é um mito que precisa ser combatido, pois a mulher deve estar protegida quando decidir iniciar sua vida sexual. “Ao longo da nossa vida, temos contato com vários tipos do HPV, e sem proteção, pode ser que algum deles resulte em câncer”, afirma. 

Os exames preventivos de rotina têm uma importância fundamental. A partir deles, é possível detectar a persistência dos vírus ou até mesmo o desenvolvimento de alterações, tanto em mulheres que receberam a vacina ou não. Para ajudar na prevenção, alguns métodos já são utilizados, como o papanicolau, por exemplo. Alterações no resultado do exame alertam que aquela mulher deve ser acompanhada mais de perto. 

“Achados diferentes sugerem que é necessário realizar investigação e acompanhamento adicionais, mesmo que a maioria dessas alterações não seja grave. Algumas lesões precursoras do câncer de colo uterino ou mesmo tumores iniciais que ainda não deram sintomas também podem ser detectados. Quanto mais precoce o diagnóstico, mais eficaz é o tratamento e menos chances de ter sequelas”, explica Dra. Audrey. 

Em alguns países, o Teste de detecção do HPV no colo uterino é utilizado rotineiramente para prevenção. De acordo com a médica, o exame poderá ser usado no cotidiano das mulheres brasileiras num futuro próximo, e pode ser crucial para rastrear mulheres nas regiões menos favorecidas do país. 

A oncologista ressalta ainda que os hábitos modernos contribuem para o desenvolvimento de câncer no colo do útero, e manter rotinas saudáveis são ótimas formas de prevenção. “Vale destacar a importância de cuidados como manter uma boa alimentação, não fumar e praticar exercícios físicos, que reduzem as chances não só do desenvolvimento de um câncer, mas de várias outras doenças”, finaliza.
 

Hcor


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